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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 1 Anticoagulante�, Antiagregante� � Antitrombótic� O tratamento e a prevenção dos eventos tromboembólicos vasculares envolvem o uso de agentes antitrombóticos, que incluem drogas antiplaquetárias, anticoagulantes e agentes trombolíticos. Usados para evitar a coagulação do sangue, agregação de plaqueta e quebrar coágulos formados ANTICOAGULANTES - intervenção. Preventivos de trombos, de manutenção. A atividade anticoagulante decorre de uma sequência pentassacarídica peculiar com alta afinidade pela antitrombina III. São fármacos que têm efeito direto sobre a cascata de coagulação: atuação na inibição dos fatores de coagulação como heparina (atua inibindo trombina (converte fibrinogênio em fibrina) e fator X (complexo protrombinase)). Atua interferindo a síntese desses fatores: antagonista que causam a redução química da vitamina K. Uso clínico -> heparina (TTPA) geralmente utilizada na forma de baixo peso molecular quando precisa de atendimento imediato, de forma muito rápida. Para tratamento prolongado -> varfarina (TP, anticoagulante oral) ou um inibidor direto da trombina ou do Xa, processo mais demorado. Principais: apixabana, rivaroxabana, dabigatrana, argatrobana, fondaparinux…. Oral -> efeito mais lento (varfarina) Parenteral (intravenoso ou subcutâneo) -> efeito mais rápido (heparina) Prevenção de: TVP, extensão de trombose venosa profunda estabelecida, Embolia Pulmonar, trombose e embolização em pacientes com fibrilação atrial, trombose em próteses valvares, coagulação em circulação extracorpórea (ex: durante hemodiálise), infarto do miocárdio em pacientes com angina instável. Deve-se ponderar a necessidade e qual dose ideal para se ter um efeito. Para evitar a principal complicação que é o sangramento/hemorragia. Uso de fibrinolítico quando já formado por infarto, TVP, embolia pulmonar. Escore de risco de Birmingham 2009 admite-se como paciente de: - alto risco (2 pontos ou mais): devemos fazer anticoagulação plena do paciente - risco intermediário (1 ponto): avaliamos se optamos por uma anticoagulação plena ou antiagregação na paciente - baixo (0 pontos): antiagregação ou nada HEPARINA - não são absorvidas pelo intestino -> administração parenteral. Ações são mediadas por cofatores plasmáticos (AT III), e por isso são consideradas anticoagulantes indiretos. Incapacidade de inativar a trombina ligada à fibrina, bem como o fator Xa dentro de um trombo, ou seja, um trombo pode continuar a crescer apesar do uso da heparina. Ao entrar na corrente sanguínea, a heparina se liga a proteínas plasmáticas o que reduz sua atividade anticoagulante. Heparina de baixo peso molecular HBPM: inibe fator Xa. Exemplo: enoxaparina, dalteparina, fondaparinux. Mais utilizada por ter maior segurança e facilidade em termo Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 2 de o médico saber prever o quanto o paciente vai anticoagular e pode ser administrada em casa. Não indicada para pacientes com IR. Possuem menor afinidade por proteínas plasmáticas -> mais previsível. Mecanismo de ação: também inibe coagulação por meio da ativação da antitrombina III, mas só consegue inibir o fator Xa, por ser fragmentada. Não estabiliza AT III com IIa. A forma de administração é a subcutânea, é mais previsível. Meia vida de eliminação mais longa (liga-se menos aos macrofagos e células endoteliais), independente da dose tornando os efeitos mais previsíveis e intervalo entre as doses é maior. Não necessita monitoramento pelo TTPA nem individualização da dose. São mais seguras e mais fáceis de uso pelo paciente. Heparina não fracionada (HNF): estrutura completa, inibe a trombina. Mais restrito ao hospital. Indicada para pacientes com IR sobrecarrega menos o rim do paciente. Mecanismo de ação: inibe a coagulação do sangue pela ativação de antitrombina III que associada a heparina, inibe IIa e Xa. IXa, XIa e XIIa Forma de administração: intravenosa (efeito imediato) e subcutânea (dose maior, demora 60-120'). Monitoramento é através de TTPA e a dose deve ser ajustada para atingir um valor dentro de uma faixa alvo de 1,5 - 2,5x acima do normal. Acima -> sangramento. Baixo -> não efeito. Efeitos adversos da heparina: Hemorragia (interromper o tratamento e administrar sulfato de protamina); trombocitopenia induzida pela heparina TIH (TIH tipo II - reação adversa à heparina causada por anticorpos IgG ativados pelas plaquetas que reconhecem os complexos formados pelo FP4 e a heparina (FP4/heparina)); osteoporose (causada pela ligação da heparina aos osteoblastos, desencadeando a liberação de fatores ativadores de osteoclastos, favorecendo a lise óssea); hipoaldosteronismo e reações de hipersensibilidade da própria heparina; elevação das transaminases hepáticas, que em geral é benigna, não associada à doença hepática. INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA Hirudinas - derivada da saliva de sanguessugas. Lepirudina - usada clinicamente, é um polipeptídeo relacionado a hirudina. Sua ligação com a trombina é irreversível, o ajuste da dose é conforme o TTPA. Bivalirudina - análogo da hirudina e utilizada na cardiologia em pacientes submetidos a intervenção coronariana e percutanea, Dabigatrana - ativar a antitrombina. Não inibe a trombina diretamente. Pode substituir a varfarina. Aprovado para prevenção de tromboembolismo venoso após cirurgia ortopédica de quadril ou joelho. Profilaxia do AVE e tromboembolismo nos PCTs com fibrilação. Rivaroxabana - inibidor sintético fator Xa e não da trombina. Ocorre supressão da agregação plaquetária e da formação de fibrina. Profilaxia TVP, TEP e AVE. ANTAGONISTA VITAMINA K (AVKs): Varfarina (marevan) (pacientes não necessidade imediata, ambulatorial, atua apenas in vivo). Anticoagulante oral mais utilizado na clínica terapêutica. Forma ativa de bloqueio do fator II, VII, IX, X e regulando fatores de proteína C. Reduz epóxido redutase (VKORC1) -> vitamina K não convertida em cofator. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 3 Para funcionar como cofator -> ser reduzida pela vitamina K e póxido redutase. Como bloqueia -> não cofator dos fatores dependentes de vitamina K -> paciente não coagula. Esses fatores são produzidos no fígado. Farmacocinética - rápida e completa absorção pelo intestino após administração Via Oral. O pico de concentração ocorre 60 minutos após a ingestão. Efeito farmacológico inicia em torno de 48h depois de sua ingestão. Alterações no TP inicia 12-16h e dura 4-5 dias (exame para avaliar efeitos/doses da varfarina). Metabolizada pela CYP2C9 que é polimórfico, neste sentido sua meia-vida é variável, sendo da ordem de 40h (dose de varfarina varia entre as pessoas). Essa enzima degrada a varfarina quando chega no fígado. Sua dose é ajustada pelo TP para atingir um RNI de 2-4. Quando para de utilizar, TP fica prolongado devido efeito metabólico até que o organismo volte a produzir os fatores como era antes. Se paciente com muita enzima CYP2C9 -> altas doses para varfarina chegar na corrente sanguínea. Efeitos adversos: hemorragia (intestinal e cerebral); desenvolvimento ósseo desordenado; hepatotoxicidade é incomum; necrose de tecidos moles (mamas e nádegas) é rara. ANTIPLAQUETÁRIOS/ANTIAGREGANTES - terapêutica interfere na hemostasia primária Aspirina (ácido acetilsalicílico - AAS) é a mais conhecida. Inibe a COX 1 -> reduz tromboxano A2 -> reduz o mecanismo de agregação das plaquetas -> coagular menos. A sua inibição é irreversível que perdura por toda a vida da plaqueta -> efeitos agregantes do AAS permanecem por um tempo até que as plaquetas sejam renovadas (média de 20 dias). Por isso falam que a aspirina afina o sangue. Não mexe com via de coagulação como (extrínseca e intrínseca) ou inibidora de fatores. - COX 1 converte ácido araquidônico em prostaglandina H2 -> tromboxano A2 que permite a agregação de plaquetas (tampão durante hemostasia primária). Ação: inibição da síntese de TXA2 por inativação COX1. Via de Adm é oral Biotransformação hepática. Principal via de excreção: renal Meia vida de 15-20 min (ácido acetilsalicílico3-12h). Dose de 50-325 mg/dia (de segurança -> não inibir produção de muco). Efeitos adversos: aumenta o tempo de sangramento, aumenta AVCh e aumenta sangramento no TGI. Em excesso pode gerar úlcera no estômago. Inibição de muco -> gastrite Efeito em conjunto da AAS com clopidogrel -> maior efeito na prevenção do IAM (efeitos somatórios) e síndromes coronarianas agudas. Clopidogrel -> para pacientes sem resposta ou com alergia à aspirina. Antagonista dos receptores de adenosina (P2Y) que é o receptor de ADP presente na superfície das plaquetas. ADP se liga ao P2Y -> influxo de cálcio na célula -> plaquetas expressam em maior quantidade receptores GP IIb/IIIa que têm papel importante na agregação das plaquetas na hemostasia primária. Na presença de ADP esse receptor -> é expresso em grandes quantidades. - Clopidogrel -> inibir -> GP IIb/IIIa não expresso de forma elevada -> agregação plaquetária diminui. Liberado na situação de lesão que libera ADP. Inibe irreversivelmente os receptores P₂Y₁2 e assim inibe as respostas plaquetárias ao ADP. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 4 Ex: Ticlopidina, Prasugrel e Ticagrelor também inibem a aglutinação plaquetária mediada por ADP Farmacocinética: bem absorvido por via oral. É um pró fármaco sendo convertido em seu metabolismo sulfidril pelas enzimas CYP -> CYP2C19. Pode interagir com o omeprazol que também é metabolizado pela CYP2C19. Têm se demonstrado ligeiramente mais eficaz que a aspirina em reduzir o desfecho de AVC isquémico, IAM e morte vascular. Omeprazol -> redução do efeito do clopidogrel. O uso de antiplaquetários estão relacionados principalmente com trombose arterial e incluem: IAM, alto risco de IAM, angina, claudicação, após cirurgia de revascularização, síndromes coronarianas instáveis (clopidogrel associado a AAS), após angioplastia de artéria coronária e ou colocação de stent, episódio isquêmico cerebral transitório ou AVC trombótico para prevenir recorrências (dipiridamol associado a AAS), fibrilação atrial se houver contraindicação para anticoagulante oral. TROMBOLÍTICOS - quebra de coágulos papel onde estimulam a formação da plasmina ou quebrando o coágulo de fibrina formado. Uso restrito ao hospital. Pacientes indicados: TEP, Trombose venose aguda, IAM, AVCh. Efeito potente. Drogas fibrinolíticos Ativadores de plasminogênio tecidual (+ utilizados): Alteplase: mais utilizada, IAMCSSST, AVEi, TEP. Tratamento de primeira linha para AVE em determinadas condições. Tecnoplace: indicado apenas no IAMCSSST. Estreptoquinase: produzida por estreptococos - IAMCSSST e TEP grave. Foi prescrito no SUS mas diminui devido suas diversas reações. Quebra coágulo. Substância muito imunogênica. Uroquinase: ativador do plasminogênio tecidual. Pouco utilizado devido custo muito elevado,