Prévia do material em texto
Métodos Quantitativos Temos sempre questões de investigação que nos direcionam para as nossas descobertas. Para conseguirmos encontrar algo que não sabemos onde esta temos de partir do geral para o particular, ou seja, ir testando as diferentes questões. A investigação surge de problemas/questões da prática. Paradigma de investigação: Existe um conjunto de valores, teorias e conhecimentos que estão aceites pela comunidade científica em determinado momento- Paradigma. Dilemas do conhecimento: O que a experiência nos diz vs o que a razão refere. Paradigmas na psicologia: Quantitativo (linha positivista) vs qualitativo (linha interpretativa) Paradigma quantitativo: Procura adaptar o modelo das ciências naturais- baseado na observação(…) ETAPAS DE INVESTIGAÇÃO Começa-se sempre pela fundamentação teórica, de seguida a formulação das hipóteses, desenho da investigação, os processos/ tipos de amostragem/medidas/procedimentos que tem de estar bem detalhados e descritos e por fim observar os resultados O que procuramos na investigação são as relações entre as variáveis, (…) Temos de ser neutros nas nossas investigações, ter um papel objetivo x subjetivo O QUE É O MÉTODO CIENTÍFICO? O método científico consiste num sistema de regras e de processos na qual se baseia a investigação. A ciência suporta-a, e suporta-se na investigação. É esta que permite afirmar aquela. O objetivo do método científico é fazer afirmações sem erro. O que é afirmado é “verdade” dentro das regras que a ciência estipula, deixando de parte os aspetos irrelevantes. Sendo a investigação um processo delicado e complexo inclui várias fases e só é investigação se o relatório final for tão detalhado que permita a outro investigador, ou outra equipa de investigação, seguir, exatamente, os mesmos passos e chegar, ou não, aos mesmos resultados (Replicação). Trata-se, pois, de um exercício técnico detalhado e com regras precisas. Raciocínio dedutivo e indutivo O desenvolvimento do raciocínio dedutivo ou indutivo constituem uma parte importante do conhecimento e do pensamento científico. RACIOCÍNIO DEDUTIVO: Parte sempre da teoria e a partir da teoria formula hipóteses com base em ideias gerais, gerando dados e verificando, de seguida, as hipóteses. Métodos Quantitativos RACIOCÍNIO INDUTIVO: Partimos da observação para as questões mais teóricas/a teoria. Os dados são analisados de modo a clarificar a associação das variáveis em estudo, para, por fim, se produzirem enunciados gerais que depois constituir hipótese para outras investigações realizadas com outras condições. Métodos Qualitativos NOÇÃO DE CIÊNCIA, DE MÉTODO E DE PROCEDIMENTO METODOLÓGICO O QUE SÃO OS MÉTODOS DE PESQUISA? → A pesquisa é uma tentativa de compreender o mundo em geral. → A pesquisa psicológica, mais especificamente, é uma tentativa de compreender as experiências humanas de si e do mundo. o Desenvolvimento sistemático e teste de teoria sobre o comportamento humano e processos mentais. o Investigação sistemática dos sentimentos, comportamentos e pensamentos humanos. TEORIAS- ex. Baixa autoestima é uma predisposição para a depressão. HIPÓTESES- A explicação mais plausível para o problema ou uma possível solução para o problema na prática. A hipótese, se for clara e pertinente, decide o plano de investigação que se segue. A hipótese é uma afirmação que relaciona variáveis. Ex. Pessoas com baixa autoestima têm resultados mais elevados nas escalas de depressão. PESQUISA E OBSERVAÇÕES- Compreender se uma investigação baixa num questionário prevê uma pontuação alta noutro. Ex. Aplicar testes de autoestima e depressão. DESENHO DO PRÓPRIO ESTUDO: Que tópicos gostaria de pesquisar? Crie uma pergunta de pesquisa. - Exemplo: “Qual o efeito da meditação no stress?” Que tipo de pesquisa envolveria? Descreva o estudo. PENSAMENTO CRÍTICO- Não aceitar cegamente argumentos e conclusões. Examinar suposições; Diferenciar valores ocultos; Avaliar evidências. MÉTODOS QUANTITATIVOS A teoria fundamenta a investigação (pode ser o comprovar dessa teoria) Discurso da ciência vs tradição/senso comum OBJETIVO: Procura realizar medições e análises precisas dos conceitos-chave/ variáveis. Os dados são resumidos usando estatísticas descritivas, como contagens de frequências, médias e desvios-padrões. Exemplo: São utilizados para tal pesquisas, questionários, etc. OPERACIONALIZAÇÃO: Refere-se à forma como um construto psicológico complexo é realmente medido. - Por exemplo, o conceito de inteligência foi operacionalizado através de uma variedade de testes de QI. INVESTIGADOR: - Procura realizar medições e análises objetivas dos conceitos-chave/ variáveis. - Deve manter um Papel Neutro. Como garantir a “neutralidade” na investigação? Pontos-chave para reflexão: → Objetivo x subjetivo → Investigador e investigado → Validade do conhecimento depende da medida – diferentes investigadores devem chegar ao mesmo resultado → Necessidade do investigador manter uma posição crítica sobre os dados - múltiplas fontes de dados sobre um mesmo conceito- chave/ fenómeno garante uma visão crítica. SÍNTESE: Análise Extensiva/ Quantitativa Número alargado de casos/ populações amplas Recolha de informação sobre um conjunto limitado e previamente definido de dimensões de análise. Utilização de instrumentos padronizados de recolha de informação (ex. inquérito por questionário) Recurso a técnicas de amostragem Análise quantitativa dos dados Análise de relações entre variáveis ETAPAS NO PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Teoria: → Questões de Pesquisa; → Hipóteses . Método: → Amostragem → Instrumentos → Questões éticas. Dados: → Recolha → Correção → Análise dos dados. Discussão: → Conclusões . USO DA TEORIA, À FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS E HIPÓTESES QUANTITATIVAS REVISÃO DE LITERATURA: Classificação e avaliação daquilo que existe escrito e publicado sobre o tópico em estudo, organizado de acordo com os conceitos e aspetos relacionados com o assunto, ou problema que se pretende investigar. - Necessidade de reconhecer qual é a informação relevante. - Sintetizar e avaliar a informação de acordo com o assunto ou conceito(s) de base. - Conhecer a literatura existente - os autores de referência para a temática, os estudos mais recentes, etc. - Avaliar a informação contida na literatura. O QUE SE DEVE TER EM CONSIDERAÇÃO? PROCURA DE INFORMAÇÃO - capacidade de identificar artigos ou livros relevantes para a investigação a realizar, através de pesquisa manual e/ou online (em bases de dados de referência). AVALIAÇÃO CRÍTICA – capacidade de análise para identificar estudos válidos e sem enviesamentos É mais do que uma lista de artigos ou referências, a informação deve estar organizada em secções e temas. A revisão de literatura não é apenas um sumário da informação, mas uma síntese da informação recolhida conceptualmente organizada! Devemos: → Escolher um enquadramento teórico ou modelo. → Tomar consciência das diferentes perspetivas existentes sobre o tema e qual a sua influência na forma como a investigação tem sido conduzida ou publicada. → Organizar a informação e relacioná-la com a investigação ou a questão de investigação que se pretende desenvolver. → Sintetizar os resultados, no que se refere àquilo que se conhece e o que não se conhece. → Identificar resultados controversos. → Desenvolver questões para futuras investigações. OUTLINE DAS FASES QUE LEVAM Á DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO ESTUDO. Questão de investigação provisória Identificação dos conceitos Revisão de literatura Reformulação da Questão de Investigação Definição dos conceitos e indicadores Outline/Contornos do estudo Definição dos objetivos do estudo Ideia provisória Questão de investigação/hipótese GÉNESE DE IDEIAS DE INVESTIGAÇÃO Desafio ao uso DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Área de estudo Seleção do tópico de estudo - Interesse pessoal e científico do tema - Evitar temas demasiado ambiciosos: o 2 tipos de testes Testar teoria do bom-senso Baseadas em investigações anteriores o Base de conveniência e pragmatismo A investigação deve contribuir: Exploração do tópico de estudo Contribuição original FORMULAÇÃO DAS QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO/ HIPÓTESES → Definir exatamente o que se quer investigar → Avaliar se a investigação se pode concretizar: considerar os aspetos éticos e práticos das questões a investigar → Ser específico → Assegurar que os dados que irão ser formulados são adequados para as questões formuladas e aos objetivos do estudo, e não o contrário. Estratégias para a formulação de questões de investigação Escrever as ideias principais: Especificidade relativa a: Condições e situações em que o estudo vai decorrer Tipos de participantes Definir os conceitos que vão ser incluídos nas questões de investigação Definição operacional: tipo de atividade ou operações necessárias para medir o conceito. MENSURAÇÃO DO MUNDO A PARTIR DE VARIÁVEIS VARIÁVEL DEPENDENTE VS VARIÁVEL INDEPENDENTE Variável dependente (VD) Variável Independente (VI) O fator pode mudar em resposta a manipulações da variável dependente O fator é manipulável Em psicologia, geralmente é um comportamento ou um processo mental. Variável cujo efeito é estudado Resultado da influência da(s) variáveis independentes Aquelas que (provavelmente) causam, influenciam ou afetam o resultado A VD vai ser medida em relação ao efeito da variável independente. Alterações na VD não afetam a VI VD e VI devem ser definidas cuidadosamente e de acordo com os objetivos do estudo e o tipo de análise. Resultado dependente do efeito ou ação da VI Exemplo: O consumo de álcool aumenta a probabilidade de acidentes, mas a probabilidade de um acidente não aumenta o consumo de álcool, logo, VI- consumo de álcool; VD- acidentes de viação. VARIÁVEL MEDIADORA E MODERADORA Variável Mediadora: Avalia o impacto que a variável independente ou preditora (X) tem na dependente (y) que diminui ou aumenta com o efeito, ocorrendo devido a uma variável mediadora. Para existir uma relação entre a variável X e Y é necessária existir a variável mediadora. Variável moderadora: Muda o impacto que a variável independente tem na dependente, ou seja, modera. TIPOS DE VARIÁVEIS NOMINAL / CATEGÓRICA estritamente qualitativo nível mais simples (ex. homem/mulher; sim/não; 0/1, etc.) O álcool está relacionado com o aumento de acidentes de viação Álcool e acidentes de viação- são duas variáveis e estão relacionadas entre si Maior consumo de álcool- maio risco Menor consumo- menor risco Requisitos essenciais: → exclusividade mútua: cada sujeito apenas pode pertencer a uma categoria. → exaustividade: o conjunto de opções de resposta deve ter categorias suficientes para todas as observações. ORDINAL ordem, posição, rank ordering, os valores são ordenados em termos da posição relativa dos valores do grupo. não significa que a diferença entre categorias ou valores seja a mesma. INTERVALAR assume intervalos numericamente iguais entre os valores da escala - intervalos constantes escala meramente quantitativa zero da escala não é o zero absoluto RATIO / RAZÃO escala numérica com zero absoluto intervalos numericamente iguais. Notas: ✓ em psicologia os níveis intervalar e ratio são tratados da mesma forma ✓ é comum em psicologia, as escalas ordinais (ex. escala de 5 pontos variando de (1) mau a (5) bom) serem tratadas como se fossem intervalares. AMOSTRA E TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM Uma amostra é um subgrupo/subconjunto (fração, parcela, parte) de indivíduos que selecionamos com o objetivo de representar a população do nosso estudo. Os investigadores procuram descrever a população mais vasta de onde a amostra foi extraída. A seleção cuidadosa da amostra permite aos investigadores generalizar os resultados dessa amostra à população. Assim, as características dos participantes da amostra devem ser semelhantes às da população. Ex: Qual é a amostra que representa uma população com 30% caloiros, 30% de alunos do 2º ano, 20% de alunos do 3º ano e 20% de alunos do 4º ano? Uma amostra é enviesada quando as suas características diferem sistematicamente das características da população alvo. Uma amostra pode sub-representar um segmento da população. Ou sobre representar um segmento da população. Ex: A maior parte das amostras na investigação em psicologia sobre-representam os estudantes universitários e sub-representam as pessoas que não frequentam as universidades. A maior parte da investigação sub-representa indivíduos de diversas culturas. DUAS CAUSAS DE ENVIESAMENTO DAS AMOSTRAS: VIESES DE SELEÇÃO: ocorrem quando os procedimentos do investigador relativamente à seleção da amostra, resultam na sub ou sobre-representação de um ou mais segmentos da população. - Exemplo: O investigador coloca anúncios sobre um trabalho de investigação num Departamento de Psicologia. Estudantes de Psicologia ficarão provavelmente sobre- representados devido ao processo de seleção. VIESES DE RESPOSTA: ocorrem quando os indivíduos selecionados para a amostra inicial não completam e devolvem o inquérito. - Exemplo: As pessoas que recebem o inquérito não estão interessadas, preocupam-se com a privacidade, têm problemas de visão, não têm tempo, etc. A amostra final representará apenas a população de pessoas interessadas, não preocupadas, com boa visão, tempo, etc. TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM A amostragem refere-se aos procedimentos utilizados para obter uma amostra. AMOSTRAGEM NÃO-PROBABILÍSTICA Na amostra não-probabilística no se garante que cada membro da população tenha a mesma probabilidade de ser incluído na amostra. “AMOSTRAGEM DE CONVENIÊNCIA”: ocorre quando o investigador seleciona indivíduos acessíveis e dispostos a responder ao inquérito. Muitos trabalhos de investigação em psicologia utilizam amostras de conveniência (mas isso pode ser considerado razoável). Ex: Inquéritos de revistas, Internet. AMOSTRAS ACIDENTAIS: são amostras simples constituídas por indivíduos que acidentalmente participaram no estudo. AMOSTRAS HOMOGÉNEAS: constituídas por um leque relativamente estreito ou uniforme da variável em estudo. Podem ser de dois tipos: a) AMOSTRA DE CASOS EXTREMOS: é uma amostra homogénea em que só participam indivíduos que possuam características extremas de uma variável, como por exemplo estudar a procura de excitação em indivíduos que subiram ao Monte Everest, ou em indivíduos que mergulham em apneia mais de 100 metros; b) AMOSTRAS DE CASOS RAROS: é uma amostra homogénea em que os indivíduos selecionados são pouco frequentes, como seria o caso de selecionar indivíduos que receberam transplante de um órgão. AMOSTRAS INTENCIONAIS HETEROGÉNEAS: constituídas por um leque de características da variável. Podem ser de dois tipos: a) AMOSTRAS REPRESENTATIVAS: são amostras intencionais heterogéneas em que um conjunto de elementos da variável são intencionalmente escolhidos para garantirem a amplitude da representação da variável. Em oposição ao exemplo dado acima acerca da busca de excitação, uma amostra deste tipo juntaria grupos de esquiadores, estudantes antes dos exames, praticantes de yoga, etc.; b) AMOSTRA POR QUOTAS: são amostras intencionais heterogéneas em que a variável representadaseria proporcional ao universo de trabalho. Por exemplo se se pretende estudar uma variável de estudantes do sexo masculino da cidade de Lisboa, se sabe que 10% dos estudantes são afro-portugueses, então a amostra teria 10% de afro-portugueses. AMOSTRAS DE INFORMANTES ESTRATÉGICOS: é uma variante das amostras estruturais e homogéneas. Para melhor estudar certos aspetos da organização social, comunitária e da sociedade em geral; assumindo que o conhecimento não está igualmente distribuído, por vezes o investigador pretende localizar pessoas que detenham informação pertinente acerca do sistema social ou de um dos seus componentes. Para tal procuram-se pessoas que ocupem posições de liderança na organização social. Este tipo de amostra pode subdividir-se em dois sub tipos: a) AMOSTRA DE BOLA DE NEVE: é um tipo de amostra em que o investigador constrói a amostra de população especial perguntando a um conjunto de informadores iniciais que forneça nomes de outros potenciais membros. É o caso, por exemplo, de uma amostra de mulheres que recorreram ao aborto. Como o aborto é ilegal e não há listas de pessoas que recorreram ao aborto, uma maneira de investigar esta população é perguntando a um grupo inicial se conhecem outras pessoas que recorreram ao aborto, repetindo a pergunta a este grupo, e assim sucessivamente; b) AMOSTRA ESCOLHIDA POR ESPECIALISTAS: é um tipo de amostra em que se pede a um especialista que Existem 2 tipos principais de amostragem Amostragem Não-probablística Amostragem Probabilística escolha os indivíduos típicos representativos das características em estudo. AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA Na amostragem probabilística todos os membros de uma população têm a mesma probabilidade de serem selecionados para o inquérito (isto designa-se por “amostra aleatória simples”). É necessário ter uma lista dos membros da população; Ou marcar números de telefone aleatoriamente – mas nem todos os membros da população podem ser incluídos. AMOSTRA ALEATÓRIA ESTRATIFICADA: A população é dividida em subpopulações designadas “extratos”. Amostras aleatória são então extraídas dos estratos. A amostragem estratificada aleatória aumenta a probabilidade da amostra representar a população. Ex. estratos de uma população universitária incluem potencialmente alunos de todos os anos dos diferentes ciclos (1º, 2º e 3º), corpo docente, funcionários e administração. Para garantir essa representação proporcional utilizamos a amostragem aleatória estratificada que consiste em: 1) começar por identificar esses subgrupos significativos (estratos), 2) calcular o peso relativo (%) de cada um dos estratos na população 3) utilizar, em cada um dos estratos, um procedimento de amostragem aleatória simples para escolher (na mesma proporção em que estão representados na população) os sujeitos de cada estrato que irão integrar a amostra. Os estratos devem ser definidos em função da sua relação com o objetivo do estudo e devem ser mutuamente exclusivos (cada elemento da população apenas deve estar incluído num estrato) e exaustivos (nenhum elemento da população pode ficar fora de um estrato). AMOSTRA ALEATÓRIA POR CLUSTERS: Na amostragem por grupos ou clusters aquilo que é objeto de seleção aleatória são os grupos naturais previamente existentes (por exemplo: escolas, turmas, hospitais, cidades, freguesias, etc.), entrevistando-se posteriormente todos os elementos pertencentes aos grupos (clusters) selecionados. Este tipo de amostragem é utilizado quando a variabilidade existente se verifica essencialmente entre os elementos dentro de um grupo (cluster) e quando existe pouca variabilidade entre os grupos (clusters) existentes. Cada cluster deve ser uma representação em pequena escala da população que se quer estudar. Ex. se se pretender estudar o comportamento dos doentes hospitalizados e se houver estudos anteriores que permitam concluir que o comportamento desses doentes é essencialmente o mesmo em todos os hospitais (clusters), então poderá fazer sentido escolher aleatoriamente só alguns hospitais (clusters) e estudar todos os doentes que estão nos hospitais selecionados, em vez de selecionar aleatoriamente uma amostra de doentes de todos os hospitais. O objetivo principal da amostragem de clusters é reduzir os custos, aumentando a eficiência da amostragem . Síntese: DESENHOS DE INVESTIGAÇÃO: Desenho de investigação refere-se à estrutura geral ou plano de investigação de um estudo como seja se o estudo é experimental ou descritivo, e qual o tipo de população. - Definido o desenho torna-se necessário especificar o método do estudo e de recolha de dados. - Por método de investigação entende-se as técnicas e práticas utilizadas para recolher, processar e analisar os dados, com seja, por exemplo, investigação ou sondagem (Bowling, 1998). Curiosidades: Diferentes autores recorrem a termos diferentes para caracterizar estes aspetos. Aday (1989) propõe que se considerem os seguintes desenhos de investigação: Experimental ou observacional. PRINCIPAIS DESENHOS DE INVESTIGAÇÃO Existem 3 tipos principais de delineamento/desenhos: DESENHOS DESCRITIVOS E EXPLORATÓRIOS Descreve padrões de comportamento e ligações entre variáveis, mas não implica causalidade. Descreve um conjunto de factos. Por exemplo: medir a % de novos alunos da Lusíada desde 2000. DESENHOS OBSERVACIONAIS Observar e registar o comportamento em situações naturais sem tentar manipular e controlar a situação. Em campo obtém-se dados bastante ricos, no entanto: É um processo demorado; É difícil de generalizar os dados e resultados obtidos. Num estudo que adote um desenho observacional o investigador não intervém. Antes, desenvolve procedimentos para descrever os acontecimentos que ocorrem, naturalmente, sem a sua intervenção, e quais os efeitos nos sujeitos em estudo. Podem ser descritivos ou analíticos. → DESCRITIVOS: os estudos observacionais- descritivos, basicamente, fornecem informação acerca da população em estudo e podem ser: transversais; de comparação entre grupos; ou longitudinais. → ANALÍTICOS: Os estudos observacionais analíticos permitem responder à questão de porque é que os sujeitos têm aquelas características. Estes estudos podem ser: transversais; controlo de caso; e prospetivos. DESENHOS EXPERIMENTAIS Num estudo que adote um desenho experimental, o investigador atua sobre a variável independente para identificar se esse tipo de intervenção produz alterações na variável dependente. Definem-se dois grupos, em que os sujeitos de investigação são distribuídos de modo aleatório por cada grupo, intervém-se sobre um, e não sobre o outro, e depois comparam-se as modificações que se verificaram após a intervenção. Num estudo deste tipo conclui-se por uma relação de causalidade, ou seja, as mudanças ocorridas na variável dependente são por causa das mudanças que o investigador introduziu na variável independente. O experimentador manipula as variáveis independentes e mede os resultados das variáveis dependentes. Desenhos descritivos e exploratórios Desenhos observacionais Desenhos experimentais TAREFA ALEATÓRIA: o Grupo de Controlo = tratar igual ao Grupo Experimental, expeto para a manipulação da variável independente. o Grupo Experimental = tratar igual ao Grupo de Controlo, expeto para a manipulação da variável independente. Conclui-se que as diferenças obtidas nos resultados advêm da manipulação da variável independente. CONDIÇÃO EXPERIMENTAL: Condição de um experimento que expõe os participantes ao tratamento, ou seja, a uma versão manipulada da variável independente. CONDIÇÃO DE CONTROLO: Condição de um experimento que contrasta com o tratamentoexperimental. Serve como comparação para avaliar o efeito do tratamento. Tendo em conta o grau de controlo das variáveis, podem-se considerar as investigações experimentais em: verdadeiramente experimentais (true experiments); quase experimentais; e experimental – naturais. ESTUDOS VERDADEIRAMENTE EXPERIMENTAIS: Os estudos verdadeiramente experimentais são aqueles em que o investigador tem o máximo controlo. O local onde é mais provável realizar investigação deste tipo é em laboratório. Ora, dado que, ou por razões éticas, ou porque não é possível distribuir os participantes pelos grupos de maneira aleatória, ou por outras razões, os estudos verdadeiramente experimentais são reduzidos; ESTUDOS QUASE EXPERIMENTAIS: Os estudos quase experimentais, são uma variação dos estudos verdadeiramente experimentais em que o controlo é menor. A variável independente é controlada, assim como muitos outros aspetos da investigação, mas os participantes não são distribuídos de modo aleatório pelos grupos. ESTUDOS EXPERIMENTAIS – NATURAIS: Este tipo de investigações recorre a desenhos que alguns autores designam de Ex pos facto designs (Brannon & Feist, 1992), dado que a variável independente não é manipulada mas, ao invés disso, ela é selecionada pelo investigador após o facto (a mudança nessa variável) ter ocorrido: o investigador controla-a mas não é responsável por essa manipulação. Por exemplo, uma investigação sobre o impacto do transplante renal na sua qualidade de vida das pessoas, num desenho em que há um grupo de comparação constituído por transplantados, o investigador não pratica o transplante. Limita-se a selecionar as pessoas que foram transplantadas. O controlo do investigador sobre a variável independente é reduzido, mas é a única forma de realizar estudos com variáveis independentes deste tipo. Uma das maiores limitações reside no grupo de comparação que não é, de facto, um grupo equivalente (num estudo experimental um grupo inicial deve ser aleatoriamente dividido em subgrupos e, à partida todos os participantes iniciais têm igual probabilidade de pertencer a qualquer dos subgrupos). Assim, as diferenças encontradas não podem, em segurança, ser atribuídas à manipulação da variável independente (o transplante). Por esta limitação do controlo, com frequência este tipo de desenho não é considerado um desenho experimental. TRABALHO DE GRUPO Variáveis sociodemográficas- são variáveis independentes: aqueles que nos permitem fazer análises comparativas. Escala do trabalho: STAI:Avalia a ansiedade- traço e a ansiedade de estado Ansiedade-traço: Ligeiro e mais curto no tempo. Situacional. Ansiedade-estado: Mais prolongado no tempo. QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO: • Sexo: Feminino/ Masculino • Idade • Escolaridade • Situação económica • Estado civil: Casado/solteiro/união de facto/ outro • Situação Profissional: • Grau de ansiedade • Toma alguma medicação • Diagnóstico prévio • Acompanhamentos atuais • Filhos (e idades) VARIÁVEIS DEPENDENTES E INDEPENDENTES. Variáveis dependentes: Variáveis independentes: PROBLEMA DA INVESTIGAÇÃO OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO Delineamento de investigação- é o desenho ~