Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diabetes MellitusDiabetes Mellitus Cães e gatos mais obesos e mais sedentários Aumento de animais diabéticos Raças mais observadas na rotina de pacientes diabéticos: Poodle, Schnauzer, Labrador, Cocker Spaniel, Shih tzu e Pug Genes sugestivos de predisposição ao diabetes mellitus em: Boxer, Golden Retriever, Samoieda, Terrier, Tibetano, Labrador, Cavalier King Charles Spaniel e Schnauzer Em gatos, o aumento de casos de diabetes tem muito maior relação com a obesidade, faixa etária a partir de 6 anos, machos têm maior predisposição (naturalmente mais insulino dependentes); Gatos castrados têm maiores chances de desenvolver diabetes mellitus por conta da correlação castração - obesidade. Hiperglicemia crônica Glicotoxicidade vascular e celular + Lesão à células Beta O QUE É? Endocrinopatia resultante da falta de insulina ou sua incapacidade em promover atividade. Ocorre quando há deficiência parcial ou completa de produção e secreção de insulina pelo pâncreas, resultando em hiperglicemia. Pode ser desencadeada por predisposição genética, insulite imunomediada, pancreatite, obesidade ou por resistência insulínica provocada pela ação de hormônios esteroidais. PÂNCREAS Glândula mista (atividade endócrina e exócrina), localizada na alça duodenal, sobre o estômago. Porção endócrina: localizada nas Ilhotas de Langerhans Nessas Ilhotas há 5 tipos celulares (principais): Células alfa (25%): produção e secreção de glucagon Células beta (60%): sintetizam e secretam insulina e, em menor escala, produzem amilina Células delta (10%): sintetizam somatostatina Células PP (1%): produzem o polipeptídeo pancreático Células G: produzem gastrina EPIDEMIOLOGIA Cães e gatos mais introduzidos na rotina familiar FISIOPATOLOGIA Insulina: responsável pela principal forma de captação de glicose para o meio intracelular (regulador glicêmico), além do importante papel de síntese de proteínas e bloqueio de proteólise, síntese de lipídeos e glicogênio e bloqueio de lipólise e produção hepática de glicose Resistência insulínica: falta de resposta da insulina à sinalização de seus receptores Aumento nos processos de glicogenólise e gliconeogênese Giovanna Minucci - @patinhas.vet Diabetes MellitusDiabetes Mellitus Deficiência de Insulina Hiperglicemia Supera limiar renal Glicosúria e poliúria Desidratação e polidipsia compensatória Aumento da proteólise e lipólise na busca por fonte energética Perda de peso Deficiência de glicose intracelular nos neurônios do centro da saciedade Polifagia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 4 P's: Poliúria Polidipsia Polifagia Perda de Peso Cães podem apresentar uma catarata bilateral de progressão acelerada Aumento na concentração de glicose acima de 10% no humor aquoso Maior atividade de aldose redutase Gera produto chamado Sorbitol Sofre ação de desidrogenase gerando frutose e álcool Aumenta ainda mais o aporte de água para o cristalino Causa entumecimento e rompimento da fibra da lente Catarata diabética caracterizada por apresentar aspecto de "Y" Catarata diabética também pode gerar uveíte e evoluir para glaucoma direitos autorais: Dr. Shelby Reinstein, DACVO Cães e gatos diabéticos podem desenvolver, a longo prazo, nefropatia diabética por lesão crônica em glomérulos e túbulos Gatos podem desenvolver neuropatia diabética Depleção de mioinositol e desmielinização em neurônios periféricos -> gera andar plantígrado RESUMÃO DO QUE ACONTECE: Giovanna Minucci - @patinhas.vet DIAGNÓSTICO: Documentação de hiperglicemia em jejum associada à glicosúria Realizado através do Glicosímetro Frutosamina sérica: avaliação da albumina glicada e indica o controle glicêmico das últimas duas semanas Gatos em ambiente hospitalar podem desenvolver hiperglicemia de estresse, que pode chegar até 300mg/dL, gerando glicosúria, o que pode atrapalhar o diagnóstico de Diabetes Associação hiperglicemia + glicosúria + manifestações clínicas + frutosamina sérica e beta-hidroxibutirato acima de 0,58 mmol/L (avaliação de corpos cetônicos) Cães diabéticos apresentam aumento de atividade de enzimas fosfatase alcalina e alanina transaminase. A dislipidemia pode provocar alterações em função hepática por esteatose hepática, ou provocar lipidose hepática Paciente diabético com desidratação importante pode apresentar azotemia (aumento de ureia e creatinina) Aumento de diurese osmótica pode causar hipocalemia *Pacientes com hiperglicemia sem glicosúria não são diabéticos *Cães e gatos com glicosúria sem hiperglicemia também não são considerados diabéticos *Hiperglicemias leves (entre 120 e 180 mg/dL) não são consideradas diabetes, mas podem levar a indícios de resistência insulínica *Produção de corpos cetônicos para utilização como fonte energética só ocorre em indivíduos que não estão com a captação de glicose intracelular eficaz (diabéticos). Diabetes MellitusDiabetes Mellitus URINÁLISE: exame muito importante para identificar além de glicosúria e cetonúria, proteinúria, lipúria, bacteriúrias, inflamações ou infecções urinárias secundárias à glicosúria Pacientes com redução de densidade urinária são suspeitos de apresentarem outras comorbidades, como hiperadrenocorticismo ou insuficiência renal crônica TRATAMENTO: Eliminação das manifestações clínicas Dieta adequada Rotina de exercícios Controle da obesidade Controle do estresse metabólico TERAPIA INSULÍNICA: a escolha deve levar em consideração os hábitos naturais do paciente deve ser realizada diariamente, conforme o tempo de atuação de cada insulina Classificação por tempo de atuação e pico de ação: Atuação intermediária (entre 12 e 14 horas) - Insulina Humana recombinante e Insulina lenta / suína purificada Longa duração (>18 horas) - Insulina Glargina (não muito indicada), Insulina detemir (não muito indicada pelo tempo de ação) e Insulina protamina de zinco. MANEJO ALIMENTAR Alimentos ricos em proteína (26 a 30% para cães e 40 a 50% para gatos) Fibras (15 a 25% para cães e 3 a 15% para gatos) para promover mais saciedade, aumentar motilidade gastrointestinal e promover melhor controle glicêmico Restrição de carboidratos simples Giovanna Minucci - @patinhas.vet EXERCÍCIOS FÍSICOS Excelente adjuvante no controle da obesidade e dislipidemias, minimizando a resistência insulínica Aumenta a circulação sanguínea e linfática proporcionando maior absorção da insulina no local da aplicação e aumentando a afinidade da insulina ao seu receptor Ideal é que sejam sempre antes das refeições, em dois momentos no dia Diabetes MellitusDiabetes Mellitus HIPOGLICEMINANTES ORAIS Não dispensam o uso de terapia insulínica Metformina -> auxilia no controle de resistência insulínica, por reduzir neoglicogênese hepática, reduzir absorção de glicose pelo trato gastrointestinal, aumentar sensibilidade à insulina e manter GLUT4 na membrana celular muscular, aumentando a absorção por via de transporte de glicose que não necessita de insulina Sulfonilureis (glipizida) -> estimulam a secreção de insulina além de inibir glicogenólise hepática e aumentar a sensibilidade de receptores de insulina; não são indicados para gatos além de não terem eficácia no tratamento e não diminuem os efeitos de glicotoxicidade como na terapia insulínica CONTROLE - CURVA GLICÊMICA SERIADA Para monitoração glicêmica são necessárias mensurações diárias da glicemia a cada 2hrs O controle glicêmico ideal deve variar entre 80 e 200mg/dL COMPLICAÇÕES Cetoacidose diabética Alterações metabólicas extremas, incluindo hiperglicemia, acidose metabólica, cetonemia, desidratação e perda de eletrólitos Pode gerar quadros de vômito, diarreia, anorexia, podendo evoluir pra coma Hipoglicemia Nível anormalmente baixo de glicose no sangue (<60mg/dL) Pode ocorrer por superdosagem de insulina, administração de insulina em intervalos irregulares e/ou não ingestão da quantidade calórica necessária Pode evoluir para convulsão e óbito EFEITO SOMOGYI Rebote hiperglicêmico - resposta a uma sobredose de insulina com diminuição muito rápida da glicemia, geralmente menor que 65mg/dL Háresposta de liberação de glucagon e catecolaminas, e até GH e cortisol, que estimulam a neoglicogênese, além de reduzir a utilização da glicose, mantendo-a na circulação. Assim, observa-se um episódio hipoglicêmico e, em seguida, hiperglicemia acentuada Giovanna Minucci - @patinhas.vet
Compartilhar