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LARISSA GOMES SANTOS | INSPEÇÃO E TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS 1 Cuidados pré e pós abate: Genética / sistemas de criação / captura (aves); Transporte / Alojamento adequado; Inspeção ante-mortem: sanidade do rebanho; Métodos de insensibilização Inspeção post-mortem: para garantir a segurança sanitária; Maturação das carcaças; Obtenção e padronização dos cortes comerciais. Definição: ✓ Músculo – são estruturas formadas por fibras que possuem a capacidade de se contrair e se alongar, sendo classificadas como liso, cardíaco e esquelético, segundo suas características. ✓ Carne – são as massas musculares e os demais tecidos que as acompanham, incluída ou não a base óssea correspondente, procedentes das diferentes espécies animais, julgadas aptas para o consumo pela inspeção veterinária oficial (Art. 276 – RIISPOA). É permitido o abate de bovinos, bubalinos, equídeos, suídeos, ovinos, caprinos, aves domésticas, lagomorfos, animais exóticos, animais silvestres e pescado (Art. 84 – RIISPOA). Como ocorre a transformação de MÚSCULO em CARNE: No animal vivo, pelo metabolismo aeróbio, íons Ca++ atuam no processo de contração muscular, enquanto o ATP promove o relaxamento da fibra muscular. As taxas de glicogênio muscular agem na rigidez cadavérica e na produção de ácido lático (pelo glicogênio) que irá amaciar a carne. Após o abate, há interrupção do fluxo sanguíneo, queda dos níveis de O2 muscular, redução das taxas de ATP muscular, uso do glicogênio muscular (via anaeróbia) e aumento da produção de ácido láctico, além da diminuição do pH do músculo (7,0 para 5,6). Fases do rigor: 1) Pré rigor – imediatamente após o abate. A carne ainda está elástica e apresenta boa capacidade de retenção de água. Podem ocorrer contrações involuntárias. 2) Rigor – os músculos ficam firmes, rígidos e secos (rigidez cadavérica). Ocorre do dianteiro para o traseiro da carcaça. 3) Pós rigor – liberação das enzimas proteolíticas (catepsinas e calpaínas) que agem sobre o complexo actino-misona. Há a resolução do rigor-mortis, tornando a carne macia. Dinâmica da queda do pH: A queda do pH da carne é variável de acordo com a espécie, no caso de bovinos, o pH final é de 5,6. Três fatores influenciam diretamente na qualidade da carne: 1) Teor de glicogênio muscular 2) Velocidade da queda do pH 3) Temperatura Transformação bioquímica do músculo em carne Relacionados com o bem estar animal!!! LARISSA GOMES SANTOS | INSPEÇÃO E TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS 2 Fatores que influenciam no pH final: ✓ Estresse: liberação de hormônios tais como adrenalina, noradrenalina e também cortisol (mamíferos) ou cortisona (aves), os quais resultam nos gastos das reservas de glicogênio muscular, podendo originar carnes do tipo DFD. ✓ Esforço físico: também consomem parte das reservas de glicogênio, podendo originar carnes do tipo DFD. ✓ Altas temperaturas: temperaturas elevadas (> 37ºC) aceleram a queda do pH, podendo resultar em carnes do tipo PSE. Carnes DFD – dark, firm, dry: carnes escuras, duras e secas. Apresentam elevada capacidade de retenção de água e estão associadas ao estresse prolongado dos animais. Mais comum em bovinos. Carnes PSE – pale, soft, exsudative: carnes pálidas, moles e exsudativas. Apresentam baixa capacidade de retenção de água e estão associadas ao estresse agudo dos animais. Mais comum em suínos e aves . Cold-shortening – É o “encurtamento pelo frio” das fibras musculares ainda na câmara frigorífica. Apresentam baixa capacidade de retenção de água. Mais comum em bovinos e ovinos. Thaw-rigor – Também promove o encurtamento das fibras musculares, porém esse só ocorre no descongelamento da carne. Apresentam baixa capacidade de retenção de água. Mais comum em bovinos e ovinos. Qualidade da carne: composição química, cor, maciez, suculência, marmoreio. Fatores que influenciam: espécie, raça, genética, sexo, idade, alimentação, manejo, período de abate e tipos de corte. Há uma baixa concentração de glicogênio muscular pH do músculo permanece elevado Complexo actino-miosina persistente Temperatura da carcaça elevada (>37ºC) Glicólise rápida pH do músculo cai bruscamente (em 15-20 min) pH do músculo cai lentamente pH em torno de 6,4 Temperatura baixa da câmara fria (0ºC) = encurtamento das fibras Causa rigidez e perda de suco da carne Congelamento rápido (pré rigor) Excesso de íons Ca++ na carcaça Descongelamento Encurtamento das fibras (rigor mortis) + rigidez e perda de suco
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