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LARISSA GOMES SANTOS | INSPEÇÃO E TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS 1 *Resumo sem imagens devido a direitos autorais, conferir fotos no slide. • ABATE CLANDESTINO Conceito: abate irregular, muitas vezes utilizando mão de obra infantil, infringindo o BEA e a segurança alimentar. Problema de saúde pública: no Brasil, em média 15% das carnes comercializadas são de origem clandestina. Brucelose, tuberculose, toxoplasmose e tantas outras doenças são transmitidas pela carne contaminada, e essas carnes geralmente irão para locais onde serão vendidas para população de baixa renda. Sofrimento animal: as regras de BEA são desrespeitadas – há a utilização de machados, madeiras (pequenos ruminantes) e sangria sem insensibilização (suínos). Quando ocorre abigeato (roubo de carga), muitas vezes a carcaça fica no pasto, ou apenas a cabeça do animal, entre outras situações. Impacto ambiental: as carcaças e restos (sangue, conteúdo gástrico, etc.) acabam indo para o ambiente, contaminando solo e água. Condições de trabalho e trabalho infantil: é obrigação de uma empresa oferecer boas condições de trabalho através do uso de EPIs e realização de exames rotineiros, no caso de abates clandestinos isso não ocorre, pois os trabalhadores sequer usam galochas. Além disso, há evasão de divisas e um reflexo negativo na cadeia produtiva de carne, barreiras sanitárias e embargos internacionais. • ABATE HUMANITÁRIO E INSPEÇÃO DE BOVÍDEOS É um abate que respeita todas as normativas dentro do BEA. Quando exportamos carne, além de atender as leis do Brasil, é necessário atender as leis do país de recebimento. Deve-se evitar perdas durante o processo como tecnopatias ou óbito. *Tudo que ocorre no animal ou na carcaça é chamado de tecnopatia – p. ex.: fraturas, hematomas. Embarque, transporte e desembarque dos animais - O embarque deve respeitar as características da espécie; - Veículos devem ter piso antiderrapante, com manutenção periódica; - Nunca se deve ultrapassar a capacidade do veículo; - Se deve tomar cuidado com horários e distâncias percorridas. Suínos e aves sofrem muito de estresse térmico, bovídeos, equídeos e pequenos ruminantes são mais resistentes – mas de qualquer maneira, não se realiza o transporte sob o sol forte; - Motoristas devem ser treinados e o desembarque deve ser feito com muito cuidado; - Os animais serão encaminhados para os currais de chegada e seleção. INSPEÇÃO SANITÁRIA ante- mortem É o exame visual realizado pelo médico(a) veterinário(a), a fim de determinar as características sanitárias dos lotes de animais encaminhados para o abate sanitário. É a primeira linha de defesa do consumidor, de atribuição exclusiva do profissional com formação em Medicina Veterinária. post- mortem Exame visual de todos os órgãos e tecidos, abrangendo a observação e apreciação de seus caracteres externos, sua palpação e abertura dos gânglios linfáticos correspondentes, além de cortes sobre o parênquima dos órgãos, quando necessário. Abate Clandestino x Humanitário e Inspeção de Bovídeos LARISSA GOMES SANTOS | INSPEÇÃO E TECNOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS 2 Inspeção ante-mortem Deve-se observar o comportamento dos animais e verificar se existe sintomatologia compatível com alguma doença – em caso positivo ou suspeito, isola-se os animais afetados ou até mesmo realiza a quarentena do lote. Tem como finalidade evitar contaminação na sala de abate e prevenir a contaminação de manipuladores. Além de: ✓ Liberar apenas animais sadios para o abate ✓ Auxiliar no diagnóstico de enfermidades ✓ Obter informações para auxiliar a inspeção post-mortem ✓ Detectar enfermidades que não apresentem alterações macroscópicas significativas na inspeção post-mortem (alterações neurológicas, raiva, intoxicação, etc) Quando deve ser realizada a inspeção ante-mortem? 1ª inspeção ante-mortem – deve ser realizada no desembarque dos animais. Há o recolhimento de documentos (GTA, nota fiscal, atestado de rastreabilidade) para comprovar certificidade. Essa inspeção é realizada nos currais de chegada e seleção, em conjunto. Observa se há alteração clínica e comportamental e caso haja, o animal irá para o curral de observação, para ser inspecionado individualmente. O animal deve manter-se junto ao lote que veio, para evitar estresse. Animais sadios são abatidos em conjunto (em lote) e animais doentes são abatidos individualmente (em separado), após o abate normal – se não houver abate sanitário – a fim de evitar a contaminação cruzada. 2ª inspeção ante-mortem – deve ser realizada 30 minutos antes do abate (no curral de matança). Lembre-se: ambas as inspeções devem ser realizadas pelo mesmo profissional!!! Na prática, são três inspeções: uma é realizada 6 horas antes do abate. Em bovídeos: ✓ Vacas recém paridas/sofreram aborto só podem ser abatidas após 10 dias ✓ Vacas com gestação adiantada (maior que 2/3) devem ser separadas ✓ Não pode abater vitelos com menos de 30d de vida ✓ É proibido o abate em comum de animais com algumas doenças e hipo/hipertermia (40,5ºC) – p. ex.: babesiose, carbúnculo sintomático, carbúnculo hemático, raiva, tétano, tuberculose, febre aftosa, entre outras. ✓ Deve confirmar se a hipertermia não é fisiológica!!! Abate de emergência IMEDIATO: animais que apresentem fraturas, luxações ou qualquer alteração que promova dor. Deve ser realizado no abatedouro sanitário ou no início dos trabalhos de abate, antes dos outros animais, após exame clínico com termometria. MEDIATO: animais que apresentem alterações clínicas ou comportamentais que possam oferecer risco sanitário aos demais e à área de produção. Deve ser realizado no abatedouro sanitário ou ao final dos trabalhos de abate de rotina, após exame clínico com termometria.
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