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Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Fisiopatologia Doenças Neoplásicas e Não Neoplásicas do Pâncreas Exócrino Anatomia: • Cabeça • Colo • Corpo • Cauda • Função exócrina: síntese e liberação de enzimas digestivas para o duodeno no in- testino delgado • Função endócrina: liberação de insulina e glucagon no sangue. Histologia: • Revestido externamente por cápsula de tecido conjuntivo denso. • Unidade funcional: ácino seroso • Porção acinosa → ducto excretor ramifi- cado • Porção endócrina → por onde são secre- tados os hormônios (formados pelas Ilho- tas de Langerhans). São dispostos em cordões, em volta dos quais existe uma rede abundante de capilares com célu- las endoteliais fenestradas, situados entre os ácinos secretores. A. Pancreatite Aguda • É uma inflamação (aguda ou crônica), pode haver resolução (cura e regenera- ção) ou fibrose (deposição de colá- geno). • Na fibrose, ocorre a substituição das cé- lulas que secretam enzimas do processo digestório → insuficiência pancreática exócrina. Impede a absorção de gordu- ras. • Ativação inapropriada da enzima trip- sina que resulta em autodigestão → des- truição enzimática do pâncreas pela ação dessas enzimas. a. tripsina e quimiotripsina: necrose b. elastase: hemorragia c. lipase: esteatonecrose • Paciente etilista crônico → provoca com- pressões ductais (por cálculos que foram formados nesse local) → edema do in- terstício, obstrução do fluxo sanguíneo e isquemia → dano nas células e ativação das enzimas → esteatonecrose, hemorra- gia, necrose • Causas mais comuns: obstrução ductal, dano à célula acinar e transporte intra- celular defeituoso → dano direto a célu- las acinares → enzimas ativadas 80% dos casos → associado a doença do trato biliar e alcoolismo • As enzimas evitam a ativação do tripsino- gênio em tripsina. Uma mutação nessas enzimas (PRSS1/ SPINK1) favorece a ati- vação do tripsinogênio ainda no pân- creas → danificação da membrana ce- lular composta de lipídeos. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume • Forma Edematosa: a. Macroscopia: pâncreas tumefeito (aumento de volume) com focos amarelados - lesão do tipo pingo de vela (esteatonecrose), perda da lobulação (superfícies lisas), áreas de hemorra- gia. b. Microscopia: edema, infiltrado inflamatório neutrofílico discreto e esteatonecrose Ativação das enzimas pancreáticas (lipases) → que- bra dos triglicerídeos → Liberação de Ac. Graxos + cálcio → Saponificação → Depósito esbranquiçados ou manchas (Aspectos de pingo de vela) • Forma necro-hemorrágica: a. Macroscopia: • áreas de necrose • hemorragia • esteatonecrose (gotas de vela) b. Microscopia: • necrose de ácinos e vasos com hemor- ragia • infiltrado inflamatório de neutrófilos • esteatonecrose grande área de hemorragia (normalmente leva ao óbito) • Aspectos Clínicos: a. dor abdominal de início súbito, cons- tante, intensa, irradia dorso superior b. febre, náuseas e vômitos c. edema → hipotensão arterial → cho- que d. icterícia → obstrução do colédoco. e. intensa hemorragia → dissociação de fáscias musculares → equimoses Achados laboratoriais: • Amilase sérica à elevada nas primeiras horas do início dos sintomas e tende a retornar ao normal em 3 a 4 dias • Lipase elevada: se inicia nas primeiras ho- ras, mas tende a permanecer elevada por mais tempo – maior especificidade • Hipocalcemia - Deposição de cálcio no tecido necrótico (saponificação) – Se for persistente = pior prognóstico. Prejudica as bombas e pode levar a uma arritmia. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume • Hemograma - Leucocitose (inflamação) com desvio à esquerda, alterações do hematócrito Complicações: • Morte • Hemorragias • Liberação de enzimas pancreáticas e ci- tocinas inflamatórias na circulação • Abscessos pancreáticos • Aderências/ estenose de estruturas adja- centes • Infecção secundária • Pseudocistos: organização do processo inflamatório → leva a formação de uma estrutura nodular no pâncreas despro- vida de revestimento epitelial. Pode ser observado em exame de imagem. B. Pancreatite Crônica Inflamação persistente acompanhada de des- truição do parênquima, fibrose e perda da fun- ção do órgão. Etiologia: • Alcoolismo crônico • Genéticos • Radioterapia abdominal • Estenose pós-inflamatória ductal • Anomalias Congênitas • Cálculos • Neoplasias Inflamação → Dano Vascular → Destruição das célu- las acinares → Caso não haja resolução → Liberação de citocinas que estimulam a produção de colá- geno pelas células estreladas → Fibrose O álcool possui efeito tóxico direto às células → promove estresse oxidativo com radicais livres → destruição do parênquima e fibrose • Macroscopia: a. Normal, aumentado ou diminuído b. Aspecto nodular grosseiro c. Presença de cálculos intraductais d. Dilatação ductal: causada pelos cálculos ou pela fibrose periductal e. Áreas císticas f. Fibrose difusa ou segmentar • Microscopia: a. Distribuição lobular das lesões b. Hipotrofia/ atrofia acinar c. Tampões protéicos intraductos d. Dilatação dos ductos e. Dilatação dos ductos f. Lesão do epitélio ductal g. Fibrose difusa ou segmentar: • Início intra e perilobular • Evolução substituição acinar ex- tensa h. Infiltrado inflamatório linfocitário Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume C. Insuficiência Pancreática Exócrina: Aspectos Clínicos: a. Dor abdominal recorrentes precipitadas por abuso de álcool, alimentação ou uso de drogas • Perda função exócrina e endócrina: • Esteatorreia e emagrecimento b. Diabetes Mellitus c. Icterícia (20% casos): Estreitamento do colé- doco Neoplasias do Pâncreas Fatores de risco: • Etnia • Idade • Tabagismo • Alimentação • Sexo masculino: 1,5x mais risco • Diabetes mellitus • Pancreatite crônica • Histórico Familiar • Derivados do petróleo Principal tipo histológico: • Adenocarcinoma ductal: 85-90% → cerca de 60-70% estão localizado na cabeça do pâncreas • Sobrevida em 5 anos: 5% → 80% encon- tram-se no estágio avançado no diag- nóstico Sinais e sintomas: • Manifestação mais comum: síndrome colestática • Perda de peso • Dor abdominal • Icterícia • Prurido • Comprometimento de órgãos por conti- guidade • Metástases hepáticas • Carcinomatose Aspectos Macroscópicos: Massa endurecida de coloração branco-naca- rada e homogênea, endurecida, com perda do aspecto lobulado habitual substituindo grande parte da cabeça do pâncreas e fazendo saliên- cia na parede duodenal. Aspectos Microscópicos: • Desmoplasia: estroma modificado rico em colágeno • Células anaplásicas: possuem alta rela- ção núcleo citoplasma, hipercromasia nuclear, irregularidade da carioteca • Arranjo cribiforme: parecido com penei- ras • Infiltração dos filetes neurais pelas célu- las epiteliais malignas → paciente relata dor devido a isso. Carcinogênese: • Mutação no K-RAS (inicial) • Mutação em genes supressores de tu- mor: p53, SMAD3, BRCA2 Estadiamento: • T = tamanho • N = linfonodos • M = metástases à distancia Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Tratamento: duodenopancreatectomia Neoplasia neuroendócrina • Surgem a partir do pâncreas endócrino • Marcadores: cromogranina (+) e sinap- tofisina (+) • No contexto de síndromes genéticas Tumores Císticos Neoplásicos A. Cistadenoma seroso: • Mulheres acima de 65 anos • Bom prognóstico • 6 a 10 cm, solitários, bem delimitados • Cicatrizestrelada central • Periferia – numerosos cistos com revesti- mento de epitélio cúbico simples e gli- cogênio abundante, preenchidos por lí- quido seroso incolor B. Neoplasia mucinosa cística • Mulheres preferencialmente • Tumoração solitária dacauda • Uni ou multiloculados • Preenchido por material mucinoso es- pesso • Forrado por epitélio colunar mucosse- cretor • 35% associado a desenvolvimento de carcinoma C. Neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN) • Comprometimento de grandes ductos pancreáticos, com drenagem de mu- cina para o duodeno. • Tumoração de cabeça pancreática • Aspecto microscópico semelhante às neoplasias mucinosas D. Neoplasia sólido-cístico pseudopapilífero (tumor de Gruber-Frantz): • Mulheres jovens, até 30 anos • Massas volumosas do corpo pancreático • Componente cístico – hemorragia e de- generação cística
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