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Cuidados de enfermagem ao paciente hemato-oncológico e hemoderivados

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Hematopoiese = Trata-se do processo de formação e amadurecimento das células do sangue e ocorre na medula óssea. Nesse processo, uma célula-tronco pluripotente será responsável pela formação de células progenitoras, as quais, após divisão e diferenciação, formarão eritrócitos (hemácias), granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), monócitos, linfócitos T e B e plaquetas.
Sistema Linfático = É formado por linfonodos, vasos linfáticos, órgãos linfoides e tecidos linfáticos. Suas funções principais são a drenagem de líquidos acumulados nos tecidos e a atuação direta no combate às infecções e outras doenças.
Linfomas
Linfoma é o nome de um conjunto de cânceres que atacam o sistema responsável por ajudar a combater infecções. O linfoma ocorre quando uma célula normal do sistema linfático sofre mutações, passam a se multiplicar sem parar e se disseminar pelo organismo.
Os diversos tipos de linfomas têm comportamento e grau de agressividade diversos. Eles podem ser divididos em 2 grandes grupos: 
linfoma de Hodgkin -> ocorrem em um tipo de célula linfoide conhecido como célula de Reed-Sternberge e acometem mais pessoas entre 15 e 35 e acima dos 55 anos
linfoma não Hodgkin -> são mais comuns em pessoas acima de 50 anos e homens e podem surgir em outras células do sistema linfático. Correspondem a 85-90%. Os principais fatores de risco para LNH são exposição a altas radiações, infecção por H. pylori e infecções por vírus como EBV e HIV.
Fatores de risco -> Infecções crônicas (HIV e HTLV), imunossupressão, exposição à radiação e histórico familiar
Sintomas -> ebre, astenia (fraqueza), sudorese (suor) noturna, prurido (coceira), emagrecimento acentuado, além da adenopatia difusa (aumento de gânglios nas regiões cervical, axilas e virilhas)
Tratamento -> quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea e imunoterapia
Leucemias
Enquanto os linfomas são a proliferação desordenada de linfócitos e precursores linfoides no tecido linfático, as leucemias correspondem à infiltração da medula óssea e, em casos mais avançados, do sangue periférico com células imaturas e anormais. São definidas como neoplasias malignas provenientes de um clone anormal das células precursoras hematopoiéticas, devido às anormalidades genéticas e moleculares
· Leucemia Linfoide Aguda (LLA)
· Leucemia Linfoide Crônica (LLC)
· Leucemia Mieloide Aguda (LMA)
· Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
Causas:
· Produção de borracha. 
· Exposição a agrotóxicos, solventes, diesel e formaldeído, além daqueles que estão relacionados a tipos mais específicos de leucemias, como o tabagismo e síndrome de Down (LMA). 
· Exposição à radiação ionizante na realização de procedimentos médicos, como radioterapia (LMA, LMC, LLA).
· História familiar (LMA e LLC).
Sintomas -> fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça (anemia), imunossupressão decorrente da redução no número de leucócitos, sangramentos, equimoses e petéquias na pele (plaquetopenia), dores articulares e ósseas, febre sem causa aparente, sudorese noturna, perda de peso inexplicável, inapetência e desconforto abdominal associado à hepatoesplenomegalia.
Diagnóstico -> mielograma e biópsia da medula óssea
Tratamento -> quimioterapia e transplante de medula óssea
Hemoterapia
Etapas do ciclo do sangue:
· Captação – Espontânea ou voluntária; de reposição; por convocação e autóloga
· Triagem – Avaliação de aptidão do indivíduo para doação e aferição de sinais vitais e peso, avaliação do hematócrito e da hemoglobina
· Coleta - Amostras de sangue devem ser colhidas em uma bolsa satélite e encaminhadas para serem submetidas a testes imuno-hematológicos e sorológicos.
· Testes - PAI (pesquisa de anticorpos irregulares), tipagem ABO e tipagem Rh (testes imuno-hematológicos) e testes sorológicos (HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, doença de Chagas e HTLV I e II), a fim de pesquisar anticorpos presentes no soro do doador.
· Processamento - registro eletrônico, pesagem, centrifugação, fracionamento/extração e controle de qualidade. É na etapa do fracionamento que a bolsa de sangue total será dividida nos hemocomponentes.
· Transfusão – Programada; não urgente; urgente e de extrema urgência
Inaptidão definitiva -> impossibilita a pessoa de doar sangue de forma permanente, como é o caso de pessoas com diabetes, câncer e pessoas que tiveram reação grave durante doação anterior.
Inaptidão temporária -> refere-se a situações que contraindicam a doação naquela ocasião; após algum tempo, a doação é permitida. Os casos são avaliados individualmente.
Sintomas das reações transfusionais agudas -> febre, tremores, calafrios, cianose labial, dor torácica e lombar, angústia respiratória, dispneia, edema pulmonar, hipertensão e reações alérgicas, desde prurido e urticária até choque anafilático.
Concentrado de Hemácias -> quando a Hb é inferior a 7g/dl, os pacientes podem se beneficiar da transfusão de CH; nos casos de Hb entre 7 e 10g/dL, a indicação de transfusão depende da avaliação do estado clínico do paciente
Concentrado de Plaquetas -> sua indicação está relacionada às plaquetopenias decorrentes de falência medular, como ocorre nas doenças hematológicas e durante os tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
Oncogênese
O câncer surge em decorrência de alterações genéticas, as quais podem ser adquiridas (interação do gene com o ambiente) ou herdadas e adquiridas. Esse processo de formação do câncer é denominado oncogênese ou carcinogênese. A fisiopatologia do câncer relaciona-se com a perda do controle da divisão celular e a capacidade de invadir outras estruturas orgânicas (metástase). Essa capacidade de invadir e se disseminar para outras partes do corpo é definida como metástase e se configura como uma das principais características das neoplasias malignas. As principais vias de disseminação da metástase são a rede linfática e os vasos sanguíneos.
Os agentes envolvidos na oncogênese são conhecidos como agentes carcinógenos e podem ser de três naturezas:
· Química - Benzeno, etanol, hidrocarbonetos aromáticos cíclicos.
· Física - Radiação ionizante e eletromagnética.
· Biológica - Vírus HIV, HTLV, EPV, HPV, HCV.
Estados da Oncogênese:
· Iniciação – estágio no qual o contato das células com o agente carcinógeno ocasionará alteração em seu material genético, no entanto, o tumor ainda não é identificado clinicamente.
· Promoção – Nesse estágio, as células “iniciadas” vão lentamente se transformando em células cancerígenas, devido à exposição longa e recorrente ao agente carcinógeno (oncopromotor).
· Progressão - multiplicação desordenada das células malignas, levando à manifestação dos sinais e sintomas do câncer, portanto, nesse momento, a doença já está instalada.
Fatores de Risco modificáveis -> Tabagismo, exposição à radiação solar, poluição, sedentarismo, obesidade, exposições ocupacionais (ambientes de trabalho que contém arsênio, benzeno, agrotóxico, pó de madeira etc.), alcoolismo, infecção por alguns vírus e bactérias, como HPV, HCV e H. pylori, exposição à radiação (radiações ultravioleta e ionizante).
Fatores de Risco não modificáveis -> Idade, gênero, etnia ou raça e herança genética ou hereditariedade
Prevenção -> A prevenção primária são as mudanças no estilo de vida enquanto a secundária é a identificação e o tratamento de doenças pré-malignas e identificação precoce de cânceres.
Quimioterapia
São medicamentos que agem diretamente nas células e atuam nas diversas fases do ciclo celular e em funções bioquímicas celulares vitais, conferindo-lhes propriedades mutagênica, teratogênica e carcinogênica. Ao agirem de forma indistinta nas várias fases do ciclo celular, os quimioterápicos interferem no funcionamento não somente das células tumorais, mas também dos tecidos normais de proliferação rápida, como mucosas, pele e fâneros e sistema hematopoiético (células do sangue). Desse modo, possuem efeito citotóxico. A quimioterapia pode ser classificada em:
· Neoadjuvante/Citorredutora – objetivo de reduzir o tamanho do tumor para realizar cirurgia mais conservadora, posteriormente.
· Adjuvante/Profilática– realizada após tratamento cirúrgico para reduzir ou erradicar chance de micrometástases.
· Controle da doença – indicada para tumores avançados ou recidivados, quando a cura já não é possível, mas busca-se aumentar a sobrevida.
· Paliativa - realizada quando todos os tipos de tratamento com fins curativos não obtiverem sucesso; seu objetivo é reduzir ou evitar o crescimento tumoral e manter o paciente sem ou com poucos sintomas, mantendo sua qualidade de vida
Os protocolos são organizados em ciclos e dias de infusão, de acordo com o objetivo do tratamento e considerando a mielossupressão e recuperação medular. Importante saber que os protocolos preconizam as doses dos quimioterápicos, que são ajustadas de acordo com a superfície corpórea do indivíduo (existem fórmulas específicas para o cálculo dessa superfície), o que torna a prescrição de quimioterapia individualizada.
· Toxicidade hematológica – Leucopenia (aumento do risco de infecções), plaquetopenia (risco aumentado para sangramentos e hemorragias) e anemia
· Toxicidade gastrointestinal – Náuseas e vômitos, mucosite (feridas e lesões na boca e garganta), anorexia, diarreia e constipação
· Toxicidade dermatológica/Cutânea – Extravasamento do quimioterápico, queimação, urticária, flebite venosa, hiperpigmentação do trajeto venoso
Radioterapia
Assim como a quimioterapia, o tratamento radioterápico também tem suas finalidades, ele pode ser curativo; pré-operatório; pós-operatório ou pós-quimioterapia; antiálgica; anti-hemorrágica e paliativa. Existem dois métodos principais de aplicação da radioterapia:
· Teleterapia – corresponde à terapia com feixe externo, ficando a fonte emissora distante do paciente. Os principais aparelhos usados para esse método são o Cobalto 60 (entrando em desuso) e os aceleradores nucleares.
· Braquiterapia - terapia de curta distância, na qual a fonte com a radiação é colocada bem próxima ou no interior do órgão a ser irradiado. É muito utilizada no tratamento dos cânceres de colo do útero, por exemplo.
Efeitos colaterais:
· Gerais – são aqueles que independem da área de tratamento. Esses efeitos são agudos, ou seja, aparecem durante a radioterapia ou até três meses após o término. Os principais são: fadiga e inapetência.
· Específicos – variam de acordo com a dose total, a dose de fracionamento das aplicações e com as características individuais dos pacientes. Entre os principais, observamos as reações de pele, mucosite, náusea e vômito, e alopecia.
Cabe destacar a reação de pele como um importante efeito colateral da radioterapia. A radiodermatite (ou radiodermite) corresponde às lesões cutâneas provocadas pela exposição excessiva à radiação ionizante, que causa desidratação da pele, ulceração ou complicações secundárias, como infecção local. Pode ser categorizada em aguda ou crônica e as áreas afetadas mais comuns são cabeça e pescoço, mama, períneo/perianal.
Notas introdutórias sobre os cuidados paliativos
Conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos são entendidos como uma abordagem que busca promover qualidade de vida a pacientes adultos e crianças, bem como a seus familiares, quando esses pacientes se encontram diante de doenças ameaçadoras da vida. Entre outras abordagens, a oferta dos cuidados paliativos previne e alivia o sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação correta e do tratamento da dor e de outros problemas, sejam físico, psicossocial ou espiritual. Momentos em que se deve pensar no encaminhamento a essa modalidade de cuidados:
· Diante do diagnóstico;
· Descoberta da doença em uma fase na qual a cura já não é garantida;
· Nos casos em que mesmo após serem realizados todos os tratamentos curativos e de manutenção da vida, a doença ainda avança.
A prática dos cuidados paliativos exige uma equipe interdisciplinar, formada por profissionais de distintas categorias, como enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, médicos, psicólogos e nutricionistas, entre outros, os quais, de forma integrada e transversal, visam oferecer aos pacientes e a seus familiares um cuidado global que envolve aspectos físicos, sociais, espirituais e emocionais.

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