TEMPLATE PROJETO DE INTERVENÇÃO 28 11 CONCLUÍDO

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GRUPO SER EDUCACIONAL
“UNIVERSIDADE MAURÍCIO DE NASSAU”
DISCIPLINA: ESTÁGIO SUPERVISIONADO II - PEDAGOGIA
KARLA PEREIRA DE OLIVEIRA
O SUJEITO E O SEU LUGAR NO MUNDO
 
RECIFE /PE
2020
KARLA PEREIRA DE OLIVEIRA
O SUJEITO E O SEU LUGAR NO MUNDO
Projeto apresentado ao Curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Maurício de Nassau, como requisito para aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado II.
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RECIFE /PE
2020
1. INTRODUÇÃO 
Na educação escolar brasileira são muitas as recomendações de propostas de trabalho de materiais didáticos e paradidáticos para reforçarem os conhecimentos dos alunos promovendo o conhecimento do mundo em sua volta e ajudando na construção do seu desenvolvimento, um dos benefícios é colocar o aluno para investigar e ter suas opiniões obtendo mais envolvimento com o assunto, nesse caso a interdisciplinaridade é um ponto forte nesse sentido, pois as disciplinas se articularem para a resolução de uma problemática.
 Com a escola Professor Poeta da Rosa não foi diferente, pois ela vivencia um declínio no índice de aprendizagem de seus estudantes e com o intuito de melhorar essa defasagem é imposto aos professores o trabalho com materiais didáticos e paradidáticos de português e matemática, porém esses materiais estão fora da realidade desses alunos e por isso demanda uma carga horária maior para se trabalhar, o que ocasiona a impossibilidade de abordar as matrizes curriculares da disciplina de geografia. 
Para a resolução desse problema, foi desenvolvido um projeto intitulado como O Sujeito e o Seu Lugar no Mundo, que tem a finalidade de envolver todas as disciplinas de forma interdisciplinar e interativa, o tema desse projeto chama-se Moradia e será um trabalho específico para o 1º ano dos anos iniciais num período de um mês, onde semanalmente haverá momentos lúdicos e uma aula-passeio, tudo relacionado com os conteúdos trabalhados.
Diante desse cenário, a busca do objetivo desse projeto é possibilitar através do tema abordado, atividades diferenciadas que envolvam situações do cotidiano de sua realidade para ter mais aproximação com o conteúdo trabalhado. Dessa forma veremos que o conteúdo de uma ciência contribui para a elaboração do conhecimento de outra, propiciando um maior aprofundamento em relação ao tema trabalhado. 
2. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO PROBLEMA
O problema relatado pela inserção de materiais didáticos e paradidáticos de português e matemática e suas cargas horárias escolhidas exclusivamente pela gestão municipal juntamente com outras instituições e fundações, traz aqui o primeiro ponto negativo de uma sobreposição da importância dada sobre outras disciplinas que foram vista como menos favorecidas, tendo suas competências desvalorizadas. 
A atual problemática expressa à cultura institucional do município se mostrando uma cultura centralizadora, ou seja, não dar espaço para a gestão escolar e nem ao corpo docente que trabalha frente às habilidades e defasagens dos seus discentes. Segundo Trigueiro, Francisco (2014, p. 123) “Considera-se centralização uma concentração de poder e autoridade na chefia da organização”. 
A ausência da descentralização arrebatou dos professores a chance de opinar sobre os materiais didáticos e paradidáticos, ainda mais sabendo do atual desenvolvimento dos alunos que se mostravam com dificuldades de compreensão de texto e leitura. Trigueiro, Francisco (2014) deixa claro que a descentralização refere-se à distribuição de poder da tomada de decisão para os níveis sucessivamente mais baixos da organização. 
A indiferença do município em relação à polivalência do professor tornou escassa a falta de estimulo dos alunos à reflexão da importância das outras disciplinas como artes, que ajuda na criatividade, história que remete ao que o homem construiu com um tempo, a geografia para compreender o mundo em que vivemos e ciências por participar do nosso cotidiano remetendo a nutrição da vida.
Reame, Eliane (2017) fala que todas as disciplinas cumprem um papel fundamental na organização do currículo, pois representam formas de análise e intervenção da realidade, pois por meio de cada abordagem de conteúdos disciplinares é possível organizar o pensamento, o saber e a aprendizagem. 
Com relação à postura da escola, caso a escola seguisse as indicações do município, teria um desperdício de conteúdo, uma vez que os conteúdos das disciplinas que não foram contempladas estariam sendo abordadas de forma breve e superficial. 
Finalizando então, vale destacar que a gestão da Escola Poeta se mostrou flexível, compreensiva, comunicativa e democrática com sua equipe de professores, escutando sua equipe e propondo a ideia de continuarem trabalhando com as outras áreas de conhecimento através de um projeto de intervenção que fossem criados por eles, para que ali ninguém fosse prejudicado. Conforme Regina Vinhaes (2007, p. 39):
A gestão democrática é uma prática prevista na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação (PNE). É uma forma de exercitar a democracia participativa, podendo contribuir para a própria democratização da sociedade. 
Com essa atitude a escola demonstrou que o espaço educativo é o exercício para a democracia e a porta de entrada para absorção de ideias, além de se revelar como um percurso no sentido de que sempre se está avaliando e reorganizando o seu ambiente interno, que diz respeito aos professores e aos processos internos que estão sempre sendo remodelados. 
3. ARTICULAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA 
 A problemática vivenciada na Escola Poeta que em virtude da implantação dos materiais didáticos e paradidáticos para se trabalhar as disciplinas de português e matemática trouxeram por parte dos professores uma proposta de intervenção que fizesse com que seus alunos pudessem ter o conhecimento amplo das disciplinas a serem abordadas de forma que nenhum conhecimento fosse desprezado.
 A proposta sugerida para esse projeto foi Um Passeio Escolar em bairros vizinhos da escola seguidos de atividades lúdicas. Essa proposta se dar dessa forma, porque se acredita que o aprendizado vai além das quatro paredes escolares consolidando o conhecimento e construindo novas experiências por parte do aluno. 
 O título para trabalhar com a interdisciplinaridade abrangendo português, matemática e geografia é O Sujeito e o Seu Lugar no Mundo, através dele se consegue explanar o tema denominado Moradia e extrair os conteúdos de acordo com a BNCC para o 1º ano. Esse título irá trabalhar nos alunos as noções de si mesmo, o lugar onde eles vivem (identidade), e a relação com o outro (alteridade). Esse tipo de trabalho ajuda na formação e transformação do ser humano e nas suas relações sociais
A importância dessa temática que proporciona a percepção da diversidade cultural também estabelecerá a noção de regras de convívio, onde essa regra não se limita somente aonde o aluno mora, mas também em lugares próximos de sua convivência, como exemplo, a escola. 
O tema Moradia trabalha contextos dentro das habilidades correspondentes a BNCC, em geografia lugares e vivências identificando semelhanças e diferenças entre esses lugares (EF01GE01), materiais e técnicas utilizados (EF01GE06), e as referências espaciais (EF01GE09), onde conectarão com a matemática trabalhando com lateralidade (EF01MA11). Durante esse propósito, através textos e poemas trabalharemos a leitura e escrita (EF15LP01). 
Algumas competências verificadas dentro da BNCC que o projeto intitulado como O Sujeito e o Seu Lugar no Mundo irá trazer é o agir pessoal e coletivo com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. BNCC (2017)
A proposta ajuda a relacionar várias disciplinas de forma interativa e dinâmica, onde as crianças observam o mundo que elas mesmas interagem, nessa execução os alunos tem contato com o objeto de pesquisaque é o seu eu e onde se inserem na sociedade, esse propósito traz autonomia aos alunos, que vivenciam situações reais dos conteúdos que serão abordados, os alunos ficam empolgados e o conhecimento é maior, uma vez que aulas práticas ensinam muito mais que as próprias teorias.
 Segundo a Revista Internacional de Formação de Professores (2019, p. 82) “A aula-passeio é um momento de vivenciar, descobrir e sentir novas sensações, despertando novos interesses e curiosidades nos alunos”. Levar o aluno a sair um pouco da convivência da escola faz com que aluno e professor se conheçam, tornem-se mais ligados e compreendam a interdisciplinaridade de uma forma diferente. Para a Revista Internacional de Formação de Professores (2019, p. 84): 
Nessa perspectiva, as aulas-passeio foram capazes de nos mostrar o quanto sair “fora da sala de aula” é eficaz para a mobilização da quebra de paradigmas e na construção de novas formas de pensar e agir, na melhoria da convivência entre professor/aluno/a, homem/ natureza e na compreensão acerca da relação teoria e prática discutida em sala de aula.
 
A aula-passeio estimula esses pontos, pois os alunos visualizam tudo o que está em sua volta, pessoas, construções, paisagens, empresas... Tudo o que está dentro ou fora de sua casa explorando as referências espaciais. O trabalho lúdico nesse contexto faz os alunos aprenderem de forma mais leve e garanti a participação no propósito da intervenção com a interdisciplinaridade. Conforme a Revista Maringá ensina (2009, p. 36):
O lúdico auxilia no desenvolvimento integral da criança, nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. A brincadeira como ferramenta de ensino-aprendizagem, faz com que a criança aprenda de forma lúdica, conferindo a ela mais autonomia, capacidade de julgar e argumentar. 
O lúdico continua sendo um meio de aprendizagem eficaz, ainda mais no processo de interdisciplinaridade, que é onde se expandem bastante as ideias, claro que não é o único instrumento que temos, mas é um aliado forte que favorece muito nos temas que são trabalhados, ainda mais nos projetos de intervenção. 
4. METODOLOGIA
O presente projeto acontecerá por meio de vivências e momentos lúdicos, os alunos participarão de uma aula-passeio, onde terá o roteiro realizado por lugares próximos a escola que tenham a ver com a Moradia, ou seja, lugares aos quais remetem a convivência, identidade e características de moradias, os momentos lúdicos acontecerão uma vez por semana e o passeio na última semana do mês, portanto o projeto será feito no período de um mês. 
Nos passeios e nos momentos lúdicos trabalharemos com os componentes de geografia, português e matemática. Utilizando atividades que transmitam a visão do conteúdo de uma forma mais fácil de absorver. Enfatizaremos a parte da moradia na aula passeio bem como a disciplina de português entrará fazendo essa interdisciplinaridade, com isso deixará esse momento mais ricos no aprendizado. 
O passeio iniciará as 08h00min e terminará às 10h30min, o primeiro ponto de partida será na praça que fica em frente à escola, alguns dos momentos lúdicos acontecerão na área verde da escola justamente por ser ao ar livre e outros momentos na quadra e no pátio da escola que ajudará nas brincadeiras onde explorarão atividades que são de referências nos aprendizados de convivência, a partir das brincadeiras terão relação grupal e desenvolverá autonomia, espirito crítico, socialização, respeito mútuo, entre outros fatores relevantes.
 Através dos momentos lúdicos entrará contação de histórias, brincadeiras e observação dos espaços escolares, as atividade terão no mínimo 25 minutos e serão bem dinâmicas onde ajudará na participação, no envolvimento e absorção dos conteúdos dando oportunidade de se expressar diante de cada momento,.
Teremos apresentações, produções e vários recursos legais para utilizarmos nesse projeto. Haverá avaliações de aprendizado semanalmente que servirão para mensurar o aluno em cada atividade e roda de conversas que possibilitarão saber qual a visão que eles tiveram depois dessas experiências. 
 
5. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
O projeto intitulado como O Sujeito e o Seu Lugar No Mundo, cujo tema é Moradia, propõe solucionar a escassez de tempo para se trabalhar a matriz curricular de geografia, que estava comprometida em virtude da carga horária utilizada para os materiais didáticos e paradidáticos de português e matemática. Para isso criamos quatro momentos para ser realizado uma vez por semana inserindo português, geografia e matemática. 
Na primeira semana os componentes curriculares trabalhados será o de geografia (EF01GE09)/(EF01GE06) e matemática (EF01MA11), com o objetivo de trabalhar as referências espaciais/moradia em geografia e lateralidade em matemática. Os recursos utilizados são argila, tinta e pincel. Eles terão 40 minutos nessa atividade. Na área verde da escola, a professora pedirá que cada um crie com argila e depois pinte sua moradia, que produzam o que existe no lado direito e esquerdo dela, como também o que há na frente e atrás dessa moradia. 
Teremos uma conversa para saber como foi realizar essa produção e em seguida cada um apresentará a sua produção aos colegas 
Na Segunda semana iremos trabalhar com os componentes curriculares de geografia, português e matemática. Utilizaremos como recursos quadro branco de lousa, piloto, impressora e computador. Essa brincadeira terá 30 minutos de duração. Os alunos observarão o pátio e a área verde da escola. Nessa brincadeira dividiremos a turma em quatro grupos de 5, os alunos receberão a letra da música da Xuxa impressa (Vem que eu vou te ensinar), cada aluno do grupo terá que ler e escrever (EF15LP01) com o piloto no quadro branco de lousa do pátio, as palavras que indicam referências espaciais e lateralidade.
Logo após, cada aluno receberá 15 etiquetas que indicam referências espaciais/lateralidade para indicarem onde localizam os objetos que encontram nos dois ambientes. O grupo que conseguir usar o maior número de etiquetas nos objetos vence.
Essa brincadeira ajudará na relação de convívio, a se conhecer diante de sua relação com o outro, a se socializarem e não menos importante, se relacionarem com as três disciplinas nesse momento. Durante o momento tiraremos fotos e montaremos um mural na sala de aula, depois cada aluno irá falar um pouco da experiência que teve e a atividade que mais gostou.
Na terceira semana, trabalharemos com geografia (EF01GE06) e português na quadra da escola. Utilizaremos bonecos, papel e lápis. Faremos uma contação de história em 25 minutos com bonecos de fantoches falando sobre a diferença da identidade dos povos de diversas moradias para os nossos. Eles refletirão sobre os objetos utilizados, as roupas e o seu lugar no mundo. Para isso falaremos sobre os índios, seus costumes, seus utensílios e sua moradia. No término desse momento os alunos irão criar um poema sobre moradia e apresentar para todos (EF15LP01). 
Na quarta e última semana trabalharemos com geografia (EF01GE06) e português, o objetivo é trabalhar com identidade, moradia e relações em grupo dos componentes de geografia e a leitura da disciplina de português (EF15LP01).Precisaremos para essa vivência de um ônibus alugado, tela, pincel, tinta, caderno e lápis. Para esse momento teremos 2h:30min de duração. 
Eles terão uma aula passeio nas redondezas da escola e anotarão tudo que observarem em sua volta, depois conhecerão um museu que reúne vários quadros de moradias de um pintor famoso, eles observarão os quadros e compararão as moradias das pinturas com o lugar que eles vivem e o que encontram em sua volta, isso será feito para trazer a percepção das diversidades de moradias (tijolo, barro, madeira e papelão) e as técnicas utilizadas. (EF01GE01).
 Depois irão escolher um tipo de moradia para desenhar e pintar numa tela para fazer uma exposição na entrada da escola. 
A avaliação do projeto proposto dos momentos trabalhados será feita mediante exercícios dentro dos conteúdos trabalhados com dez quesitos, queacontecerão semanalmente, será uma forma de compreender se o aluno está ou não evoluindo. 
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6. CONCLUSÃO 
Após a realização do projeto que teve como título o sujeito e o seu lugar no mundo, foi trabalhado o tema moradia, com ele pudemos expressar os conteúdos em vários momentos diferentes, onde destacamos as vivências e os momentos lúdicos, que vieram com a intenção de transformar aqueles conteúdos que, antes considerados fora da realidade das crianças, fossem enxergados por elas de forma mais coerente e de acordo com sua realidade. 
O projeto contemplou uma melhora no desenvolvimento dos alunos com os materiais didáticos e paradidáticos, o que antes era impossível, através do contato que os alunos tiveram com lugares que circulam todos os dias mais as situações lúdicas, puderam extrair as disciplinas com mais facilidade e sem nenhum prejuízo. Logo, cada momento trouxe aos alunos habilidades e conhecimento nos conteúdos, ajudando na alfabetização, na noção de espaço, na leitura, escrita, na identidade e convivência. 
Portanto, todos os momentos adquiridos propuseram aos alunos mais vontade para fazer perguntas e buscar novas descobertas incentivando aos alunos para o novo, ultrapassando a sala de aula através de práticas pedagógicas dentro da interdisciplinaridade, onde foi atendido todos os critérios da BNCC e todas as expectativas da escola em relação aos componentes curriculares. 
 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
Andreia Maria de Sousa. A Aula-Passeio Como Experiência Vivida: Freinet No Ensino Superior. Dossiê: Freinet no ensino superior e na formação de professores. Itapetininga, v. 4, n. 4, p. 79-91, outubro, 2019
Revista Maringá Ensina nº 10 – fevereiro/abril 2009. Aimportância da formação lúdica para professores de educação infantil. Rúbia Renata das Neves Gonzaga. (p. 36-39)
Branco, Anselmo Lázaro. Ligamundo: Geografia, 1º ano: Ensino Fundamental, anos iniciais. São Paulo: Saraiva, 2017. 
Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.Brasilia: Mec/Seb, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
Vinhaes, Regina. Gestão Democrática Nos Sistemas e Na Escola. Brasília: UNB, 2007
Trigueiro, Francisco Mirialdo Chaves. Teoria Geral da Administração. Santa Catarina: UAB, 2014.