Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo para prova Pediatria 1. Puericultura A puericultura tem como objetivo acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança avaliando sempre o peso, altura, estatura e habilidades psicomotoras, sendo sempre anotadas no cartão da criança. A recomendação da frequência de consultas é: - Mensal até o 6° mês - Trimestral do 6° ao 12° mês - Semestral de 12 a 24 meses - Anual a partir do 3° ano de vida Os menores de 1 ano devem ser acompanhadas com maior frequência devido a essa faixa etária ser mais susceptível a intercorrências Na primeira consulta, deve ser avaliado - Queixas e intercorrências referidas pela mãe - Condições gestacionais e perinatais - Presença de risco ao nascer e risco evolutivo - Verificar exames de triagem neonatal (testes) - Alimentação (dificuldade e necessidade de intervenção) - Interrogar o uso de medicamentos - Higiene física - Diurese e hábitos intestinais - Higiene mental: condições emocionais e ambientais - Situação vacinal No exame físico, é importante avaliar - Estado geral e fácies - Medidas antropométricas: peso, comprimento, perímetro cefálico; - Dados vitais: FC, FR, temperatura, PA - Cabeça e pescoço: palpação de fontanelas e suturas, olhos, implantação da orelhas, otoscopia, exame da orofaringe, palpar pescoço; - Avaliar aparelho respiratório e cardiovascular - Examinar abdômen e palpar rins - Extremidades: avaliar pulsos braquiais e femorais, se há gânglios, avaliar perfusão e simetria de pregas anteriores e posteriores nos membros inferiores; - Avaliar genitália - Testas desenvolvimento neuropsicomotor - Realizar testes para avaliar reflexos primitivos - Realizar as manobras de Ortolani e barlow (avaliar displasia de desenvolvimento do quadril) Obs.: A manobra Ortolani reduz o quadril luxado Obs2.: A manobra Barlow luxa o quadril instável Desenvolvimento do bebê: - Até o final do 3° mês: bebê sorri, sustenta a cabeça, leva as mãos à boca, fixa e acompanha com o olhar objetos que lhe interessa e vira a cabeça para o som. - Dos 3 aos 6 meses: Busca objetos com as mãos e tenta segurá-los, leva-os à boca, passa-os de uma mão para outra. Virar-se sozinho. Rola na cama, senta com apoio, descobre os pés, brinca com eles e leva-os à boca, acompanha os objetos com os olhos e localiza o som. - 9 aos 12 meses: Balbucia monossílabos e inibe-se com o “não”, levanta-se e consegue ficar de pé com apoio, posteriormente, já fica em pé sozinho, pode engatinhar e tentar dar os primeiros passos. Acompanha com os olhos os objetos em qualquer postura, localiza o som em qualquer direção. Adquire desde os 9 meses a preensão tipo pinça: segura objetos com os 3 dedos, usando o polegar. - Dos 12 aos 36 meses: As experiências sociais adquiridas, controle dos esfíncteres, andar e falar proporcionam maior autonomia. 2. Aleitamento e alojamento conjunto Classificação do aleitamento materno - Aleitamento materno exclusivo: Somente leite humano (mama ou ordenhado) sem outros líquidos ou sólidos - Aleitamento materno predominante: Além do leite materno, recebe água, chás e sucos - Aleitamento materno complementado: Qualquer alimento sólido ou semissólido para complementar - Aleitamento misto ou parcial: LM + outros tipos de leite Deve-se fazer aleitamento materno exclusivo até 6 meses de idade, após os 6 meses, o leite materno complementado até os dois anos ou mais. Após o parto, o leite se chama colostro, que é o leite que a criança precisa no início da vida. O colostro protege o bebê contra muitas doenças. O leite do início da mamada defende o bebê contra infecções e mata a sede, já o do final, engorda o bebê. Propriedades imunológicas do leite materno: - Células (macrófagos, neutrófilos, linfocitos T e B) - IgA secretora - IgM e IgG - Fator bífido (acidifica as fezes, impedindo a produção de enteropatógenos) - microbiota - Lactoferrina (proteína bacteriostática) - Lisozima (bactericida e anti-inflamatória) - Lactoperoxidase - Citocinas e quimiocinas - Lipase Técnicas de amamentação: - Quando o peito estiver muito cheio, antes de amamentar, massagear e espremer a região da aréola para retirar um pouco de leite. - Deixar que o próprio bebê pegue o peito - A gengiva do bebê deve cobrir toda a aréola da mãe Caso o bebê pegue apenas o mamilo pode ocasionar dor, lesão no mamilo, ingurgitamento mamário e abscesso mamário. - Mãe em posição confortável e relaxada - Posicionamento mãe/criança - Cabeça e tronco alinhados - Corpo da criança próximo ao corpo da mãe - Lactente de frente para a mama, com o nariz em oposição ao mamilo - Nádegas apoiadas se criança pequena - Mais aréola visível acima da boca - Boca bem aberta - Lábio inferior virado para fora - Queixo tocando a mama A amamentação deve ser iniciada o mais breve possível após o parto. a OMS recomenda o contato pele a pele na primeira hora de vida. Os primeiros dias após o parto são cruciais para o sucesso da amamentação. Sinais para saber se a criança está mamando o suficiente: - Sua urina é abundante diariamente - As mamas ficam vazias após cada amamentação - Ganho constante de peso (deve pelo menos recuperar o seu peso de nascimento até o final da segunda semana - média de 10 dias) Quase todos os recém-nascidos perdem peso durante os primeiros dias após o nascimento, e com o passar dos dias ele volta e o bebê vai ganhando peso novamente. Porque os bebês devem mamar imediatamente após o nascimento? A amamentação na primeira hora pós parto assegura que o bebê entre em contato com o colostro, rico em fatores protetores contra as principais doenças infecciosas. Além disso, o contato pele a pele da mãe com o bebê ao nascimento favorece o início precoce da amamentação e aumenta a chance do aleitamento materno exclusivo ser bem sucedido nos primeiros seis meses de vida. Para a mãe é importante pois através da produção do hormônio ocitocina, contrai o útero da mãe e ajuda a eliminar a placenta, diminuindo uma das principais causas de morte materna que é a hemorragia uterina pós-parto. Contraindicação absoluta ao aleitamento materno: - Mães portadoras de HIV; - Que fazem uso de antineoplásicos e radiofármacos; - Criança com galactosemia. Interrupção temporária: - Infecção herpética com lesões na mama - Varicela materna com lesões 5 dias antes e dois dias após o parto (criança receberá Ig humana antivaricela zoster) - Fase aguda da doença de chagas - Tuberculose bacilífera não tratada - Consumo de drogas Quando não é possível realizar o aleitamento materno, deve-se utilizar substitutos, especialmente no primeiro ano de vida, fase de crescimento acelerado, que exige aporte adequado de proteínas de alto valor biológico e cálcio. Obs.: o leite de vaca integral não é recomendado para crianças menores de 1 ano de idade. Quando a criança não é amamentada, deve-se oferecer a fórmula infantil, pois ela é um produto mais adequado ao organismo ainda imaturo da criança do que o leite da vaca integral. Alimentação saúdavel: Passo 1. dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimento Passo 2. A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade Passo 3. Após os 6 meses, dar alimentos complementares, como cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes, três vezes ao dia, se a criança receber leite materno e cinco vezes ao dia se ela estiver desmamada. Passo 4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança Passo 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/pures) e, gradativamente aumentar a consistência até chegar à alimentação da família Passo 6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, tambem, uma alimentação colorida Passo 7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeiçõesPasso 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida Passo 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, garantir o seu armazenamento e conservação adequados Passo 10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. Porque frutas ao invés de sucos? - Ao mastigar uma fruta, a criança exercita a musculatura da boca e do rosto e pode sentir a textura da fruta - Se o suco for coado, há redução das fibras da fruta que previnem a constipação intestinal - Pelo fato de os sucos serem, geralmente, adicionados de açúcar, seu consumo está relacionado com o desenvolvimento de cárie e excesso de peso, entre outros problemas de saúde - O suco perto das refeições pode deixar a criança satisfeita, diminuindo o consumo de outros alimentos - Quando a criança se acostuma com suco para acabar com a sede, ela pode ter dificuldade de beber água pura, o que aumenta a chance de ela apresentar excesso de peso. Vitaminas - Administrar vit. K a todas as crianças no momento do nascimento, na dose de 1,0 mg por via intramuscular - Administrar vit. D a todos os lactentes da 1° semana até os 12 meses, na dose de 400 UI/dia e após os 12 meses até os 24 dar a dose de 600 UI/dia. Independente de estar em aleitamento materno exclusivo, fórmulas infantis ou leite de vaca - Para recém nascidos pré-termo, recomenda-se suplementação profilática oral de vitamina D (400 UI/dia), que deve ser iniciada quando o peso for superior a 1.500g e houver tolerância plena à nutrição enteral - Administrar vitamina A, na forma de megadoses, apenas para as crianças nas regiões de alta prevalência de hipovitaminose A que tenha diagnóstico de hipovitaminose, a cada 4 a 6 meses, após realizar investigação alimentar de deficiência - Administrar ferro elementar para todo lactente nascido a termo, após o 3° mês de vida na dose de 1mg/kg/dia, até os dois anos de idade. Independentemente de ser em aleitamento materno exclusivo, fórmulas infantis ou leite de vaca. 3. Alojamento conjunto e triagem neonatal Vantagens: - Favorece e fortalece o estabelecimento do vínculo afetivo entre pai, mãe e filho - Propicia a interação de outros membros da família com o recém-nascido - Favorece o estabelecimento efetivo do aleitamento materno com o apoio, promoção e proteção, de acordo com as necessidades da mulher do recém-nascido, respeitando as características individuais - Propicia aos pais e acompanhantes a observação e cuidados constantes ao recém nascido, possibilitando a comunicação imediata de qualquer anormalidade - Fortalece o autocuidado e os cuidados com o recém-nascido, a partir de atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe multiprofissional - Diminui o risco de infecção relacionada à assistência em serviços de saúde - Propicia o contato dos pais e familiares com a equipe multiprofissional por ocasião da avaliação da mulher e do recém-nascido, e durante a realização de outros cuidados Destina-se a: - Mulheres clinicamente estáveis e sem contraindicações para a permanência junto ao seu bebê - Recém-nascido clinicamente estáveis, com boa vitalidade de sucção e controle térmico; peso maior ou igual a 1800g e idade gestacional maior ou igual a 34 semanas - Recém-nascido com acometimentos sem gravidade, como por exemplo: icterícia, necessitando de fototerapia, malformações menores, investigação de infecções congênitas sem acometimento clínico, com ou sem microcefalia - recém-nascidos em complementação de antibioticoterapia para tratamento de sífilis ou sepse neonatal após estabilização clínica na UTI ou UCI neonatal Porque ficar 48h? - Primeiro exame físico do recém-nascido - Amamentação - Eliminação fisiológica e controle térmico adequado - Triagens neonatais (testes) - Reconhecimento de sinais de alerta: perda de peso acima do esperado, icterícia e hipoglicemia Sinais e sintomas da hipoglicemia no período neonatal? - Irritabilidade, tremores - Reflexo de moro exagerado - Choro estridente - Convulsões mioclonias - Letargia, apatia, fraqueza, hipotonia - Coma - Cianose - Apneia, irregularidade respiratória - Taquipnéia - Hipotermia, temperatura instável - Instabilidade vasomotora - Sucção débil, recusa alimentar Triagens: I. Teste do olhinho Exame de inspeção e teste do reflexo vermelho da retina que consiste na identificação de agravos que levam à opacificação do cristalino, com diagnóstico presuntivo de retinoblastoma, à catarata congênita e outros transtornos oculares congênitos e hereditários. II. Teste da orelhinha Testes fisiológicos e eletrofisiológicos da audição como: emissão otoacústica evocada e potencial evocado auditivo do tronco encefálico em recém-nascido e lactentes, visando identificar deficiências auditivas. III. Teste do coraçãozinho Realizado entre os primeiros 24 á 48 horas de vida, antes da alta hospitalar, visando a detecção oportuna de malformações cardíacas graves. É avaliado a partir da oximetria de pulso no membro superior direito, se abaixo de 95% avaliar novamente após 1 hora se persistir após 3 aferições, realizar eletrocardiograma. IV. Teste da linguinha Serve para diagnosticar e indicar o tratamento precoce de problemas no freio da língua de recém-nascidos, que podem prejudicar a amamentação ou comprometer o ato de engolir, mastigar e falar. V. Teste do pezinho Coleta e análise de amostras biológicas que tem como objetivo rastrear distúrbios congênitos e hereditários: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose císticas, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Hipotireoidismo congênito -> incapacidade da glândula tireóide do recém nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoideanos, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos: - Hipotonia muscular - Dificuldade respiratória - Cianose - Icterícia prolongada - Constipação - Bradicardia - Anemia - Sonolência excessiva - Livedo reticularis - Choro rouco - Hérnia umbilical - Alargamento de fontanelas - Mixedema - Dificuldade na alimentação - Deficiente crescimento pôndero-estatural - Atraso na dentição - Retardo na maturação óssea - Atraso de desenvolvimento neuropsicomotor - Retardo mental Fenilcetonúria - Atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor - Deficiência mental - Agitação neuropsicomotora - Comportamento “autista-like” - Convulsões Deficiência da biotinidase - Crises convulsivas - Hipotonia - Microcefalia - Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor - Alopécia - Dermatite eczematoide 4. Imunizações I. BCG - protege contra formas graves de tuberculose - dose única ao nascer II. Hepatite B - Vacinar crianças menores de 1 ano - 1 dose da vacina monovalente ao nascer e três doses da vacina pentavalente - Três doses para aqueles acima de 1 ano nunca vacinados - 1° na primeira visita - 2° dois meses após - 3° quatro a seis meses após Em caso de recém-nascido com mãe AgHBs administrar a vacina Hepatite B e a imunoglobulina humana específica nas primeiras 12 horas do nascimento. III. DTP/DTPa - Protege contra di�eria, tétano, coqueluche, haemophilus influenza B e hepatite B - 3 doses - Esquema: 2, 4, 6 meses (menores de 6 meses não devem ser vacinados com a terceira dose) - Reforço aos 15 meses e aos 4 anos (somente a tríplice) - Não se utiliza a DTP celular ou acelular a partir dos 7 anos de idade, apenas a dT ou a dTp adulto Contraindicações da DTP: - Doenças neurológicas em evolução - Convulsão nas primeiras 72h após a vacinação - Episódio hipotônico-hiporresponsivo nas primeiras 48h “” - Encefalopatia aguda grade após 7 dias “” - Histórico de choque anafilático IV. dT/dTpa V. Hib - Realiza a proteção contra meningite, pneumonias e epiglotites e pouco contra OMAS e sinusites - 3 doses - 2, 4 e6 meses - Em pessoas HIV+ fazer a 4° dose de pentavalente - Aplicar em maiores de 5 anos quando a criança apresentar asplenia anatômica ou funcional; imunodeficiência secundária ao uso de drogas imunossupressoras, quimio e Tx e HIV, def IgG VI. VIP/VOP - Contra a poliomielite - VOP -> 2 meses até menores de 5 anos - VIP -> 2-4-6 meses (com intervalo mínimo de 30 anos) VII. Pneumocócica conjugada VIII. Meningocócica conjugada IX. Meningocócica B recombinante X. Rotavírus - 1° dose: 1 mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias - 2° dose: 3 meses e 15 dias até 7 meses e 29 dias XI. Influenza XII. Tríplice/tetra vital e SCRV - SCR -> 2 doses, sendo a segunda junto a varicela - protege contra sarampo, caxumba e rubéola - Tríplice -> 2 doses até os 29 anos de idade Esquema vacinal - aos 12 meses tomar o SCR; aos 15 meses a tetra viral Bloqueio vacinal- sarampo e rubéola - contato a partir dos 6 meses de vida - Dose zero entre 6-11 meses - 12 meses em diante: calendário - Caxumba: seguir o calendário nacional XIII. Hepatite A XIV. Febre Amarela XV. HPV XVI. Dengue Anemia fisiológica Anemia é a concentração de hemoglobina abaixo dos valores esperados - Inferior a -2 desvio padrão - Insuficiente para atender as necessidades fisiológicas Anemia fisiológica é decorrente do reajuste hematológico do início da vida Feto - tem uma baixa tensão de oxigênio no sangue fetal, que estimula a produção elevada de eritropoietina, fazendo com que tenha altos níveis de hemoglobina e hematócrito. Sendo assim, logo que o bebe nasce ele é policistêmico (muita célula vermelha), eritroblástico e hipervolêmico. Assim que o bebe nasce e respira ocorre um aumento da pressão arterial de oxigênio ocorrendo a inibição da produção de eritropoietina fazendo com que as hemácias fetais tenham uma menor meia vida, ocorrendo uma redução progressiva de hemoglobina e hematócrito, causando a anemia fisiológica. Quando a necessidade de oxigênio tecidual é maior que a fornecida pela hemoglobina circulante, ocorre o aumento da produção da eritropoietina e estímulo da eritropoiese corrigindo a anemia fisiológica. No bebê a termo - Ocorre o início da anemia fisiológica aos 7 dias de vida - O ponto mais baixo da hemoglobina (nadir) entre 6 a 12 semanas de vida - Hb 9,5 - 11g/dL - Anemia fisiológica sempre é normocrômica e normocítica - Não há prejuízo funcional - Não há necessidade de tratamento Deve ser incentivado o aleitamento materno exclusivo por 6 meses, garantindo assim que o bebê terá um aporte de ferro adequado. Quando o aleitamento não pode ser feito, deve ser dado fórmula láctea para garantir esse aporte de ferro. Prematuro - Anemia é mais precoce e acentuada - O ponto mais baixo da Hb (nadir) ocorre entre 3 a 6 semanas de vida - Hb 7-8 g/dL - Sempre normocrômica e normocítica O prematuro tem uma menor reserva de ferro e uma menor massa eritrocitária, isso ocorre pois a massa é proporcional a volemia e a volemia proporcional ao peso. Desta forma, um prematuro nasce com um menor peso, tendo assim uma menor reserva de ferro (principalmente dentro das hemácias). Além disso, ocorre também o clampeamento precoce do cordão umbilical, sendo associado a menores taxas de ferro no pós natal. Outro fator que contribui para a anemia fisiológica precoce é a espoliação para exames laboratoriais que às vezes o prematuro necessita. - Não há necessidade de tratamento - Deve ser realizado a suplementação mais precoce de ferro Prematuro com comorbidade ex. Sepse, displasia broncopulmonar ou ganho de peso insuficiente Pode ser necessário: - Realizar a transfusão de concentrado de hemácias - Reposição da eritropoietina Anemia Ferropriva A anemia pode ter diversos fatores, como por exemplo doenças hemolíticas crônicas, perdas sanguíneas e até processos infecciosos. Grupos de risco para anemia ferropriva: - Lactentes - Gestantes - Adolescentes Isso porque nessas idades ocorre um aumento das recomendações diárias de ferro e ao mesmo tempo uma baixa/insuficiente ingestão de ferro. Metabolismo do ferro O ferro está presente em três locais do nosso corpo - Em proteínas funcionais, sendo hemoglobina e mioglobina - Proteínas de depósito - ferritina - Proteínas de transporte - transferrina A maior parte do ferro no nosso organismo vem de um sistema de reciclagem quando a hemácia morre, porém, uma parte desse ferro vem a partir da dieta em dois estados oxidativos, sendo o ferro heme (ferroso) e o ferro não heme (férrico) Ferro heme - Carnes e vísceras - Absorvido diretamente no duodeno Ferro não heme - Em produtos de origem vegetal - Menor biodisponibilidade -> só 2 a 10% do ferro não heme é absorvido Quando está na presença de facilitadores como o ácido ascórbico (vit C) ele é melhor absorvido, porém, quando ele está junto a inibidores, como fitatos, taninos, cálcio e fosfatos há uma menor absorção. Fatores de risco 1. Lactentes - Aleitamento materno exclusivo por menos de 6 meses - Introdução precoce do leite de vaca em menores de 1 ano - Dieta pobre em ferro - Ausência de suplementação de ferro Sintomas na deficiência de ferro - Astenia - Dor em MMII - Unhas quebradiças e rugosas - Estomatite angular - Perversão do apetite (PICA) - Redução de atenção - Distúrbios de conduta e percepção - Prejuízo de aprendizagem Quadro clínico da anemia - Apatia - Irritabilidade - Palidez palmar e de mucosas - Sopro cardíaco - Taquicardia - Redução da tolerância aos exercícios Para realizar o diagnóstico da anemia ferropriva é necessário exames complementares: - Avaliar estoque de ferro: Dosagem de ferritina - Avaliar deficiência de ferro: Ferro sérico, saturação de transferrina e capacidade total de ligação de transferrina - Avaliar anemia: Hemoglobina e hematócrito Depleção dos estoques de ferro - Ferritina abaixo de 12 em crianças abaixo de 5 anos, e abaixo de 15 em crianças entre 5 a 12 anos Obs.: A ferritina também é uma proteína de fase aguda, podendo estar elevada em um processo infeccioso Deficiência de ferro - Ferro sérico abaixo de 30 mg/dL - Saturação de transferrina abaixo de 16% - Capacidade total de ligação de transferrina acima de 250-390 (mostrando que ela está livre e sem ferro) Diagnóstico laboratorial da anemia: Diagnóstico laboratorial da anemia ferropriva - Microcítica: VCM reduzido - Hipocrômica: HCM e CHCM reduzidos - Anisocitose: RDW elevado - Reticulopenia - Leucopenia - Trombocitose (não ocorre em 100% dos casos) Tratamento da anemia ferropriva - Orientações nutricionais Comer mais ferro Heme e diminuir a ingesta de leite de vaca - Reposição de ferro Por via oral com doses de 3-5 mg/kg/dia por no mínimo 8 semanas Pode ser utilizado sais de ferro 1h antes da refeição (efeitos adversos) ou então sais férricos e aminoquelatos (menor interferência e efeitos adversos) O monitoramento do tratamento deve ser realizado através dos reticulócitos e hemograma a cada 30 a 60 dias e o perfil de ferro e ferritina a cada 30 a 90 dias. - A melhora dos reticulócitos já é observada entre os 3-4 primeiros dias de tratamento - Hemoglobina melhora após cerca de 30 dias - Ferritina melhora após 60 a 90 dias Síndrome nefrítica e síndrome nefrótica Filtração glomerular -> permeabilidade seletiva -> é uma barreira de filtração que determina a composição do filtrado glomerular através da sua permeabilidade seletiva. Para realizar a pesquisa da função renal: - Anamnese dirigida: como está a urina (cor, quantidade, pH) - Laboratoriais: Ureia, creatinina, sódio, urina I Quando há infecção, a urina I apresenta leucócitos, hemácias, nível de proteína (sedimentação/concentração) alteradas, albumina.
Compartilhar