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CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM GERAL
Prof. Ma. Natália Oliveira de Carvalho
Usurpação de função pública
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
	Tipicidade
	O sujeito pratica função própria da Administração indevidamente (sem estar legitimamente investido). Não basta que o agente se arrogue na função, sendo imprescindível que este pratique atos de ofício como se legitimado fosse, com o ânimo de usurpar, consistente na vontade deliberada de praticá-lo.
	Bem jurídico
	A Administração Pública
	Sujeito ativo
	Qualquer pessoa (crime comum)
	Sujeito passivo
	O Estado e, secundariamente, eventuais terceiros prejudicados.
	Elemento subjetivo
	Dolo (direto ou eventual). Não há finalidade específica.
	Consumação
	Ocorre quando o sujeito usurpa o exercício da função pública, praticando atos de ofício (crime formal e instantâneo). A obtenção da vantagem qualifica o crime, que passa a ter natureza material. Admite tentativa (crime plurissubsistente)
	Omissão
	Pode ser praticado na forma omissiva (omissão imprópria)
	Execução
	Crime de forma livre
	Concurso de pessoas
	Crime de concurso eventual (unissubjetivo).
	Competência
	JECRIM
OBS: 1ª) Art 45, LCP: “Fingir-se funcionário público. Pena: prisão simples, de 1 a 3 meses, ou multa.”
2ª) Pratica o crime do art. 359, CP (desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito) aquele que exerce função, atividade, direito, atividade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial.
 Resistência
 Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
 Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
 § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
 Pena - reclusão, de um a três anos.
 § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
	Tipicidade
	Pode ser praticada mediante violência contra a pessoa (vis corporalis) ou ameaça (vis compulsiva).
	Bem jurídico
	A Administração Pública e a integridade física (crime pluriofensivo).
	Sujeito ativo
	Qualquer pessoa (crime comum)
	Sujeito passivo
	O Estado e, secundariamente, eventuais terceiros prejudicados.
	Elemento subjetivo
	Dolo (direto ou eventual). Não há finalidade específica.
	Consumação
	Ocorre quando o sujeito mediante violência ou grave ameaça, opõe-se à execução de ato legal (crime formal e instantâneo). Se este não for executado, o crime será qualificado (material). Admite tentativa (crime plurissubsistente)
	Omissão
	Pode ser praticado na forma omissiva (omissão imprópria)
	Execução
	Crime de forma livre
	Concurso de pessoas
	Crime de concurso eventual (unissubjetivo).
	Competência
	JECRIM
 OBS: Crimes similares: art. 4º, Lei 1.579/52 (CPI’s); art 236, ECA; art 177, CPM.
 Desobediência
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
	Tipicidade
	Para a configuração do crime, exige-se que a ordem legal seja dirigida expressamente a quem tem o dever de obedecê-la e, ainda, que haja notificação pessoal do responsável pelo cumprimento da ordem, de modo a se demonstrar que teve ciência inequívoca da sua existência e, após, teve a intenção deliberada de não cumpri-la.
	Bem jurídico
	A Administração Pública
	Sujeito ativo
	Qualquer pessoa (crime comum)
	Sujeito passivo
	O Estado e, secundariamente, eventuais terceiros prejudicados.
	Elemento subjetivo
	Dolo (direto ou eventual). Não há finalidade específica.
	Consumação
	Ocorre quando o sujeito desobedece a ordem legal de funcionário público (crime formal e instantâneo). A obtenção da vantagem qualifica o crime. Admite tentativa apenas na sua forma comissiva (crime plurissubsistente)
	Omissão
	Pode ser praticado na forma comissiva (quando a ordem é para não agir) ou omissiva (quando a ordem é para agir).
	Execução
	Crime de forma livre
	Concurso de pessoas
	Crime de concurso eventual (unissubjetivo).
	Competência
	JECRIM
OBS: 1ª) O funcionário público pode ser sujeito ativo do crime de desobediência, desde que não seja hierarquicamente subordinado ao emitente da ordem legal e tenha atribuições para cumprí-la.
2ª) Tipo penal subsidiário: o crime apenas se configura quando, desrespeitada ordem judicial, não existir previsão de outra sanção em lei específica, ressalvada a previsão expressa de cumulação.
3ª) Medidas protetivas (Lei Maria da Penha): é pacífico no STJ o entendimento de que o descumprimento de medidas protetivas de urgência não configura o crime de desobediência, pois há medidas próprias na Lei nº 11.340/06 e a cominação específica do art. 313, III, CPP.
4ª) Ordem de parada por policias: não constitui desobediência, pois há previsão de sanção administrativa específica no art. 195, CTB, o qual não estabelece a possibilidade de cumulação de sanção penal.
5ª) Acordo judicial: não se inclui no conceito de “ordem legal” (STJ).
6ª) A requisição de servidor público, ato de natureza administrativa, não constitui ordem legal para fins de caracterização do crime de desobediência.
7ª) Testemunha faltosa: segundo o art. 219 do CPP, o juiz poderá aplicar a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência.
8ª) Crimes similares: art. 201 do CPM; art. 100 do Estatuto do Idoso; art 10 da Lei 7.347/85; art 26 da Lei 12.016/09; art 347 do Código Eleitoral.
      
 Desacato
 Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
	Tipicidade
	O desacato é forma especial de injúria, caracterizado como uma ofensa à honra e ao prestígio dos órgãos que integram a Administração Pública.
	Bem jurídico
	A Administração Pública
	Sujeito ativo
	Qualquer pessoa (crime comum)
	Sujeito passivo
	O Estado e, secundariamente, o funcionário público desacatado.
	Elemento subjetivo
	Dolo (direto ou eventual). Não há finalidade específica.
	Consumação
	Ocorre quando o sujeito dirige palavras ou gestos ofensivos contra o funcionário público, no exercício da função ou em razão dela (crime formal e instantâneo). È necessária a presença do funcionário público e é irrelevante se este se sentiu ofendido ou não. Admite tentativa (crime plurissubsistente)
	Omissão
	Pode ser praticado na forma omissiva (omissão imprópria)
	Execução
	Crime de forma livre
	Concurso de pessoas
	Crime de concurso eventual (unissubjetivo).
	Competência
	JECRIM
OBS: 1ª) Controle de convencionalidade e Pacto de São José da Costa Rica: recentemente, a 3ª Seção do STJ uniformizou o entendimento pela manutenção do crime de desacato no ordenamento penal pátrio. Vide Info. 607, STJ.
2ª) Funcionário público como sujeito ativo: segundo o STJ, é possível a prática do crime de desacato por funcionário público contra pessoa no exercício da função pública, pois se trata de crime comum em que a vítima imediata é o Estado e a mediata aquela que está sendo ofendida (STJ).
3ª) Estatuto da OAB: o Pleno do STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “ou desacato” contida no § 2º do art. 7º do Estatuto da OAB, retirando do ordenamento jurídico a imunidade profissional em relação a fatos que se enquadram no tipo penal correspondente.
4ª) Exceção da verdade: não há previsão legal.
5ª) Perda do autocontrole ou exaltação do sujeito ativo: é dispensável a exigência de ânimo calmo para a incidência da figura típica do crime de desacato, não excluída pelo estado de exaltação ou cólera do agente. (STJ e STF).
6ª) Crimes similares: arts. 298, 299 e 300 do CPM.
Tráfico de Influência
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
	Tipicidade
	Tipo misto alternativo ou crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: se o agente praticar mais de um núcleo do tipo no mesmo contexto, responderá por crime único.
	Bem jurídico
	A Administração Pública
	Sujeito ativo
	Qualquer pessoa (crime comum)
	Sujeito passivo
	O Estado e, secundariamente, eventuais terceiros prejudicados.
	Elemento subjetivo
	Dolo (direto ou eventual). Finalidade específica: “para si ou para outrem”.
	Consumação
	Ocorre com a “solicitação, exigência, cobrança ou a obtenção de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”. Pode ser formal (solicitar, exigir, cobrar) ou material (obter). Em qualquer caso, o crime é instantâneo. Admite tentativa (crime plurissubsistente)
	Omissão
	Pode ser praticado na forma omissiva (omissão imprópria)
	Execução
	Crime de forma livre
	Concurso de pessoas
	Crime de concurso eventual (unissubjetivo).
	Competência
	Juízo comum. Não é infração de menor potencial ofensivo.
OBS: 1ª) Poder de influência: o STJ já decidiu que é irrelevante o fato de o sujeito passivo secundário acreditar ou não no poder de influência do agente.
2ª) Tráfico de influência em transação comercial internacional: art. 337-C do CP
3ª) Crime similar: art. 336 do CPM.       
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
	Tipicidade
	Tipo misto alternativo ou crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: se o agente praticar mais de um núcleo do tipo no mesmo contexto, responderá por crime único.
	Bem jurídico
	A Administração Pública
	Sujeito ativo
	Qualquer pessoa (crime comum)
	Sujeito passivo
	O Estado e, secundariamente, eventuais terceiros prejudicados.
	Elemento subjetivo
	Dolo (direto ou eventual). Finalidade específica: “para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”.
	Consumação
	Ocorre coma simples promessa ou oferta de vantagem indevida (crime formal e instantâneo). Admite tentativa (crime plurissubsistente)
	Omissão
	Pode ser praticado na forma omissiva (omissão imprópria)
	Execução
	Crime de forma livre
	Concurso de pessoas
	Crime de concurso eventual (unissubjetivo).
	Competência
	Juízo comum. Não é infração de menor potencial ofensivo.
 OBS: 1ª) Exceção à teoria monista ou unitária: O CP optou por distinguir as figuras do corruptor e do corrompido, criando dois tipos penais (arts. 317 e 333).
2ª) Independência entre os tipos penais: a existência do crime de corrupção passiva não pressupõe necessariamente o de corrupção ativa e vice-versa.
3ª) Atos de ofício: o ato a ser praticado, omitido ou retardado deve estar compreendido nas atribuições do funcionário público.
4ª) Vantagem indevida: para o STJ, a vantagem indevida pode ser qualquer lucro, ganho, privilégio ou benefício ilícito.
5ª) Crimes similares: art. 299 do Código Eleitoral; art. 309 do COM; art. 41 da Lei nº 12.299/10.

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