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Prescrição e Decadência ● Prescrição e Decadência: ↳ O decurso do tempo tem grande influência na aquisição e na extinção de direitos. ↳ A semelhança entre prescrição e decadência é grande, já que em ambas existe uma inação ou omissão (um não fazer) injustificada por certo lapso de tempo, que faz parecer um direito. ● Direitos Subjetivo: ↳ Direito a uma prestação. ↳ Corresponde um dever. ↳ de um lado haverá o direito e de outro um dever. ↳ Os direitos subjetivos podem ser violados, pois a prestação pode não ser cumprida. ↳ a concretização do direito subjetivo do credor depende da cooperação do devedor. ↳ Exemplo: o direito de exigir de alguém que cumpra uma prestação. ● Direito Potestativo: ↳ Direito a formação de uma nova situação jurídica. ↳ A ele não corresponde um dever, por consequência NÃO pode ser violado. ↳ da outra parte não corresponde um dever e sim uma sujeição. ↳ Exemplo: direito assegurado ao empregador de despedir um empregado, cabe a ele apenas aceitar esta condição; assim como em um divórcio. ● Prescrição: ↳ “Perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia de seu titular, no prazo fixado em lei” - Stolze. ↳ “Exceção que alguém tem contra aquele que não exerceu, durante um lapso de tempo fixado em norma, sua pretensão ou ação.” - Pontes de Miranda. ↳ Pretensão: exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio. ↳ o direito material violado dá origem à pretensão, que é deduzida em juízo por meio da ação. ↳ Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. ➔ espécies: a) extintiva: ↳ faz desaparecer direitos - extingue situações jurídicas. ↳ prescrição propriamente dita > tratada na parte geral do CC > aplicada a todos os direitos. b) aquisitiva: ↳ corresponde ao usucapião. ↳ no tocante aos modos originários de aquisição do direito de propriedade. ↳ além do tempo e da inércia - ou do desinteresse do dono anterior - também é necessária a possa do novo dono. ➔ causas modificativas: a) causas impeditivas: ↳ circunstâncias que obstam que o curso prescricional se incide. ↳ art. 197. não ocorre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre os ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. ↳ art. 199. não ocorre igualmente a prescrição: I - pendendo condição suspensiva; II - não estando vencido o prazo; b) causas suspensivas: ↳ situações que paralisam temporariamente o curso prescricional já iniciado, com efeitos similares às causas impeditivas. ↳ superado o fato, a prescrição continua a correr, computado o prazo decorrido antes do fato. ↳ art. 198. também não ocorre a prescrição: I - contra os incapazes que trata o art. 3º; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. ↳ art. 199. não corre igualmente a prescrição: III - pendendo ação de evicção. c) causas interruptivas: ↳ situações que liquidam com a prescrição já iniciada, de modo que o seu prazo recomeça a correr por inteiro da data do ato que a interrompeu. ↳ art. 202. a interrupção da prescrição, que somente poderá correr uma vez, dar-se-á: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. parágrafo único. a prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. ➔ requisitos: a) violação do direito com o nascimento da pretensão; b) inércia do titular; c) decurso do tempo fixado em lei; ➔ exceções: ↳ as que protegem os direitos da personalidade, como o direito à vida, à honra, à liberdade, à integridade física ou moral, à imagem, ao nome às obras literárias, artísticas ou científicas etc. ↳ as que se prendem ao estado das pessoas (estado de filiação, a qualidade de cidadania, a condição conjugal); não prescrevem as ações de separação judicial, de interdição, de investigação de paternidade. ↳ as de exercício facultativo (ou potestativo), em que não existe direito violado, como as destinadas a extinguir o condomínio, a de pedir meação no muro vizinho. ↳ as referentes a bens públicos de qualquer natureza, que são imprescritíveis; ↳ as que protegem o direito de propriedade, que é perpétuo; ↳ as pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandato; o depositário, o credor pignoratício e o mandatário, não tendo posse com ânimo de dono, não podem alegar usucapião. ↳ as destinadas a anular inscrição do nome empresarial feita com violação de lei ou do contrato. PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA o que perece é a ação (pretensão) que protege o direito. é o próprio direito que perece. atinge diretamente a pretensão e, por via oblíqua, atinge o direito. atinge diretamente o direito e, por via oblíqua, atinge a pretensão. não atinge certas pessoas. atinge de forma idêntica a todos. seu prazo pode se suspender ou interromper. o seu prazo é fatal, não suspende ou interrompe. ocorre apenas nos casos dos arts. 205 e 206. todos os demais prazos do CC são decadenciais. resulta somente da lei. pode resultar da lei, do contrato e do testamento. pode ser extintiva ou aquisitiva (usucapião). só pode ser extintiva. prazo fatal começa a correr depois de vencida a obrigação, ou seja, depois da data em que a prestação deveria ser cumprida. começa com o nascimento do direito; só podendo ser exercido no prazo fixado, sob pena de extinção. ● Decadência: ↳ Também chamada de caducidade ou prazo extintivo. ↳ Direito outorgado para ser exercida em determinado prazo, caso não for exercido, extingue-se. ↳ “A perda do direito ou da faculdade não exercida no prazo fatal estabelecido em lei” - Paulo Dourado de Gusmão. ↳ “A supressão do direito pela inatividade de seu titular que deixou escoar o prazo legal ou voluntariamente determinado prazo para seu exercício, sendo esse seu principal efeito” - Maria Helena Diniz. ↳ Refere-se aos direitos potestativos.. ➔ objeto da decadência: ↳ direito que nasce, por vontade da lei ou do homem, subordinado à condição de seu exercício em limitado lapso de tempo. ➔ direitos potestativos: ↳ não tem conteúdo prestacional, se ele tivesse, violaria direito e nasceria a pretensão. ↳ seria prescrição e não decadência. ↳ quando um direito potestativo é exercido, não se espera uma contraprestação. ↳ é um direito de interferência, isto é, traduz uma prerrogativa ou poder que, quando exercido interfere na esfera jurídica de terceiro sem que este nada possa fazer. ↳ quando o direito potestativo tiver prazo para o exercício, sempre será decadencial. ➔ interrupção ou suspensão: ↳ a única forma hábil para interromper ou suspender a decadência, é o exercício efetivo do direito. ↳ art. 207. salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. ➔ direitos de incapazes: ↳ trata-se exceção do artigo anterior, indicando o impedimento da decadência em relação aos absolutamente incapazes. ↳ art. 208. aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. ➔ irrenunciabilidade: ↳ art. 209. é nula a renúncia à decadência fixada em lei. ➔ espécies: a) legal: ↳ decadência pode resultar de lei. ↳ deve ser reconhecida de ofício pelo juiz, mesmo que trate de direitos patrimoniais. ↳ direito de anular negócio jurídico por vício de vontade. ↳ é um direito potestativo tendo prazo decadencial em lei. ↳ o prazo decadenciallegal é irrenunciável. ↳ art. 210. deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. b) convencional: ↳ resultante de acordo entre as partes. ↳ somente a parte beneficiada pode alegá-la, sendo vedado ao juiz suprir a alegação da parte. ↳ quando as partes criam prazo, para o exercício de determinado direito, é decadencial convencional. ↳ o juiz não pode reconhecer de ofício quando se tratar de decadência convencional. ↳ exemplo: cláusula contratual na qual o contratante pode desistir do contrato em 30 dias. ↳ é direito potestativo, já que a outra parte não pode fazer nada. ↳ art. 211. se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
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