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A LÍNGUA ESCRITA E A ORALIDADE CONTEXTO DO TEXTO LITERÁRIO

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ANEXO 2
universidade norte do paraná - unopar
	
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS - PORTUGUÊS
EDUARDO BRUNES
A LÍNGUA ESCRITA E A ORALIDADE NO CONTEXTO DO TEXTO LITERÁRIO
rio do sul
2021
eduardo brunes
a LÍNGUA ESCRITA E A ORALIDADE NO CONTEXTO DO TEXTO LITERÁRIO
Produção Textual apresentada ao Portfólio das disciplinas Fonética e Fonologia da Língua Portuguesa, Introdução aos Estudos Linguísticos, Literatura Infantojuvenil, Práticas Pedagógicas da Língua Portuguesa: Ler, Escrever e Falar em Situações Comunicativas e Teoria da Literatura, do Setor de Licenciatura, Universidade UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Letras - Português.
Professores Orientadores: Juliana Fogaça Sanches Simm, Amanda Crispim Ferreira Valerio, Adriana Giarola Ferraz Figueiredo, Andressa Aparecida Lopes e Wellem Aparecida de Freitas Semczuk
RIO DO SUL
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	04
A LÍNGUA ESCRITA E A ORALIDADE NO CONTEXTO LITERÁRIO	05
RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA	06
PLANO DE AULA	07
CONCLUSÃO	09
REFERÊNCIAS	10
Introdução
Muitas vezes, a habilidade de juntar as letras para formar frases e expressões pode ir de encontro às normas padrão da ortografia, ocasionando em uma escrita errática e com desvios ortográficos sérios. O objetivo deste PTI é trabalhar em uma proposta de Plano de Aula que garanta a aprendizagem de alunos do Eniso Fundamental – Anos Finais.
Nessa fase do ensino, o Ensino Fundamental, podemos observar com facilidade os desvios e erros ortográficos causados, principalmente, pela oralidade. A fala muito influencia o fenômeno da escrita – característica do processo de alfabetização. Ao compreender essa influência, somos capazes de elaborar práticas pedagógicas que promovam a melhoria no processo de aprendizagem da língua materna.
Precisamos lembrar que a escrita e a fala são modalidades diferentes de representação em qualquer idioma. A escrita possui suas próprias regras e particularidades, enquanto para a linguagem falada, todo falante é considerado um usuário competente do idioma. Mesmo assim, os usuários da língua falada estão sujeitos às variantes da fala e que, muitas vezes de forma desapercebida, influenciam na escrita.
1. A LÍNGUA ESCRITA E A ORALIDADE NO CONTEXTO LITERÁRIO
Há um paradoxo terminológico no contexto da literatura e as tradições transmitidas através da palavra falada, que nos deparamos ao tentar especificar o que se entende por literatura de tradição oral. Este termo pode ser inapropriado, uma vez que a literatura se refere de forma etimológica à littera, ou seja, uma obra escrita (MARCUSCHI, 2001, p. 12).
Também devemos separar mais claramente as manifestações que estão inseridas no contexto do que chamamos de literatura oral e quais não estão. A ideia de Marcuschi (2001, p. 33) é complementada e qualificada quando ele afirma que “as tradições orais são todos os testemunhos orais, narrado sobre o passado”. Esta definição da tradição oral atinge que somente os testemunhos falados e cantados podem ser levados em consideração. Karin Araújo (2009) acrescenta que a “tradição oral inclui apenas testemunhas auditivas, ou seja, que comunicam fato que não foi verificado ou registrado pela própria testemunha, mas que foi apreendido por boato” (ARAÚJO, 2009, p. 34), distinguindo a tradição oral entre o testemunho ocular (aquele que não pertence à tradição pois não é narrado) e o boato (que não diz respeito ao passado, embora seja transmitido oralmente).
Oralidade e escrita são, segundo Araújo (2009), duas formas de produção de linguagem profundamente distintas uma da outra. A escrita é um sistema secundário no sentido de que a expressão oral existe sem escrita, mas o segundo não existe sem o primeiro. A oralidade e a escrita são formas de comunicação entre seres humanos, pois atuam para expressar nossos pensamentos, ideias, desejos e sentimentos para com os outros.
Segundo Mollica (2003, p. 44) “para analisar adequadamente um texto (falado e escrito), é preciso edificar os componentes que fazem parte da situação comunicativa, suas características pessoais (personalidade, interesse, crenças, modos e emoções) e de sua própria classe social, como o grupo étnico, sexo, ocupação, escolaridade e outros fatores que favorecem a interpretação dos papéis interlocutores (falante-ouvinte-audiência/escritor-leitor) num evento, dados os compenentes linguísticos deste texto”.
Sozângela S. Matta (2009) adianta que “são também relevantes para análise as relações entre os participantes, a observação do papel social (o poder e o status), das relações pessoais (preferências e respeito) e a extensão do conhecimento partilhado” (MATTA, 2009, p. 71). Para o professor, faz-se fundamental o conhecimento da realidade de seus alunos para que seja possível realizar uma intervenção consciente e responsável no desenvolvimento pleno de seus educandos.
Luís Fernando Veríssimo se debruçou sobre a gramática da língua, que ora se esgueira pelos labirintos de suas obras. As crônicas indicadas, certamente, seriam muito prejudicadas com a ausência da oralidade, uma vez que o autor transmite uma intensa ironia através de jogos linguísticos, em que o leitor pode se identificar com as ideias do escritor e aguardar a oportunidade de receber mais deste estilo.
2. RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA
A consciência fonológica dos alunos mencionados deve ser trabalhada, pois é o conhecimento básico para que o aluno aprenda a ler e interpretar palavras escritas. A sua capacidade de reconhecer e distinguir os sons da linguagem falada deve ser empregada para junção e intepretação da escrita. 
Algumas crianças desenvolvem naturalmente a habilidade de identificação dos sons e fonemas, enquanto outras não. A consciência fonológica é considerada uma habilidade metalinguística, que consiste em “tomar consciência de qualquer unidade fonológica da língua falada” (SOARES, 2009, p. 23).
Dessa forma, a consciência fonológica passa a causar um poder preditivo de sucesso durante a obtenção da alfabetização, uma vez que o procedimento de leitura utiliza um princípio alfabético e consiste na leitura de palavras por meio da montagem dos sons (fonemas), que os grafemas representam (SOARES, 2009).
3. PLANO DE AULA
	PLANO DE AULA
	Identificação da escola: Escola de Educação Básica Horácio da Fonseca
Período de realização: 4 (quatro) aulas – duração: 40 (quarenta) minutos cada
Turma: 7A – 7º ano do Ensino Fundamental
	Conteúdo: Descobrir algumas regularidades sobre o uso do /s/ e do /z/ a partir da literatura do cordel “Vida da Natureza”, de César Obeidi;
Compreender alguns mecanismos de concordância nominal (relação entre o substantivo e seus determinantes), a partir da reescrita de um trecho de reportagem.
	Percurso metodológico: Esta aula possibilita o estudo das regras de concordância nominal por meio da descoberta de regularidades linguísticas, observadas a partir da leitura do texto de cordel Vida da Natureza, de César Obeidi. As aulas subsequentes devem exercer e aplicar as regularidades linguísticas em atividades discursivas mais complexas, de forma a aborfar aspectos linguísticos semióticos. Faremos isso através da perspectiva enunciativo-discursiva, na qual a idade tem especial relevância nos efeitos de sentido, produzidos pelas práticas de linguagem dos diferentes campos de atuação. Conforme sugerido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os conhecimentos sobre a língua, as demais semioses e a norma-padrão não devem ser tomados com uma lista de conteúdo dissociados das práticas de linguagem, mas sim como propiciadores de reflexão a respeito do funcionamento da língua no contexto dessas práticas. A seleção de habilidades na BNCC está relacionada com os conhecimentos fundamentais para que o estudante possa apropiar-se do sistema linguístico que organiza o português brasileiro. BNCC – LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS: PRÁTICA DE LINGUAGEM, OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES, cap. 4.1.1.2, p. 139, dez. 2017.
 Explicar aos alunosque, no decorrer da aula, ocorrerá a leitura de um texto de cordel e que eles deverão estar atentos para descobrir como funciona a concordância entre certas palavras, tanto na fala quanto na escrita. Levantar alguns conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema “Concordância Nominal”, levando a reflexão aos alunos sobre os diferentes sentidos do verbo “concordar” para que, no decorrer da aula, eles descubram o princípio fundamental que rege a concordância entre o nome (substantivo) e os seus determinantes (artigos, pronomes, numerais, adjetivo), em gênero e número. Iniciar a aula perguntando aos alunos “O que significa concordar com alguma coisa ou com alguém?”. Escrever no quadro as respostas, por exemplo: concordar significa aceitar, admitir, apoiar, aprovar, assentir, permitir.
	Recursos: Computador conectado à internet; datashow (projetor); tela; quadro.
	Avaliação: A avaliação ocorrerá de forma direta, observando a participação e desempenho dos alunos durante as atividades propostas.
	Referências: 
ABCL. Disponível em: <http://www.ablc.com.br>. Acesso em: 25 out. 2021.
AULETE. Gramática. Disponível em: <https://www.aulete.com.br/site.php?mdl=gramatica>. Acesso em: 25 out. 2021.
PENSADOR, Bráulio. Disponível em: <https://www.pensador.com/busca.php?q=braulio>. Acesso em: 25 out. 2021.
PLATAFORMA do letramento. Ortografia reflexiva e caminhos entre letras e sons. Disponível em: Disponível em: <https://www.plataformadoletramento.org.br/acervo-especial/872/ortografia-reflexiva-caminhos-entre-letras-e-sons.html>. Acesso em: Acesso em: 25 out. 2021.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a relação da oralidade com a escrita é complexa, o que faz com que surjam diversas problemáticas no ensino da língua. Abordamos aqui apenas uma dentre centenas de problemáticas relacionadas.
Abordamos aqui um demonstrativo da sistematização da língua escrita decorrente da influência da oralidade, encontrada principalmente nos anos finais do Ensino Fundamental. Os conhecimentos publicados podem ajudar na intervenção do educador para que seja possível aplicar os métodos de ensino da língua em sala de aula, promovendo assim um maior desenvolvimento das práticas pedagógicas sugeridas.
É possível, por fim, compreender que a língua escrita e a língua falada possuem diversas características de ensino distintas entre si, até mesmo em regiões do próprio país, necessitando de práticas sistemáticas para que essa problemática seja perpassada.
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APÊNDICE 2
	
ReferÊncias
BRASIL. Ministério da Educação. BNCC - Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 25 out. 2021.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.
ARAÚJO, Karin E.F. Um estudo da manifestação da oralidade em produções escritas de alunos. Dissertação de Mestrado a Universidade de São Paulo. 2009.
MATTA, Sozângela S. Português – Linguagem e Interação. Curitiba: Bolsa, 2009.
MOLLICA, Maria Cecília. Da Linguagem Coloquial à Escrita Padrão. Rio de Janeiro: 7Letras, 2003.
OLIVEIRA, Ana Maria Urquiza de. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios A presença da oralidade na literatura: estudo de crônicas de Luís Fernando Veríssimo. RILP - Revista Internacional em Língua Portuguesa - n.º 36 – 2019. Disponível em: file:///D:/Downloads/107-Article%20Text-364-1-10-20200806%20(1).pdf. Acesso em: 25 out. 2021.
SILVA, Ana Claudia Perpétuo de Oliveira da. et. Al. Relações entre a oralidade e a escrita com a literatura clássica infantil na construção da realidade social. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, n. 2, jul./dez. 2017. Disponível em: file:///D:/Downloads/430-3861-1-PB%20(3).pdf. Acesso em: 25 out. 2021.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 6ª Ed. São Paulo: Contexto, 2011.
VERISSIMO, Luís Fernando. Mais comédias para ler na escola. Apresentação e seleção de Marisa Lajolo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 – trechos.

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