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POLÍTICAS 
PÚBLICAS E 
EDUCAÇÃO
Caroline Costa 
Nunes Lima
A educação básica e a 
legislação educacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar a organização da educação básica na legislação educacional.
  Descrever as principais normas da educação básica na legislação 
educacional brasileira.
  Explicar as principais políticas voltadas à educação básica garantidas 
pela lei.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer e analisar conceitos envolvendo a 
natureza da nossa legislação educacional e os modos como se organiza 
a nossa educação básica. A seguir, identificará as principais normas re-
lacionadas à educação básica na legislação educacional brasileira. Por 
fim, conhecerá as principais políticas asseguradas por lei voltadas para 
a educação básica.
A organização da educação básica na legislação 
educacional
Ao longo da nossa história educacional, passamos por diferentes fases, que 
apresentavam formas variadas de organização do sistema de ensino. Até o fi nal 
do século XX, tínhamos como base a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB) (BRASIL, 1971), promulgada em um período conturbado 
de ditadura no país. 
A partir da década de 1980, diversos movimentos que buscavam a demo-
cratização do ensino se mobilizaram para que uma nova Constituição desse 
conta de assegurar a todos os cidadãos o direito à educação de qualidade. 
Manifestações e conferências — como a Conferência Brasileira de Educação, 
que foi realizada em Goiânia, em 1986 — deram origem a um documento 
intitulado Carta de Goiânia, a qual apresentava o seguinte texto introdutório 
(CARTA..., 1986, p. 1239):
Atendendo ao convite das entidades organizadoras — ANDE (Associação 
Nacional de Educação), ANPED (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-
-Graduação em Educação) e CEDES (Centro de Estudos Educação e Socie-
dade) — seis mil participantes, vindos de todos os estados do país, debateram 
temas da problemática educacional brasileira, tendo em vista a indicação de 
propostas para a nova Carta Constitucional. Os profissionais da educação 
declaram-se cientes de suas responsabilidades na construção de uma Nação 
democrática, onde os cidadãos possam exercer plenamente seus direitos, sem 
discriminação de qualquer espécie. Então, por isso, empenhamos em debater, 
analisar e fazer denúncias dos problemas e impasses da educação brasileira 
e, ao mesmo tempo, em colocar sua capacidade profissional e sua vontade 
política para a superação dos obstáculos que impedem a universalização do 
ensino público de qualidade para todo o povo brasileiro.
A partir da análise que indica as reivindicações da conferência que se 
desdobrou nessa carta, observamos o quanto essa mobilização de educadores 
de todo o país teve influência na organização da Constituição Federal promul-
gada em 1988, que oportunizou a renovação do nosso sistema educacional.
O direito à educação está assegurado em nossa legislação. Além do que 
dispõe a Constituição Federal em relação às responsabilidades que União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios têm, outros documentos partem desses 
princípios para organizar o sistema educacional, como a nova Lei de Diretrizes 
e Bases (Lei nº 9.394/96) e o Plano Nacional de Educação (PNE, Lei nº 13.005, 
de 25 junho de 2014).
A que remete o termo educação, que abrange tantos aspectos? Podemos 
pensar que abarca os processos pelos quais os indivíduos passam para a aqui-
sição de conhecimentos das mais variadas naturezas, como artísticos, gerais 
ou científicos. Também podemos remeter esse termo ao desenvolvimento 
de habilidades e competências que necessitamos ao longo de nossas vidas. 
Além da educação não formal, também há a que é recebida nos espaços das 
instituições organizadas para cada etapa, nível ou modalidade de ensino. 
Assim, aprendemos a todo momento, seja por meio das nossas experiências, 
pelo contato com o outro, por leituras de mundo, pelas informações recebidas 
em diferentes meios (jornais, televisão, teatro, revistas, livros), que podem 
ou não se tornar conhecimento, dependendo de como vamos apreendê-los. 
No Brasil o termo legislação educacional se refere tanto aos “[...] processos 
de formação oferecidos por instituições formais e não formais quanto para 
A educação básica e a legislação educacional2
expressar uma ideia relativa ao ato de legislar em matéria da educação ou 
ainda para designar o conjunto de leis que objetivam disciplinar a matéria 
educacional” (LIMA et al., 2016, p. 2).
Assim, a legislação educacional pode representar aspectos da matéria 
educacional, da carreira profissional docente e da regulamentação de políticas 
educacionais. Em um país de dimensões continentais, marcado por lutas de 
classes, desigualdades, conflitos políticos e diversidades culturais tão vastas, 
estabelecer documentos normativos envolve uma complexidade desafiadora. 
De acordo com Lima et al. (2016, p. 3): 
A legislação educacional é atualmente a única forma de Direito Educacional 
que conhecemos e vivenciamos na estrutura e funcionamento da educação 
brasileira, tendo como referência o processo legislativo definido no artigo 
59 da Constituição Federal que compreende: emendas à Constituição; leis 
complementares; leis ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos 
legislativos; resoluções. Além disso, temos as portarias.
No que se refere à natureza legislativa em nosso país, observamos que 
existem dois tipos: o regulador e o regulamentador. O primeiro diz respeito 
à “[...] instituição de regras e princípios sobre o modo por que as coisas se 
devam conduzir, sem se restringir somente à forma” (SILVA, 1990, p. 77). 
Como exemplo, podemos citar as leis federais, estaduais, municipais, além 
das extraordinárias e complementares. Os documentos normativos voltados 
para a educação que têm como base a Constituição especificam quais as 
responsabilidades e competências de cada esfera governamental. A partir 
dessa legislação e do estabelecimento de regras e normas, encontramos na 
Constituição Federal de 1988 a disposição da educação como um direito que 
deverá constar em todas as leis de âmbito educacional, sejam elas relacionadas 
às esferas federais, estaduais ou até mesmo por meio da Lei Orgânica dos 
municípios.
O segundo tipo de vertente legislativa em nosso país é o de natureza regu-
lamentadora, que tem como característica principal a prescrição e se manifesta 
por meio de (LIMA, 2016, p. 4):
[...] decretos presidenciais, as portarias ministeriais e interministeriais, as 
resoluções e processos dos Órgãos do Ministério da Educação, como o Con-
selho Nacional da Educação ou o Fundo de Desenvolvimento da Educação 
que dispõe sobre a forma como serão executadas as regras ou das disposições 
legais contidas no processo de regulação da educação nacional sem, no entanto, 
estabelecer princípios.
3A educação básica e a legislação educacional
A partir desses esclarecimentos sobre as especificidades da legislação, 
identificamos que essa estrutura vincula a nossa prática educativa às políticas 
governamentais por meio de leis, diretrizes, resoluções, ementas, portarias e 
decretos que se amparam nas nossas bases constitucionais. 
Quanto à organização dos níveis e das modalidades educacionais, a legis-
lação apresenta uma estrutura a ser seguida por todo o território nacional nas 
redes públicas e privadas (BRASIL, 1996), veja o Quadro 1.
Níveis/ modalidades Sistema administrativo
Educação infantil (creche e pré-escola) Município
Ensino fundamental Municípios e estados
Ensino médio Estado
Ensino superior Governo Federal
Educação de jovens e adultos Estados e municípios
Educação profissional Estado e Governo Federal
Educação especial Todas as esferas governamentais
 Quadro 1. Modalidades educacionais 
Podemos observar pelo quadro acima que existem duas dimensões na nossa 
educação, as quais se dividem em diferentes níveis de ensino, compreendendo 
a educação básica e a superior. Há ainda aque se divide nas modalidades 
educacionais que compreendem a educação de jovens e adultos, a educação 
profissional e a educação especial.
A educação infantil corresponde à primeira etapa da educação básica, 
sendo ofertada nos espaços destinados a creches e pré-escolas. Já o ensino 
fundamental compreende a segunda etapa, sendo os anos iniciais do 1º ao 5 º 
ano, e os anos finais do 6 º ao 9º ano. Para finalizar a educação básica, temos 
o ensino médio, compreendendo do 1º ao 3º ano. É importante ressaltar que 
estamos passando por transformações na nossa legislação educacional, com a 
formulação da Base Nacional Comum Curricular e a Reforma do Ensino Médio. 
Articuladas com os demais documentos legais, elas propõem significativas 
mudanças organizacionais e estruturais, bem como nos processos de ensino 
e aprendizagem de todo o país. 
A educação básica e a legislação educacional4
Darcy Ribeiro tem relações profundas com diferentes políticas públicas educacionais e 
governamentais, como a LDB 9.394/96. Conheça um pouco da sua biografia no artigo 
O arquivo utópico de Darcy Ribeiro, da autora Luciana Quillet Heymann.
As principais normas da educação básica na 
legislação educacional brasileira
A legislação brasileira que estabelece as normas para a educação básica é 
fundamentada na Constituição de 1988, promulgada após muitas lutas e mo-
bilizações em favor de um documento que assegurasse direitos educacionais 
e o acesso democrático às instituições de ensino.
Encontramos nos Arts. 205 e 206 desse documento as seguintes informa-
ções, que se relacionam com o campo educacional e que se articulam com 
diferentes políticas governamentais municipais, estaduais e federais (BRASIL, 
1988, documento on-line):
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a 
arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
No que tange aos direitos e deveres educacionais e aos princípios estabe-
lecidos, o documento constituinte apresenta especificamente, no Art. 208, 
as responsabilidades do Estado com a educação — assim como as emendas 
anexadas ao longo da sua implementação (BRASIL, 1988, documento on-line): 
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegu-
rada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso 
na idade própria;
5A educação básica e a legislação educacional
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde.
Ao acessarmos o portal do Ministério da Educação (MEC), encontramos 
documentos voltados à normatização da educação básica, como a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), o Plano Nacio-
nal de Educação (BRASIL, 2014) e as Diretrizes Curriculares Nacionais da 
Educação Básica, de 2013. 
A LDB é a nossa mais importante legislação educacional brasileira. De 
responsabilidade da União, tem como objetivos a organização e regulamentação 
da estrutura e do sistema de ensino, abarcando tanto as instituições públicas 
quanto as privadas. Nela encontramos a organização da educação nacional, dos 
níveis e das modalidades educacionais, assim como questões envolvendo os 
profissionais da educação. Veja a seguir como está organizado esse documento 
a partir dos títulos (BRASIL, 1996, documento on-line):
TÍTULO I Da Educação
TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
TÍTULO III Do Direito à Educação e do Dever de Educar
TÍTULO IV Da Organização da Educação Nacional
TÍTULO V Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
TÍTULO VI Dos Profissionais da Educação
TÍTULO VII Dos Recursos financeiros
TÍTULO VIII Das Disposições Gerais
TÍTULO IX Das Disposições Transitórias
Ao longo da sua vigência, novas emendas e decretos foram inseridos, 
promovendo alterações no texto base na LDB nos anos de 2001, 2004, 2005, 
2009 e, mais recentemente, em 2018, realizando uma pequena alteração no 
artigo que trata da educação alimentar.
Dando continuidade aos nossos estudos sobre as principais normas bá-
sicas na legislação educacional brasileira, encontramos o Plano Nacional de 
Educação. O Art. 214 da Constituição de 1988 indica o estabelecimento de 
um plano nacional de educação que se integre com o sistema de ensino para 
A educação básica e a legislação educacional6
formular propostas e metas educacionais a serem implementadas e atingidas 
ao longo de um período estipulado. Veja o que dispõe esse texto (BRASIL, 
1988, documento on-line):
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, 
com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de cola-
boração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação 
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos 
níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes pú-
blicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação 
como proporção do produto interno bruto.
De acordo com a LDB, a União tem a incumbência de organizar o PNE 
em regime colaborativo com as demais esferas governamentais existentes. 
É importante destacar que o primeiro plano da nossa trajetória educacional 
foi formulado em 1962, em articulação com a LDB de 1961. O segundo foi 
promulgado em 2001, com prazo de vigência final em 2010. Assim, em 2014, 
com prazo de vigência até o ano de 2024, o terceiro PNE foi aprovado, resul-
tando na Lei nº 13.005.
Ao observarmos o processo de formulação e aprovação do mais recente 
plano, identificaremos que contou com uma participação democrática de en-
tidades não governamentais e da sociedade civil, assim como de movimentos 
como a Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Em função da relevância 
das ações dessa política governamental, foi organizada uma plataforma digital 
denominada Observatório do PNE (2018), oportunizando que diferentes 
atores envolvidos nos processos educacionais acompanhassem o andamento 
do cumprimento dos planos e das metas estabelecidos.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 
2013) estabelecem a base nacional comum e têm como objetivo a orientação, 
organização, articulação, o desenvolvimento e os processos avaliativos das 
propostas pedagógicas de todo o território nacional. Elas passaram por um 
processo de atualização, devido às transformações das formas de organização 
do ensino fundamental e à obrigatoriedade do ensino oferecido gratuitamente 
para a população dos quatro aos dezessete anos de idade. Assim, esse docu-
7A educação básica e a legislação educacional
mento normativo com 546 páginas integra, juntamente com aLDB e o PNE, 
o conjunto das legislações educacionais.
A partir dos destaques dessas normas legislativas de incumbência da União, 
podemos observar que há um caminho de transformações que vão se adequando 
ao contexto histórico, social e econômico no nosso país, que enfrenta desafios 
e dificuldades de diferentes naturezas para colocar em prática tudo o que nos 
é assegurado por meio da legislação. 
Políticas garantidas pela lei voltadas 
à educação básica 
Em nossos estudos, referimo-nos a todo momento ao termo políticas públicas 
— em especial as relacionadas à educação. Você saberia informar exatamente o 
signifi cado dessa expressão e o quanto ela refl ete diretamente no nosso cotidiano?
Políticas públicas compreendem um conjunto de programas (com regras, 
relações de poder, formulação de textos legais), ações e tomadas de decisão 
governamentais em âmbito nacional, estadual e público, em articulação direta 
ou indireta com outros setores públicos e privados, de forma a viabilizar a 
prática de políticas que assegurem o acesso à educação para todos. Em outras 
palavras (MELLO, 1991, p.7), trata-se do “[...] entendimento da educação como 
política pública e, portanto, inserida — embora não exclusivamente — no 
conjunto das ordenações e intervenções do Estado”. 
É importante enfatizar que o processo de formulação de políticas educacionais 
se relaciona com o que dispõe a Constituição de 1988 no Art. 205, afirmando 
que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família. Assim, de 
acordo com Saviani (2008, p.2):
O desenvolvimento da sociedade moderna corresponde ao processo em que 
a educação passa do ensino individual ministrado no espaço doméstico por 
preceptores privados para o ensino coletivo ministrado em espaços públi-
cos denominados escolas. Assim, a educação sistematizada própria das 
instituições escolares tende a se generalizar impondo, em conseqüência, a 
exigência de se sistematizar também o funcionamento dessas instituições, 
dando origem aos sistemas educacionais organizados pelo poder público. 
Com efeito, no referido processo foi se impondo o entendimento de que a 
educação é uma questão de interesse público, devendo ser situada no âmbito 
da esfera estatal.
A educação básica e a legislação educacional8
Assim, os governos das sociedades contemporâneas têm como incum-
bências legislativas a definição de normas coletivas como as relacionadas ao 
sistema educacional, bem como meios de assegurar o cumprimento das leis 
em vigor. 
Ao analisar a nossa trajetória educacional, Saviani (2008) identifica que 
a descontinuidade estrutural da política educacional brasileira é uma das 
características mais evidentes. As reformas propostas em diferentes momen-
tos políticos apresentam instabilidades e constantes alterações, que trazem 
como consequência a dificuldade de se alcançarem os objetivos e as metas 
propostas, como a erradicação do analfabetismo e a democratização do ensino, 
viabilizando o acesso aos estudos de forma que todos os indivíduos concluam 
o ensino básico. Outro entrave em nossas políticas se manifesta nos problemas 
de natureza pedagógica, que buscam articular a concepção de homem e mundo 
com a visão de educação pela sociedade e por seus representantes.
Agora que você acompanhou a trajetória das políticas e as relações com os 
problemas atuais, verá a seguir, a partir de pesquisas realizadas no portal do 
Ministério da Educação, os principais programas e ações ligados às políticas 
para a educação básica, em articulação com a agenda 2030, que aprovou o 
Marco de Ação em reunião na 38º Conferência Geral da Unesco (MEC: 2018 
online). Você verá também alguns dos programas e ações referentes a esse 
Marco da Ação.
Para mais informações sobre programas e ações, acesse o portal do Ministério da 
Educação no link a seguir.
https://goo.gl/jkz6MH
De acordo com as informações, você pode observar as políticas desenvolvidas, 
as unidades responsáveis e envolvidas, assim como as principais ações gover-
namentais desenvolvidas com o objetivo de melhorar a qualidade educacional. 
Segundo o Ministério da Educação, essa melhoria envolve diferentes aspectos, 
como a aprendizagem do aluno, a valorização do profissional de educação, a 
infraestrutura física e pedagógica da escola e o apoio aos entes federados.
9A educação básica e a legislação educacional
Programas 
e ações
Especificidades
Programa Mais 
Alfabetização
Trata-se de uma estratégia do Ministério da Educação 
para fortalecer e apoiar as unidades escolares no 
processo de alfabetização dos estudantes regularmente 
matriculados no 1º e no 2º ano do ensino fundamental.
Finalidade:
I – a alfabetização (leitura, escrita e matemática) 
dos estudantes regularmente matriculados no 1º 
ano e no 2º ano do ensino fundamental, por meio 
de acompanhamento pedagógico específico; 
II – a prevenção ao abandono, à reprovação, à distorção idade/
ano, mediante a intensificação de ações pedagógicas voltadas 
ao apoio e ao fortalecimento do processo de alfabetização.
Proinfância Trata-se de um programa nacional de reestruturação 
e aquisição de equipamentos para a rede escolar 
pública de educação infantil, visando garantir o acesso 
de crianças a creches e escolas, bem como melhorar 
a infraestrutura física da rede de educação infantil. 
Novo Mais 
Educação
É uma estratégia do Ministério da Educação que tem como 
objetivo melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e 
matemática no ensino fundamental, por meio da ampliação 
da jornada escolar de crianças e adolescentes, otimizando 
o tempo de permanência dos estudantes na escola.
Avaliações da 
Aprendizagem
As avaliações da aprendizagem são coordenadas pelo 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (Inep). O Inep é uma autarquia federal vinculada ao 
MEC, cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações 
sobre o sistema educacional brasileiro, a fim de subsidiar a 
formulação e implementação de políticas públicas para a área 
educacional a partir de parâmetros de qualidade e equidade, 
bem como produzir informações claras e confiáveis aos 
gestores, pesquisadores, educadores e ao público em geral.
Programa 
Nacional do 
Material e do 
Livro Didático 
(PNLD)
Esse programa é destinado a avaliar e disponibilizar 
obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros 
materiais de apoio à prática educativa, de forma 
sistemática, regular e gratuita, às escolas públicas de 
educação básica das redes federal, estaduais, municipais 
e distritais, e também às instituições de educação 
infantil comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem 
fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público.
 Quadro 2. Programa e ações 
 Fonte: Adaptado de Lewis (1997). 
A educação básica e a legislação educacional10
Ao analisar a proposta de alguns desses programas e ações (Quadro 2), 
podemos verificar que eles buscam atender a diferentes dimensões que con-
templam o campo educacional, na concepção de que esses investimentos atuam 
em conjunto nos esforços para o avanço da qualidade do ensino. De acordo 
com as aprendizagens construídas por meio dos nossos estudos, identificamos 
as dificuldades enfrentadas para que as políticas que visam assegurar a edu-
cação sejam viabilizadas. Dessa forma, podemos relacionar o nosso mundo 
contemporâneo com marcas da nossa história que trouxeram consequências 
para o nosso desenvolvimento como nação. Assim, ficam os desafios para 
que os responsáveis pelos processos educacionais que envolvem o sistema de 
ensino identifiquem os problemas, busquem estratégias e estabeleçam planos 
e metas para que os direitos constitucionais garantidos sejam assegurados.
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LIMA, J. J. T. et al. Evolução da legislação educacional brasileira. Revista Don Domenico, 
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nível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n13/v5n13a02.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2018. 
11A educação básica e a legislação educacional
OBSERVATÓRIO do PNE. 2018. Disponível em: <http://www.observatoriodopne.org.
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SAVIANI, D. Desafios da construção de um sistema nacional articulado de educação. 
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SILVA, P. Vocabulário jurídico III e IV. Rio de Janeiro: Forense, 1990.
Leitura recomendada
HEYMANN, L. Q. O arquivo utópico de Darcy Ribeiro. História, Ciências, Saúde, v. 19, 
n. 1, jan./mar. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v19n1/14.pdf>. 
Acesso em: 27 nov. 2018.
A educação básica e a legislação educacional12
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