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ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL E SEUS SUBPRODUTOS

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ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL E SEUS SUBPRODUTOS
Professora: Adriana Daubermann
Milho e seus subprodutos
O MILHO (Zea mayz)
	O milho (Zea mayz), é uma planta da família das gramíneas, considerado um dos grãos mais importantes do mundo. 
	É o 2º cereal, depois do trigo, com maior produção a nível mundial. É das espécies cultivadas mais produtivas e tem a maior produção de hidratos de carbono  por unidade de superfície/ dia.
	Hidratos de carbono – nutriente cuja principal função é fornecer energia ao organismo.
	É um cereal muito utilizado nas dietas para consumo animal, pois proporciona a mais alta taxa de conversão em carne, leite e ovos, comparativamente com outros cereais utilizados para a mesma finalidade.
	O seu aproveitamento varia de acordo com a espécie, assim bem como os diferentes componentes estruturais e diferentes processos a que o milho é submetido, (por exemplo, os diferentes modos de administração para o consumo por parte do animal (farinha, semente (húmida ou seca), granulado)).
 
 
Farinha de milho
	O farelo do milho é um subproduto da farinha, feita do processamento do milho. Ele é produzido durante a fabricação da farinha e possui alguns componentes diferentes do milho moído integral.
	O farelo de milho tem mais proteína bruta em sua composição, além de possuir mais fibra também. Por outro lado, tem menos energia metabolizável, cálcio e fósforo, mesmo que a quantidade seja inexpressiva.
 
 
Silagem de grão úmido 
	A silagem de grão úmido de milho está sendo cada vez mais utilizada no Brasil, permitindo aos produtores estocar grãos em suas propriedades de uma maneira prática, econômica e sem alterar os valores nutricionais do milho.
	
	Introduzida no Brasil através de pesquisadores do estado do Paraná, difundiu-se rapidamente pelas regiões consumidoras do grão, principalmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, embora hoje não seja novidade em Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo ou Goiás.
O que é silagem de grão úmido?
	É um processo de ensilagem em que colhemos e estocamos somente os grãos da planta de milho.
- A colheita é feita com colheitadeira convencional e deve ser realizada quando a umidade dos grãos estiver entre 30 e 40%.
- Após a colheita, os grãos devem ser moídos, quebrados ou laminados , com o objetivo principal de favorecer a compactação.
- Os grãos devem ser armazenados em silos tipo bunker, trincheira ou bags, bem compactados e cobertos com lona plástica preta ou de dupla face.
	A silagem de grão úmido é uma ótima opção para armazenar grãos de milho por longo período, com baixo custo e, principalmente, mantendo o valor nutricional.
Armazena-se, em média, 1000 a 1300 kg de grãos úmidos por metro cúbico de silo.
- Uma silagem de grão úmido de qualidade depende da escolha de híbridos de milho que apresentem grãos sadios e alto valor nutricional e que permitam debulha neste nível de umidade.
Vantagens da silagem de grão úmido
Não existem taxas e impostos.
Não há transporte da propriedade para a cooperativa ou fábrica de rações e vice-versa (passeio do milho).
 Não existe desconto de umidade, impurezas e grãos ardidos (só o efeito umidade aumenta o rendimento da lavoura em 30%).
 Não há custo de armazenamento.
A colheita é antecipada em 3 a 4 semanas (permite segunda safra).
Ocorrem menores perdas por ataque de fungos, ratos, carunchos e traças.
Possui maior digestibilidade e, conseqüentemente, melhora o desempenho animal.
Tem alta concentração de energia, ideal para balancear com alimentos protéicos
Seu custo independe do preço de mercado, atrelando o produtor apenas a sua eficiência na lavoura.
Ponto de colheita
30 e 40% de umidade.
Os melhores resultados têm sido obtidos com umidade entre 32 e 35%. Desta forma, a colheita pode ser realizada 3 ou 4 semanas mais cedo, permitindo ao produtor antecipar o plantio da cultura subseqüente, seja ela feijão, sorgo, soja, etc.
	Para determinar o momento correto da colheita no campo, o agricultor ou técnico deve selecionar algumas espigas de diferentes pontos do meio da lavoura, quebrá-las ao meio e observar nos grãos centrais da espiga a formação da camada preta na base do grão (passando da coloração marrom para o preto). 
	Isso indicará que a umidade está entre 32 e 35% - ponto de maturação fisiológica. 
	No laboratório, a determinação da umidade é feita através de estufas ou determinador universal e serve para indicar o momento de iniciar a colheita.
Uso do Inoculante
Evitar perdas durante o processo de fermentação.
Evitar formação de ácidos indesejáveis como o butírico e o propiônico
Evitar perdas superficiais.
Aumentar a participação do ácido láctico, melhorando a palatabilidade para bovinos, suínos e outras espécies.
Melhorar a fermentação, reduzindo as diarréias em animais jovens e adultos.
Melhorar a fermentação, reduzindo as diarréias em animais jovens e adultos.
 Melhorar o consumo animal, ganho de peso e conversão alimentar.
Evitar a refermentação após aberto o silo.
Melhorar o custo-benefício do uso do grão úmido.
Aumentar a estabilidade após aberto o silo.
 Melhorar a resposta animal.
	Com o uso do inoculante para silagem de grão úmido, tem se observado que a fermentação está concluída entre 5 e 8 dias. 
	Com uma rápida fermentação as perdas são reduzidas. 
	Quando não usamos inoculante devemos esperar no mínimo 28 dias, ou seja, são pelo menos 20 dias a mais fermentando e perdendo qualidade.
Compactação e Armazenamento
	Compactação para evitar a presença de ar no meio do silo, assim evitando o mofo ou outros tipos de avarias.
	Armazenamento feito em silos, os quais podem ser de diversos modelos. 
Fechamento do silo
	Durante o fechamento do silo é muito importante retirar totalmente o ar que está sob a lona, observando o alisamento e posterior compactação da camada superficial do silo e a colocação de uma camada de terra (não obrigatório se o trabalho de compactação for bem feito), pneus, tijolos, telhas, etc., com o objetivo único de evitar que o vento levante a lona.
 
 
Silagem de milho
	Muitos produtores colhem milho para silagem. Quando a colhedora vai para o campo, a equipe necessita decidir como a máquina irá processar a planta de milho, gerando o que chamamos de tamanho de partículas.
	No passado, ouvíamos a recomendação de 1 cm, 2 cm, 3 cm e por vai..., ou seja, uma maneira bem simplista de se resolver uma questão que não é tão simples assim. Afinal de contas, como devo regular a colhedora?
	Se as vacas recebem silagem apenas como “suplementação” ao pasto, ou seja, não estão confinadas, a única missão é regular a máquina para que os grãos sejam processados.
	Porém, se os animais são confinados, o tamanho da partícula é de fundamental importância para manutenção do sistema digestório.
	O momento ou ponto ideal de corte da planta de milho para silagem de planta inteira se dá no momento em que a planta atinge 30% a 35% de matéria seca, correspondendo à melhor qualidade nutricional. 
	Em termos gerais, costumava-se usar como referência a linha do leite, que aparece a partir do estádio fenológico R5.5. Porém, somente a visualização da metade da linha do leite a campo pode não ser o método mais confiável.Milho em grão
	Atualmente existem diferentes tipos de milho, devido ao cruzamento para dar resposta às adaptações da espécie em vários ambientes, variando a precipitação, estrutura do solo, temperatura.
	A composição e o aporte de nutrientes do grão destinado à alimentação animal faz dele uma matéria-prima de alto valor energético, devido ao seu elevado teor de amido e gordura.
	O milho para consumo animal pode fazer variar alguns aspetos, como a pigmentação da carne; da gema do ovo (muito importante para os consumidores de pontos diferentes do globo), pois é uma excelente fonte de vitamina A e de xantofilas que podem fazer variar esses aspetos.
	Xantofila é um pigmento fotossintético secundário que pertence ao grupo de carotenóides, responsável pela coloração amarelada aos alimentos.
	É uma fonte de vitaminas A e E, que possuem propriedades antioxidantes. 
	Algumas das fontes naturais de xantofila são urucum, milho, repolho, alfafa, alga chlorella sp. , o pimentão, o pimentão espanhol e a flor cempasúchil.
 
 
Estrutura do milho em grão
	Trata-se de uma excelente fonte de energia digestível, no entanto deficiente em proteína;
Contém 730g de amido por Kg de Matéria Seca (MS);
A quantidade de fibra é escassa;
Apresenta um alto valor de energia metabolizável;
	No caso dos ruminantes, o amido do milho digere-se no rúmen mais lentamente, comparando com outros grãos, de modo a que se administrarmos uma grande quantidade podemos provocar problemas como a acidose;
	A composição em gordura, do milho, varia entre 40 a 60g por Kg MS, sendo rica em ácido linoleico (muito importante no concentrado alimentar (ração) para controlar, no caso das galinhas, o tamanho dos ovos;
A concentração de proteína varia entre 90 a 140g por kg de MS;
O grão do milho contém 2 proteínas: a Zeína, que se encontra no endosperma e a Glutelina, que se encontra no endosperma e no embrião.
 
 
Bagaço de gérmen de milho
	Obtido através da extração/ pressão a partir do gérmen do milho, transformado por via húmida ou seca.
	Fonte energética alternativa, o gérmen de milho apresenta alto teor de óleo e aminoácidos e é indicado para alimentação dos animais de forma direta e/ou como ingrediente na formulação de dietas, para várias espécies de animais, como bovinos, suínos, ovinos, aves de cortes, animais de estimação e peixes.
	Comparado ao milho, o produto apresenta em média um rendimento 30% superior em nível de proteína (até 12% PB). 
	Por conter 140% mais lipídeos que o milho integral, há um aumento significativo no teor de gordura na produção de leite. 
	Isso faz com que o gérmen de milho tenha capacidade de promover o crescimento, ganho de peso e o aumento em até duas vezes da produção de leite.
 
 
Gritz de milho 
	
	Obtido através da separação, por via seca, do gérmen do grão do endosperma.
	Também chamado de canjiquinha 
 
 
Dréches e solúveis de destilação de milho
	Obtido pela destilação de álcool, pela secagem de resíduos sólidos de grãos fermentados de milho.
	Não existe um perfil nutricional padrão, porém este pode apresentar em média de 29,55% de proteína bruta, 33,41% de fibra em detergente neutro, 15,44% de fibra em detergente ácido, 13,47% de cinzas, 11,62% de amido e 9,5% de gordura.
Glúten de milho
	Glúten de milho é um subproduto da purificação do grão de milho pela indústria alimentar para a produção de amido ou a indústria do vinho. 
	É rico em nutrientes de proteína e tem um sabor especial e cor, ele pode ser utilizado como um alimento para animais e comparadas com farinha de peixe e bolo de feijão vulgarmente utilizados na indústria de alimentos para animais. 
	Farelo de glúten de milho pode substituir parte da silagem de milho em rações para vacas em lactação. Nessa época do ano o preço do farelo de glúten de milho 21 (FGM-21) começa a ficar interessante, e esse subproduto passa a ser uma boa opção para compor rações de vacas leiteiras, em regiões onde haja disponibilidade.
 
 
Sorgo 
O sorgo é um cereal que teve sua origem na África e parte da Ásia, se apresentando como uma boa fonte alternativa de amido, substituindo o milho. 
	Muito utilizado na alimentação de aves, suínos e ruminantes, seja como ingrediente de rações e suplementos ou como volumoso (silagem de sorgo, no caso de ruminantes), esse insumo, desde que bem trabalhado, pode trazer vantagens econômicas ao produtor.
	O sorgo apresenta boa resistência à seca e tolerância a temperaturas elevadas, se desenvolvendo bem em várias regiões agrícolas do Brasil, se caracterizando como uma excelente alternativa para o plantio na segunda safra e apresentando boa produtividade. 
	Pode-se destacar ainda que uma roça de sorgo seria menos afetada pelos períodos de maiores interpéries climáticas desse período do ano e, nesse cenário, sua produção consegue se equiparar a do milho.
	Outra vantagem do Sorgo está relacionada ao seu menor custo de produção, quando comparado ao milho (convencional e transgênico). 
	Isso acontece porque o sorgo é menos exigente em nutrientes, consequentemente, demandando menor quantidade de adubo, o que confere ao produtor menor custo de produção. Assim, para quem produz esse cereal, seu uso em dieta de bovinos permite reduzir o custo da diária da alimentar, pela diminuição do preço da ração e suplementos.
	Segundo o IBGE, o cultivo de sorgo cresceu 82,5% do ano de 2016 (1.175.759 toneladas) para o ano de 2017 (2.143.131 toneladas) no Brasil, onde Goiás se apresenta como o maior Estado produtor, com aumento da área colhida em 32,7%, e aumento na produtividade de 69,4%, produzindo 788 mil toneladas de sorgo, o que significa quase 37% de todo o sorgo produzido no país.
	O valor nutritivo do sorgo é muito próximo ao do milho, com um valor energético um pouco menor (cerca de 90% do valor energético do milho (NRC, 1996)). 
	Esse menor valor energético ocorre devido à maior presença de proteínas (prolaminas) que envolvem os grânulos de amido, dificultando sua digestibilidade (Owens e Zinn, 2005, citado por Clarindo, 2006).
	Porém, esse menor valor energético pode não impactar no desempenho animal, caso seja adotado um bom processamento dos grãos e/ou a escolha de bons cultivares (cultivares mais farináceos), tornado possível a substituição do milho pelo sorgo, sem comprometer os resultados de desempenho animal.
	Um ponto que merece ser destacado em relação ao sorgo está relacionado a um fator anti-nutricional: o tanino. 
	Taninos são compostos poli-fenólicos, presentes em todas as plantas em maior ou menor quantidade, dependendo da espécie (Patra e Saxena, 2010), que diminuem a degradação de proteína, podendo prejudicar o desempenho dos animais, porém, hoje já existem muitos cultivares com baixa quantidade de tanino disponíveis no mercado.
	É o cereal utilizado na alimentação animal que mais responde aos métodos de processamento (moagem, laminação, floculação, grão reidratado), o que melhora muito o seu aproveitamento, aumentando a disponibilidade de energia, sem alterar significativamente sua composição.
	O processamento dos grãos melhora a digestibilidade do amido e, com isso, o desempenho dos animais. 
	No caso do sorgo, o processamento é de extrema importância, sendo um ponto de atenção a regulagem do moinho e a peneira que será utilizada, isso porque o grão do sorgo é menor do quedo milho, o que dificulta sua quebra durante a mastigação e, como consequência, sua digestibilidade fica ainda mais comprometida.
	Os métodos de processamentos mais utilizados no Brasil são: moagem e sorgo reidratado.
	A moagem é o processamento mais barato (R$ 50 a 70 a tonelada) e mais utilizado no Brasil. 
	Esse processo rompe o endosperma e torna o amido mais exposto à ação dos microrganismos. Mas, diferente do milho, o sorgo deve passar por uma moagem mais fina, utilizando uma peneira de 2 mm. 
	Já o grão reidratado está ganhando cada vez mais espaço nas fazendas, como uma alternativa de armazenamento dos grãos sem precisar descontar os custos com o armazém, onde são descontados a secagem e a limpeza. Essa técnica consiste na moagem do grão em peneira de 2 mm, adicionando água para elevar a umidade a 35%.
	Esse material pode ser armazenado em silos bag ou ainda em trincheiras, sendo que nesse caso deve ser feita a compactação com um trator, fechando com uma lona, assim como se faz com uma silagem. 
	Sorgo reidratado, vira milho.
	O sorgo é uma excelente alternativa como substituto parcial ou total do milho, mas é muito importante estar atento ao seu processamento e a escolha do cultivar para não trocar “gato por lebre”.
 
 
Milheto 
	O milheto é uma cultura originária da África, domesticada há cerca de 4000 anos. 
	Caracteriza-se por ser uma gramínea anual de verão, de ciclo curto e se destaca como forrageira por sua habilidade em desenvolver-se em estações chuvosas curtas, com baixas precipitações pluviométricas e pelo crescimento rápido, boa capacidade de rebrote e boa qualidade como forragem.
	A grande tolerância desta cultura à seca deve-se ao seu sistema radicular agressivo, que pode alcançar 3,60 metros de profundidade e à sua eficiência na transformação de água em matéria seca, pois necessita de cerca 300 a 400 gramas de água para produzir 1 grama de matéria seca. 
	É capaz de vegetar em regiões com precipitações pluviométricas inferiores a 400 mm anuais, tendo em vista que é cultivado na Índia, onde a pluviosidade é de apenas 130 a 180 mm por ano.
 
 
	O ciclo vegetativo é curto, variando de 60 a 90 dias para variedades precoces e 100 a 150 dias para as tardias, com uma temperatura ótima de crescimento de 28 a 30º C, não suportando temperaturas inferiores a 10 ºC. 
	É uma cultura influenciada pelo fotoperíodo, de modo que, quanto mais tardiamente for realizado o plantio, menos dias a planta levará da germinação ao florescimento, que ocorre, geralmente, por volta de 10 a 12 semanas após o plantio.
	Em função de características de rusticidade e adaptação a plantios de fim de verão ou princípio de outono, o milheto é considerado como uma cultura de grande potencial para produção de silagem em regiões com problemas de veranico ou seca ou em plantios de sucessão ou safrinha, podendo substituir o milho e o sorgo nessas ocasiões.
	No Brasil, a silagem do milheto ainda é pouco estudada, mas alguns trabalhos já demonstraram que é possível produzir forragem em quantidade e qualidade satisfatórias quando a cultura é cultivada e manejada adequadamente .
	Assim como a silagem produzida a partir de capins, o maior limitante para produção de silagem de milheto é o teor de matéria seca no material a ser ensilado. 
	O momento adequado de colheita do milheto para confecção de silagem se dá quando seus grãos encontram-se em estádio pastoso-farináceo, no entanto, nesse momento, a planta encontra-se com teor de matéria seca baixo, entre 20 e 23 %.
	Apesar disso, é possível ainda produzir silagens com bom padrão fermentativo.
	Silagens com teor médio de 23,5 % de matéria seca foram classificadas, após 56 dias de fermentação, como de boa qualidade, de acordo com os teores de pH, MS, ácidos orgânicos (acético e butírico), nitrogênio amoniacal em relação ao nitrogênio total (N-NH3/NT) e digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS). 
	Entretanto, a incorporação de substâncias que absorvem umidade dentro do silo, como polpa cítrica, milho desintegrado com palha e sabugo, fubá de milho ou sorgo, favorecem o processo fermentativo. 
 
 
	A incorporação de 3 a 7 % desses aditivos é suficiente para elevar o teor de matéria seca da silagem para 25 % de MS, porém a utilização ou não dessa estratégia deverá sempre ser avaliada com base no custo. 
	Outra opção é a pré-murcha da forragem a ser ensilada. Essa prática é eficiente, mas em função do expressivo aumento na mão-de-obra tem se mostrado mais viável para produções de silagem em baixa escala.
	Durante a transformação da forragem verde em silagem, os carboidratos solúveis presentes na planta ensilada são utilizados por bactérias para produção de ácidos graxos de cadeia curta, responsáveis pela conservação do alimento dentro do silo. 
	Apesar da baixa concentração de carboidratos solúveis na planta do milheto (5 %) uma porção significativa da fração hemicelulose pode ser utilizada durante o processo fermentativo, o que favorece a sua conservação.
	A silagem é bem consumida por ruminantes, não apresentando fatores antinutricionais que prejudiquem o desempenho animal. 
	Estrategicamente, a silagem de milheto tem sido utilizada como alternativa a silagens de milho e sorgo, no período de safrinha, com bons ganhos em produtividade. 
	Apesar do conteúdo energético ser inferior a essas silagens, o elevado qualidade e teor protéico da silagem de milheto tem sido um diferencial. As produtividades da cultura no período de safrinha e o bom valor nutritivo da sua silagem fazem com que o milheto possa ser indicado como uma interessante opção de volumoso para ruminantes produtores de leite, carne e lã.
 
 
 
 
Cevada 
	 Cevada, Hordeum vulgare, sp. vulgare, é o mais antigo dos cereais domesticados hoje em cultivo. 
	Atualmente é o quarto cereal em ordem de importância, sendo plantado em aproximadamente 55 milhões de hectares com produção da ordem de 150 milhões de toneladas, representando 10% do total de grãos produzidos mundialmente.
	 Cerca de 75% da produção é destinada a alimentação animal e humana, sendo o restante transformado em malte (17%) e conservado como semente (8%). 
	Aproximadamente 95% do malte produzido é utilizado pela indústria cervejeira.
	 No Brasil, a cevada vem sendo cultivada apenas para uso cervejeiro desde 1930. 
	Atualmente, a demanda para esta finalidade é de quase 600.000 toneladas, representada pela capacidade de transformação da indústria de malte cervejeiro. 
	Apenas um terço desta demanda está sendo produzido no país, sendo o restante importado, existindo, portanto, potencial enorme para crescimento da produção interna. 
	  Além de atender a indústria cervejeira, a produção nacional tem grande potencialidade de ser cultivada para outras finalidades como cobertura de solo, pastoreio, feno, silagem e grão forrageiro para ração animal.
	 Com rentabilidade similar ao trigo, a cevada representa importante alternativa para rotação de culturas nos sistemas produtores de grãos do país, principalmente na Região Sul.
	 Recentemente, vem se transformando em importante alternativa também nos sistemas de produção irrigados do Sudeste e Centro-Oeste do país.
	Para a silagem de cevada, recomenda-se ensilar no estágiode grão pastoso, pois facilita a colheita de biomassa e obtém-se uma boa preservação dos nutrientes via fermentação.
	O teor de matéria seca deve estar próximo aos 35%. 
	É importante triturar bem o material a ser ensilado em partículas de 0,5 a 5,0 cm de comprimento, compactar bem no silo buscando reduzir a presença de oxigênio e a perda por respiração, permitindo a condição de anaerobiose, cuidados indispensáveis para conseguir-se o baixo pH em curto período, para estabilização da forragem.
Dentre as principais vantagens, destacam-se:
- Ótima característica bromatológica e elevada digestibilidade da matéria seca;
- A cevada é uma planta de clima frio e foi adaptada para produzir em regiões de clima temperado por meio do desenvolvimento de cultivares específicos para essas condições locais;
- Os níveis de energia da silagem de cevada podem variar de acordo com a época, o local de cultivo, sanidade das plantas e, principalmente, do ponto de corte do material;
- O processamento afeta o local, a taxa de digestão e, também, a taxa de passagem dos grãos. Por isso, é necessário que seja feito adequadamente.

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