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APG 33 - Disfunção Erétil

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4º período Medicina Edith Coradi Bisognin 
APG 33 – Disfunção Erétil 
Objetivos: 
• Revisão a fisiologia da ereção 
• Compreender a etiologia, epidemiologia, fatores de risco, manifestações clínicas, diagnóstico e 
tratamento da disfunção erétil 
• Analisar o preconceito relacionado a sexualidade em idosos 
 
Fisiologia da Ereção: 
A ereção do pênis se constitui num processo hemodinâmico controlado por impulsos nervosos sobre o 
músculo liso das artérias do pênis e sobre o músculo liso das trabéculas que cercam os espaços vasculares 
dos corpos cavernosos. No estado flácido, o fluxo de sangue no pênis é pequeno, mantido pelo tônus 
intrínseco da musculatura lisa e por impulsos contínuos de inervação simpática. A ereção ocorre quando 
impulsos vasodilatadores do parassimpático causam o relaxamento da musculatura dos vasos penianos e 
do músculo liso dos corpos cavernosos. 
A contração e o relaxamento dos corpos cavernosos dependem da taxa de cálcio intracelular que, por sua 
vez, é modulada por guanosina monofosfato (GMP). A estimulação contínua da glande do pênis resulta na 
ejaculação, a expulsão forçada do sêmen a partir dos ductos genitais masculinos. Após a ejaculação ou 
quando cessam os impulsos parassimpáticos e os níveis de GMPc diminuem, outra enzima, a fosfodiesterase 
(PDE), degrada o GMPc, permitindo que as contrações das células musculares lisas ocorram novamente. 
Assim, os espaços cavernosos começam a ter o sangue drenado e a ereção termina. Portanto, o retorno do 
pênis ao estado de flacidez associa-se à redução da atividade parassimpática. 
Epidemiologia: 
Trata-se de uma condição bastante prevalente na população masculina com ênfase maior naqueles que 
possuem mais idade. Em um estudo realizado nos EUA, com homens entre 40 e 70 anos, observou-se a 
prevalência de 52% para disfunção erétil. 
Fatores de Risco: 
São fatores de risco para a incidência de DE: faixa etária avançada, portadores de distúrbios clínicos como diabetes 
melito, obesidade, sintomas do trato urinário inferior secundários à hiperplasia prostática benigna (HPB), cardiopatia, 
hipertensão arterial, níveis reduzidos de lipoproteína de alta densidade (HDL) e doenças associadas à inflamação 
sistêmica (p. ex., artrite reumatoide), tabagismo, uso de determinados fármacos, tratamento prévio com uso de 
radiação ou cirurgia para tratar câncer de próstata, lesões na medula espinal inferior, alguns agravos psicológicos como 
depressão e ansiedade. 
Fisiopatologia: 
A DE pode advir de três mecanismos básicos: 
• dificuldade de iniciação (psicogênica, endócrina ou neurogênica); 
• dificuldade de enchimento (arteriogênica); 
• dificuldade de manutenção de um volume sanguíneo adequado dentro da rede lacunar (disfunção venoclusiva). 
A ereção é dependente de vários fatores como: o relaxamento do músculo liso do corpo cavernoso, o aumento do 
fluxo arterial e a restrição do fluxo venoso de saída. Esses mecanismos podem estar prejudicados em várias doenças, 
sendo que, em alguns casos, a DE pode ser considerada como marcador precoce de problemas mais graves. Essa 
disfunção sexual apresenta várias etiologias: vascular, endócrina, neurológica, psicológica/psiquiátrica e relacionada 
às drogas ou às intervenções cirúrgicas. 
4º período Medicina Edith Coradi Bisognin 
Vascular: A doença aterosclerótica é um fator vascular importante na determinação da disfunção erétil. A disfunção 
erétil é um marcador para possível comprometimento cardíaco na doença aterosclerótica. Assim, os problemas de 
caráter erétil são desencadeados pelos mesmos fatores de risco para doença aterosclerótica coronariana. O principal 
neurotransmissor liberado pelos corpos cavernosos e pelas terminações nervosas é o óxido nítrico (NO), que é o 
responsável pela ereção. Os níveis de NO nos corpos cavernosos podem ser influenciados pelos androgênios. Estes 
últimos influenciando a liberação nervosa, enquanto a liberação endotelial é independente. 
Neurológico: São causas acidentes vasculares encefálicos, esclerose múltipla e trauma raquimedular. Lesões 
metabólicas periféricas como neuropatia diabética e alcóolica podem também serem associadas. Grandes cirurgias 
pélvicas também podem ser causa de lesão nervosa que prejudica a função sexual. 
Essas categorias não se excluem mutuamente, e múltiplos fatores contribuem para DE em muitos pacientes. Por 
exemplo, a redução na pressão de enchimento pode acarretar extravasamento venoso secundário. Frequentemente, 
os fatores psicogênicos coexistem com outros fatores etiológicos e devem ser considerados em todos os casos. Causas 
diabéticas, ateroscleróticas e relacionadas com drogas são responsáveis por mais de 80% dos casos de DE em homens 
idosos. 
Endócrino: O principal fator é a presença de diabetes. Nessa população, os sintomas de disfunção tendem a aparecer 
de 5 a 10 anos antes do que nos homens sem o distúrbio metabólico. Aproximadamente 75% dos diabéticos 
apresentam problemas para ereção. A qualidade da ereção e o grau de disfunção estão associados a um controle 
glicêmico insatisfatório, idade, tabagismo e de acordo com a duração da doença diabética. Nestes pacientes a 
disfunção funciona como sinal de alerta para doença microvascular e neuropatia. A deficiência androgênica do 
envelhecimento masculino também é causa de disfunção por levar a baixos níveis te testosterona circulante. Os 
prolactinomas assim como o hipogonadismo primário e secundário também são causas. 
Diagnóstico: 
Anamnese completa (histórico sexual do paciente e do parceiro, exames laboratoriais que descartem um 
possível hipogonadismo ou alterações do perfil glicolipídico 
Existem ainda alguns testes diagnósticos específicos como o teste da tumescência e rigidez peniana noturna 
e o teste de injeção intracavernosa e ultrassom duplex dinâmico do pênis. 
Os pacientes jovens com DE primária de longo prazo e aqueles com transtornos psiquiátricos devem ser 
encaminhados ao psiquiatra, sendo a maioria relacionada à depressão e ansiedade. 
Tratamento: 
• Primeira linha: inibidores da fosfodiesterase (PDE5) VO e/ou psicoterapia. 
• Segunda linha: autoinjeção intracavernosa. 
• Terceira linha: implante de prótese peniana. 
Mecanismo de Ação do PDE5: Agem impedindo que essa enzima presente no corpo cavernoso degrade o 
GMPc em GMP, mantendo assim a vasodilatação local que permite a ereção. Esses medicamentos são 
indicados quando a causa é orgânica, psicogênica e mista. Os nitratos estão contraindicados. São exemplos 
de medicamentos VO: 
➢ Sildenafila 
➢ Tadalafila 
➢ Vardenafila 
➢ Iodenafila 
O preconceito envolvido na sexualidade do idoso: 
4º período Medicina Edith Coradi Bisognin 
Na civilização moderna, diversos mitos e atitudes sociais são atribuídos às pessoas com idade avançada, 
principalmente os relacionados com a sexualidade, resultando na concepção de que os idosos são pessoas 
assexuadas e dificultando a discussão sobre a sexualidade nas idades mais avançadas. 
Um grupo especial de idosos, os residentes em instituições de longa permanência, tende a enfrentar ainda 
mais barreiras no que diz respeito à sexualidade, quando comparados aos idosos da população geral. Essas 
barreiras incluem pobre qualidade de saúde, maior índice de disfunção sexual, perda do interesse no 
assunto, ausência de parceiros, ausência de privacidade e repreensão dos profissionais que trabalham 
nessas instituições. 
A compreensão da sexualidade do idoso e do princípio de que ela é um componente da totalidade desse 
indivíduo não se restringe ao fator biológico, sendo, na verdade, biopsicossociocultural. Por isso, acaba por 
constituir um relevante indicador de saúde na terceira idade. A proporção de idosos com vida sexual ativa 
vem aumentando, o que reforça a necessidade de preparo dos profissionais e a importância da abordagem 
ativa do assunto.

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