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Importância da Burocracia nas Empresas

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19
2ºAula
Abordagens Burocráticas
Bem-vindos à nossa segunda Aula!
Com ela, iremos aprender sobre a importância da 
burocracia para o funcionamento de uma empresa.
Veremos que a burocracia não se limita a 
normas e a procedimentos padrões. Sua importância 
se legitima na medida em que colabora para a 
organização mais justa e correta de uma empresa.
Por isso, centre-se na sua definição, bem como 
nas características que a delimitam, a fim de que sua 
compreensão seja garantida nesta Aula. 
Aproveitem a oportunidade de aprendizagem!
Bons estudos!
Boa aula!
165
Teorias da Administração II
20
Objetivos de aprendizagem
1 Burocracia: o modelo de gestão racional
2 Origens da burocracia e de sua teoria 
na administração
Na década de 20, Weber publicou estudos 
sobre o que ele mesmo denominou de tipo 
ideal de burocracia. Weber não tentou definir as 
organizações, nem tampouco estabelecer princípios 
e padrões administrativos. Sua teoria, denominada 
de teoria burocrática, voltou-se para as explicações 
dos fenômenos internos e externos que provocavam 
desordem e falta da eficiência empresarial. 
A teoria burocrática foi criada para explicar 
o funcionamento das organizações modernas. É 
A partir de 1940, surgiram críticas às teorias 
clássicas, pelo seu excesso de mecanicismo, 
e às teorias das relações humanas, pelo seu 
romantismo ingênuo. 
Alguns estudiosos, assim, foram buscar na obra 
de Max Weber inspiração para uma nova teoria, mais 
sólida e mais abrangente, que servisse de orientação 
para o trabalho do administrador. Surgiu, assim, a 
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
• fundamentar o pensamento administrativo a 
partir da consolidação do modelo burocrático de 
administração proposto por Max Weber;
• mostrar que a burocracia é um modelo de 
gestão que prima pela organização e pelo controle 
das atividades empresariais;
• definir a racionalidade burocrática e os dilemas 
da burocracia.
Seções de estudo
1 - Burocracia: o modelo de gestão 
 racional
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre a burocracia, 
será importante re etirmos sobre sua caracterização, a m 
de a contextualizarmos, logo de saída, na vida cotidiana de 
uma empresa:
A burocracia caracteriza a organização formal mediante 
a formalidade e a padronização dos procedimentos e 
comportamento das atividades e das pessoas. O homem 
é um ser social e deve ser capaz de adaptar-se às 
normas, aos regulamentos e ao padrão de desempenho 
estabelecido. A organização informal, constituída pelas 
relações interpessoais e sociais, não deve prevalecer na 
organização burocrática.
Segundo Weber, cada sociedade tem a sua forma de poder 
e de dominação. Com o seu olhar de sociólogo, Weber 
estabeleceu uma relação entre o poder e a autoridade 
predominante em determinada sociedade, com as 
características dessa sociedade. Essas características 
predominantes podem determinar o tipo de poder e 
autoridade exercida para a manutenção da ordem. Weber 
distingue três tipos de sociedade:
• Sociedade tradicional: na qual predominam características 
patriarcais e patrimonialistas, como a família, o clã, a 
sociedade medieval etc.
• Sociedade Carismática: na qual predominam características 
místicas, arbitrarias e personalísticas, como nos grupos 
revolucionários, nos partidos políticos, nas lideranças 
religiosas etc.
• Sociedade legal, racional ou burocrática: na qual 
predominam normas impessoais e racionalidade na escolha 
dos meios e dos ns, como nas grandes empresas, nos 
estados modernos, nos exércitos etc.
Teoria da Burocracia na Administração. É o que 
passaremos a ver com mais cuidado.
1.1 - Fundamentos da burocracia
A consolidação do pensamento administrativo 
surge com a consolidação das estruturas burocráticas, 
como forma de organização humana, com o objetivo 
de aumentar a produtividade e consequentemente 
aumentar o lucro. Aliás, essa lógica predominou nos 
modelos científico, clássico e também no fordismo. 
O pensamento administrativo, constituído pelas 
abordagens e teorias administrativas, fortalece-se 
então a partir de estudos mais aprofundados do 
comportamento do homem na empresa e também 
de estudos iniciais sobre o funcionamento da 
burocracia e suas disfunções. 
A abordagem burocrática iniciou-se a partir dos 
estudos do sociólogo Max Weber, que comparava 
o funcionamento das estruturas industriais com a 
estrutura social. 
166
21
Compreendamos melhor o conceito de cada tipo de 
autoridade:
• Autoridade tradicional: quando os subordinados aceitam 
as ordens dos superiores como justi cadas, porque esta 
sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas. O 
domínio patriarcal do pai de família, do chefe do clã, o 
despotismo real representam apenas o tipo mais puro de 
autoridade tradicional. O poder tradicional não é racional, 
pode ser transmitido por herança e é extremamente 
conservador. A legitimação do poder na denominação 
tradicional provém da crença no passado eterno, na justiça 
e na maneira tradicional de agir. O líder tradicional é o 
senhor que comanda em virtude de seu status de herdeiro 
ou sucessor. Suas ordens são pessoais e arbitrárias, seus 
limites são xados pelos costumes e hábitos, e os súditos 
obedecem-no por respeito ao seu status tradicional.
Toda mudança social implica rompimento mais ou menos 
violento das tradições. Também ocorre em certos tipos de 
empresas familiares mais fechadas.
• Autoridade Carismática: a liderança carismática caracteriza-
se quando os subordinados aceitam as ordens do superior 
como justi cadas, muitas vezes, sem contestá-las, por causa 
da in uência da personalidade e da liderança exercida pelo 
superior pelo qual são liderados. O poder carismático é 
uma característica inata ao administrador. É uma qualidade 
extraordinária de uma pessoa que faz com que ela conduza 
multidões, sem nenhum esforço autoritário. A legitimação da 
autoridade carismática provém de características pessoais. A 
relação entre administrador e liderado dá-se pela con ança. 
• Autoridade legal, racional ou burocrática: os subordinados 
aceitam as ordens e o poder do administrador porque são 
emanados das normas, das leis, dos regulamentos. “Manda 
uma teoria descritiva, e não prescritiva. Para Weber, 
as organizações são como máquinas: totalmente 
impessoais e sem vida, cujo funcionamento mecânico, 
é organizado por normas, regulamentos e por uma 
estrutura de poder. Segundo ele, as regras devem ser 
impessoais e racionais. Mediante o estabelecimento 
das regras e das normas racionais, “Weber estudou 
e descreveu o alicerce formal-legal em que as 
organizações reais se assentam” (MAXIMIANO, 
2000, p. 15). 
No modelo de Weber, a autoridade é uma forma 
de controle e de eficácia organizacional. Está aqui, 
portanto, a explicação de seu modelo burocrático, 
considerado um modelo de dominação. Para Weber, 
há três tipos de autoridade ou dominação legítima: 
autoridade tradicional, autoridade carismática e 
autoridade legal-racional. Autoridade e dominação é 
a probabilidade de haver obediência dentro de um 
grupo (organização). 
A autoridade, para Weber, deve ser vista 
como forma de domínio e obediência a fim de 
que a organização possa padronizar e estabelecer 
comportamentos e planejar resultados. A autoridade 
não deve ser vista como castigo, mas como forma de 
controle social. A autoridade na organização pode 
ser reconhecida e estabelecida mediante: o carisma, 
as normas e as regras e o exercício do cargo. 
O empregado pode reconhecer e aceitar o poder 
de um administrador porque ele o admira como 
profissional e como pessoa, porque ele o reconhece 
no cargo – e sendo assim o próprio cargo lhe dá 
poderes para mandar e ser obedecido – e porque a 
imposição das normas estabelecidas pela alta direção 
o leva a isso. 
1.2 - Entendendo a burocracia
A burocracia não é uma forma de dificultar as 
coisas. Esse paradigma foi estabelecido em virtude da 
demora no atendimento e na solução de problemas 
em empresas de grande porte, principalmenteas 
públicas. A burocracia é uma forma de organizar 
racionalmente a organização como meio de garantir 
a eficiência no processo administrativo.
Veja:
Ao contrário do que se acredita, a burocracia não 
é um fenômeno novo, mas muito antigo, existente 
no antigo Egito e em Roma, tendo se consolidado 
quem pode, obedece quem tem juízo”. Esse paradigma 
prevaleceu e prevalece ainda em muitos contextos 
organizacionais. Nesse tipo de autoridade, a burocracia é 
fortalecida. A crença na força e na justiça das normas e dos 
regulamentos legitima a dominação.
167
Teorias da Administração II
22
Para Burnham citado por Chiavenato (2003), 
o início de uma nova preocupação dentro da teoria 
administrativa, a visão de uma nova sociedade 
de organizações, leva ao surgimento da teoria da 
organização. O primeiro teórico das organizações 
foi, incontestavelmente, Max Weber. Weber estudou 
as organizações sob um ponto de vista estruturalista 
(estudo das estruturas organizacionais) preocupando-
se com sua racionalidade, isto é, com a relação entre 
os meios e recursos utilizados e objetivos a serem 
alcançados pelas organizações burocráticas. Segundo 
Chiavenato (2003), 
[...] organização por excelência, 
para Weber, é a burocracia. Com o 
aparecimento, crescimento e proliferação 
das burocracias, a teoria administrativa 
– até então introspectiva e voltada 
apenas para os fenômenos internos da 
organização – ganhou uma nova dimensão 
por meio da abordagem estruturalista: 
além do enfoque intra-organizacional, 
surgiu o enfoque interorganizacional. 
A visão estreita e limitada aos aspectos 
internos da organização passou a ser 
ampliada e substituída por uma visão mais 
ampla, envolvendo a organização e suas 
relações com outras organizações dentro 
de uma sociedade maior. A partir daqui, 
a abordagem estruturalista se impõe 
de nidamente sobre a abordagem Clássica 
e a Abordagem das Relações Humanas. 
Embora predomine a ênfase na estrutura, 
a visão teórica ganha novas dimensões e 
novas variáveis. 
Na burocracia, relações informais não têm 
razão de existir. O funcionário burocrático é uma 
peça de uma máquina, esperando-se dele um 
desde o reino Diocleciano. A própria igreja católica 
consolidou-se como organização burocrática. 
Segundo Motta (2002), na China, encontramos a 
predominância de estrutura burocrática desde o 
século XIV. Para Weber, a burocracia é uma forma 
de organizar, de maneira duradoura, a cooperação 
de um grande número de pessoas em seus cargos, 
de forma a especializá-las em suas funções. Assim, 
o modelo burocrático firma-se no momento em 
que o modelo familiar de gestão passa a ceder 
lugar ao modelo organizacional e organizado de 
gestão. Dessa forma, o modelo burocrático provoca 
uma ruptura nos padrões tradicionais de gestão. A 
estrutura burocrática se baseia em alguns princípios.
A existência de funções de nidas e 
competências rigorosamente determinadas 
por leis ou regulamentos. A divisão das 
tarefas é feita racionalmente, baseando-se 
em regras especí cas, a m de permitir 
o exercício das tarefas necessárias à 
consecução dos objetivos da organização.
Os membros do sistema têm direitos 
e deveres delimitados por regras e 
regulamentos. Essas regras se aplicam 
igualmente a todos, de acordo com seu 
cargo ou sua função.
Existe uma hierarquia de nida por regras 
explícitas, e as prerrogativas de cada cargo e 
função são de nidas legalmente e regulam o 
exercício da autoridade e seus limites.
O recrutamento de pessoas é feito por regras 
previamente estabelecidas, garantindo-se a 
igualdade formal na contratação. 
A remuneração deve ser igual para o 
exercício de cargos e funções semelhantes.
A promoção e o avanço na carreira devem 
ser regulados por normas e com base em 
critérios objetivos e não em favoritismo ou 
relações pessoais.
Há uma separação completa entre a função 
e as características pessoais do individuo 
que a ocupa. segundo (MOTTA, 2002).
A burocracia, como conhecida por nós atualmente, se 
desenvolveu a partir de quatro importantes elementos para 
o funcionamento das organizações sociais. Conheça-os.
a) A racionalização do direito, que passou a ser escrito e 
organizado de forma hierárquica e lógica em ordenamentos 
jurídicos, substituindo o antigo direito, que se baseava nos 
costumes e nas tradições não escritos.
b) A centralização do poder estatal devido à crescente 
facilidade de comunicação e transporte entre as 
diversas regiões.
c) O surgimento e a consolidação das indústrias, bem como 
o predomínio da racionalidade técnica.
d) Consolidação da sociedade de massa.
Vejamos uma imagem que contextualiza os efeitos da 
burocracia na sociedade:
168
23
comportamento formal e padronizado, de forma 
a cumprir com zelo as tarefas e as funções que lhe 
foram destinadas. O funcionário recebe seu salário 
em dia, não determinado pelo trabalho realizado, 
mas segundo as funções que integram esse trabalho 
e o tempo de serviço. 
O funcionário burocrata não é proprietário do 
seu posto de trabalho, as funções que executa e o 
cargo que ocupa são totalmente independentes e 
separados da posse privada dos meios de produção 
da organização onde trabalha. 
A profissão de funcionário do tipo burocrático 
supõe um emprego fixo e uma carreira regular e o 
desempenho de cada cargo, por parte dos funcionários 
burocráticos, pressupõe grande especialização na 
execução das suas tarefas e do seu trabalho. É aquilo 
que se chama de divisão de trabalho, que permite 
a padronização dos procedimentos técnicos e do 
exercício de autoridade; além de permitir, ao mesmo 
tempo, aumento de produtividade do trabalho e de 
eficiência organizacional. 
A burocracia é uma forma de organização 
humana que se baseia na racionalidade, isto é, na 
adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, 
a fim de garantir a máxima eficiência possível no 
alcance desses objetivos. As origens da burocracia 
remontam à época da antiguidade. 
A teoria da burocracia desenvolveu-se na 
administração por volta de da década de 1940 
em função dos aspectos abaixo, elencados por 
Chiavenato (2003):
a) A Fragilidade e a parcialidade da Teoria 
Clássica e da Teoria das Relações Humanas, ambas 
oponentes e contraditórias, sem possibilitarem 
uma abordagem global e integrada dos problemas 
organizacionais. Ambas revelam pontos de vista 
extremistas e incompletos sobre a organização, 
gerando a necessidade de um enfoque mais amplo 
e completo.
b) A necessidade de um modelo de organização 
racional capaz de caracterizar todas as variáveis 
envolvidas, bem como o comportamento dos 
membros dela participantes, é aplicável não somente 
à fábrica, mas a todas as formas de organização 
humana e, principalmente, às empresas.
2 - Origens da burocracia e de sua 
 teoria na administração
c) O crescente tamanho e complexidade das 
empresas passaram a exigir modelos organizacionais 
mais bem definidos. Milhares de homens e mulheres, 
colocados em diferentes setores de produção e em 
diferentes níveis hierárquicos, - os engenheiros e 
administradores no alto da pirâmide e os operários 
na base – devem executar tarefas específicas e ser 
dirigidos e controlados. Tanto a Teoria Clássica 
como a Teoria das Relações Humanas mostraram-se 
insuficientes para responder à nova situação.
d) O surgimento da Sociologia da Burocracia 
a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, 
seu criador. A Sociologia da burocracia propõe 
um modelo de organização e as organizações 
não tardaram em tentar aplicá-lo na prática, 
proporcionando as bases da teoria da Burocracia. 
2.1 - Características da burocracia
A burocracia pode ser compreendida a partir de 
dez características. Vejamos cada uma delas.
a) Caráter legal das normas: a burocracia é 
uma organização ligada por normas e regulamentos 
previamente estabelecidos e escritos. A organização 
se baseia em normas, regulamentos e diretrizes, 
isto é, em uma legislação própria. Em alguns casos, 
essas normas ou regulamentos são exaustivos e, seaplicados com rigor, podem emperrar o processo 
administrativo. As normas e os regulamentos de 
uma organização devem abranger todas as áreas para 
que seja uniforme. As normas e regulamentos das 
organizações conferem poderes aos administradores, 
às pessoas que as aplicam. Considerando essa 
característica da burocracia, Chiavenato (2003) 
conclui que a burocracia é uma estrutura legalmente 
constituída. As normas e os regulamentos 
caracterizam muito bem a dominação e o caráter 
racional na burocracia
Exemplos para entender o caráter legal das normas seriam 
as normas para compras, as normas para contratação de 
pessoas, as normas e regulamentos para entrada e saída 
do trabalho. O excesso de regras, normas e regulamentos 
podem provocar efeitos contrários aos resultados desejados 
(delongar um processo decisório ou emperrá-lo e também 
coibir a iniciativa).
169
Teorias da Administração II
24
b) Caráter formal das comunicações: a 
burocracia é uma estrutura social formalmente 
legalizada, na qual as decisões administrativas e a 
comunicação são devidamente escritas e registradas. 
Na organização, a comunicação acontece de cima para 
baixo. As ordens e a comunicação começam na alta 
direção. Todas as mensagens de interesse geral chegam 
da mesma maneira a todos os níveis. As decisões 
são tomadas após a mensagem, o comunicado ou a 
solicitação passarem por todos os níveis até chegar 
ao lugar onde se toma a decisão. Depois de decididos, 
os documentos (mensagens) percorrem o mesmo 
caminho, até chegarem ao nível inferior. 
c) Caráter racional e divisão do trabalho: 
a burocracia caracteriza-se por sistemática divisão 
do trabalho. Tal divisão, nesse caso, possibilita 
a racionalidade na execução das tarefas, bem 
como a especialização do trabalhador. Para maior 
rapidez na execução, o funcionário se especializa 
em determinada atividade. Na burocracia, cada 
funcionário ou ocupante de um cargo deve saber o 
que exatamente deve fazer e como fazer. Deve saber 
também os limites de sua tarefa, direito e poder 
para não ultrapassar esses limites e não interferir no 
trabalho ou no desempenho dos outros. Podemos 
afirmar, assim, apoiados em Chiavenato (2003), que a 
burocracia é uma estrutura racionalmente organizada.
e) Hierarquia e autoridade: na organização 
burocrática, predomina uma estrutura de poder 
e uma hierarquia de cargos ou posições. Quanto 
maior a posição do indivíduo, maior as suas 
responsabilidades. A hierarquia, portanto, que evita 
privilégios e obrigações.
f) Rotinas e procedimentos padronizados: 
essa característica confunde-se, em parte, com o caráter 
legal das normas e regulamentos, pois a burocracia 
é uma organização que fixa as regras e as normas 
técnicas. Para cada atividade, há um regulamento, um 
método, uma forma correta de realizar.
g) Competência técnica e meritocracia: 
um dos aspectos positivos da burocracia é que as 
pessoas são escolhidas para um cargo mediante a 
sua competência ou a sua capacidade técnica. Para 
contratar pessoas, é preciso seguir todas as etapas do 
processo de recrutamento e de seleção.d) Impessoalidade nas relações: na burocracia 
ou na organização burocrática, as atividades e 
as responsabilidades são distribuídas às pessoas 
pautando-se no cargo e na posição que ocupam na 
organização, e não pelas características pessoais.
Vejamos um exemplo bem simples para entendermos o 
caráter formal das comunicações: Um funcionário solicitou 
dispensa de dois dias de trabalho para fazer uma viagem 
à sua cidade natal, fora de seu período de férias. Com o 
pedido formalmente escrito, ele entrega a solicitação ao seu 
superior, que, logo em seguida, vista e encaminha ao gerente 
de área, que aprova e encaminha ao diretor. Uma vez 
aprovado, o documento faz o caminho inverso até chegar 
ao funcionário.
Observemos um exemplo relacionado à impessoalidade nas 
relações: o funcionário obedece aos superiores não pela 
pessoa que são, mas pela posição que ocupam na empresa. 
Dessa forma, a burocracia caracteriza-se como estrutura 
social impessoalmente organizada.
Saber como se efetiva a hierarquia e a autoridade signi ca 
entender que, na organização, a divisão de cargos e 
responsabilidades (poder) está distribuída nos níveis, 
estratégico, intermediário e operacional. Todo funcionário 
deve reportar-se ao seu superior no nível estabelecido 
(diretores, gerentes, encarregados, supervisores). O poder e a 
autoridade estão nas posições ocupadas. Essa característica 
possibilita entender a burocracia como estrutura social 
hierarquicamente organizada.
Competência técnica e meritocracia estão relacionadas à 
promoção de empregados. Para promovê-los, é preciso que se 
faça a avaliação de desempenho e que se sigam todas as normas 
Para compreender as rotinas e procedimentos padronizados, é 
importante saber que as regras e as normas técnicas servem 
para serem aplicadas, de maneira que todos os ocupantes de 
um mesmo cargo possam fazer as coisas ou desenvolver as 
suas atividades da mesma maneira. Na realidade, as normas 
técnicas regulam a conduta dos empregados no cargo. Os 
padrões previamente estabelecidos por normas técnicas ou 
por métodos de trabalhos estabelecidos podem facilitar a 
avaliação do processo, do funcionário e dos resultados. 
Um exemplo fácil de caráter racional e divisão do trabalho 
centra-se na seguinte situação: Caio trabalha no INSS e 
responde pelas entradas de documentos para perícia. 
Durante todo o dia esse é o seu trabalho. Qualquer outro 
assunto deve ser encaminhado ao respectivo responsável 
pela função.
170
25
h) Especialização do administrador: a 
organização burocrática se baseia na separação entre 
propriedade e administração. Na visão clássica, os 
dirigentes (administradores) não são os próprios 
donos, mas profissionais contratados para gerir 
a organização. Na burocracia, o administrador 
se especializa em uma atividade ou em uma área 
específica da empresa.
i) Profissionalização dos participantes: na 
burocracia, cada funcionário acaba se tornando um 
especialista em alguma área, em virtude do tempo 
que se dedica a ela.
j) Completa previsibilidade do 
funcionamento e comportamento dos membros: 
a organização burocrática pode prever e estabelecer 
previamente o comportamento das pessoas e o 
padrão de desempenho de cada uma, mediante 
as regras, os regulamentos, as normas técnicas, 
a especialização, a padronização de atividades e 
comportamentos e mediante a estrutura de poder.
2.2 - Vantagens da burocracia
A burocracia, apesar de ser de caráter racional 
e lógico, considerada por muitos como um sistema 
de dominação, tem as suas vantagens, o que 
Para compreender a especialização do administrador, perceba 
que é possível que ele se especialize em administrador de 
recursos humanos, administrador nanceiro, administrador 
de produção, entre outras especi cidades. O administrador, 
assim, acaba se especializando em determinada atividade ao 
passar muito tempo na mesma função.
Para compreender a especialização do administrador, perceba 
que é possível que ele se especialize em administrador de 
recursos humanos, administrador nanceiro, administrador 
de produção, entre outras especi cidades. O administrador, 
assim, acaba se especializando em determinada atividade ao 
passar muito tempo na mesma função.
A completa previsibilidade do funcionamento e comportamento 
dos membros pressupõe, portanto, que o comportamento das 
pessoas é previsível, isto é, que todos os funcionários devem se 
comportar de acordo com as normas e com os regulamentos
e regulamentos estabelecidos pela direção, o que caracterizam 
as políticas de recursos humanos de uma empresa. 
explica o seu sucesso nas empresas públicas e nas 
organizações de grande porte. Podemos elencar dez 
grandes vantagens:
a) racionalidade em relação ao alcance dos 
objetivos estabelecidos;
b) precisão na definição do cargo e na operação 
pelos conhecimentos;
c) provável rapidez nas decisões, uma vez que se 
supõe que cada um conheceo que deve ser feito e 
por quem deve ser feito e quem deve dar as ordens;
d) unicidade de interpretação mediante a 
regulamentação específica e escrita das normas, 
métodos técnicos e regulamentos;
e) uniformidades de rotinas e procedimentos;
f) continuidade da organização por meio da 
contínua substituição das pessoas;
g) redução de atritos e conflitos - cada 
funcionário conhece o que é exigido dele;
h) constância, o mesmo tipo de decisão deve ser 
tomado nas mesmas circunstâncias e situações;
i) confiabilidade, pois o negócio é conduzido 
através de regras e de normas;
j) benefícios para as pessoas, uma vez dividido o 
trabalho por competência, a hierarquia é formalizada, 
as pessoas são treinadas, avaliadas e promovidas.
Para fechar o entendimento sobre as características 
da burocracia, vamos refletir sobre mais algumas 
considerações conclusivas sobre o tema: 
a) no sentido popular, burocracia significa 
papelada, número excessivo de normas, 
procedimentos, tramitações, apego excessivo aos 
regulamentos, ineficiência etc;
b) contudo, as condições citadas no item 
anterior, são os defeitos do sistema ou da burocracia;
c) a burocracia ou a organização burocrática 
é um sistema social racional, em que a divisão do 
trabalho é racionalmente realizada, sistematicamente 
aplicada, tendo em vista os objetivos pretendidos;
d) burocracia pode ser entendida também como 
o sistema social em que se busca atingir os fins 
(resultados) por intermédio dos meios mais racionais;
e) na burocracia, o conjunto das pessoas 
participantes da organização mantém entre si 
relações sociais;
f) a burocracia tem sua fonte de legitimidade 
racional-legal, e não no poder patriarcal, patrimonial 
ou carismático. Em seu tipo “ideal puro”, as 
171
Teorias da Administração II
26
organizações são sistemas sociais racionais (agem de 
forma planejada).
A racionalidade se expressa nas burocracias 
através dos seguintes aspectos:
• são sistemas sociais formais;
• são impessoais;
• são dirigidas por administradores profissionais;
• o controle é exercido sistematicamente
• o formalismo se expressa nas burocracias 
pelo fato de que a autoridade deriva de um sistema 
de normas racionais, que definem com precisão as 
relações de mando e subordinação, distribuindo as 
atividades a serem executadas de forma sistemática, 
tendo em vista os fins visados.
g) sua administração é formalmente planejada, 
organizada, enquanto sua execução se realiza através 
de documentos escritos;
h) a autoridade em uma burocracia deriva de 
normas racionais-legais. Assim, as normas são 
válidas, não porque a tradição as legitime, mas 
porque, sendo racionais, levam para os fins visados;
i) a autoridade burocrática é baseada no Direito. 
Entende-se por Direito, um sistema de normas, cuja 
obediência pode ser imposta pela coação;
j) a autoridade é definida nos estatutos e 
regulamentos, através de um processo de delegação 
de autoridade. Os administradores têm, a sua 
disposição, meios coercitivos que lhes asseguram, 
pelo menos na teoria, a obediência por parte dos 
subordinados;
k) as normas devem cobrir todas as áreas 
da organização, prevendo todas as ocorrências e 
enquadrá-las dentro de um comportamento definido;
l) A alta administração mantém o controle, 
reduzindo o âmbito da decisão dos subordinados;
m) as normas racionais precisam, a todo o 
momento, serem modificadas, adaptando-se aos 
fatores novos que surgem no ambiente, visando à 
consecução dos objetivos visados da forma mais 
econômica e eficiente possível;
n) baseando-se nas diretrizes, nas normas 
organizacionais e disciplinares, nos métodos e 
rotinas, nos padrões previamente definidos, todo 
funcionário sabe como deve agir; 
o) com as normas e procedimentos previamente 
determinados e exaustivamente escritos, todo 
comportamento, de todos os funcionários 
participantes da organização, torna-se mais previsível, 
muito mais preciso, muito mais controlável;
p) a burocracia se caracteriza pelo seu caráter 
hierárquico: um sistema firmemente organizado 
de mando e subordinação mútua das autoridades, 
mediante supervisão das inferiores pelas superiores;
q) a organização toma forma de uma pirâmide;
r) cada superior tem sob suas ordens 
um determinado número de subordinados 
(geralmente pequeno);
s) nas burocracias a hierarquia deve ser 
monocrática, isto é, só existe um chefe para cada 
subordinado, não sendo aceitável que um superior 
de um nível elevado passe ordens diretas para um 
funcionário de escalão mais inferior;
t) além da forma de divisão vertical do trabalho 
pela hierarquia, as burocracias apresentam uma 
divisão horizontal do trabalho, em que as diferentes 
atividades são distribuídas de acordo com os 
objetivos a serem atingidos. É o processo de 
departamentalização;
u) a divisão do trabalho em funções é 
realizada em termos de cargos abstratamente 
definidos e não de pessoas. A autoridade e a 
responsabilidade pertencem ao cargo, seja qual 
for a pessoa que o ocupe;
v) o caráter impessoal das organizações é uma 
das formas básicas através das quais elas expressam 
a sua racionalidade. A administração burocrática é 
realizada sem levar em consideração as pessoas;
w) o governo das pessoas existe apenas 
na medida em que elas ocupam cargos dentro 
da organização;
x) o caráter estritamente impessoal de uma 
burocracia tem como característica a não derivação 
da personalidade do indivíduo participante, como 
acontece na liderança carismática;
y) se a autoridade é impessoal, a obediência 
prestada pelo subordinado também o é. A obediência 
é limitada a uma competência, racional e objetiva ao 
superior dentro do que é outorgado pelo cargo;
z) burocracia será bem melhor desenvolvida 
quanto mais for desumanizada; quanto mais alcançar 
as características que são consideradas como 
virtudes: a eliminação do amor, do ódio, de todos os 
elementos pessoais, emocionais e irracionais;
aa) em uma burocracia, no seu estado puro, 
não há lugar para sentimentos, para o favoritismo, 
para a gratidão, para as demonstrações de simpatia 
e antipatia;
bb) o administrador burocrático é objetivo e 
imparcial. Tem como missão, cumprir as obrigações 
172
27
do seu cargo e contribuir para a consecução dos 
objetivos da organização;
cc) os administradores burocratas são profissionais, 
que fazem uso do seu conhecimento técnico;
dd) administrar é a profissão do funcionário 
burocrata e as organizações devem ser dirigidas por 
administradores profissionais;
ee) o administrador profissional deve ser um 
especialista. Pessoa treinada para exercer as diversas 
funções criadas através da divisão do trabalho;
ff) os administradores de nível inferior, por 
serem especialistas, devem conhecer bem as normas 
e procedimentos da organização;
gg) os administradores do topo, sua 
especialidade é administrar. Eles não são 
especialistas em finanças, produção, mercadologia 
e pessoal, ou seja, são generalistas.
Passemos, agora, ao estudo sobre as vantagens 
da burocracia. 
2.2 - Vantagens da burocracia
A burocracia, apesar de ser de caráter racional 
e lógico, considerada por muitos como um sistema 
de dominação, tem as suas vantagens, o que 
explica o seu sucesso nas empresas públicas e nas 
organizações de grande porte. Podemos elencar dez 
grandes vantagens:
1) racionalidade em relação ao alcance dos 
objetivos estabelecidos;
2) precisão na definição do cargo e na operação 
pelos conhecimentos;
3) provável rapidez nas decisões, uma vez que se 
supõe que cada um conhece o que deve ser feito e 
por quem deve ser feito e quem deve dar as ordens;
4) unicidade de interpretação mediante a 
regulamentação específica e escrita das normas, 
métodos técnicos e regulamentos;
5) uniformidades de rotinas e procedimentos;
6) continuidade da organização por meio da 
contínua substituição das pessoas;
7) redução de atritos e conflitos - cada 
funcionário conhece o que é exigido dele;
8) constância, o mesmo tipo de decisão deve ser 
tomado nas mesmas circunstâncias e situações;9) confiabilidade, pois o negócio é conduzido 
através de regras e de normas;
10) benefícios para as pessoas, uma vez 
dividido o trabalho por competência, a hierarquia 
é formalizada, as pessoas são treinadas, avaliadas 
e promovidas.
2.3 - Dilemas e disfunções da 
burocracia
A burocracia de Max Weber nos permite 
conduzir a organização de forma a alcançar os 
objetivos desejados mediante a organização racional 
de todas as atividades. Ao estudar o modelo de 
administração científica proposto por Taylor, 
entendemos com maior clareza os seus princípios ao 
propor a organização racional do trabalho. 
A proposta de Taylor do trabalho racional na 
fábrica/indústria tem suas virtudes na burocracia de 
Weber, quando estabelece a administração racional 
mediante a padronização de procedimentos, normas, 
métodos e comportamentos. Taylor, ao propor o seu 
modelo, teve uma visão da fábrica, isto é, uma visão 
fechada do ambiente externo. 
Weber, ao desenvolver a burocracia, olhou 
para o comportamento da sociedade. Para Weber, 
a empresa é uma organização social, com suas 
características específicas. Weber, ao contrário 
de Taylor, olhou para o ambiente fora da fábrica. 
Segundo Chiavenato (2003) a fragilidade da estrutura 
burocrática leva-nos a alguns dilemas desse modelo 
de organização, a saber:
a) a organização sofre pressões do ambiente 
externo;
b) a organização, para ser eficiente, exige certo 
tipo de legitimidade, racionalidade, disciplina e 
limitação;
c) a racionalidade da estrutura racional é frágil e 
necessita ser protegida contra as pressões externas;
d) os burocratas são as pessoas que formam o 
corpo administrativo da estrutura da organização;
e) a organização pode contar com 
administradores não burocratas;
f) o sistema, como tudo dentro da burocracia, 
é padronizado e robotizado. O trabalho repetido e 
normatizado pode levar o funcionário a resistir às 
mudanças;
g) a despersonalização do relacionamento é 
constante mediante a impessoalidade.
Com esses dilemas ou disfunções, conclui-
se que a burocracia torna-se alienada, fecha-se ao 
cliente, à inovação e à criatividade. Impede e tolhe 
173
Teorias da Administração II
28
o espaço do funcionário para inovar e empreender, 
valorizando demais o formalismo e ignorando 
demais a organização informal. 
Outros estudiosos, dentre eles Merton, que 
representa a burocracia por meio de um modelo 
baseado nas consequências não previstas, isto é, 
nas disfunções da burocracia, também contribuíram 
para o fortalecimento da burocracia.
2.4 - A burocracia de Max Weber 
 Segundo Weber, cada sociedade tem a sua 
forma de poder e de dominação. 
É importante notar que, com o seu olhar de 
sociólogo, Weber estabelece uma relação entre o 
poder e a autoridade predominante em determinada 
sociedade, com as características dessa sociedade. 
Essas características predominantes podem 
determinar o tipo de poder e autoridade exercida 
para a manutenção da ordem.
Weber distingue, portanto, três tipos de sociedade:
a) Sociedade tradicional: onde predominam 
características patriarcais e patrimonialistas, como a 
família, o clã, a sociedade medieval etc.
b) Sociedade Carismática: onde predominam 
características místicas, arbitrarias e personalistas, 
como nos grupos revolucionários, nos partidos 
políticos, nas lideranças religiosas e assim por diante. 
Observe
c) Sociedade legal, racional ou burocrática: 
onde predominam normas impessoais e racionalidade 
na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes 
empresas, nos estados modernos, nos exércitos etc.
Vejamos, a seguir, os tipos de autoridades 
da burocracia. 
2.5 - Tipos de autoridade
Para Chiavenato (2003): “a cada tipo de sociedade 
corresponde, para Weber, um tipo de autoridade. 
Autoridade significa a probabilidade de que um 
comando ou ordem específica seja obedecido”.
Para a burocracia, a autoridade representa 
o poder institucionalizado e oficializado. Poder 
implica potência para exercer influência sobre 
as outras pessoas. Poder significa, para Weber, a 
probabilidade de impor a própria vontade dentro de 
uma relação social, mesmo contra qualquer forma 
de resistência e qualquer que seja o fundamento 
dessa probabilidade. O poder, portanto, é a 
possibilidade de imposição de arbítrio por parte de 
uma pessoa sobre a conduta de outras. A autoridade 
proporciona o poder: ter autoridade é ter poder! A 
recíproca nem sempre é verdadeira, pois ter poder 
nem sempre significa ter autoridade. 
A autoridade – e o poder dela corrente – depende, 
portanto, da legitimidade, a qual é a capacidade de 
justificar seu exercício. A legitimidade é o motivo 
que explica por que determinado número de pessoas 
obedecem às ordens de alguém, conferindo-lhe 
poder. Essa aceitação, essa justificação de poder é 
chamada de legitimação. A autoridade é legitimada 
quando é aceita. 
Nesse ínterim, se a autoridade proporciona 
poder, o poder conduz à dominação. Dominação 
significa que a vontade manifesta (ordem) do 
dominador influencia a conduta dos outros 
(dominados) de tal forma que o conteúdo da ordem, 
por si mesma, se transforma em norma de conduta 
(obediência), para os subordinados. A dominação 
é uma relação de poder na qual o governante (ou 
dominador) – ou a pessoa que impõe seu arbítrio 
sobre as demais – acredita ter o direito de exercer 
o poder, e os governados (dominados) consideram 
obrigação obedecer-lhe às ordens. Observe:
Figura 2.4 Autoridade e dominação.
Fonte: acervo pessoal. 
174
29
Assim, as crenças que legitimam o exercício 
do poder existem tanto na mente do líder como 
na dos subordinados e determinam a relativa 
estabilidade da dominação. Weber estabelece uma 
tipologia de autoridade, baseando-se não nos 
tipos de poder utilizados, mas nas fontes e tipos 
de legitimidade aplicados.
A dominação requer um aparato administrativo, 
isto é, a dominação, principalmente quando exercida 
sobre um grande número de pessoas e um vasto 
território, necessita de pessoal administrativo para 
executar as ordens de servir como ponto de ligação 
entre governo e governados. Para Mouzelis (s/d.), a 
legitimação e o aparato administrativo constituem os 
dois principais critérios para a tipologia weberiana 
que passaremos a discutir.
Weber aponta três tipos de autoridade legítima, a 
saber: autoridade tradicional, autoridade carismática 
e autoridade racional, legal ou burocrática, as quais 
podem ser conferidos na imagem a seguir:
Vamos entender cada um desses tipos de 
autoridade nos subtópicos a seguir.
2.5.1 - Autoridade tradicional
A autoridade tradicional se caracteriza quando 
os subordinados aceitam as ordens dos superiores 
como justificadas, porque esta sempre foi a maneira 
pela qual as coisas foram feitas. Assim, o domínio 
patriarcal do pai de família, do chefe do clã, o 
despotismo real representam apenas o tipo mais 
puro de autoridade tradicional. 
Segundo esse tipo de autoridade, o poder 
tradicional não é racional, pode ser transmitido por 
herança e é extremamente conservador. Dessa forma, 
toda mudança social implica rompimento mais ou 
menos violento das tradições. Também ocorre em 
certos tipos de empresas familiares mais fechadas.
A legitimação do poder na denominação 
tradicional provém da crença no passado eterno, 
na justiça e na maneira tradicional de agir. O líder 
tradicional é o senhor que comanda em virtude de 
seu status de herdeiro ou sucessor. Suas ordens são 
pessoais e arbitrárias, seus limites são fixados pelos 
costumes e hábitos e os súditos obedecem-no por 
respeito ao seu status tradicional.
Finalmente, vale observar que a dominação 
tradicional – típica da sociedade patriarcal – quando 
envolve grande número de pessoas em um vasto 
território, pode assumir duas formas de aparato 
administrativo para garantir sua sobrevivência 
que são a autoridade carismática e a legal, as quais 
estudaremos a seguir. 
2.5.2 - Autoridade carismática
A liderança carismática caracteriza-se quando os 
subordinados aceitam as ordens dosuperior como 
justificadas e muitas vezes sem contestá-las, por 
causa da influência da personalidade e da liderança 
exercida pelo superior pelo qual são liderados. 
Carisma é um termo que nos confunde muitas 
vezes, pois alguns interpretam como algo religioso. 
175
Teorias da Administração II
30
Entretanto, o poder 
carismático é uma 
característica inata 
do administrador. 
É uma qualidade 
extraordinária de 
uma pessoa que faz 
com que ela conduza 
multidões, sem 
nenhum esforço 
autoritário. Nesse 
ensejo, a legitimação 
da autoridade carismática provém de características 
pessoais. Assim, a relação entre administrador e 
liderado dá-se pela confiança.
2.5.3 - Autoridade legal, racional 
ou burocrática
Os subordinados aceitam as ordens e o poder do 
administrador porque são emanadas das normas, das 
leis, dos regulamentos: “manda quem pode, obedece 
quem tem juízo”. Esse paradigma prevaleceu e 
prevalece ainda em muito contexto organizacional. 
Nesse tipo de autoridade a burocracia é fortalecida. 
A crença na força e na justiça das normas e dos 
regulamentos legitima a dominação. 
Segue abaixo, para sua reflexão, parte de um 
texto escrito por Chiavenato dirigido aos jovens, 
futuros administradores. A leitura é para reflexão.
Ao lê-lo, é importante observar que a burocracia 
é um modelo de gestão que dá resultados. Antes, 
porém, vamos diagnosticar as doenças e a realidade de 
cada organização, para decidirmos e prescrevermos 
o remédio adequado:
Figura 2.5 Autoridade do líder.
Fonte: GERONET. Liderança. Disponível 
em: <http://www.geronetservices.com/
apostilas/capa-lideranca.jpg>. Acesso em: 
11 ago. 2012.
Interessante terminarmos essa Aula com trecho da carta 
escrita por Idalberto Chiavenato (2006) a um jovem 
administrador. Nela, será possível aprendermos um pouco 
mais sobre a efetividade da gestação burocrática. 
Caro jovem administrador,
Agora que escolheu a pro ssão de administrador, você 
praticamente já predeterminou a rota ou o caminho que 
deverá inexoravelmente conduzi-lo a um conjunto de 
desa os pro ssionais e a várias oportunidades de carreira. 
Os principais desa os estão na complexidade da pro ssão 
escolhida, enquanto as oportunidades estão na amplitude e 
abrangência da administração. Senão vejamos. Administrar 
é uma atividade que não depende de um receituário prévio. 
Não se trata de fazer uma simples listagem de tarefas ou 
atividades a serem executadas. Administrar depende de uma 
leitura prévia da realidade de cada organização, empresa 
ou empreendimento/unidade organizacional e de sua 
correta interpretação. Para tanto, você precisa desenvolver 
a capacidade de diagnóstico para saber antecipadamente 
o que deverá fazer para conhecer a situação, identi car 
o contexto, analisar os problemas existentes, mapear as 
oportunidades, veri car os pontos de apoio, forças positivas 
de sustentação e forças negativas de antagonismo e 
resistência. Veja, por exemplo, o médico com uma situação 
de foco individual. O primeiro passo para qualquer consulta 
ou tratamento é o diagnóstico. O médico faz previamente a 
anamnese do paciente que o procura, isto é, busca dados e 
informações a seu respeito, faz sondagens e solicita exames 
variados para poder ter uma avaliação ampla e profunda da 
situação do paciente. Com tais informações em mãos ele 
tem condições de de nir um diagnóstico preliminar: qual é o 
problema, mal, carência, disfunção, doença ou necessidade 
do paciente. E em função do diagnóstico feito o médico 
arquiteta uma terapêutica adequada. A terapêutica médica 
é sempre em decorrência do diagnóstico. Na sequência 
podem surgir várias alternativas possíveis. Se a terapêutica 
for correta em relação ao diagnóstico, ela pode resolver o 
problema que a ige o paciente. Nesse caso, o médico foi 
bem-sucedido e o paciente obteve êxito no tratamento. Se 
a terapêutica não for correta, o médico deve alterá-la até 
conseguir eliminar o problema. Mas também pode ocorrer 
de o diagnóstico ser falho em algum aspecto e não condizer 
com a realidade dos fatos. Nesse caso, a terapêutica não 
vai funcionar e o problema do paciente não será resolvido 
e continuará a atormentá-lo. Um novo diagnóstico deverá 
ser feito. Enquanto o médico interage com o paciente, o 
administrador interage com uma organização ou empresa 
ou parte dela. Da mesma forma, em administração deve-se 
juntar diagnósticos e ação apropriada. Na verdade trata-se 
de conhecer bem o terreno por onde você deverá caminhar 
e não se deixar envolver por atalhos aparentemente 
razoáveis e tentadores, mas perigosos. É por essa razão que 
as escolas de administração utilizam amplamente o método 
caso: apreender a essência do problema ou da situação. 
Diagnosticar situações, problemas ou necessidades é 
sempre o passo inicial do administrador antes de pensar na 
ação apropriada. Saber ouvir para poder re etir e planejar. 
Olhos e ouvidos cada vez mais atentos [...].
CHIAVENATO, Idalberto. Cartas a um jovem administrador. 2 ed. Rio de 
Janeiro: Campus, 2008.
176
31
Retomando a aula
Até aqui tudo correu muito bem, correto? 
Mesmo assim, é necessário resumir o que 
foi visto até agora para eliminarmos dúvidas 
desnecessárias. Prestem bastante atenção!
1 – Burocracia: o modelo de gestão racional
Nesta seção, vocês aprenderam que boa parte 
das condições de funcionamento da burocracia é 
pautada nas investigações de Max Weber. A partir de 
seus estudos, foi possível traçar os fundamentos da 
burocracia e definir o seu conceito.
2 – Origens da burocracia e de sua teoria na 
administração
Já nesta segunda seção, vocês aprenderam 
que o conceito de burocracia vai muito além de 
sua definição no senso comum: papelada, número 
excessivo de normas, procedimentos, tramitações, 
apego excessivo aos regulamentos. 
Numa empresa, a burocracia é um sistema 
social e racional, em que a divisão do trabalho 
é racionalmente realizada e sistematicamente 
aplicada, tendo em vista os objetivos pretendidos. 
Ela, portanto, tem sua fonte de legitimidade 
racional-legal, e não no poder patriarcal, 
patrimonial ou carismático. 
A partir de tal entendimento, fica fácil 
compreender as características, as vantagens e os 
dilemas e disfunções da burocracia. Todos eles 
vislumbrados nesta Aula.
O estudo do modelo burocrático nos permite entender melhor 
o funcionamento das organizações e as suas disfunções. Ele, 
como qualquer outro modelo de administração, tem suas 
vantagens, seus dilemas, suas disfunções, suas fraquezas 
e seus pontos fortes. Cabe ao administrador estudá-lo e 
adaptá-lo à sua realidade organizacional.
De qualquer forma, não se acomode e nem se conforme com 
este material. Aprofunde as suas leituras pesquisando outras 
fontes. E não se esqueça de ler os materiais complementares 
inseridos pelo professor na plataforma de ensino. 
Na plataforma de ensino, serão inseridos dois casos, no link 
“arquivo e atividades”, para que você possa discuti-los e, em 
seguida, participar dos fóruns para ampliar a sua visão sobre 
a importância, os dilemas e as disfunções da burocracia.
BERNARDES, Cyro. Teoria geral da 
administração: a análise integrada das organizações. 
São Paulo: Atlas, 1993.
CARAVANTES, Geraldo Ronchetti. Teoria 
geral da administração. Porto Alegre: AGE, 1998.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria 
geral da administração. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
______. Cartas a um jovem administrador. 2 ed. 
Rio de Janeiro: Campus, 2008.
FAVA, Rubens. Caminho da administração. São 
Paulo: Pioneira, 2002.
FERREIRA, Admeir Antonio, REIS, Ana 
Clara Fonseca e PEREIRA, Maria Isabel. Gestão 
empresarial: de Taylor aos nossos dias. São Paulo: 
Pioneira, 1997.
MAXIANO, Antonio César Amaru. Introdução 
à administração. São Paulo: Atlas, 2000.
MOTTA, Fernando C. Prestes e Vasconcellos, 
Isabella F. Gouveia de. Teoria geral da administração. 
São Paulo: Pioneira, 2002.
Vale a pena
Vale a pena ler
SUA PESQUISA. Dicionário. Disponível 
em: <http://www.suapesquisa.com/historia/
dicionario/burocracia.htm>.Acesso: 28 abr. 2012.
UOL EDUCAÇÃO. O significado de burocracia. 
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/
sociologia/burocracia-max-weber-e-o-significado-de-
burocracia.jhtm>. Acesso: 27 abr. 2012.
TERRA. Reduzindo a burocracia nas empresas. 
Disponível em: <http://vilamulher.terra.com.br/
reduzindo-a-burocracia-nas-empresas-5-1-37-436.
html>. Acesso: 27 abr. 2012
Vale a pena acessar
177
Teorias da Administração II
32
YOU TUBE. Teorias da Administração – 
Burocracia – Max Weber. Disponível em: < http://
www.youtube.com/watch?v=uaImkNK7hmo>. 
Acesso em: 28 de abril de 2012.
______. Max Weber. Disponível 
em: < http://www.youtube.com/
watch?v=EmpUDYHgSxI&feature=related> 
Acesso em: 28 de abril de 2012.
______. Teoria Geral da Administração 
Disponível em: < http://www.youtube.com/
watch?v=fIIxv6mrQpo&feature=related>. Acesso 
em: 29 de abril de 2012.
Vale a pena assistir
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