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Revisão NP2 Psicologia Escolar

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https://www.queixaescolargiqe.com/
Capítulo 4
https://drive.google.com/drive/u/2/folders/1J2jGI6nebfCW0nw-V7pMOm7nUWZT9-sy
https://www.passeidireto.com/arquivo/84528270/resumo-queixa-escolar-e-avaliacao-psicologica-na-escola-psicologia-escolar
QUEIXAS ESCOLAR 
São os encaminhamentos que chegam da escola para a Psicologia e retratam as dificuldades vividas no processo de escolarização. A queixa escolar é constituída a partir do conjunto de relações individuais, sociais e institucionais.
Essa concepção busca romper com o modelo clássico tradicional no sentido de diagnóstico e intervenção, pois o foco da análise é o processo de escolarização, buscando uma compreensão sistêmica do funcionamento escolar.
Fatores que constituem o processo de escolarização:
Políticas educacionais;
Relações institucionais;
Relações escolares;
Aspectos pedagógicos;
É promovida, nesse sentido, a escuta ao aluno e família e a leitura da escola sobre o caso.
Como interpretar o processo de escolarização?
· Compreensão dos fenômenos psicológicos, pedagógicos e sociais como produtos do processo de escolarização;
· Interpretação dos processos de aprendizagem e desenvolvimento como fenômenos
interdependentes;
· Olhar para o desenvolvimento do aluno e para as situações de aprendizagem.
Os processos de avaliação da escolarização devem expressar a complexidade da vida escolar.
A pergunta “por que a criança não aprende?” muda para “o que acontece no processo de escolarização que faz com que a criança não se beneficie da escola?”.
A queixa escolar é um sintoma, não uma doença, pois é o funcionamento institucional que é patológico. 
O não aprender é uma denúncia de que algo não está bem na escola.
Vygotsky destaca:
· nível de desenvolvimento real: o que a criança já sabe fazer; e
· nível de desenvolvimento potencial: o sujeito ainda não tem o conhecimento ou precisa de ajuda para fazer.
Entre os dois níveis está a zona de desenvolvimento proximal, nessa parte que atuamos enquanto psicólogos, ajudando o sujeito a reconhecer aquilo que ele já internalizou e construímos uma rede para elaborar estratégias.
No caso de uma criança com problemas familiares, nossa intervenção se pauta a partir da visão de que o problema que ela tem de aprendizagem não está nela, e sim no sistema que o produziu. A partir daí, identificamos suas potências, quais conhecimentos estão internalizados nela e em nível real.
Procedimentos de Avaliação Psicológica dentro da Escola
Quando a queixa é escolar, o modo de avaliação deve ser crítico, pois na perspectiva clássica o olhar recai para o sujeito; na crítica o olhar contempla toda a rede de relações que produz a queixa.
· Laudos são reducionistas;
· Numa avaliação crítica, o objetivo é mudar as práticas e processos de escolarização que facilitem o processo de aprendizagem;
· Quando a queixa não é escolar, os testes são muito importantes.
Críticas de Patto aos testes psicológicos
· Técnico demais, impossibilitando uma intervenção criativa na aplicação;
· Testes não correspondem à realidade da condição brasileira, sobretudo de crianças pobres;
· Avaliação pautada na aptidão e quantificação, e esse número concretiza o lugar que a criança ocupa;
· Rapidez da resposta como definição de inteligência;
· Uso exclusivo de psicólogos.
O que os laudos não dizem?
· o quanto o Estado defende os interesses das classes dominantes e nem que o poder público sempre tratou a educação com descaso, promovendo o sucateamento da rede pública; 
· não demonstram a insatisfação dos professores diante das más condições de trabalho; 
· que a escola é produtora de exclusão; que os resultados dos testes dependem e muito do processo de escolarização.
Ou seja, os testes psicológicos resultam em um psicologismo que deposita no sujeito a causa das suas dificuldades escolares.
Avaliação Psicológica sob a Perspectiva Clínica
Primeiro de tudo, é necessária uma reinvenção da avaliação psicológica. Na perspectiva da Psicologia escolar crítica, a avaliação psicológica deve investigar a rede de relações que produz a queixa, não tão somente o sujeito.
Se a queixa é produzida coletivamente, a intervenção deve se pautar nas relações escolares, potencializando todos os envolvidos.
Atendimento à queixa escolar:
perspectiva clássica:
· após o psicodiagnóstico é produzido um laudo (que muitas vezes legitima uma
doença que a criança não tem), e a escola procede a partir desse laudo (encaminha para a terapia; coloca em educação especial; educação compensatória; estimulação precoce).
perspectiva crítica:
· não se faz psicodiagnóstico. O olhar do psicólogo vai para a rede que produz a queixa, sendo o aluno apenas um dos elementos; 
· vai para as políticas públicas implantadas na escola e como elas interferem no processo de escolarização;
· quais as relações institucionais; 
· aspectos pedagógicos para tentar entender o que acontece na sala de aula que produz a queixa.
Aprendizagem e desenvolvimento são inseparáveis. Devem existir situações de aprendizagem que possibilitem que o sujeito internalize o conhecimento. Os processos de avaliação da escolarização incluem toda a rede de relações, então se observa toda a
complexidade da vida escolar.
Existe uma ação reducionista que leva a uma conduta de medicalização:
· Reducionismo biológico;
· Tratamento medicamentoso;
· Diagnósticos classificatórios e não explicativos;
· Não considerar questões intraescolares, pedagógicas, sociais e econômicas;
· Não considerar o que acontece dentro da escola.
Na crítica a esse processo, se propõe:
· olhar crítico;
· análise do processo de escolarização e condução a partir de uma abordagem histórico-cultural. 
· Dialogar com a escola e incluí-la na investigação e na intervenção é fundamental;
· potencializar e fortalecer recursos internos do aluno e do professor; 
· considerar o funcionamento das relações escolares;
· entender como um problema coletivo e não individual.
A psicologia escolar vê a importância de se investir em ações de melhoria para a escola, em que os processos de escolarização fossem mais bem-sucedidos e diminuísse a tendência de encaminhamentos médicos. Os psicólogos vêm ampliando as intervenções com o
intuito de problematizar e reverter funcionamentos produtores de fracasso escolar.
Como o psicólogo deve começar a agir diante da queixa escolar?
· Rever o atendimento tradicional às queixas;
· Desenvolver uma abordagem que supere as dificuldades das práticas tradicionais;
· Incluir a escola na investigação e intervenção. A escola é parceira na compreensão da queixa e estratégias de enfrentamento;
Fazer perguntas como:
» Em que tipo de classe ele está?
» Quantas professoras teve esse ano?
» Onde o aluno se senta na classe?
» Com que frequência ocorrem faltas de professores?
» Em que momento da trajetória escolar surgiu a queixa?
· Criar uma interlocução com a escola;
· Investigar as pertenças sociais do indivíduo (camada socioeconômica, grupo étnico, religião) e seus desdobramentos.
Funcionamentos do Sistema Escolar que produzem sofrimento:
Dos órgãos centrais que regimentam o funcionamento da escola:
· Burocracia que cria problema no cotidiano da escola (ex: professor às vésperas de se aposentar, sai a aposentadoria em maio e aí ele vai embora);
· Políticas públicas implantadas de maneira autoritária e desorganizada que na verdade deveriam ser implementadas.
Das unidades escolares:
· Ausência de espaços sistemáticos de reflexão, falta de diálogo;
· Ausência de um projeto político-pedagógico;
· Falta de apoio e orientação aos professores e gestores;
· Saberes desconsiderados;
Da relação escola-pais:
· Exclusão de decisões sobre os filhos;
· Alvo de mitos e preconceitos;
· Tratados como usuários de favores.
Da sala de aula:
· Homogeneidade (todo mundo aprendendo na mesma hora, do mesmo jeito);
· Pedagogia repetitiva e desinteressante;
· Encaminhamentos a especialistas.
Orientação à queixa escolar:
Os psicólogos devem:
· Olhar o processo de escolarização e todos os fatores que influenciam a queixa;
· Contemplar a tríade aluno-escola-pais;· Ir contra as práticas adaptacionistas, conquistando uma movimentação que se direcione no sentido de desenvolver todos os agentes ao redor da queixa.
Princípios da Orientação à Queixa:
· Circular a compreensão sobre a queixa, oferecendo as diferentes perspectivas sobre ela, buscando novas leituras e soluções;
· Identificar e fortalecer as potências de todos;
· Cuidar das relações dos participantes da rede;
· Atenção à singularidade, pois não há padronização em procedimentos;
· Atendimento é breve, 6 a 8 encontros;
· O atendimento é focal, pois se centra na queixa escolar. Se vê a queixa e o que está por trás dela, dialogando em rede.
*Não aplicamos teste e não fazemos psicodiagnóstico.
Atitude do Psicólogo
A postura do psicólogo deve ser ativa e a manutenção da queixa horizontal, pois não existe uma hierarquia, a intervenção é baseada no diálogo entre todos os agentes.
Atuação dos Psicólogos nas Dificuldades de Comportamento
A escola reproduz os valores e regras impostos pela sociedade, e nem sempre assegura o exercício de uma cidadania ativa. Os processos de vida se dão nas relações, daí a importância de o psicólogo trabalhar os conflitos e violências muitas vezes produzidos dentro da escola.
Não se pode compreender a educação sem inseri-la no contexto de política econômica, pública e social que atravessam o cotidiano da escola. Devemos conhecer as direções éticas e políticas da escola; isso se manifesta nas ações de todos lá dentro. A construção de um projeto político-pedagógico é um desafio para a comunidade.
Possibilidade de Atuação do Psicólogo:
Intervenção no processo de ensino aprendizagem: práticas que conduzem o aluno a reconhecer suas potencialidades (através de mediadores culturais - teatro, música, etc), trabalhar prospectivamente (naquilo que o aluno pode se desenvolver - Vygotsky);
Educação inclusiva: 
· como construir um plano que atenda a todos os alunos; 
· acompanhamento de estudantes visando inclusão e permanência;
· mobilizar encontros com a equipe docente para auxiliar no planejamento educacional; etc;
Desafios para o psicólogo:
· Considerar a dimensão da produção de subjetividade sem reduzi-la a uma perspectiva individualizante;
· Sair da ação clássica, procurando desenvolver práticas coletivas que acolham as demandas e buscando com elas os procedimentos de enfrentamento;
· Romper com a patologização, medicalização e judicialização da educação;
LEI Nº 13.935, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2019 
Dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica.
A Lei nº 13.935, de 11 de dezembro de 2019, prevê que as redes públicas de Educação Básica contarão com serviços da Psicologia e do Serviço Social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13935.htm
Código de Ética Profissional do Psicólogo 2005
Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo.
O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf
Declaração universal dos direitos humanos onu 1948
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
Livros:
Orientação à queixa escolar
Apresentação + cap 1 (pág 13 a 58)
Cap 4 - Apresentando a orientação à queixa escolar (97 a 134)
Artigos:
Souza Patto M. H. 
“Para uma crítica da razão psicométrica”
https://www.passeidireto.com/arquivo/83941966/aula-3-avaliacao-psicologica-na-escola-para-envio
Avaliação psicológica na escola
Psicólogos clínicos em consultórios particulares e Serviços Escola de Psicologia recebem um número crescente de encaminhamentos de crianças e adolescentes para avaliação psicológica com problemas de aprendizagem e de comportamento escolar.
Avaliação psicológica tradicional na escola
No modelo clássico tradicional o objeto de análise é a criança, nesse sentido busca-se compreender o que ela tem, o problema está na criança, nas suas relações familiares, no seu mundo interno.
Em concordância com esse paradigma, para a avaliação da queixa escolar, algumas ações são realizadas, tais como: entrevista com os pais, anamnese, sessões lúdicas com a criança, aplicação de testes, diagnóstico, prognóstico, entrevista devolutiva com os pais,
encaminhamento para tratamento.
Os procedimentos diagnósticos em psicologia seguem, usualmente, uma perspectiva tradicional na avaliação psicológica e o resultado é a atribuição de um laudo que apresenta uma deficiência, distúrbio, patologia no aluno e suas consequências podem variar, de acordo com a classe social do aluno:
- Psicoterapia, terapias pedagógicas e orientação aos pais, visando a adaptação do aluno na escola.
- Elaboração de um laudo que justificará a exclusão do aluno na escola; a desigualdade e a exclusão são justificadas cientificamente, ignora-se a dimensão política do problema.
Portanto, a produção de laudos psicológicos apresenta diagnósticos reducionistas, com uma avaliação no plano do indivíduo e de sua família – produzem estigmas e justificam a exclusão escolar, reduzindo os alunos a ‘portadores’ de defeitos, anormalidades.
As dificuldades escolares não podem ser entendidas sem considerar-se as práticas e os processos escolares que dificultam o processo de aprendizagem, produzindo nos alunos determinados comportamentos e atitudes, erroneamente interpretados por professores e psicólogos, como indisciplina, agressividade, distúrbio, hiperatividade, apatia – visão medicalizante das dificuldades de escolarização de crianças.
Crítica aos testes de inteligência e de personalidade (Patto, 2000)
· Uso exclusivo por psicólogos
· Atuação técnica em psicologia
· Conteúdo dos testes não correspondem à realidade brasileira
· As perguntas (adultos) têm significados e funções diferentes para a criança
· Avaliação de aptidão com mensuração de resultados
· Falta de clareza para o indivíduo durante a aplicação do teste
· Rapidez da resposta como definição de inteligência
· Mensuração do psiquismo e produção de laudos
Em resumo, problemas relativos ao conteúdo das provas/testes, à conceituação de inteligência e à lógica da situação de avaliação fazem com que os testes se transformem em ‘artimanha’ do poder, que prepara uma 'armadilha' para a criança, que acaba vítima de um resultado que não passa de um ‘artefato’ da própria natureza do instrumento e de sua aplicação, situação tanto mais verdadeira quanto mais o examinando for uma criança pobre e portadora de uma história de fracasso escolar produzido pela escola. (Patto, 1997, p.3)
O que os laudos psicológicos não dizem sobre as crianças que não conseguem se escolarizar na escola pública?
· Que em uma sociedade de classes o Estado defende os interesses das classes dominantes, com poder político.
· Que o ensino público brasileiro tem uma história marcada pelo descaso do Estado pela escola para o povo.
- que uma política educacional tecnicista sucateou a rede pública de escolas.
- que a burocratização da escola eliminou uma avaliação fecunda de qualidade do ensino oferecido.
- que a política salarial desestimula os professores e, frustrados, fazem dos alunos bodes expiatórios.
- que grande parte dos professores representa o preconceito, a raiva e o desrespeito aos pobres, traço de uma sociedade escravocrata, violenta e dominadora
- que a vida escolar concretiza (os fatores acima) por meio de práticas e processos
pedagógicos e administrativos produtores de dificuldadesde aprendizagem dos bens culturais que cabe à escola transmitir.
- que as relações pessoais na escola são autoritárias e produtoras de estigma e
exclusão.
- que a falta frequente de professores faz com que classes inteiras de alunos fiquem
abandonadas por longos períodos, sendo rotuladas no ano seguinte como ‘fracas’.
- que todo esse processo é vivido com dor pelas crianças e causa-lhes danos na
autoestima, os quais psicólogos irão entender como dificuldades escolares.
- que os resultados alcançados nos testes psicológicos dependem da história
escolar, uma vez que esta exerce influência sobre a reação da criança à situação de
avaliação e sobre o resultado obtido em testes saturados de atitudes e informações
escolares que não poderiam ser exigidas, como prova de inteligência, de crianças
que não tiveram garantido o direito a uma escola de boa qualidade.
Críticas aos testes psicológicos
Portanto:
· os testes psicológicos resultam em um ‘psicologismo’ que pressupõe que a dificuldade de aprendizagem e de adaptação escolar decorrem de distúrbios físicos ou psíquicos encerrados no próprio aluno;
· são instrumentos ideológicos criados como forma de controle social e patologização social.
Avaliação psicológica em uma perspectiva critica
· É importante ao fazer a avaliação psicológica, incluir todos os elementos
· Investigar a rede de relações e de práticas cotidianas produtoras do fracasso escolar – relações institucionais, relação professor aluno, procedimentos didáticos, relacionamento entre os alunos, a história escolar do aluno, professoras
sobrecarregadas e mal remuneradas, etc.
Pensar o processo de avaliação da queixa escolar em harmonia com a perspectiva crítica requer uma mudança paradigmática
Assim, na perspectiva crítica o objeto de análise passa a ser o contexto das relações que produzem o fenômeno (não aprender) o objetivo do nosso trabalho será intervir no processo de produção da queixa escolar para rompê-lo.
Barbosa, Débora H. R.
“Psicologia educacional ou escolar? Eis a questão.”
A psicologia educacional é uma subárea da psicologia que busca entender e trabalhar todos os processos mentais de aprendizagem. 
Psic. Educacional = Processos Mentais
Já a psicologia escolar é uma subárea que tem como foco o ambiente escolar, de forma a achar meios de melhorar o aprendizado do aluno na escola.
Psic. Escolar = Ambiente Escolar
· O que fazer (interventiva) Débora H.
 A Psicologia Escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem.
· Ética
· Orientação à queixa escolar (Beatriz P.S.) OK
· Crítica à psicometria (Souza Patto) OK
· Epistemologia: psicologia crítica/hist. cultural - oK
O que diz a psicologia Histórico-cultural?
A psicologia histórico-cultural e sócio-histórica
Enfatiza o papel mediador da cultura, particularmente da linguagem, no desenvolvimento das funções psicológicas superiores, de acordo com os três planos genéticos, a filogênese (evolução das espécies), ontogênese (processo de formação de um ser vivo) e a sociogênese (diz respeito à história do meio cultural onde o sujeito está inserido e as formas de funcionamento cultural que interferem no funcionamento psicológico, que de certa forma ainda o definem, o que ocorre de acordo como cada cultura organiza o desenvolvimento).
A interação social constitui um dos pilares do pensamento vygotskyano, considerando que é através das trocas estabelecidas com o meio físico e o social que o ser humano se constitui e desenvolve, (re)constrói e se apropria dos conhecimentos, desenvolvendo desse modo, as funções psicológicas superiores.
· Materialismo Histórico Dialético (Paulo Freire e Vygotsky)
Vygotsky enfatizou a interação que deve ser constante entre professor-aluno, aluno-aluno e entre os demais atores da escola. Essa questão é de especial importância para a sustentação teórica deste estudo, uma vez que é através da interação social que ocorre a internalização do conhecimento, a internalização como a "reconstrução interna de uma atividade externa” (1991, p. 63)
Revisão Aula:
O que fazemos com a queixa escolar no contexto da psicologia escolar (Psic. Escolar = Ambiente Escolar)
Pensando que já tem uma junção, a Débora Barbosa escreve que tem uma linha de tempo do qual essa lógica de escolar educacional vira integralizada, porque temos a questão do sistema dentro de uma instituição, tem a afetação desse sistema impactando sujeitos que aprendem ou não, eles estão debaixo desse sistema. Por isso que a escola tradicional é dissociável.
Por que é integralizado?
Por causa do método, o materialismo histórico dialético implica no método de sempre analisar o todo para explicar uma parte.
Exemplo é o coronavírus, tem que isolar uma parte (o vírus) para entender o que é a pandemia, o que a está causando.
Metodologicamente
A questão é metodologicamente e epistemologicamente pensando, na dimensão dos seres humanos, será que dá pra fazer da forma positivista, liga, desliga? Até dá pra fazer de uma certa forma, medindo parâmetros, mas não é o ideal. 
O Vygotsky discute uma questão que permeia essa abordagem histórico-cultural, histórico-crítico, que vai trazer uma inquietação pra psicologia, que é das funções psíquicas superiores, que ele vai falar que de alguma forma a psicologia não pode negligenciar. 
Quais são as funções psíquicas superiores? Consciência, identidade, memória significativa, memória intencional, tudo que não é vital.
Funções elementares: são inatas do campo biológico, filogenético
Funções superiores: são as biopsicossociais.
Então, a complexidade do ser humano é maior nesse sentido, não tem homogeneidade, tem heterogeneidade, diferenças, diversidade, pluralidade, analisando de forma multifatorial.
Quando se pega uma criança que não aprende, é multifatorial a avaliação.
Não adianta pegar uma criança que vai mal na prova e aplicar um teste avaliativo, em um contexto que não considera os demais fatores de sua vida.
São questões complexas.
O que você vive lá fora não me interessa, o que importa são as tarefas que eu peço e o sujeito me entrega. 
É preciso entender a lógica inteira, a lógica multifatorial, tem que estar em uma avaliação, é algo que precisa ser discutido, não adianta aplicar teste. O que um teste vai validar em uma criança que não aprende? Dá pra validar universalmente um teste?
Para Vygotsky, não tem validação possível, pois a pluralidade e a diversidade impedem a validação. 
Dá pra usar teste?
Em certas circunstâncias sim, situações de ordem biológica. 
Aquilo que é de ordem social, cultural, que se transforma numa ordem biológica é, para Foucault, a verticalização.
Essa perspectiva de se entender a loucura, de se entender a anormalidade, não vem de hoje. Nada contra compreender diferenças, o problema é patologizar a diferença, a diversidade. Essa é a questão. Foucault diz que é um discurso seletivo. 
É uma perspectiva crítica da forma que temos que atender essas pessoas.
Capítulo 4 - Esclarecimento do que é queixa escolar
Trata-se de uma abordagem que parte de uma determinada concepção da natureza e da gênese da queixa escolar, entendida como aquela que tem, em seu centro, o processo de escolarização (para o método dialético, tudo está em processo, o método dialético é movimento, não tem quem não aprenda, estagnadamente, se não aprende no momento, pode aprender depois, se não aprende de um jeito, pode aprender de outro, às vezes mudando o método, segundo Vygotsky, utilizando atividades compensatórias, mas ele vai aprender, com coisas adaptadas, customizadas para ele, utilizando de mudança de ambiente, de relacionamento, de método, de recurso) . Trata-se de um emergente de uma rede (crianças, adolescentes, adultos, a escola em si) de relações que tem como personagens principais, via de regra, a criança/adolescente, sua escola e sua família. O cenário principalem que surge e é sustentado é o universo escolar (então sempre é: observar o todo para entender a parte).
Assim, nosso sujeito de investigação/intervenção é esta rede e como as relações entre seus integrantes desenvolvem-se (posta aí uma dinâmica interacional). Considerando que um momento (dialética de novo) é construído ao longo de uma história que lhe dá sentido, conhecer e problematizar tal história inclui-se necessariamente no atendimento (o atendimento implica entender a história, envolvimento, entender uma história num universo, numa rede).
Nosso objetivo é conquistar uma movimentação nessa rede dinâmica que se direcione no sentido do desenvolvimento de todos os seus participantes e da superação da queixa escolar (olhar ético da queixa escolar, não interessa criar mercado de patologizar pessoas, que é a lógica do mercado neoliberal, fidelizar o cliente, interessa dar conta da questão, resolvê-la, não ganhar dinheiro com a doença, com a queixa), que se sustente sem mais necessidade do atendimento em Orientação à Queixa Escolar". Daí nossa contraposição às práticas adaptacionistas, que entendem a superação da queixa escolar como uma mudança apenas da criança/adolescente portadora da queixa, abrangendo também sua família, mas deixando intocada a Escola (trabalhando enviesadamente, a escola fica intocada, como se fosse perfeita). Nesta concepção (queixa escolar), uma criança que se rebela contra aulas sem sentido, autoritarismo e atos de humilhação, mostrando-se agressiva e apreendendo pouco os conteúdos pedagógicos que lhe são impostos nestas condições, é frequentemente considerada responsável por suas atitudes de recusa e a meta de seu atendimento é sua adaptação/submissão (não tem a intenção de dominar a pessoa e sim de libertá-la).

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