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NÚCLEO DE NEUROPSICOPEDAGOGIA¹ PORTFÓLIO DA APRENDIZAGEM ACADÊMICA DATA: 02/11/2022 CURSO: Neuropsicopedagogia Institucional e Educação Inclusiva DISCIPLINA: Educação da Pessoa com Deficiência Visual NOME: Nárjory Valérie Souza da Silva Guimarães 1. RESUMO DA GRAVAÇÃO DO ENCONTRO PRESENCIAL VIRTUALIZADO No dia 12 de maio de 2021 foi ministrada a aula Educação da Pessoa com Deficiência Visual pela professora Juliana Hostim Correa. A aula deu-se início com a apresentação do conteúdo, englobando discussões sobre sobre o funcionamento do aparelho visual, além das necessidades e intervenções com alunos que possuem deficiência visual. Utilizando uma imagem que apresentava diferentes formas de interpretação, podendo conter um rosto, cidade, árvore, a professora conseguiu apresentar de forma lúdica sobre as diferentes formas de ver o mundo. Em seguida, apresentou uma outra imagem que também proporcionou diferentes leituras, como um casal de idosos ou duas pessoas tocando instrumentos, além de um cálice dourado. O objetivo dessas amostras foi apresentar as diferentes formas de ver dentro da perspectiva de videntes, mas trazendo uma reflexão sobre as pessoas com deficiência visual (Escala de Snellen), independente do nível. A professora ainda mencionou o teste de equidade visual, recentemente adotado pelo município de São Paulo, no qual apresentou - com parcerias - formações para os profissionais da área. Ainda na primeira parte da aula, foi apresentado o funcionamento do sistema visual composto pelos olhos e os nervos que auxliam no processamento da luz, até chegar no cérebro para organização das informações. Essa luz tem sua primeira captação através da córnea/lente, sendo captada pela retina e em seguida, tendo as informações para o cérebro através do nervo óptico, convertendo as luzes recebidas para estruturação do que é visto. Ainda na explicação do processamento visual, foram apresentados os dois tipos de visão: a visão periférica e a visão central. A visão central consiste na captação da visão na parte central da retina, enquanto a visão periférica consiste na capacidade de enxergar objetos e similares fora do campo de visão central. Dentro deste tópico, há algumas alterações na visão central, periférica, contraste e hemiapnósia. Quando há um comprometimento central, algumas características são podem ser apresentadas por exemplo, na aquisição da leitura e escrita. Por exemplo, quando na alfabetização um aluno apresenta aglutinação de sílabas/letras pelo fato de não conseguir enxergar a escrita localizada na visão central, o mesmo pode acontecer quando a visão periférica também sofre alterações (como miopia ou astigmatismo). Temos o contraste onde ocorre a opacificação do cristalino, fazendo com que as imagens sejam captadas embaçadas podendo ser uma característica do astigmatismo. Já Hemiapnósia afeta tanto a visão central quanto a periférica, afetando a metade da visão, podendo ser adquirida ou desenvolvida de forma congênita. Para auxiliar na detecção de comprometimento visual, existem os testes de Acuidade Visual, Exames de Campo Visual (compreendendo como campo visual, toda a área que os olhos podem alcançar, seja olhando fixo para determinado foco central, para cima,para baixo e laterais.), a Tonometria que avalia a pressão no globo ocular para avaliar possível Glaucoma; e o Teste de Visão de Cores são alguns dos recursos utilizados para auxiliar no diagnóstico. O Teste de Acuidade Visual (Escala Snellen) tem o objetivo de identificar como o sujeito é capaz de captar a forma e contorno das formas, seja na visão central ou periférica. Essa Acuidade Visual tende a se comprometer de forma natural com o passar dos anos, mas especificamente fase idosa. Olho possui um sistema totalmente conectado entre sua estrutura e a conexão entre o cérebro e a visão são essenciais para o funcionamento do sentido em questão. O cérebro é dividido por uma fissura com dois hemisférios (direito e esquerdo) contendo 6 lobos distintos em cada: lobo frontal, occipital, parietal, temporal, ínsula e o límbico. O córtex cerebral contém a área sensorial primária composto pelas partes: parietal, temporal e occipital, área motora primária, tendo como responsável a área frontal, e múltiplas áreas de associação (heteromodal e unimodal) Os dois hemisférios trabalham juntos, porém, o esquerdo (em geral) trabalha com a linguagem e, o direito, com a atenção espacial. Mas ambos possuem o mesmo funcionamento. Quando há alguma deficiência na visão, uma outra área fará a compensação dessa habilidade, segundo Vygotsky. No caso da cegueira, por exemplo, o cérebro buscará áreas de associação como a aŕea parietal, que a parte sensitiva, por exemplo, ou até mesmo a frontal, que é a parte motora. Após o estudo de toda a estrutura ocular e sua relação com o cérebro, é possível então definir a deficiência visual como perda total, parcial, congênita ou adquirida ao longo da vida. Dentro dessas classificações, podem ser divididas em dois níveis: em baixa visão ou subnormal que é quando há o comprometimento da visão e faz-se necessário o uso de recursos não-ópticos com uso de relevos, cores quentes figuras/letras grandes; e perda total, que consiste na perda significativa da visão fazendo necessário o uso de recursos de acessibilidade como o sistema de leitura e escrita braille. Há algumas causas de deficiência visual e dificuldades na visão como: Retinopatia da prematuridade, Coriorretinite causada pela toxoplasmose, tuberculose e sífilis; Glaucoma causada muito das vezes, por pressão intraocular; Catarata que é a opacificação do cristalino; Degeneração Macular que dependendo da anomalia, consiste na degeneração da progressiva da maćula; Retinopatia diabética, onde surgem manchas escuras devido a rompimentos de vasos sanguíneos causado pela diabete (principalmente) ou traumas; e o Estrabismo, causado pela falha de comunicação entre o cérebro e o olho estrábico. Alguns sinais de identificação de deficiência visual na criança se dá através da observação de alguns aspectos como vermelhidão nos olhos, desvio de um dos olhos, não ser capaz de seguir os objetos com os olhos, a desorganização no caderno como orelhas, escrita fora de linha, aglutinação de letras, letras grandes, fricção dos olhos para realizar leitura tanto do quadro quanto do caderno, atraso no desenvolvimento, coceira constante nos olhos e inquietação. Já no adulto, o indivíduo passa a identificar algumas dificuldades na leitura e visualização de formas (objetos, pessoas, paisagens…), inchaço, ficção dos olhos, incômodo com a luz do Sol, dor de cabeça após uso excessivo de telas, desequilíbrio, dentre outros. Ainda na perspectiva da visão, como acontece quando ocorre a perda da visão? A plasticidade, de acordo com PURVES (et al., 2004), apud CORREA (2021) refere-se à capacidade de reorganização do sistema nervoso durante o desenvolvimento e na fase adulta em resposta a desafios ambientais. Logo, é sabido que o cérebro possui grande capacidade de se adaptar em meio a ocorrências de alguma perda, seja ela visual, auditiva ou outros, de acordo com os estímulos sofridos ao longo da vida. No caso específico da visão, como já supracitado, o cérebro tende a estimular áreas da visão que não estão ativadas, em trabalho de compensação nas áreas sensoriais para alcançar uma acomodação a partir das novas necessidades. A Neurociência cognitiva hoje, complementa as ideias de Vygostky (1995) onde defende a ideia de que a compensação com estímulos através do meio, são capazes de desenvolver habilidades sensoriais mais desenvolvidas do que os videntes, como audição mais aguçada ou sensibilidade tátil, e subtende-se de que o sujeito prevalece a questão da linguagem, fazendo desse esquema grande ferramentas para se comunicar com o mundo em sua volta. A ATUAÇÃO DO NEUROPSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL, CONSIDERANDO OS ART. 10, 29, 30 E 66 DO CÓDIGO DE ÉTICA TÉCNICO-PROFISSIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOPEDAGOGIA - SBNPp. A aprendizagem de uma criança com deficiência visual trazmuitas dificuldades dentro do período escolar. O trabalho do Neuropsicopedagogo, segundo o art. 10 do Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia (2020), o profissional da área tem por objetivo, propor mediações capazes de reintegrar o indivíduo atendido em seu meio social, educacional e pessoal. Durante esse processo, o profissional necessita compreender o funcionamento de todo o sistema nervoso e sua relação com o desenvolvimento. Com base neste princípio, a aula teve o objetivo de apresentar o funcionamento do cérebro humano, as relações entre os lobos cerebrais e sua capacidade de compensação, com foco na pessoa com deficiência visual. A disciplina apresentou ferramentas de auxílio para o desenvolvimento, principalmente na aquisição da escrita e percepção do mundo ao redor, como texturas, sensações, entre outros. Dentre alguns exemplos, há o sistema de leitura e escrita braille, atividades de adaptação para alunos de baixa visão, como figuras de contrastes, tamanhos de letra significativamente grandes, estimulando a funcionalidade visual com cores, formas e texturas. O Código de Ética ainda destaca que: O Neuropsicopedagogo deverá utilizar protocolos de avaliação e intervenção que contemplem fundamentos básicos sobre a aprendizagem e desenvolvimento como as funções executivas, atenção, linguagem, raciocínio lógico-matemático e desenvolvimento neuro-motor. No caso da atuação em contexto institucional, deve-se considerar as questões sociais. (art. 66, §2°, pág. 16) Com base no documento que embasa a prática do profissional em Neuropsicopedagogia Institucional é possível afirmar que toda intervenção necessita considerar, principalmente, os aspectos sociais no qual o indivíduo está inserido. Suas contribuições frente às intervenções fazem com que ele perceba a capacidade de suas habilidades como ser ativo durante todo o processo. Desta forma, concluo que as aulas ministradas nesta Instituição de Ensino foram de suma importância para meu aprendizado, proporcionando novos aprendizados.
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