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Relatório de campo - Manica

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Geologia e Minas – 3º Ano 
Cadeira: Práticas Profissionais III 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DAS AULAS DE CAMPO – DISTRITO DE MANICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Beira, Novembro de 2022 
3435 - Adolfo Félix Molesse 
 3492 - Álves Ruth Armando Nhavoto 
3401 - Jeremias Daniel Albano Gundana 
3433 - Leonildo Massada Zacarias Jeremildo 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DAS AULAS DE CAMPO – DISTRITO DE MANICA 
Trabalho da cadeira de Práticas Profissionais III a ser 
apresentado ao Departamento do Curdo de Geologia e 
Minas para fins avaliativos, orientado pelos docentes: 
Georgina Pedro Chongo e Alberto Manaca. 
 
 
 
 
 
 
 
Beira, Novembro de 2022 
 
 
Índice 
1. Introdução ........................................................................................................................... 5 
2. Objectivos ........................................................................................................................... 6 
2.1 Objectivo geral ............................................................................................................. 6 
2.2 Objectivos específicos ...................................................................................................... 6 
3. Metodologia ........................................................................................................................ 6 
4. Localização da área de estudo ............................................................................................ 7 
5. Clima, Hidrografia .............................................................................................................. 8 
6. Relevo e solos ..................................................................................................................... 8 
7. Geologia regional ............................................................................................................... 9 
8. Geologia local ..................................................................................................................... 9 
9. Formação de Macequece .................................................................................................. 10 
10. Formação de Vengo ....................................................................................................... 10 
11. Metamorfismo ............................................................................................................... 10 
11.1. Geologia Económica e Mineralizações ....................................................................... 11 
12. Excursão ........................................................................................................................ 11 
12.1. DIA 04/11/2022 (primeiro dia) .............................................................................. 11 
12.1.1. Sector 1 - Formação Vengo: Messica 1 .......................................................... 11 
12.1.2. Sector 2 - Formação Vengo: Messica 2 .......................................................... 12 
12.1.3. Sector 3 - Formação Vengo: Messica 3 .......................................................... 13 
12.1.4. Sector 4 - Complexo granítico de Vumba ...................................................... 13 
12.2. Dia 05/07/2022 (segundo dia) ................................................................................ 15 
12.2.1. Sector 5 – Xistos verdes .................................................................................. 15 
12.3. Sector 6 – Princípio de sedimentação .................................................................... 16 
12.3.1. Sector 7 – Modunguara: Afloramento de Doleritos ........................................ 17 
12.3.2. Sector 8 – Exploração de Ouro ....................................................................... 17 
12.3.3. Sector 9 – Lavagem das amostras de solo ...................................................... 19 
12.3.4. Sector 10 – Metabasaltos ................................................................................ 19 
12.4. Dia 07/11/2022 ....................................................................................................... 20 
12.4.1. Ponto 12 - Serra de vumba .............................................................................. 20 
12.4.2. Sector 11 – Localidade de Naraze: Ocorrência de Quartzitos ........................ 22 
13. Conclusão ...................................................................................................................... 24 
14. Constrangimentos e Recomendações ............................................................................ 25 
15. Referências bibliográficas ............................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
I. Lista de figuras 
Figura 1- Localização do distrito de Manica .............................................................................. 7 
Figura 2- Mapa Geológico do distrito de Manica ..................................................................... 8 
Figura 3- Mapas de Localização dos sectores de distrito de Manica. .................................... 12 
Figura 4- Complexo granítico de Messica. .............................................................................. 13 
Figura 5- Complexo granítico de Vumba: ............................................................................... 14 
Figura 6- Mapas de Localização dos sectores de distrito de Manica. .................................... 15 
Figura 7- Ilustração de foliação nos xistos verdes .................................................................. 16 
Figura 8- Afloramento de Doleritos ......................................................................................... 17 
Figura 9- Amostras de solos retirado do poço. Figura 10- Poço em actividades de extração 
de amostras ............................................................................................................................... 18 
Figura 11- Tubos de água para escavação .............................................................................. 19 
Figura 12- Vista de vumba ....................................................................................................... 20 
Figura 13- Parte interna de colector de Água Figura 14- Colector de Água
 21 
Figura 15- Nascente de água Vumba ....................................................................................... 21 
Figura 16- Ilustração dos quartzitos ........................................................................................ 22 
Figura 17- Mapas de Localização dos sectores de distrito de Manica.................................... 23 
 
 
 
 
4 
 
I. Resumo 
O grupo de Manica corresponde ao prolongamento na direção E-W do cratão do Zimbabwe 
no território Moçambicano e constitui um dos antigos núcleos estáveis da África Austral. A 
sua idade está compreendida entre 3.8 Ga e 2.8 Ga (Afonso, 1998),este Grupo é constituído 
pelo Cinturão de rochas verdes de Odzi-Mutare do Zimbabwe que se estende na dirreção E-
W e que está truncado a E pelo cinturão Pan-Africano Mozambique Belt,que contem 
granitóides(GTK,consortium,2006a). 
Segundo GTK consortium 2006 a região de Manica é caracterizada por um sinclinório que 
mergulha para Este, composto por uma sequência basal vulcano-sedimentar e uma superior, 
dominada por sedimentos, ambas atribuídas ao grupo de Manica. O grupo de Manica é 
composto por duas formações de idade Arcaica: Formação de Vengo; Formação de 
Macequece. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Introdução 
 
O presente relatório vem realçar as actividades feitas durante as aulas práticas levadas acabo 
pelos docentes e estudantes do curso de Geologia e Minas da Universidade Jean Piaget de 
Moçambique nesta região. O Departamento do curso de geologia e minas, de modo a conciliar 
os conhecimentos teóricos-práticostêm a necessidade de deslocar-se para uma região 
conhecida pelo seu grande potencial mineiro de modo a estuda-la. Desta feita deslocamo-nos 
até a província de Manica concretamente no distrito de Manica, com objectivo de estudar as 
formações do distrito bem como a sua Geologia. 
A mancha que compõe o Sistema de Manica foi objecto de estudo de diversos geólogos. O 
primeiro esboço geológico da região de Manica foi elaborado no inicio do século XX por 
Sawyer et al. (Rui S. Afonso 1978). É na província de Manica que se têm o registo das rochas 
“mais antigas” de Moçambique, ou seja de idade Arcaica que constituem o Prolongamento do 
Cratão do Zimbábue. 
 Segundo GTK consortium 2006 a região de Manica é caracterizada por um sinclinório que 
mergulha para Este, composto por uma sequência basal vulcano-sedimentar e uma superior, 
dominada por sedimentos, ambas atribuídas ao grupo de Manica. O grupo de Manica é 
composto por duas formações de idade Arcaica: Formação de Vengo; Formação de 
Macequece. 
A Formação de Macequece é correlacionada com formações de idade Bulawaiana do Cratão 
Zimbábue, e constitui a unidade da base do grupo de Manica. 
A Formação de Vengo, que foi por muito tempo designada M’Beza Vengo devido a sua 
semelhança com a formação de M’Beza em Zimbábue que beneficio de estudos bem 
detalhados, pode ser correlacionada com os sedimentos Shamvaianos do Arcáico Superior em 
Zimbábue, que assentam sobre as rochas da formação de Macequece. 
 
 
 
 
6 
 
2. Objectivos 
Para a realização das actividades de campo, produção do relatório final bem como para o 
alcance dos objectivos preconizados, propuseram-se os seguintes objectivos, respectivamente: 
2.1 Objectivo geral 
 Entender na prática a dinâmica dos acontecimentos geológicos bem como 
interpretação de mapas Topográficos e de curvas de nível. 
2.2 Objectivos específicos 
 Identificar as rochas encontradas na região estudada; 
 Conhecer a evolução geológica da região de Manica; 
 Conhecer as principais litologias que afloram em Manica; 
 Aprender as técnicas de cartografia geológica; 
 Analisa-las de forma que seja possível identificar seu tipo, origem e idade aproximada; 
 Organizar e caracterizar conformações rochosas observadas, com o objectivo de 
compreender e interpretar a região observada; 
 E preparar um relatório referente ao campo, apresentado de forma detalhada o que foi 
observado durante a actividade; 
 Aplicar as orientações no que diz respeito ao trabalho de campo como discutido em 
sala de aula, na forma mais didáctica possível. 
3. Metodologia 
Para a realização das actividades de campo e produção do relatório final, e para alcançar os 
objectivos preconizados, o trabalho compreendeu 3 fases principais a destacar: 
1ª Fase: Pesquisa bibliográfica, referente a Geologia de Manica na Biblioteca do 
Departamento de Geologia. Ainda na primeira fase os estudantes foram divididos em grupos e 
atribuídos áreas para mapeamento aos respectivos grupos. 
2ª Fase: Trabalho de campo, que foi subdividido em duas etapas que são: 
I. Excursão- esta etapa decorreu sob orientação dos docentes, com vista a uma 
aprendizagem geral sobre a geologia local com principal foco ao reconhecimento das 
principais litologias que afloram em Manica 
II. Mapeamento geológico- nesta etapa os estudantes separados em grupo procederam o 
mapeamento geológico nas áreas atribuídas. 
7 
 
3ª Fase: elaboração do relatório final. 
4. Localização da área de estudo 
 
O Distrito de Manica localiza-se na parte Central a Oeste da província de Manica entre os 
paralelos S 18
0
52’118’’e E 32
0
 50’197’’,a 723m de altitude, é limitado à Norte pelo distrito de 
Báruè , a sul pelo Distrito de Sussundenga , a Este pelo Distrito de Gondola, e a Oeste pela 
Republica do Zimbábue. Tem uma superfície de cerce de 4.395km
2
 e uma população de 
2174432 habitantes, com uma densidade populacional de 47hab/km
2
. O distrito de Manica é 
constituído por cinco postos administrativos nomeadamente, Posto administrativo de Manica, 
Posto administrativo Machipanda, Posto administrativo Mavonde, Posto administrativo 
Messica, e Posto administrativo Vanduzi. 
 
Figura 1- Localização do distrito de Manica (Fonte: autor). 
 
8 
 
 
Figura 2 - Mapa Geológico do distrito de Manica (Fonte: autores). 
5. Clima, Hidrografia 
O clima predominante é temperado húmido, tem uma precipitação média anual que varia entre 
1000 a 2020 mm nas zonas altas. As chuvas caem de um modo desigual durante todo o ano. 
São notórias duas estações bem distintas, a estação seca e chuvosa. A estação chuvosa começa 
em Novembro e termina em Abril. A evapotranspiração média anual varia entre 1220 a 1290 
mm. A temperatura média anual é de 21.2
0
C.O Inverno tem sido muito rigoroso chegando a 
atingir 7.3
o
C(MAE,2005). A rede hidrográfica deste Distrito é abastecido pelo rio Révuè e 
seus afluentes, que por sua vez drenam na Bacia do Buzi que é a principal Bacia hidrográfica 
(MAE,2005). 
6. Relevo e solos 
O distrito de Manica é constituído por cadeias montanhosas ocorrendo de Sul a Norte da 
província numa faixa fronteiriça com o Zimbabwe constituindo o denominado Cratão de 
Zimbabwe. 
9 
 
A maior parte dos afloramentos forma cristas e cadeias montanhosas. Algumas montanhas 
chegam a atingir cerca de 1500-2000 metros de altitude. As elevações mais importantes são as 
de Serra Vumba (1574m), encontra-se a Sul e continua para o Oeste até a fronteira, Serra 
Isitaca (1636m), Serra Penhalonga (1649m), Serra Vengo(1767m), Serra Moriangane 
(1913m) encontra-se a Norte Serra Mongota(1160m). Existe certa correlação entre a 
topografia, especialmente a altitude e condições agro-climáticas. 
Os solos do distrito de Manica, mostram uma estreita relação com a geologia e o clima da 
região e são localmente modificados pela topografia e o regime hídrico. Em geral, os solos 
são desenvolvidos sobre materiais do Soco Cristalino do Precâmbrico, rochas ácidas como 
granito e gnaisse. São basicamente solos argilosos vermelhos óxicos ou castanhos 
avermelhados, profundos, bem drenados, a topografia é suavemente ondulada; nos declives 
superiores e os cumes das montanhas e nos afloramentos rochosos os solos são líticos, com 
textura franco-arenosa, pouco profundos e drenagem excessiva. As principais limitações para 
agricultura são a baixa fertilidade de solos, profundidade e risco de erosão. 
7. Geologia regional 
O grupo de Manica corresponde ao prolongamento na direção E-W do cratão do Zimbabwe 
no território Moçambicano e constitui um dos antigos núcleos estáveis da África Austral. A 
sua idade está compreendida entre 3.8 Ga e 2.8 Ga (Afonso, 1998),este Grupo é constituído 
pelo Cinturão de rochas verdes de Odzi-Mutare do Zimbabwe que se estende na direcção E-
W e que está truncado a E pelo cinturão Pan-Africano Mozambique Belt,que contem 
granitóides (GTK,consortium,2006a). 
Em Moçambique, a sequência de rochas verdes de Mutare-Manica é representada pelo Grupo 
de Manica, e o cinturão de Cronely- Munhinga, pelo Grupo de Munhinga que pode ser 
correlacionado com o Bulawaiano e Supergrupo Shamvaiano em Zimbabwe ( GTK 
consortium, 2006). 
8. Geologia local 
 O segmento Mutare de cinturão de rochas verdes de Manica é um sinclinório que mergulha 
Este, representa o prolongamento do Cratão Arcaico do Zimbábue dentro do território 
Moçambicano onde ocupa uma área de cerca de 35 km de comprimento por 15km de largura 
(Obretinov,1977,GTK ,consortium 2006). O Grupo de Manica é composto por duas 
10 
 
Formações de idade arcaica: Formação de Vengo e Formação de Macequece. Estas 
Formações são envolvidas por granitóides. 
9. Formação de Macequece 
A Formação de Macequece é a unidade inferior, correlacionada com o Bulawaiano do 
Zimbábue e é constituída por rochas básicas e ultrabásicas metamorfisadas com intercalações 
de rochas metassedimentares(Foster,1996). As rochas mais antigas são as lavas basálticas 
peridotíticas representadas por Komatitos basálticos , komatitos peridotiticos,intercalados por 
rochas félsicas (GTK consortium). 
10. Formação de Vengo 
É correlacionada com os sedimentos do arcaico superior em Zimbábue, o Shawaiano. As suas 
litologias são compreendidas entre ~2616 e ~2601Ga (GTK consortium,2006). A Formação 
de Vengo repousa incoformavelvente sobre rochas verdes meta vulcânicas (Formação de 
Macequece), contendo material elástico grosseiro, derivado de terrenos granitos greenstones. 
A Formação de Vengo é constituída principalmente por rochas metassedimentares: 
metarcoses, metagrauvaques, grés conglomerático, calcários, xistos granulares, quartzitos 
sericíticos, quartizitos ferruginosos listrados e por conglomerados grosseiros (meta 
conglomerados) na base, intercalados por rochas verdes representados por talco xistos. 
As litologias maiores compreende conglomerados basais, grafite, filtitos e sericite-xistos com 
finas intercalações de quartzitos com mármores cinza,rochas ferríferas bandadas e quartzitos 
líticos ferruginosos. 
11. Metamorfismo 
 A região de Manica foi afetada por processos metamórficos que variam de baixo,médio a alto 
grau. 
Os terrenos de baixo grau metamórfico são representados pelas rochas do cinturão de 
rochas verdes de idade Arcaica, granito gnaissico de Messica (Proterozóico Inferior). 
Os terrenos de médio metamórfico são representados pelas rochas da Formação da Fronteira 
(proterozóico Superior), migmatito gneissico do vandúzi, Granodiorito ortognaisse de 
Chimoio e granito ortognaisse de Nhansiffe e intrusões máficas. 
11 
 
11.1. Geologia Económica e Mineralizações 
O Cinturão Arcaico de Manica também conhecido por Cinturão aurífero de Manica, é a área 
metalífera com jazigo de ouro mais importantes do país, estende-se na direcção E-W, engloba 
os campos metalíferos de Chimedzi, Penhalonga-Revué, rio Musa e Chuá (DNG, 1995). Estas 
formações Arcaicas são hospedeiras de depósitos de ouro, cobre e argilas bauxiticas em 
Manica (Afonso e tal, 1998). Os alvos recomendados para a prospecção de mineralizações 
com grande importância económica são: 
 A faixa de rochas verdes de Manica para depósitos vulcanogênicos maciços de 
sulfitos (VMS), depósitos de Ni nos Komatitos, depósitos de Au (+Cu+Ag), 
hospedados em BIF`s e estruturas; 
 Os granitoides TTG emplaçados no complexo de Báruè possuem potencial para 
pegmatitos, veios e stockworks com estanho, tugsénio, niôbio-tântalo, pedras 
semipreciosas, etc (GTK Consotium, 2006a); 
 As rochas supracrustais dos grupos de Gaerezi, Rushinga e Umkondo guardam 
potencialidades para paleo-pláceres (ouro e diamante), depósitos do tipo 
umconformity e possivelmente depósitos sedimentares exalativos (“Sedex”) do tipo 
Broken Hill (GTK Consortium,2006ª); 
 Os supracrustais metamorfizados e migmatizados do complexo de Barué, são 
possivelmente derivados a partir de sequências turbiditicas monótonas e possuem 
potencial para depósitos de ouro hospedado em estruturas ( GTK consortium, 2006a). 
12. Excursão 
Esta fase do trabalho de campo teve início no dia 4 de novembro de 2022 e visa o conhecer as 
principais litologias que afloram no Grupo de Manica e conhecer a evolução da geologia 
desse grupo. 
12.1. DIA 04/11/2022 (primeiro dia) 
12.1.1. Sector 1 - Formação Vengo: Messica 1 
O primeiro sector foi uma breve passagem por uma encosta, as margens da Estrada N6 em 
Messica, com as coordenadas de 19º 0ʹ 44ʺ S e 33º 6ʹ 56ʺ E, 650 metros de altitude, no qual 
chegamos por volta das 10:00, com o céu mediamente nublado. 
12 
 
A priori, observamos uma formação que na sequência foi denominada de granito. Sendo 
que o granito é um tipo comum de rocha magmática ou ígnea, intrusiva ou plutónica de 
textura fanerítica, pois é possível observar os cristais e individualiza-los à vista desarmada. Os 
granitos eram totalmente claros, ou seja, leococratas essencialmente constituída por minerais 
félsicos (e como tal pobre em minerais máficos) como quartzo, feldspatos e feldspatóides, 
com carácter ácido e alto teor em sílica. 
12.1.2. Sector 2 - Formação Vengo: Messica 2 
O segundo sector visitado dista aproximadamente 3km do anterior, com as coordenadas de 
18º 57ʹ 13ʺ S e 33º 54ʹ 54ʺ E, 749 metros de altitude, no qual chegamos por volta das 13h. 
Nesse ponto como o ponto anteriormente visitado, é também caracterizado por rochas 
ígneas ou magmáticas (granitos) porém ligeiramente mais escuros que o anterior. 
 
 
 Figura 3- Mapas de Localização dos sectores de distrito de Manica (Fonte: autores). 
 
 
13 
 
12.1.3. Sector 3 - Formação Vengo: Messica 3 
O terceiro sector localizado aproximadamente a 500m paralelamente ao segundo, com 
as coordenadas de 19º 0ʹ 6ʺ S e 33º 5ʹ 15ʺ E, 650 metros de altitude, teve o início das 
actividades por das 14:00. 
Como os dois pontos anteriores, o afloramento é de rochas ígneas/magmáticas 
caracterizado por granitos leococratas essencialmente constituído por minerais félsicos (como 
quartzo, feldspatos) com carácter ácido e alto teor em sílica (> 65%). Porém observamos a 
forte presença mica biotite que lhe confere um aspecto ligeiramente mais escuro em relação 
aos pontos de granito visitados anteriormente. Além disto, importa referir a presença de um 
veio discordante de quartzo preenchendo uma fenda aberta em outra rocha. A seguir: 
 
 Figura 4- Complexo granítico de Messica (Fonte: autores). 
12.1.4. Sector 4 - Complexo granítico de Vumba 
Terminadas as actividades sector 3, seguimos por vias locais até as coordenadas 18º 
31ʹ 35ʺ S e 32º 14ʹ 07ʺO. 
A chegada ao sector ocorreu por volta das 16h, sob tempo nublado. Após descer da 
carinha escolar, nos deslocamos a pé até ao afloramento, tendo como objectivo a análise do 
afloramento ali existente. 
Observamos uma formação que na qual foi denominada de granito, como os pontos 
anteriores. Na sequência observamos também veios de feldspato e uma falha normal na qual 
ocorre quando um bloco “desce” ou abaixa em relação à superfície da falha. O afloramento de 
Vumba apresenta rochas de tonalidades diferentes, denominadas chamadas TTG (Tonalito – 
14 
 
Trondhjemito - Granodiorito), associadas aos granitos com tonalidades diferentes em que 
granodiorito a mais escura. Como ilustra a imagem a seguir: 
 
 Figura 5- Complexo granítico de Vumba (Fonte: autores). 
 
15 
 
 
Figura 6- Mapas de Localização dos sectores de distrito de Manica (Fonte: autores). 
12.2. Dia 05/07/2022 (segundo dia) 
12.2.1. Sector 5 – Xistos verdes 
Pertencente a formação de Macequece, a 1,2 km da aldeia de Raposo, nas seguintes 
coordenadas -18.859173, 32.921947. 
Neste sector, observados a ocorrência de rochas metamórficas que na sequência denominamos 
de xistos verdes. Derivada de rocha máfica (basalto), caracterizada por uma foliação marcada 
de pela presença de minerais placóides, como as micas, visíveis a olho nu e orientados em 
folhas paralelas. A foliação típico dos xistos é denominado de xistosidade, que se forma 
quando as rochas são submetidas a mais altas pressões e temperaturas, acompanhadas de 
formações. Esse ambiente metamórfico de grau intermediário é intenso o suficiente para 
aumentar o tamanho dos graus de micas (biotite, moscovite) e clorita. 
16 
 
 
Figura 7- Ilustração de foliação nos xistos verdes (Fonte: autores). 
12.3. Sector 6 – Princípio de sedimentação 
Neste sector localizado a aproximadamente a 300m do sector 5, presenciamos rochas 
completamente alteradas das quais associamos aos granulitos. Rocha metamórfica de alto 
grau, ou seja, estiveram submetidas a altas temperaturas (>700ºC) e pressão intermediaria a 
alta. A composição mineralógica varia conforme a composição do protolito e as condições de 
pressão e temperatura as quais a rocha foi submetida, entretanto,há alguns minerais 
diagnósticos dessas condições, como o ortopiroxenio,, geralmete acompanhado de quartzo, 
feldspatos e clinopiroxenio nas rochas de composição granítica. 
 
17 
 
12.3.1. Sector 7 – Modunguara: Afloramento de Doleritos 
Para o 7 sector dirigimo-nos a Modunguara, por volta das 13:45, sob as coordenadas 
18º 51ʹ 51ʺ S e 32º 45ʹ 41ʺ E, com altitudes de 850 metros. 
 Neste afloramento deparamo-nos com rochas denominadas doleritos ou diabásio 
como são tipicamente chamadas cujo são rocha ígneas plutónicas ou intrusivas de composição 
semelhante a do basalto e do gabro, com característica esferoidal e cristalização rasa próxima 
à superfície; isto é, hipoabissal. Por isso, a textura do dolerito é tipicamente fanerítica fina (< 
1mm). O diabásio é constituído essencialmente por plagioclásio e piroxênio, os quais 
caracterizam sua coloração escura, classificada como melanocrática. Ocorre tipicamente 
como corpos ígneos tabulares (diques e sills). A seguir: 
 
 Figura 8- Afloramento de Doleritos (Fonte: autores). 
12.3.2. Sector 8 – Exploração de Ouro 
 
Tivemos como objectivo neste sector a observação e compressão do processo artesanal de 
exploração de ouro, feito pelos garimpeiros do distrito de Manica. Os garimpeiros deram-nos 
a conhecer que a primeira fase desempenhada no local é a passagem de um equipamento 
chamado “chaveta” sendo este um instrumento que permite detectar áreas de ocorrência de 
ouro, afirmando na sequência que os equipamentos são trazidos por Chineses. E na falta 
destes equipamentos a descoberta destas áreas é feita de forma intuitiva com base em algumas 
rochas indicadoras como a pedra sabão e mundir. 
De seguida é feito o processo de abertura dos poços dos quais chegam a profundidades de 12 
metros verticalmente e continuam horizontalmente. Outro detalhe importante a ser destacado 
18 
 
é que os garimpeiros baseiam-se na cor do solo para determinar os limites de transição do 
mesmo. 
Instrumentos usados para execução das actividades 
 Chaveta; 
 Picareta; 
 Cordas 
 Madeiras (Troncos); 
 Pás; 
 Tubos de água; 
 Geradores; 
 Pregos; 
 
 
Figura 9- Amostras de solos retirado do poço. Figura 10- Poço em actividades de 
extracção de amostras 
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 Figura 11- Tubos de água para escavação (Fonte: autores). 
12.3.3. Sector 9 – Lavagem das amostras de solo 
Colectado o solo dos poços estes são levados com auxílio de uma camioneta para um campo 
de lavagem no qual são despejados e com auxílio de tubos que transmitem a água do rio até a 
unidade de lavagem. Este processo de lavagem dura em média 30 minutos porém não 
corresponde a etapa final pós tem por objectivo apenas reduzir o excesso de solo. Finalizada 
esta etapa, as amostras de solo que ficam são colectadas com bacias e seguem para a 
penúltima fase, que corresponde a ultima lavagem em um tanque de água. E a última fase 
propriamente dita é secagem da humidade das últimas partículas e posterior fundição do ouro. 
12.3.4. Sector 10 – Metabasaltos 
Sector localizado nas coordenadas (18.88978, 32.865002) ao longo da estrada próximo as 
bombas de combustível. Neste sector observamos rochas cujo estavam sofrendo oxidação. E 
por conta do seu alto grau de oxidação não conseguimos determinar com exactidão o tipo de 
rocha, porém por associamos as rochas metamórficas pois apresentava uma textura foliada, 
característica esta típica das rochas metamórficas. E como seu possível protólito o gabro. 
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Figura ilustrativa de metabasaltos 
12.4. Dia 07/11/2022 
12.4.1. Ponto 12 - Serra de vumba 
 
 
 Figura 12- Vista de vumba (Fonte: autores). 
A chegada ao ponto ocorreu por volta das 09:38h, debaixo de tempo nublado. Após descer da 
carinha escolar, nos deslocamos a pé até as coordenadas (18.950666, 32.885731) 
correspondentes ao afloramento, com o objectivo de observar as Nascentes da água Vumba. 
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Importa salientar que no local há no total 11 nascentes de água, das quais 9 nascentes em 
funcionamento e as restantes em processo de instalação de equipamentos para extracção da 
água. A população a redores beneficia-se gratuitamente da água das nascentes bem como a 
canalização da água até suas casas. 
O supervisor guiou-nos até a primeira nascente, localizada a cerca de 1,5km e 749 m de 
altitude. Onde timos privilégio de beber a água da nascente. 
 
Figura 13- Parte interna de colector de Água Figura 14- Colector de Água 
De seguida seguimos para segunda nascente de água que fica a 20 muitos da primeira com 
coordenadas (18.957668, 32883392). 
Chegado na segunda nascente, nos foi explicado de forma mais detalhada o processo de 
purificação da água no qual consistia na adição de produtos como cloro, cálcio, sódio bem 
como era feito o teste de qualidade antes de chegar aos consumidores finais. Evidenciamos a 
presença do mineral quartzo dentro da nascente, usado para filtração da água. 
 
Figura 15- Nascente de água Vumba 
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12.4.2. Sector 11 – Localidade de Naraze: Ocorrência de Quartzitos 
 
A chegada no sector 11, deu-se por volta de 10h, nas coordenadas 18.88978, 32.86504. Em 
primeira instância observamos solos arenosos, vermelhos-alaranjados. No qual originou os 
arenitos e consequentemente os quartzito ali presentes. Sendo quartzito é uma rocha 
metamórfica, geralmente de cor branca a cinza, composta quase inteiramente quartzo, ela se 
forma, principalmente, quando arenitos ricos em quartzo são submetidos a um aumento de 
pressão e temperatura. Essas condições permitem a recristalização dos grãos da rocha. 
Quartzitos podem ser maciços ou foliados e, caso a foliação seja marcante, pode-se chamar a 
rocha de quartzito xisto. Em geral, a foliação do quartzito é dada pela presença de moscovita 
fina, produto do metamorfismo de argilo minerais presente no protólito. 
 
 
Figura 16- Ilustração do quartzito (Fonte: autores). 
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Figura 17- Mapas de Localização dos sectores de distrito de Manica (Fonte: autores). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13. Conclusão 
Chegado a este ponto, importa ressaltar a extrema importância da componente prática 
alienada aos conhecimentos teóricos. Pois em um percurso não tão longo foi possível 
identificar vários tipos de rochas e afloramentos e sanar duvidas sobre os aspectos das rochas 
aprendidas em sala de aula. Importa referir que Manica é uma região com uma vasta 
variedade de rochas e relevo que podem ser utilizados no campo de pesquisa. 
Após horas em campo ficou ainda mais enfatizado a importância da análise prática das 
rochas e minerais estudados na aula teórica. Em todos os pontos estudados houve grande 
variação em relevo, vegetação e minerais presentes, possibilitando um estudo também 
variado. Houve grande enriquecimento no conhecimento sobre afloramentos assim como 
rochas, isso tudo tendo como base os conhecimentos adquiridos em sala de aula. 
A viagem mostrou-se rica em história geológica, retratando cenários passados e 
destacando as diversidades. Esse é o resultado de uma grande quantidade de eventos que 
aconteceram para as formações geológicas apresentadas durante a viagem proposta. 
É importante salientar a diversidade de rochas encontradas, cada uma com suas 
peculiaridades, sejam elas ígneas ou metamórficas. A interacção e a dinâmica que a viagem 
propôs foram excelentes para o estudo da disciplina e para abranger conhecimentos da área, 
sendo bastante proveitosos. Acreditamos que este conteúdo destaca a relevância do seu 
estudo, pois contribui para o conhecimento da área, podendo assim, aplica-los nas diversas 
áreas de estudo. 
 
 
 
 
 
 
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14. Constrangimentos e Recomendações 
Durante a realização das actividades em campo deparamo-nos com alguns 
constrangimentos tais como: mau tempo, chuva – o que de certo modo impediu o decorrer 
normaldas activadades de campo; vias de acesso cheias de lamacento o que 
consequentemente dificultava o acesso aos afloramentos; caminhos íngremes; falta de 
material - o que retardava o fluxo de trabalho (só havia disponível um martelo e uma bússola 
para 24 estudantes presentes). 
 Em efeitos de recomendação propomos que a Universidade Jean Piaget de 
Moçambique, em especial o Departamento do Curso de Geologia e Minas que proporcione 
aos estudantes mais saídas de campo, disponibilize aos estudantes instrumentos e materiais de 
campo como por exemplo: GPS, bússola, lupas e martelos de geólogos e um laboratório 
equipado com microscópios petrográficos para a consolidação prática dos conhecimentos 
teóricos aprendidos ao longo das aulas teóricas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15. Referências bibliográficas 
 
AFONSO, Rui. Geologia De Moçambique. Imprensa Nacional de Moçambique, Maputo 
1974. 
AFONSO, R. S., MARQUES, J. M. & FERRARA, M.A. Evolução geológica de 
Moçambique. Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa; Direcção Nacional de 
Geologia, Maputo. (1998). 
AFONSO, R. S. A Geologia de Moçambique – Notícia Explicativa da Carta Geológica de 
Moçambique 1:2000000. Imprensa Nacional de Moçambique, 2ª edição, Maputo. (1978). 
DOS MUCHANGOS, Amadeu Carlos. Mineralogy Geocremistry Of Bauxite And Bentonite 
Deposits From Mozambique. Medelingen Van der faculteit Aardwetens Chappen Universiteit 
Utrecht; 2000. 
GTK Consortium (2006). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção 
Nacional de Geologia, Volume 4, Maputo. 
GTK Consortium (2006). Notícia Explicativa da Carta Geológica 1:250.000. Direcção 
Nacional de Geologia, Volume 2, Maputo. 
Https://didatico.igc.usp.br/rochas/igneas/diorito/ a cessado aos 09/11/2022. 
Https://www.passeidireto.com/arquivo/89518937/relatorio-geologico-de-campo-da-regiao-de-
morro-do-chapeu-ba a cessado 09/11/2022. 
INÁCIO, Sumburane Estevão. (2004). Caracterização Petrográfica e Geoquímica dos 
Granitóides de Manica – Universidade de Aveiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://didatico.igc.usp.br/rochas/igneas/diorito/
https://www.passeidireto.com/arquivo/89518937/relatorio-geologico-de-campo-da-regiao-de-morro-do-chapeu-ba
https://www.passeidireto.com/arquivo/89518937/relatorio-geologico-de-campo-da-regiao-de-morro-do-chapeu-ba
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ANEXOS 
Imagem ilustrando a 2ª fase de lavagem do solo contendo ouro 
 
 
 
Imagem ilustrativa dos doloritos estudados.

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