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Coleta Sanguínea Apresentação Numa consulta médica, para fazer uma avaliação ou discutir sobre uma possível preocupação com a saúde, é quase previsível que seja solicitada a realização de exames de sangue. Os resultados que esses exames fornecem auxiliam nas decisões médicas em aproximadamente 70% das ocasiões. Embora um exame laboratorial, em especial o exame de sangue, possa parecer simples, todo processo que envolve esse exame é bem complexo, exigindo profissionais qualificados e especializados. A complexidade de tais processos pode induzir a erros nos laudos e resultados laboratoriais equivocados, provocando condutas médicas errôneas que podem ser catastróficas aos pacientes e colaborar para a insegurança no sistema de saúde. É por esses e outros motivos que o controle de qualidade laboratorial é tão rigoroso. Contudo, erros ainda ocorrem e podem ser identificados, com frequência, na etapa da coleta de sangue. Assim, conhecer os processos e conceitos relevantes é fundamental para os profissionais garantirem a emissão de laudos corretos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os tipos de sangue, locais de obtenção e frascos de acondicionamento das amostras coletadas, os procedimentos associados à obtenção de amostras de sangue venoso e arterial e os principais interferentes pré-analíticos associados à coleta de sangue. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os principais tipos de sangue utilizados em laboratório, locais de obtenção e frascos de acondicionamento. • Explicar os procedimentos utilizados para obtenção do sangue venoso e arterial.• Identificar os principais interferentes pré-analíticos associados à coleta de sangue.• Infográfico Os tubos para coleta de sangue foram um avanço na medicina laboratorial; eles mantêm a qualidade da amostra e otimizam a execução dos exames. Os exames de sangue são sensíveis a diversos interferentes; por isso, é muito importante estabelecer qual é o sistema mais apropriado para a coleta. Isso inclui a escolha correta dos tubos. Acompanhe, no Infográfico, os diferentes tubos de coleta de sangue e suas recomendações de uso. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/007377f2-3c39-474e-b8dd-785bc9154b80/f663b7d2-ceac-4188-b952-947d1a34132d.png Conteúdo do livro A fase pré-analítica, em especial, a coleta de sangue, impacta de maneira considerável nos resultados gerados para auxiliar no diagnóstico e tratamento de diversas patologias. O sangue é uma amostra amplamente utilizada na medicina laboratorial e o uso de suas frações podem variar, de acordo com as necessidades do exame. Para oferecer um serviço de qualidade e alto nível, o profissional do laboratório clínico deve ser treinado e capacitado para atuar nessa etapa. No capítulo Coleta Sanguínea, do livro Instrumentação biomédica, você irá reconhecer os principais tipos de sangue utilizados em laboratório, os diferentes frascos de acondicionamento e seus locais de obtenção, os procedimentos utilizados para coleta de sangue arterial e venoso e os principais interferentes pré-analíticos associados à coleta. Boa leitura. INSTRUMENTAÇÃO BIOMÉDICA Laura Reck Cechinel Coleta sanguínea Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os principais tipos de sangue utilizados em laboratório, os locais de obtenção e os frascos de acondicionamento. � Explicar os procedimentos utilizados para obtenção do sangue venoso e arterial. � Identificar os principais interferentes pré-analíticos associados à coleta de sangue. Introdução O sangue é um material muito comum e muito importante nos labora- tórios clínicos. Sua análise é base para diversos diagnósticos, além de os resultados dos testes realizados com a amostra de sangue auxiliarem nas decisões terapêuticas e no acompanhamento do tratamento. Por isso é essencial que o profissional da área tenha amplo conhecimento técnico sobre esse material biológico, o qual manuseará diariamente. Neste capítulo, você vai estudar essa amostra tão relevante para a medicina laboratorial que é o sangue. Vai ver os tipos de sangue utilizados em laboratório, os locais de sua obtenção e os diferentes frascos para seu acondicionamento, além de conhecer os procedimentos utilizados para a obtenção de sangue arterial e venoso. Também vai ver os principais interferentes pré-analíticos associados à coleta de sangue. Tipos de sangue, locais de obtenção e frascos de acondicionamento O sangue é o único tecido fluido do corpo. Apesar de parecer ser um líquido espesso e homogêneo, ao analisá-lo microscopicamente, observamos que ele tem componentes líquidos e celulares. O sangue é um tipo especializado de tecido conjuntivo líquido, denso e viscoso, que contribui para a homeostasia do organismo. O sangue tem, basicamente, três funções: 1. Transportar oxigênio (O2), dióxido de carbono (CO2), nutrientes, hor- mônios, calor e resíduos. 2. Regular o pH, a temperatura corporal e o conteúdo hídrico das células. 3. Proteger contra a perda sanguínea, por meio da coagulação, e contra as doenças, por meio dos glóbulos brancos fagocitários e das proteínas, como os anticorpos, os interferons e o complemento. A temperatura média do sangue é 38 °C. Ele apresenta um pH levemente alcalino, variando de 7,35 a 7,45. O sangue constitui cerca de 8% do peso corporal de um indivíduo; um homem adulto pode ter 6 litros de sangue e, uma mulher adulta, 5 litros. O sangue total é composto por duas porções: o plasma, que contém as substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas e corresponde a 55% do san- gue; e os elementos figurados, que são as células e os fragmentos celulares e que corresponde a, aproximadamente, 45% do sangue total. Se uma amostra de sangue total for centrifugada em alta velocidade, as células, que são mais densas, irão se depositar no fundo do tubo, enquanto o plasma, que é mais leve e menos denso, formará uma camada na parte superior do tubo, como pode ser visualizado na Figura 1. Coleta sanguínea2 Figura 1. Sangue total após centrifugação. Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com. Plasma Tampão leucocitário Glóbulos vermelhos Os elementos figurados são, em sua maioria, glóbulos vermelhos; os glóbu- los brancos e as plaquetas correspondem a menos de 1% do volume do sangue total. Esses elementos formam um tampão leucocitário, que fica localizado entre os glóbulos vermelhos e o plasma sanguíneo que foram centrifugados (MARIEB; HOEHN, 2008). Plasma O plasma é composto por, aproximadamente, 91,5% de água; 7% de proteínas; e 1,5% de substâncias não proteicas. As proteínas encontradas no sangue são, em sua maioria, sintetizadas no fígado. Entre elas as mais abundantes são as albuminas, que representam cerca de 54% de todas as proteínas plasmáticas; sua função é ajudar a manter o equilíbrio da pressão osmótica. O restante das proteínas plasmáticas é dividido entre globulinas (38%), representadas por anticorpos, e o fibrinogênio (7%), que é a proteína-chave na formação do coágulo sanguíneo. Ainda, o plasma é composto por solutos como eletrólitos, nutrientes, gases, enzimas, hormônios, vitaminas e produtos residuais. 3Coleta sanguínea Soro Além do plasma, dependendo do tipo de tubo que foi utilizado para realizar a coleta sanguínea, é possível obter um outro tipo de fração, o soro. O soro é obtido, após a centrifugação, quando um tubo sem adição de anticoagulantes é utilizado na coleta. O objetivo da coleta sem anticoagulantes é favorecer a formação do coágulo, para que os fatores de coagulação, plaquetas e fibri- nogênio sejam consumidos. De forma simplificada, o soro é o plasma sem fibrinogênio e fatores de coagulação. Atualmente, utilizam-se tubos que contêm ativador de coágulo na parede do tubo (material que acelera oprocesso de coagulação) e tubos com gel separador. O soro é amplamente utilizado para testes bioquímicos e sorológicos, possivelmente, pela praticidade e qualidade, uma vez que é um líquido livre de células. Elementos figurados Eritrócitos (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas são os componentes da porção de elementos figurados do sangue. Eritrócitos e leucócitos são células íntegras que sobrevivem apenas alguns dias; já as plaquetas são fragmentos celulares. Eritrócitos (transporte de gases) e plaquetas (coagulação sanguínea) rea- lizam diferentes funções, enquanto os leucócitos são células bastante espe- cializadas. Existem diversos subtipos de leucócitos — neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos —, e essas células apresentam uma aparência microscópica exclusiva. � Eritrócitos (glóbulos vermelhos): a superfície dos eritrócitos é com- posta por uma variedade de antígenos, compostos de glicoproteínas e de glicolipídios. Esses antígenos são chamados de aglutinogênios, e o sangue é subdividido de acordo com a presença ou ausência desses aglutinogênios, nos grupos A, B, AB e O. � Leucócitos (glóbulos brancos): ■ Leucócitos granulares: contêm grânulos distintos, que são visíveis ao microscópio óptico após coloração. ■ Leucócitos agranulares: nenhum grânulo é visível ao microscópio óptico após coloração. – Linfócitos T e B e células destruidoras naturais (NK). – Monócitos. Coleta sanguínea4 � Plaquetas: as plaquetas, como mencionado anteriormente, não são células propriamente ditas; elas possuem ¼ do tamanho de um linfócito e são fragmentos citoplasmáticos de células extraordinariamente grandes (megacariócitos). As plaquetas são essenciais para o processo de coagu- lação que ocorre no plasma quando os vasos sanguíneos são lesionados, pois elas se aderem ao local e formam um tampão temporário. Como elas não têm núcleo, atuam rapidamente e se degeneram em cerca de dez dias, caso não tenham se envolvido no processo de coagulação. Sistema circulatório O sistema circulatório pode ser visto como uma rede de distribuição do sangue, e pode ser dividido entre circulação pulmonar e circulação sistêmica. Na cir- culação pulmonar, os vasos sanguíneos levam e trazem sangue dos pulmões, realizando as trocas gasosas. Já os vasos sanguíneos que levam e trazem o suprimento funcional de sangue de todos os tecidos do corpo constituem a circulação sistêmica. O sangue que retorna do corpo é relativamente pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono. Esse sangue chega ao pulmão após passar pelo coração. No pulmão, o sangue descarrega dióxido de carbono e capta oxigênio. Apesar de pensarmos que as veias carregam apenas sangue pobre em oxigênio, na circulação pulmonar ocorre o inverso. Na circulação sistêmica, após o sangue recém-oxigenado chegar ao coração, ele é direcionado pelas artérias sistêmicas aos tecidos do corpo para realizar as trocas de nutrientes e gases. O sangue pode ser chamado de venoso ou arterial, de acordo com sua concentração de gases. O sangue venoso, rico em gás carbônico, é bombeado do coração para os pulmões, enquanto o sangue arterial, rico em gás oxigênio, é bombeado do coração para os tecidos do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2010). Coleta sanguínea O sangue venoso é, preferencialmente, utilizado para a realização de exames laboratoriais. A preferência por esse sangue se dá pelo fato de que as veias estão na periferia, mais próximas às superfícies, logo o acesso a elas fica mais fácil do que o acesso às artérias. As veias têm paredes mais finas do que as artérias, facilitando a punção; além disso, o sangue arterial tem alta pressão, pois sai diretamente do ventrículo esquerdo do coração para fazer 5Coleta sanguínea a irrigação de todo o corpo. Logo, um acidente proveniente de uma punção arterial é muito mais grave do que com uma punção venosa, pois a perda de sangue seria muito maior. Vejamos os métodos possíveis de coleta de sangue (FISCHBACH; DUNNING III, 2000): � Punção capilar: pode ser utilizada para realizar o esfregaço do sangue periférico e alguns outros exames. Em adultos, é necessária punção percutânea, geralmente na ponta do dedo, para se obter o sangue capi- lar; em crianças, também se costuma usar a polpa digital. No caso de lactentes abaixo de 1 ano e recém-nascidos, é melhor colher as amostras no hálux ou na parte lateral do calcanhar. � Punção venosa: permite obter maiores quantidades de sangue para exame. É necessário ter cuidado para evitar hemólise, hematoma, infec- ção e desconforto. Existem diversos locais para realizar a venopunção, e essa escolha representa uma parte muito importante no procedimento de coleta sanguínea. De modo geral, qualquer veia dos membros supe- riores poder ser utilizada, caso apresente boas condições; no entanto, as veias basílica, mediana cubital e cefálica são as mais frequentemente utilizadas. A veia mediana cubital costuma ser a melhor opção, pois a cefálica é mais propensa à formação de hematomas. Os volumes cole- tados são constantes quando se coleta sangue venoso, portanto, nesse aspecto, não importa o local escolhido para a punção venosa. Às vezes, é preciso usar a área do punho, o antebraço ou o dorso da mão ou do pé; punções em região de membros inferiores só podem ser realizadas mediante autorização médica. � Punção arterial: a coleta de sangue arterial é feita para a realização do exame de gasometria arterial ou quando a coleta de sangue venoso não é possível. As punções arteriais são realizadas por médico ou por enfermeira, devido aos riscos inerentes ao procedimento. As amostras costumam ser coletadas diretamente das artérias radiais, braquiais ou femorais. Os locais de punção arterial devem ter presença de fluxo sanguíneo colateral e ter fácil acesso e os tecidos periarteriais devem ser relativamente insensíveis. Coleta sanguínea6 Outro cuidado importante a ser tomado na coleta do sangue venoso é não coletar sangue do mesmo membro utilizado para a administração intravenosa de medicamen- tos, líquidos ou transfusões. Caso não seja possível escolher outro local, certificar-se de que a punção venosa seja feita abaixo do acesso. Acompanhe na Figura 2 as veias em que podem ser realizadas as punções capilar e venosa. Figura 2. Veias para punção venosa e capilar. Fonte: Silva (2016, p. 5). Ao realizar a coleta sanguínea, recomenda-se seguir uma sequência espe- cífica de tubos de coleta, para que o prejuízo quanto aos interferentes seja o menor possível. Essa ordem de coleta pode prevenir riscos de contaminação das amostras com os aditivos do interior dos tubos. Ao usar tubos novos, sempre confira as orientações do fabricante dos tubos, para acompanhar a evolução das novas gerações de tubos de coleta. 7Coleta sanguínea Para a realização de provas de coagulação, como tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativada, dosagem de fatores da coagulação, o tubo contendo citrato de sódio deve ser o primeiro utilizado na coleta — entre- tanto, deve-se observar se há solicitação também de hemocultura; se houver, o sangue deve ser, primeiramente, acondicionado na garrafa. A homogeneização dos tubos deve ser feita imediatamente após a coleta, por meio de movimentos de inversão delicados e repetidos em um número de vezes não inferior a 5 e não superior a 10 (XAVIER; DORA; BARROS, 2016). A sequência de tubos deve seguir a ordem listada a seguir: 1. Tubos plásticos de coleta de sangue. 2. Frascos para hemocultura. 3. Tubos com citrato (tampa azul-clara). 4. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha ou amarela). 5. Tubos com heparina, com ou sem gel separador de plasma (tampa verde). 6. Tubos com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA). Com ou sem gel separador de plasma (tampa lilás). 7. Tubos com fluoreto (tampa cinza). Tubos que não contêm ativador de coágulo podem ter algumas variações; nesse caso, use o tubo siliconado parasoro (tampa vermelha) antes do tubo com citrato. Mantenha os demais tubos conforme a sequência proposta (XAVIER; DORA; BARROS, 2016). Procedimentos para obtenção do sangue venoso e arterial A coleta de sangue é um momento muito relevante para o sucesso do exame laboratorial. Os procedimentos associados, do início ao fim da coleta, ficam aos cuidados da equipe do laboratório, de modo que sejam garantidas as condições pré-analíticas. A coleta sanguínea é realizada, em geral, pela ma- nhã, após 15 minutos de repouso do paciente. Alguns exames requerem um tempo de repouso específico — por exemplo, para a dosagem de prolactina, catecolaminas plasmáticas e testes funcionais é recomendado repouso de 30 minutos. É interessante informar a data e a hora da coleta no laudo, pois isso permite uma interpretação mais aprofundada dos resultados quanto às variações circadianas. Coleta sanguínea8 Em ambiente hospitalar, é muito comum ser necessário coletar sangue de pacientes internados que estão recebendo terapia venosa; nesses casos é indicado escolher outro lugar para coleta, para não utilizar o membro que está recebendo terapias endovenosas, como vimos. Além disso, sugere-se evitar: � áreas cicatriciais; � membros superiores próximos ao local onde foi realizada mastectomia; � locais com cateterismo ou qualquer outro procedimento cirúrgico; � veias que já sofreram trombose porque são pouco flexíveis, com paredes endurecidas; � locais onde há hematoma, pois isso pode influenciar o resultado do exame. � locais que possam gerar fatores de interferência, inclusive celulite, flebite, obstrução venosa, fístulas ou shunts arteriovenosos. Em situações em que não é possível evitar os locais com hematomas, pois não há outra veia disponível, deve-se puncionar distalmente ao hematoma. Pacientes diabéticos, que monitoram sua glicemia diariamente, fazem punção digital regularmente — procedimento também usado para coletar sangue de recém-nascidos e crianças. Na punção arterial, o sangue é coletado de uma artéria; esse procedimento é usado para determinar o nível de oxigê- nio no sangue oxigenado. A seguir você estudará, mais detalhadamente os procedimentos associados às coletas de sangue venoso e arterial (FAILACE; FERNANDES, 2009). Sangue venoso O sangue venoso pode ser coletado a vácuo ou com seringa e agulha. Alguns motivos fazem a coleta em sistema a vácuo ser mais recomendada: trata-se de um sistema fechado, portanto permite melhores condições de padroniza- ção; há menor contato com o material biológico; os riscos de acidentes com perfurocortantes são reduzidos. A qualidade da amostra coletada pelo sistema a vácuo é considerada mais elevada e representativa do que a amostra obtida 9Coleta sanguínea pelo sistema de seringa e agulha (sistema aberto), devido, principalmente, à adequada proporção sangue/aditivo. O sistema a vácuo oferece a garantia de aspiração de um volume de sangue proporcional à quantidade de aditivo presente no tubo de coleta e, consequentemente, de redução de causas de erro, como hemodiluição, volumes insuficientes, hemólise e formação de microcoágulos. A coleta de sangue deve seguir os seguintes passos, nesta ordem: 1. Identificar o paciente. 2. Conferir o material a ser usado no paciente. 3. Informar ao paciente sobre o procedimento. 4. Higienizar as mãos em lavatório com água e sabão ou por meio de fricção com soluções alcoólicas a 70%; posteriormente, vestir luvas de procedimento. 5. Posicionar o braço do paciente, inclinando-o para baixo, na altura do ombro. 6. Se o torniquete for usado para a seleção preliminar da veia, pedir para que o paciente abra e feche a mão, afrouxar o torniquete e esperar 2 minutos para usá-lo novamente. 7. Fazer a antissepsia do local de punção com álcool etílico a 70% em movimento circular do centro para a periferia. Quando houver soli- citação de dosagem de álcool no sangue, são recomendadas soluções não alcoólicas. 8. Aplicar o torniquete; soltar o torniquete antes de retirar a agulha, levando em conta que o tempo de uso do torniquete não deve exceder 1 minuto, para evitar alterações nos resultados dos exames. 9. Ao utilizar o sistema aberto, retirar embalagens da seringa e da agulha e adaptá-los; na coleta a vácuo, rosquear a agulha no adaptador. 10. Fazer a punção com o bisel da agulha voltado para cima. 11. No sistema a vácuo, inserir tubo a tubo, na sequência recomendada; no sistema aberto, aspirar lentamente o sangue para o interior da seringa. 12. Transferir o sangue tubo a tubo, na sequência recomendada (sistema seringa e agulha). Para realizar exames hematológicos, como hemograma, usualmente se utilizam tubos com EDTA. Nesses casos, os tubos com anticoagulantes de- vem ser homogeneizados gentilmente, por inversão, de 7 a 10 vezes. Esse procedimento garante a mistura completa do sangue com o anticoagulante e Coleta sanguínea10 evita a formação de coágulo. A coagulação do sangue invalida o teste, sendo necessário coletar outra amostra. Existem tubos pediátricos para hemograma, com quantidades reduzidas de EDTA, compatíveis com coleta de 0,5 a 1 mL de sangue. A heparina não é recomendada como anticoagulante para realizar a contagem de leucócitos e de plaquetas, uma vez que ela destrói os leucócitos e causa uma coloração violácea de fundo nas lâminas. Para a coleta correta de sangue, recomenda-se usar agulha de calibre compatível com o volume a coletar, conforme sugerido a seguir: � 0,6 mm para coletas de até 2 mL (berçário e veias afetadas por quimioterapia). � 0,7 mm para coletas de até 5 mL (dorso da mão e pulso, pediatria). � 0,8 mm (é o usual) para coletas até 20 mL (para 20 mL completos, melhor 0,9 mm). Sangue arterial O sangue arterial é obtido para a realização do exame de gasometria arterial, o qual avalia o pH e a adequação da oxigenação e ventilação, entre outros. O risco associado à punção arterial ou à punção de veia profunda é dificil- mente justificável para exames rotineiros de patologia clínica. Para coletar sangue arterial, realiza-se a punção percutânea da artéria braquial, radial ou femoral, ou é retirada uma amostra de um cateter arterial. A artéria radial é, em geral, o local preferido, mas as artérias braquial e femoral também podem ser utilizadas. Assim que se coleta a amostra, é possível analisá-la para determinar a gasometria arterial. O local de escolha para coleta arterial deve ter fácil acesso, ter fluxo sanguíneo colateral e os tecidos periarteriais devem ser relativamente insensíveis. A utilização do sangue arterial para hemogramas só acontece em unidades de oncopediatria, com coletador e tecnologia especializados. Nesse cenário, a diferença entre sangue de veias e de artérias periféricas é insignificante para o hemograma; o eritrograma pode ser feito com o sangue coletado para gasometria arterial, desde que não seja diluído com excesso de heparina. Os procedimentos para a coleta de sangue arterial são estes (BRUNNER; SUDDARTH; LIPPINCOTT, 2011): � Preparar a agulha em seringa de autoenchimento pré-heparinizada. 11Coleta sanguínea � Puncionar a artéria e coletar aproximadamente 5 mL de sangue. A pressão arterial empurra o êmbolo, e a seringa se enche de sangue, fato que não ocorre com sangue venoso por causa da sua baixa pressão. � Eliminar as bolhas de ar na amostra, pois elas alteram os valores da gasometria arterial. � Tampar e girar a seringa com movimentos suaves, para misturar a heparina ao sangue. � Ao concluir a coleta, retirar a agulha e colocar um curativo sobre o local da punção. � Pressionar o curativo com o dedo por, no mínimo, 5 minutos ou até que não haja mais sangramento evidente. � Manter o curativo durante, no mínimo, 24 horas. � Colocar a amostra em banho de gelo e levá-la ao laboratório em em- balagem apropriada. O teste de Allen deve ser realizado antes de se tentar uma punção de artéria radial. A seguir acompanhe o passo a passo para a realização doteste (BRUNNER; SUDDARTH; LIPPINCOTT, 2011): � Colocar o braço do paciente no colchão ou no encosto do leito e apoiar-lhe o punho em cima de uma toalha enrolada. � Pedir a ele que feche a mão. � Utilizando os dedos indicador e médio, pressionar as artérias radial e ulnar. Manter essa posição por alguns segundos. � Sem tirar os dedos das artérias do paciente, pedir a ele que abra a mão, que você então segura, em uma posição relaxada. A região palmar estará esbranquiçada, porque a pressão que seus dedos exerceram reduziu o fluxo sanguíneo normal. � Aliviar a pressão na artéria ulnar do paciente. Se a mão ficar ruborizada, indicando o enchimento dos vasos com sangue, você poderá prosseguir seguramente com a punção da artéria radial. Se a mão não ficar ruborizada, deverá realizar o exame no outro braço. Coleta sanguínea12 Interferentes pré-analíticos associados à coleta de sangue Os resultados dos exames laboratoriais podem sofrer influências de todas as etapas analíticas, no entanto a etapa pré-analítica é responsável por quase 70% dos erros observados. A coleta sanguínea faz parte da etapa pré-analítica e, a seguir, você irá estudar os interferentes associados à esta etapa. Algumas características dessa etapa aumentam, em muito, o grau de com- plexidade e, por consequência, a oportunidade de ocorrência de erros e não conformidades. Para minimizar a ocorrência desses erros é necessário seguir os protocolos apropriados, desde a identificação do paciente até a análise de consistência e a liberação do resultado. A coleta adequada do material para análises laboratoriais depende dos procedimentos de coleta, manuseio, armazenamento e identificação da amostra; do preparo correto e completo do paciente; e da verificação da qualidade da amostra de acordo com o material e com os exames solicitados pelo médico. Para que os resultados dos exames tenham importância clínica, alguns cuidados técnicos devem ser executados. Por exemplo, o uso ou não do garrote, de tubos, de anticoagulantes e de conservantes específicos, a descrição exata do local da coleta, entre outros. Nesse contexto, amostras com qualquer grau de coagulação podem induzir a erro na contagem de células, além de entupir os equipamentos automatizados e, consequentemente, alterar os valores a serem mensurados. Portanto, o uso do anticoagulante correto é muito im- portante para todas as coletas, pois a utilização de amostras coletadas com anticoagulante inadequado, ou não que não respeita a proporção adequada de plasma/anticoagulante, pode afetar muito a qualidade do resultado liberado. Diferentes graus de hemólise, lipemia, hiperbilirrubinemia, além de me- dicamentos utilizados pelos pacientes, podem interferir nos laudos emitidos. Vejamos mais a respeito. Hemólise consiste na lise (rompimento) anormal de hemácias, liberando seus constituintes, principalmente hemoglobina. Essa liberação faz com que soro e plasma adquiram cor rosa/avermelhada, de acordo com a intensidade da hemólise. A interferência da hemólise nos resultados pode variar de acordo com a intensidade e com os parâmetros avaliados. O grau de hemólise é avaliado visualmente, após a centrifugação da amostra, mas já existem equipamentos de análise bioquímica que quantificam o índice de hemólise. Os resultados de LDH, potássio, amônia, magnésio, ferro, fósforo e proteínas totais podem ser 13Coleta sanguínea falsamente aumentados se a amostra avaliada está hemolisada. Já a insulina apresenta resultados falsamente baixos caso a amostra esteja hemolisada, visto que há uma enzima degradadora de insulina nas hemácias. As causas de hemólise associada à coleta podem se dar pela utilização de tamanhos in- corretos de agulha (força de cisalhamento), homogeneização com movimentos rápidos, sucção excessiva ou transporte em temperatura fora da faixa ideal. A lipemia é a presença de emulsão de lipídeos no soro/plasma. Ocorre, frequentemente, por jejum inadequado. Amostras com aspecto leitoso repre- sentam níveis séricos de triglicerídeos superiores a 400 mg/dL. A lipemia interfere em exames que têm como princípio metodológico a turbidimetria e a espectofotometria; nesses casos, os resultados observados são falsamente elevados. Exames de colesterol, bilirrubina, albumina, fosfatase alcalina, proteínas séricas, cálcio, amilase, lipase e ainda alguns testes de coagulação ficam alterados em amostras lipêmicas. O plasma lipêmico pode gerar uma falsa elevação da concentração de hemoglobina, principalmente nos pacientes com valor de triglicerídeos acima de 1.000 mg/dL. Ainda, é possível observar uma falsa hiponatremia (pseudo-hiponatremia) quando uma amostra lipêmica é utilizada para quantificar os níveis de sódio pelos métodos de fotometria de chama ou potenciometria (eletrodo íon seletivo). Se uma amostra de plasma e/ou soro apresenta coloração amarelo/ala- ranjada, essa amostra está hiperbilirrubínica e interfere nos resultados de exames realizados por espectrofotometria, como ácido úrico, glicose, perfil lipídico, etc. É importante destacar que, apesar de interferir nas análises, a hiperbilirrubinemia é uma condição do paciente, e não uma condição derivada de erros na coleta. Além desses interferentes, é importante que se conheça, controle e, se possível, evite algumas outras variáveis que também interferem na exatidão dos resultados (XAVIER; DORA; BARROS, 2016): � Coágulos: chamados de fibrinas, os coágulos podem interferir no desempenho da análise de alguns analitos; essa interferência depende do número de microcoágulos formados. A homogeneização inadequada da amostra e a coleta sanguínea demorada podem gerar microcoágu- los. A amostra com coágulos deve ser inviabilizada, especialmente quando há solicitação para contagens celulares, que tendem a diminuir. Dependendo da sensibilidade do equipamento, ele emite um alerta da presença desse tipo de interferente. Coleta sanguínea14 � Heparina: o uso da heparina pode causar interferência nas análises realizadas. Esse anticoagulante pode reagir com alguns reagentes uti- lizados nas técnicas e causar falsos valores elevados de leucócitos e hemoglobina, e as plaquetas podem apresentar valores baixos por agregação. � Torniquete: o uso incorreto do torniquete pode acarretar prejuízo na amostra coletada e, com isso, erros nas análises. Se não forem respei- tadas as orientações quanto ao tempo de garroteamento, poderá haver interferência em analitos, como potássio, hematócrito ou quaisquer outros influenciados pela hemoconcentração. � Variação cronobiológica: são as alterações que ocorrem em função do tempo, de forma cíclica, na concentração de determinado analito/ parâmetro. Essas variações podem ser diárias, semanais, mensais ou sazonais. As variações circadianas são observadas em moléculas como cortisol, ferro, melatonina, por exemplo, em que, se as coletas forem realizadas à tarde, fornecem resultados até 50% mais baixos do que os obtidos nas amostras coletadas pela manhã. Os hormônios sofrem variações mensais, características do ciclo menstrual feminino, e podem ser acompanhadas de variações em outras substâncias. Por exemplo, a concentração de aldosterona é cerca de 100% mais elevada na fase pré-ovulatória do que na fase folicular. Além das variações circadianas, podem acontecer variações sazonais ou ainda de acordo com outros fatores ambientais; em dias quentes, por exemplo, a concentração sérica das proteínas é mais elevada em amostras colhidas à tarde, quando comparadas às obtidas pela manhã, devido à hemoconcentração. � Posição: a mudança rápida na postura corporal determina variações no teor de alguns componentes séricos. Quando o indivíduo se move da posição supina para a ereta, ocorre um afluxo de água e de substâncias filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Assim, proteínas de alto peso molecular e elementos celulares se elevam, até que o equilíbrio hídrico se restabeleça. Por essa razão, níveis de albumina,colesterol, triglicérides, hematócrito e hemoglobina, além de drogas que se ligam a proteínas e também os leucócitos, podem ser superestimados (em torno de 8% a 10%) se a coleta de sangue for feita antes da estabilização do equilíbrio hídrico. 15Coleta sanguínea Fatores como sexo, idade, atividade física, jejum e dieta devem ser con- siderados na emissão do laudo, pois os valores de referência são diferentes para alguns analitos, de acordo com os fatores considerados. Em relação ao uso de drogas e medicamentos, alguns cuidados devem ser tomados — por exemplo, complicações hemorrágicas sérias podem ocorrer em pacientes com distúrbios de coagulação ou que fazem uso de medicações anticoagulantes. Alguns testes podem ser alterados pelo uso de medicamentos. Um exemplo disso são os testes com base na reação de Trinder, que podem ter resultados falsamente diminuídos em amostras de pacientes em uso de paracetamol, em concentrações maiores do que 750 µg/mL; N-acetilcisteína, em concentrações maiores do que 1.600 µg/mL; e dipirona, em concentrações maiores do que 5 mg/mL. A reação enzimática de Trinder é a metodologia de escolha, em alguns casos, para avaliar glicose, colesterol, creatinina, entre outros. O uso de álcool e fumo também interfere em alguns parâmetros — até mesmo o consumo esporádico de bebidas alcoólicas pode causar alterações significativas e quase imediatas na concentração plasmática de glicose, de ácido láctico e de triglicérides. O tabagismo provoca elevação na concentra- ção de hemoglobina, nos números de leucócitos e de hemácias e no volume corpuscular médio, além de outras substâncias. Outros fatores têm sido relatados como interferentes: resultados falso- -positivos em testes sorológicos de rastreamento para detecção de anticorpos contra o HIV-1, o vírus da hepatite C e, especialmente, o vírus T-linfotrópico humano foram identificados após a vacina contra influenza A (H1N1). Nesses casos, o teste positivo deve ser repetido no prazo de 30 dias para o estabe- lecimento do diagnóstico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2014). Cuidados associados à coleta para minimizar a ocorrência de erros associados Os erros associados à coleta podem ser minimizados com a observação de alguns cuidados, como: � É fundamental considerar e registrar o horário de coleta da amostra, visto que alguns resultados de exames dependem dessa informação para ter valor clínico. Além disso, para dosagem de alguns analitos, como cortisol, existe recomendação de coleta em horários preestabelecidos. � O preparo correto do paciente é uma etapa crítica para a realização da coleta de sangue. Assim, é importante informá-lo corretamente de Coleta sanguínea16 todos os procedimentos, como necessidade de jejum, interrupção do uso de alguma medicação, dieta específica ou mudanças na prática de alguma atividade física. � Ao fazer a assepsia do paciente, é recomendado aguardar o antisséptico de escolha secar para então fazer a punção, pois ele pode ser um fator interferente, aumentando o risco de hemólise. Ainda, não é indicado o uso de etanol como antisséptico quando for realizada dosagem de etanol. � Não utilizar o torniquete por tempo excessivo durante a coleta — tempo máximo de 1 minuto, pois pode causar hemoconcentração. � Não é recomendado movimentar a agulha, por exemplo, para busca aleatória da veia. O movimento da agulha durante a coleta pode ser doloroso e pode resultar em hematomas, compressão do nervo ou lesão direta do nervo. � Se optar pela coleta com seringa, utilizar heparina formulada para minimizar os efeitos na dosagem de cálcio ionizado. � Escolher a agulha com calibre adequado para coleta; se esse cuidado não é tomado, pode-se observar coagulação ou hemólise da amostra. � Evitar a punção venosa lenta, situação que pode ativar a coagulação � Para a homogeneização da amostra, a mistura do sangue com os aditivos do tubo deve ser feita mediante inversões suaves e completas. � Preencher adequadamente os tubos, para evitar a proporção incorreta de anticoagulante-sangue — algo muito importante. � Para obter soro, deve-se aguardar a formação completa do coágulo para então realizar a centrifugação. � O transporte de amostras entre um posto de coleta e a central de pro- cessamento deve ser feito respeitando alguns cuidados, por exemplo, os tubos devem ser mantidos em posição vertical (tampa para cima) antes e após sua centrifugação e, se possível, as amostras devem ser distribuídas manualmente. Ainda, é importante que o transporte, o armazenamento e a centrifugação sejam realizados em condições con- troladas de temperatura, específicas para cada tipo de amostra. � Em qualquer serviço de atenção à saúde, a capacitação técnica da equipe é essencial para o sucesso dos procedimentos, e isso não é diferente no laboratório de análises clínicas. O treinamento da equipe de coleta é fundamental; além disso, os erros na etapa da coleta sanguínea podem ser frequentes, caso não haja padronização dos procedimentos. Dessa forma é necessário manter programas de treinamento contínuo, uma vez que a qualificação da equipe é a melhor maneira de se otimizar a qualidade da assistência. 17Coleta sanguínea Complementando este conteúdo, o Quadro 1 apresenta uma série de va- riações de parâmetros que podem ocorrer nos exames de acordo com os interferentes. Analito Variação diurna, postura, estresse e atividade Cortisol Nível máximo: entre 4 e 6 h; nível mínimo: entre 20 e 12 h; nível 50% mais baixo às 20 h do que às 8 h; aumenta com o estresse ACTH Nível mais baixo à noite; aumenta com o estresse Atividade da renina Nível mais baixo à noite; nível maior em pé do que na posição deitada Aldosterona Nível mais baixo à noite Insulina Nível mais baixo à noite GH Nível mais alto à tarde e à noite Fosfatase ácida Nível mais alto à tarde e à noite T4 Aumenta com o exercício Prolactina Aumenta com o estresse; nível mais elevado entre 4 e 8 h e entre 20 e 22 h Ferro Nível máximo no final da manhã; diminui até 30% durante o dia Cálcio Diminuição de 4% na posição deitada ACTH, hormônio adrenocorticotrófico; T4, tiroxina; GH, hormônio do crescimento. Quadro 1. Variações de parâmetros conforme interferentes Fonte: Adaptado de Xavier, Dora e Barros (2016). Coleta sanguínea18 BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S.; LIPPINCOTT, W. W. Exames complementares. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. FAILACE, R.; FERNANDES, F. B. Hemograma: manual de interpretação. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. FISCHBACH, F. T.; DUNNING III, M. B. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. SILVA, P. H. da et al. Fase pré-analítica em hematologia laboratorial. In: SILVA, P. H. da et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre: Artmed, 2016. p. 1−16. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL. Reco- mendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ ML): coleta e preparo da amostra biológica. Barueri, SP: Manole, 2014. Disponível em: http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/livro_coleta_biologica2013.pdf. Acesso em: 27 set. 2019. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. (org.). Laboratório na prática clínica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. (Série Consulta rápida). 19Coleta sanguínea Dica do professor Até pouco tempo, a recomendação para exames de perfil lipídico era de longos períodos de jejum. No entanto, diante de um artigo publicado em 2016, concluiu-se que o perfil lipídico não é alterado significativamente no estado pós-prandial, ou seja, pode refletir o estado metabólico habitual do paciente. Então, foi proposta uma flexibilização do tempo de jejum para a realizaçãodesse exame nos laboratórios. Nesta Dica do Professor, você verá as novas recomendações sobre jejum e exames de sangue. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/d8a82978a430248c3b9a3e94c93be07f Na prática A coleta de sangue é um procedimento que pode ser realizado por diferentes profissionais, desde que sejam qualificados para tal função. Para realizar esse procedimento corretamente, é necessário, além de estudo, prática para coletar as amostras de maneira adequada, provocando o mínimo de desconforto no paciente. Veja, Na Prática, a primeira experiência profissional na coleta sanguínea de Cláudia, uma biomédica recém-formada. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9712e4e1-41fd-4b45-987b-730b21befd4a/958fd3b3-b563-4109-912b-f24314d1cfd1.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): Fatores pré- analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais Neste documento, você verá recomendações e diretrizes técnicas da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial sobre os fatores pré-analíticos e interferentes em exames laboratoriais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Procedimento Operacional Padrão - Coleta de materiais biológicos Neste manual de procedimento operacional padrão, produzido pelo Laboratório de Análises Clínicas e Anatomia Patológica, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, você poderá aprender mais sobre a coleta de sangue. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Amostras de sangue: tubos e anticoagulantes Neste vídeo, você revisará, de maneira dinâmica e ilustrada, os tipos de amostras de sangue utilizadas nos laboratórios clínicos. http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/754866279/livrosbpcinterferentes.pdf?v=1194756667 http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/1025422363/Coletademateriaisbiologicos12.pdf?v=1621067717 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/XJMvI9ovqlQ
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