Buscar

DOENCAS BENIGNAS DA MAMA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA 
 
INTRODUÇÃO 
- A maioria das lesões que ocorrem na mama são benignas; 
- Apresentam ampla variedade de sinais e sintomas, e em faixas etárias variadas; 
- A incidência das lesões benignas mamárias começa a aumentar durante a segunda década de vida, com 
picos na quarta e quinta década, enquanto as lesões malignas começam a aumentar após a menopausa; 
 
NÓDULO DE MAMA 
 
Introdução: 
- É uma das queixas mais comuns nos consultórios de mastologia; 
- Na maioria das vezes, trata-se de patologia benigna, sobretudo até a terceira década de vida; 
- Após a menopausa é importante diferenciar precocemente nódulos com aspectos suspeitos, pois o 
câncer de mama pode estar presente em 30% dos casos; 
- Definição: tumor presente na glândula mamaria, palpável ou não ao exame clinico, podendo ter conteúdo 
cístico ou sólido; 
- Mais comuns: fibroadenomas e ciscos mamários; 
 
Etiologia e Fisiopatologia: 
 
 
 
- O parênquima da glândula mamaria sofre profundas mudanças durante o desenvolvimento e 
amadurecimento feminino, sobretudo no período entre a menarca e a menopausa; 
- Inicia-se pela predominância de ductos, lóbulos e do estroma intra e interlobular observados no inicio da 
menacme até as alterações fibróticas e formações císticas; 
- No fim, após a menopausa, a mama sofre um processo de lipossubstituição em torno de 75% dos casos 
ou de fibrossubstituição, presente nos 25% restantes; 
- A maioria dos nódulos sólidos são decorrentes de lesões fibroepiteliais à mais comum = fibroadenoma 
 - Fisiopatologia: resposta exagerada da mama aos estímulos hormonais fisiológicos após a menarca; 
- Características: nódulo de crescimento limitado e, em geral, não ultrapassa 2cm, com tendencia à 
involução após a menopausa; 
- Fibroadenomas complexos: contém outras lesões proliferativas como adenose esclerosante, 
adenose, hiperplasia ductal usual e microcalcificações epiteliais; 
- Cistos mamários = estruturas redondas ou ovoides, preenchidas por liquido; 
- Fisiopatologia: derivam-se da unidade ducto lobular terminal, acometendo mulheres entre a 
quarta década e o inicio da menopausa; 
 
 
Diagnóstico: 
- Anamnese; 
 - idade à avaliação da incidência dos nódulos conforme a faixa etária; 
 - status hormonal; 
 - fatores associados à dor, alteração cutânea, linfadenomegalia axilar ou supraclavicular; 
 - utilização de medicamentos à anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal; 
 - identificar fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama; 
- Exame Físico; 
 - inspeção estática e dinâmica à busca por retrações e/ou abaulamentos; 
 - palpação e avaliação de linfonodos axilares e supraclaviculares; 
 - caracterizar os nódulos quanto: consistência, limites, regularidade, tamanho e localização; 
- Exame Complementar - ultrassonografia 
- é a mais eficaz quando comparada com a mamografia, apesar de não ter indicação no 
rastreamento; 
- é inócua, obrigatória na diferenciação de lesões sólidas e císticas e geralmente bem tolerada pelas 
mulheres; 
- a mamografia tem importância no rastreamento de outras lesões à lipoma e fibroadenoma 
calcificado; 
- Punção ou biópsia, em casos indicados, podem ser feitas com agulha fina (PAAF) ou grossa (trocarte ou 
vácuo-assistida) à no primeiro caso, obtém-se material citológico e no segundo, material histológico. 
- Punção cirúrgica excisional deve ser reservada aos casos que necessitam de terapia especifica 
- Nos casos de suspeição de nódulo, faz-se a biópsia por agulha previa para descartar o risco de carcinoma 
e estabelecer o planejamento terapêutico adequado; 
- A retirada de material por agulha fina para avaliação citológica pode ser realizada em ambiente 
laboratorial, sem necessidade de anestesia local, e é padrão-ouro na diferenciação entre lesões sólidas e 
císticas à quando císticas, a punção tem caráter curativo, uma vez que drena todo o conteúdo delas; 
- A biópsia percutânea com agulha grossa retira fragmentos do nódulo, permite maior especificidade 
diagnóstica, além de, nos casos de lesões neoplásicas, fornecer material para estudo de imunoistoquimica; 
Diagnósticos Diferenciais: 
- Fibroadenoma = tumores firmes, elásticos, apresentam bordas regulares e lisas; podem alterar de 
tamanho conforme a fase do ciclo menstrual, geralmente aumentam na gestação e amamentação, e 
involuem na menopausa; 
- Tumor Filoides (Phyllodes) = características clinicas do fibroadenosa, porem com dimensões superiores e 
apresentam crescimento acelerado; origem extraductal no tecido conjuntivo; pode ter variante maligna; 
recidivas locais frequentes à precisa fazer excisao com margem ampla de 1-2cm; 
- Fibroadenoma Juvenil = mesmo quadro clinico do tumor filoide, porem acomete mulheres mais jovens 
(menos de 20 anos) e costuma aparecer após 2/3 anos da menarca; caracteriza-se por uma massa única, 
palpável, móvel e indolor que cursa com crescimento rápido, podendo causar assimetria mamária 
importante; 
- Hamartoma (fibroadenolipoma) = área de tecido mamário encapsulado à breast in a breast; 
- Alteração Funcional Benigna das Mamas = dor localizada, geralmente em quadrante superolateral das 
mamas, e ao exame clínico há espessamento fibroelástico, móvel, que involui após a menstruação; 
- Neoplasias Malignas = nódulos endurecidos, limites indefinidos e aderidos a estruturas adjacentes; 
podem estar associados a: alterações cutâneas (retração, hiperemia, edema), fluxo papilar suspeito, 
linfadenomegalia axilar e supraclavicular; geralmente são indolores; 
- Esteatonecrose = características semelhantes a neoplasia maligna, mas são secundarias a trauma ou 
processo cirúrgico prévio à necrose de tecido adiposo; 
- Ectasia Ductal = nódulo retroareolar endurecido, comumente associado a sensibilidade dolorosa durante 
a palpação, inversão de mamilo e fluxo papilar; acomete mulheres na quarta década de vida e na 
perimenopausa; 
- Papiledema = nódulos retroareolares com fluxo papilar sanguinolento; 
 
Tratamento: 
- Etapa inicial = explicar às pacientes que eles são decorrentes de alteração normal do desenvolvimento da 
mama e que não aumentam o risco para desenvolvimento de câncer de mama; 
- Tranquilizar as pacientes e saber diferenciar os achados benignos dos malignos; 
- Cistos: 
- Os cistos simples não palpáveis, diagnosticados apenas em USG não devem ser abordados ou 
acompanhados, e a paciente deve ser tranquilizada; 
- Nódulos palpáveis à PAAF = diagnóstica e terapêutica à a citologia do liquido não é 
recomendada, sendo apenas para casos suspeitos como cistos com conteúdo hemorrágico e cistos 
que recidivam em curto espaço de tempo; 
- Cistos complexos = conteúdo sólido à exérese cirúrgica à quando não der para fazer a biópsia 
percutânea assistida a vácuo, ou quando, após a realização desse procedimento, observar a 
presença de atipia ou malignidade; 
- Controle à 6 meses; 
 
- Nódulos Sólidos: 
- Nódulos com imagem suspeita à biópsia percutânea, independente da idade da paciente à 
retirada cirúrgica é determinada de acordo com o resultado da biópsia; 
- Em mulheres com idade < 30 anos com exame clinico e radiológico sugestivos de alterações 
benignas, que não causem incomodo clinico, não se recomenda biópsia, mas sim controle clinico e 
radiológico; 
- A exérese cirúrgica deve ser reservada para os casos sintomáticos, sobretudo nos nódulos maiores 
de 2cm; 
- Diante da suspeita de tumor filoide ou fibroadenoma juvenil à exérese do tumor com obtenção 
de margens livres, para reduzir o risco de recorrência; 
 
 
 
 
 
 
MASTALGIA 
 
Introdução: 
- Dor mamária ou mastalgia é uma das queixas mais comuns nos consultórios de mastologia, 
principalmente em mulheres em idade reprodutiva; 
- Interfere diretamente na vida emocional, social e profissional da mulher; 
- Constantemente, a mastalgia traz angustia e ansiedade, pois é relacionada com o câncer de mama à 
cancerofobia é um dos principais motivos pelos quais a paciente procura o mastologista; 
 
Etiologia e Fisiopatologia: 
- A causa da dor mamaria nãoé totalmente conhecida; 
- O componente psicológico deve ser considerado à algumas situações de estresse podem favorecer o 
aparecimento do sintoma (ex: parentes ou pessoas próximas recém diagnosticadas com CA de mama ou 
até a alta exposição da neoplasia mamaria nos veículos de mídia); 
- Tipos: 
 - Ciclica = relacionada ao ciclo menstrual; 
 - Aciclica = sem interferência com o ciclo; 
- Ciclica: pode estar relacionada com um desequilíbrio na relação estrogênio/progesterona no final da 
segunda fase do ciclo menstrual à sistema dopaminérgico à aumento da secreção de prolactina à 
aumento da sensibilidade do tecido mamário; 
- Aciclica: pode estar relacionada a diversas causas, como: hipertrofia mamária, macrocistos, nódulos de 
grande dimensão, cirurgia mamaria prévia, ectasia ductal, mastites, trauma, medicamentos, entre outras; 
- Dores extramamárias = dor referida devida as afecções em outras estruturas que se relacionam 
anatomicamente com as mamas; 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
- É clinico e de fácil execução; 
- A história clinica e o exame físico são fundamentais e geralmente suficientes para classificar a dor e 
orientar o tratamento; 
- Sempre lembrar que podem ter outras doenças mamárias associadas à o rastreamento de câncer nunca 
deve ser abandonado; 
- Anamnese: 
- Deve avaliar o inicio, a duração, a localização, a intensidade, os fatores desencadeantes, 
atenuantes, agravantes ou associados e, principalmente, sua relação com o ciclo menstrual; 
- Deve ser feita uma avaliação psicológica à estado de humor, presença de dores psicossomáticas; 
- Questionar quanto a ingestão de medicamentos ou estimulantes; 
- Exame Físico: 
- Buscar por sinais flogísticos na pele, nódulos ou espessamentos, descarga papilar, retração do 
mamilo, presença de dor focal e presença de linfonodomegalias; 
- A parede torácica deve ser examinada cuidadosamente, com palpação dos arcos costais e 
articulações, com o intuito de excluir as causas extramamárias, principalmente osteocondrite; 
 
Quadro Clínico: 
- Mastalgia cíclica à dor frequentemente associada a ingurgitamento mamário, com inicio nos dias que 
antecedem a menstruação e desaparece após o fluxo menstrual; é mais comum nos quadrantes superiores 
laterais (QSL), tende a ser bilateral e difusa, geralmente em pontada e de manifestação aguda; 
- Mastalgia acíclica à costuma ser mais intensa e geralmente é unilateral, com desconforto usualmente 
localizado em um ponto da mama, podendo irradiar para axila, braço, ombro e mão; 
 
Tratamento: 
- Não medicamentoso: 
- A orientação verbal é o principal tratamento da mastalgia, após a exclusão da presença de 
neoplasia; 
- Algumas medidas comportamentais (que não apresentam eficácia comprovada): uso de sutiã 
esportivo, dieta livre de gorduras, exercícios físicos e redução da ansiedade (técnicas de 
relaxamento, acupuntura); 
- Medicamentoso: 
- Como as pacientes apresentam altas taxas de resposta a orientação verbal, qualquer 
medicamento, até mesmo o placebo, aparenta ter taxas de sucesso bastante elevadas; 
- Drogas como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e analgésicos, em geral, tem eficácia no 
tratamento da dor, mas apresentam alto risco de efeitos colaterais com o uso prolongado. No 
entanto, podem ser empregadas em casos agudos. AINEs na forma de gel apresentam resultados 
satisfatórios e menos efeitos colaterais, podendo ser uma alternativa para a dor de origem 
osteomuscular; 
- Mastalgia cíclica à bloqueio hormonal à os inibidores de estrogênio e de prolactina atuam na 
melhora do quadro, mesmo na ausência de níveis elevados desses hormônios à Tamoxifeno 
apresentou menos efeitos colaterais, na dose de 10mg/dia/3-6 meses; 
 
 
FLUXOS PAPILARES 
 
Introdução: 
- Fluxo, descarga ou derrame papilar = exteriorização espontânea de material fluido pela papila mamária 
fora do ciclo gravídico-puerperal; 
- Quando a saíde de material se da pela expressão mamaria (induzida) = secreção; 
 - secreção láctea = galactorreia; 
 - secreção não láctea = telorreia; 
- É mais comum durante a menacme, mas, quando presente em pacientes idosas, a probabilidade de 
origem neoplásica aumenta; 
 
Etiologia e Fisiopatologia: 
- Os mecanismos causadores dos fluxos papilares são próprios da glândula mamaria, intra e extraductais, 
ou por fatores extramamário, relacionados ao controle da produção láctea (galactorreia) 
- Intraductais = inerentes a parede interna do ducto; 
 - proliferacaoes epiteliais à papilomas, adenomas, hiperplasias; 
 - infecções intraductais à galactoforites; 
 - neoplasia intraductal com necrose; 
- Extraductais = patologias que possam romper parcialmente a parede do ducto ganhando a sua luz e 
exteriorizando-se; 
 - neoplasias malignas; 
 - infecções; 
 - outras patologias; 
- Galactorreia = secreção de coloração clara (láctea) ocasionada por fatores não mamários, em geral por 
alterações que causem hiperprolactinemia à alguns pacientes podem apresentar galactorreia sem 
aumento dos níveis de prolactina detectáveis; 
 - Causa mais comum do aumento dos níveis de prolactina = fármacos supressores da dopamina 
 
 
 
 - Doenças que podem causar aumento de prolactina: 
 
- Classificações do derrame papilar: 
- Fisiológico: pequena quantidade de secreção, principalmente após estimulação excessiva do 
mamilo (em mulheres não lactantes); 
- Pseudoderrame: mamilos invertidos, infecção da glândula mamaria, eczemas e maceração da 
pele, que podem produzir secreção similar a um derrame papilar; 
- Patológico: associados a lesões proliferativas ou carcinomas, caracterizam-se por serem 
uniductais, espontâneas, unilaterais, aquosos ou sanguíneos; 
 
Diagnóstico: 
- Anamnese à idade, sexo, uso de medicações, historia familiar, uso de terapia hormonal, presença de 
patologia mamaria pregressa, manipulação excessiva do mamilo ou traumas; 
- Características da descarga papilar: 
 - Lateralidade (uni ou bilateral); 
 - Numero de orifícios (único ou múltiplos); 
 - Aparecimento (espontâneo ou provocado); 
- Aspecto macroscópico (lácteo, purulento, multicolorido, esverdeado, marrom, amarelado, viscoso, 
cristalino, seroso, hemorrágico); 
- Características suspeitas ao exame físico: unilateral, espontâneo, uniductal, hemorrágico, sero-
hemorragico, cristalino, seroaquoso, presença de tumoração associada, pacientes idosas, sexo masculino; 
- Exames complementares: 
 - Não existe beneficio na realização de citologia oncótica à sensibilidade muito baixa; 
- Mamografia e ultrassonografia possuem baixa sensibilidade no diagnostico das descargas 
papilares, porem sua realização é mandatória para avaliar possíveis lesões concomitantes; 
- Ductografia = cateterizacao do ducto e injeção de contraste + mamografia sequencial para avaliar 
a arvore ductal à pouco utilizado, desconforto da técnica, pouco especifico; 
- Ductoscopia = microendoscopio de fibra ótica inserido no ducto à doloroso, baixa sensibilidade; 
Diagnósticos Diferenciais: 
- Papiloma intraductal = lesão que se desenvolve em um dos ductos principais subareolares e geralmente 
esta associada a derrame papilar seroso ou sanguíneo à causa mais frequente de derrame papilar 
patológico; 
- Papilomas intraductais múltiplos; 
- Papilomatose juvenil = mulheres de 10-44 anos à nódulo discreto e pode ter derrame papilar; 
- Ectasia ductal = retração mamilar, com massa associada e derrame papilar viscoso, caseoso, escuro ou 
multicolorido; 
- Mastite periductal = inflamação periductal, com ou sem massa associada, abscesso pariareolar e fistula 
ductal mamaria; pode ocorrer retração mamilar e descarga papilar purulenta; associação com o tabagismo; 
 
 
 
Tratamento: 
- É avaliado a partir das características do fluxo; 
- Derrame fisiológico à orientação e tranquilização; 
- Secreções purulentas à antibioticoterapia; 
- Secreções suspeitas à tratamento cirúrgico está indicado; 
- Alguns pacientes com fluxos não suspeitos podem necessitar de cirurgia devido ao desconforto excessivo 
ocasionado pelo derrame contínuo; 
- Na presençade galactorreia à abordagem de medicamentos que possam ter relação causal; 
- No caso de adenomas de hipófise à avaliar necessidade de tratamento medicamentoso ou cirúrgico; 
- Nos casos cirúrgicos 
- se a mulher deseja amamentar à ressecção seletiva do ducto acometido, orientado pelo ponto de 
gatilho; 
- se a mulher não deseja amamentar à ressecção dos ductos principais, com retirada em forma de 
cone invertido da arvore ductal; 
 
 
PROCESSOS INFLAMATÓRIOS DA MAMA 
 
Introdução: 
- Processos inflamatórios da mama = mastites à infecções que se instalam no tecido mamário; 
- Pode ocorrer confusão de diagnostico entre processos infecciosos e neoplasia maligna da mama à 
carcinoma inflamatório à atraso no tratamento do carcinoma; 
- A incidência das mastites é inversamente proporcional a qualidade do atendimento básico de saúde à 
dependentes de fatores higiênicos, de saneamento e dietéticos da população; 
- Tipos: 
- Aguda: principal representante = mastite puerperal; duração inferior a 30 dias; caracterizada pela 
infecção do parênquima mamário no puerpério; 
- Crônicas: caracterizadas pelo tempo de evolução superior a 30 dias ou pela recorrência após o 
tratamento; evolução lenta, podem ou não ser precedidas por infecção aguda; dificilmente ocorrem 
em mulheres na pós-menopausa; podem ser divididas em infecciosas e não infecciosas; 
 
Etiologia e Fisiopatologia: 
- Aguda (puerperal ou lactacional) 
 - Ocorre no período de amamentação; 
 - Mais comum na 2ª – 5ª semana do puerpério; 
 - Acomete mais primigestas e após cesarianas eletivas; 
 - Principal porta de entrada dos germes = fissuras à pega incorreta; 
 - Estase láctea + má higiene no complexo areolopapilar = fatores predisponentes; 
 - Mamilos planos ou umbilicados, de pele fina e pouca elasticidade; 
- Agentes infecciosos mais comuns: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, 
Streptococcus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Proteus Mirabillis; 
- Crônicas Infecciosas: 
- Abscesso subareolar recidivante (ASCR) = infecção recorrente e crônica da região subareolar, 
associado fortemente com tabagismo, obesidade e diabetes; desenvolve fora do ciclo gravido-
puerperal; 
- Mastite tuberculosa = mulheres com história pessoal ou familiar de tratamento para tuberculose 
à reativação do bacilo com infecção na mama; 
 - Mastite por micobacterias = evolução extremamente lenta, + comum em pacientes HIV positivo e 
CD4 menor que 50/mm3; 
- Mastite viral = processo inflamatório ocasionados por vírus (herpes simples, herpes zoster, herpes 
genital e/ou oral); ocorre com maior frequência em pacientes com alguma imunodeficiência à HIV 
positivo, uso crônico de corticosteroides, em tratamento quimioterápico; 
- Mastite luética ou sífilis mamária = complicação inflamatória rara observada em pacientes com 
lúpus eritematoso sistêmico ou lúpus discoide; 
- Crônicas Não Infecciosas: 
- Mastite periductal (plasmocitária) = esta relacionada a infecção bacteriana e tabagismo; mais 
comum em multíparas que amamentam; 
- Mastite granulomatosa idiopática = processo inflamatório + alterações granulomatosas em torno 
dos lóbulos e ductos mamários na ausência de infecção específica, trauma, corpo estranho ou 
sarcoidose; 
 - Síndrome de Mondor = tromboflebite das veias superficiais da mama; 
 - Sarcoidose mamária = granulomas epitelioides não caseosos; 
Quadro Clínico: 
- Aguda (puerperal ou lactacional): 
 - edema, eritema e aumento da temperatura da mama; 
 - quando houver área de flutuação, suspeitar sempre de abcesso associado com a mastite; 
 - Sintomas sistêmicos: febre alta, anorexia, náuseas e vômitos; 
- As formas mais comuns de apresentação, ocasionadas pelos Staphylococcus, geralmente 
culminam com a formação de abscessos multiloculados e com grande quantidade de pus; 
- Crônicas Infecciosas: 
- Abscesso subareolar crônico recidivante: normalmente unilaterais, mas podem ser bilaterais. 
Inicia-se como inflamação de uma área subareolar bem localizada, que evolui para a formação de 
um pequeno abcesso, que tende a drenas espontaneamente com a formação de uma fistula que 
cicatriza posteriormente à repete varias vezes (recidivante) com intervalos variados de meses a 
anos à no local do abcesso forma-se uma cavidade que se reabre a cada ativação da infecção; 
- Mastite tuberculosa: vários abcessos de evolução lenta ou múltiplas fistulas periféricas, com 
histórico pessoal ou familiar de tratamento para tuberculose; linfonodos axilares palpáveis; 
- Mastite por micobacterias: evolução do processo infeccioso extremamente lenta; 
- Mastite viral: lesões na pele da mama com vesículas dolorosas e recorrentes; costumam aparecer 
sintomas sistêmicos como febre, mal estar e exantema 24-48h antes do surgimento das lesões 
cutâneas; 
- Mastite luética ou sífilis mamária: lesões cutâneas no complexo areolomamilar, por inoculação do 
treponema (cancro duro) à lesões cutâneas maculosas à pápulas à nódulo endurecido que 
amolece, sofrendo ulceração ou fistulização; 
- Crônicas Não Infecciosas: 
- Mastite periductal: mastalgia acíclica unilateral, secreção mamilar (verde-escura ou serosa), 
retração mamilar, massa subareolar com ou sem inflamação de mama sobrejacente e até fistula 
mamilar; 
- Mastite granulomatosa idiopática: acometimento lobular, massa firme irregular, retração mamilar, 
pouco pus e sempre presente em múltiplos lóculos; 
- Síndrome de Mondor: cordão fibroso e doloroso subcutâneo que corresponde ao trajeto venoso 
comprometido; pode causar mastalgia acíclica unilateral; 
- Sarcoidose mamária: massa não dolorosa e móvel, com bordas lisas ou irregulares; pode 
apresentar-se como um linfonodo inframamário ou um granuloma; 
 
Diagnóstico: 
- Aguda (puerperal ou lactacional) à clinico; USG pode ser útil na avaliação de abcessos mamários, 
quantificando a extensão da coleção purulenta; 
- Crônicas infecciosas: 
- Abcesso subareolar crônico recidivante: anamnese + exame físico + USG; 
- Mastite tuberculosa: prova tuberculínica e radiografia de tórax + biópsia da lesão identificando 
granulomas caseosos; 
- Mastite por micobacterias: hemocultura e/ou cultura do material retirado da mama (tecido ou 
secreções), que identifica micobacterias atípicas; 
- Mastite viral: exame físico à visualização das lesões na pele da mama com vesículas; 
- Mastite luética ou sífilis mamária: laboratorial à VDRL e FTA-ABS; 
- Crônicas Não Infecciosas: 
- Mastite periductal: mamografia e USG mamaria, citologia do derrame papilar, biópsia e cultura do 
material retirado da mama à diagnóstico diferencial; 
- Mastite granulomatosa idiopática: achados em exames de imagem são, geralmente, inexpecificos; 
- Síndrome de Mondor: clinico; 
 - Sarcoidose mamária: mamografia à lesão bem definida ou espiculada; Diagnostico histológico 
confirma granuloma não caseosos; PPD negativo e teste de Kveim positivo; 
 
Tratamento: 
- Aguda (puerperal ou lactacional): 
- Manter a amamentação + ordenha manual delicada (evitar ingurgitamento mamário); 
- Uso de sutiã ou faixas para sustentar adequadamente as mamas; 
- Uso de analgésicos, antitérmicos e antibióticos; 
* analgésicos e antitérmicos mais indicados durante a amamentação = Paracetamol e Dipirona; 
* antibióticos podem ser usados por via oral, mas se houver piora clinica, iniciar por via 
endovenosa; 
- Na presença de abcesso mamário, a drenagem cirúrgica é obrigatória à secreção vai para cultura 
e antibiograma à adequar antibiótico testado. 
- Crônicas Infecciosas: 
- Abscesso subareolar crônico recidivante: antibiótico (com cobertura para aeróbicos e anaeróbicos) 
via oral; quando ocorre formação de fistula à cirurgia com ressecção do sistema ductal; 
- Mastite tuberculosa: tuberculostáticos + acompanhamento do Infectologista; 
- Mastite por micobacterias: associação de claritromicina, etambutol e rifabutina por 6 meses; 
 - Mastite viral: aciclovir 400mg VO, de 8/8h, por 5-7 dias à para formas mais graves pode ser feito 
via endovenosa; analgésicos potentes como codeína ou bloqueio anestésicodo nervo acometido 
para alivio da dor; curativos antissepticos para evitar infecções bacterianas secundarias; 
- Mastite luética ou sífilis mamária: penicilina G benzatina 2,4 milhoes UI IM (1,2 em cada nádega), 
repetindo em 7 dias (total de 4,8 milhões UI); 
- Crônicas Não Infecciosas: 
- Mastite periductal: antibióticos; cirurgia para casos de correção de fistulas ou nos casos de 
derrame papilar espontâneo que incomodam a paciente; 
- Mastite granulomatosa idiopática: adaptado para cada caso; pode ser utilizado corticoterapia em 
altas doses como 60mg por dia ou metotrexato; a excisão ampla de toda a massa não é indicada; 
- Síndrome de Mondor: anti-inflamatorios e analgésicos; antibióticos e anticoagulantes não são 
indicados; 
- Sarcoidose mamária: tratamento direcionado aos sintomas sistêmicos da doença; ressecção total 
não é necessária; 
 
 
RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA E PROPEDÊUTICA MAMÁRIA 
 
Introdução: 
- Câncer de mama = questão de saúde pública mundial; 
- O câncer de mama é o tumor que possui a maior incidência e a maior mortalidade na população feminina 
em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos; 
- O tamanho do tumor e as condições dos linfonodos regionais são os fatores prognósticos de maior 
importância à quanto maior o tumor, maior a chance de metástase para linfonodo e menor é a sobrevida; 
- Antigamente o diagnóstico era feito durante o exame clínico ou pela própria paciente quando já 
apresentava tumores com tamanhos possíveis de serem palpados; 
- Estratégia atual: 
 - Diagnóstico precoce = abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas da doença 
- Rastreamento = aplicação de teste ou exame numa população assintomática, aparentemente 
saudável, com o objetivo de identificar lesões suspeitas de câncer em estádio pré-clinico à não 
deve ser feito em toda a população, só naquelas em que a faixa etária apresenta maior incidência, 
de tal ordem que justifique o custo e benefício; 
- Objetivo principal = diminuir a mortalidade por câncer de mama; 
 
 
 
 
 
 
Rastreamento: 
- O autoexame das mamas não é recomendado como forma de rastreio do câncer de mama à não há 
efeito sobre a redução da mortalidade por câncer de mama à único objetivo de tal prática é tornar as 
mulheres mais conscientes do aspecto normal de suas mamas, suas variações normais e dos sinais de 
alerta à contribui para ampliar a capacidade de identificar, de forma mais precoce possível, o 
aparecimento de sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama; 
- O método de escolha dos programas de rastreamento é a mamografia; 
 
 
 
Recomendações Para Rastreamento: 
- Não há benefícios do uso da mamografia com a finalidade de detectar tumores subclínicos em pacientes 
com idade menor ou igual a 35 anos; 
- Se a paciente pertence a grupos familiares de risco, com parentes de primeiro grau com câncer de mama 
em idade precoce, essa triagem deve ter inicio 10 anos antes da idade em que o parente mais jovem foi 
afetado; 
- Mulheres abaixo de 40 anos: 
a) Mamografia: nessa idade não se recomenda a realização de mamografia, exceto de forma 
individualizada, em mulheres com alto risco para câncer de mama; 
 - mutações de BRCA1/BRCA2 – a partir dos 30 anos 
- a partir dos 30 anos, ou 10 anos antes da idade no diagnostico do parente de primeiro grau 
acometido, mas nunca antes dos 25 anos; 
- irradicação do tórax entre 10-30 anos, inicio 8 anos após o tratamento e nunca antes dos 
25 anos; 
- mulheres com histórico de lesões precursoras à hiperplasia ductal ou lobular atípica, 
câncer invasivo de mama ou ovário – a partir do diagnostico das lesões com finalidade de 
seguimento oncológico, por serem consideradas precursoras do câncer; 
b) Ultrassonografia: nessa faixa etária não se recomenta a realização do rastreamento por USG, 
exceto, de forma individualizada, em mulheres com alto risco para câncer de mama, nas quais o 
rastreamento por ressonância magnética pode ser inclusive mais apropriado; 
c) Ressonância Magnética: nessa faixa etária não se recomenta a realização do rastreamento por 
RM, exceto, de forma individualizada, em mulheres com alto risco para câncer de mama à 
mutação BRCA à inicio aos 25 anos; 
- Mulheres entre 40-69 anos: 
a) Mamografia: nessa faixa etária, recomenda-se a realização da mamografia para todas as 
mulheres, com periodicidade anual; 
b) Ultrassonografia: nessa faixa etária em geral não se recomenda a realização do rastreamento por 
USG, exceto de forma individualizada (complementar a mamografia nas mulheres com mamas 
densas ou como second look após RM); 
c) Ressonância Magnética: nessa faixa etária, em geral, não se recomenda o rastreamento por RM, 
exceto de forma individualizada, em mulheres com alto risco de câncer de mama; 
- Mulheres acima de 70 anos: 
a) Mamografia: nessa faixa etária, recomenda-se a realização do rastreamento com a mamografia 
de forma individualizada – mulheres com expectativa maior que 7 anos que possam ser submetidas 
a tratamento do câncer, considerado suas comorbidades; 
- De acordo com o Ministério da Saúde (MS) e o Inca: 
 - Não se recomenda o rastreamento mamográfico em pacientes com menos de 49 anos; 
 - Na faixa etária entre 50-69 anos, recomenda-se a mamografia a cada dois anos, bianual; 
 - Após os 70 anos, não há recomendação para o rastreamento mamográfico; 
- Limitações da Mamografia: 
- A constituição mamaria pode afetar a sensibilidade do exame à a sensibilidade mamográfica é 
menor a medida que aumenta a densidade mamária; 
- Ultrassonogramia: 
- Apresenta limitações no rastreamento do CA de mama por conta da baixa capacidade em detectar 
microcalcificações agrupadas; 
- Ressonância Magnética: 
- Pode ser necessária na avaliação de achados mamográficos e ultrassonográficos indeterminados, 
principalmente em mulheres mais jovens que tem mamas mais densas; 
- É consideração como integrante do rastreamento por imagens em mulheres de alto risco para 
câncer de mama; 
- Aplicações clinicas durante planejamento cirúrgico e controle terapêutico do câncer de mama; 
- Tomossíntese: 
- Técnica que oferece múltiplas e finas imagens obtidas a partir de diferentes ângulos do tubo de 
raio X; 
- A mama permanece estática e ligeiramente comprimida, permitindo cortes finos, com imagens 
tridimensionais; 
- É promissor, mas ainda não foram identificados estudos sobre sua eficácia no rastreamento na 
redução da mortalidade geral por câncer de mama, sendo assim, não é recomendado; 
 
 
 
 
 
 
 
Propedêutica Minimamente Invasiva Para Elucidação Cito-Histológica: 
- Punção aspirativa por agulha fina; 
- Core biopsy (biopsia percutânea com agulha grossa); 
- Mamotomia (biópsia por aspiração a vácuo) à complicações: hematoma, reação vasovagal, 
sangramento, dor; 
 
Lesões Precursoras do Câncer de Mama: 
- Lesões proliferativas estão associadas com a transformação local para carcinoma; 
- Probabilidade significativa de surgimento de câncer em outra porção do mesmo órgão ou contralateral; 
- Lesões precursoras de câncer de mama ou marcadoras de alto risco: 
 - Hiperplasia ductal atípica (HDA); 
 - Neoplasia lobular; 
 - Hiperplasia lobular atípica (HLA); 
 - Carcinoma lobular in situ (CLIS); 
 
Terapia Redutora de Risco: 
- Correção de hábitos de estilo de vida à controle do peso, atividade física, dieta, diminuição da ingesta de 
álcool, tabagismo, gestação, anticoncepcional hormonal – terapia de reposição hormonal; 
- Quimioprevenção à tamoxifeno, raloxifeno, inibidores da aromatase (anastrazol, exemestano); 
 
Tratamento: 
- Cirurgia; 
- Radioterapia; 
- Hormonioterapia à receptor de estrogênio, tamoxifeno, raloxifeno, fulvestranto; 
- Terapia anti-HER2 à Transtuzumabe, lapatinibe, pertuzumabe

Continue navegando