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RESUMÃO - NASCIMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

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CIRCULAÇÃO FETAL E NEONATAL 
 
 
 
O sistema circulatório fetal funciona como se fosse duas 
bombas interligadas funcionando em paralelo, e após o 
nascimento, o arranjo dos ventrículos faz com que a circulação 
neonatal funcione como uma conexão em série Durante o 
período de transição, a circulação fetal necessita sofrer 
modificações para se tornar uma circulação neonatal. Desde o 
início do desprendimento materno, com o pinçamento do 
cordão umbilical, as principais modificações são o 
desaparecimento da circulação placento-fetal, aumento do 
fluxo sanguíneo pulmonar e fechamento dos shunts. 
Quando o cordão umbilical é clampeado e o neonato tem sua 
primeira respiração, a resistência vascular sistêmica aumenta 
e o fluxo de sangue através do ducto arterioso declina. A maior 
parte do débito ventricular direito flui através dos pulmões 
favorecendo o retorno venoso pulmonar para o átrio 
esquerdo. Em resposta a um volume sanguíneo aumentado no 
coração e nos pulmões, a pressão atrial esquerda se eleva. 
Combinada com a resistência sistêmica elevada, essa elevação 
de pressão resulta em fechamento funcional do forame oval. 
Dentro de vários meses, o forame oval sofre fechamento 
anatômico. 
A instalação do esforço respiratório e os efeitos do aumento 
da pressão parcial de oxigênio arterial causam uma constrição 
do ducto arterioso, que fecha funcionalmente 15 a 24 horas 
após o nascimento. Em torno da terceira a quarta semana, esse 
desvio sofre fechamento anatômico. O clampeamento do 
cordão umbilical para o fluxo sanguíneo através do ducto 
venoso, fechando funcionalmente essa estrutura. 
O ducto venoso se fecha anatomicamente em torno da 
primeira ou segunda semana. 
Após o nascimento, a veia e as artérias umbilicais não mais 
transportam o sangue e se obliteram. O fechamento funcional 
das estruturas cardíacas fetais (forame oval, canal arterial e 
ducto venoso), acontece progressivamente, e completa-se em 
torno de um a dois dias de vida, sendo que o fechamento 
anatômico pode durar semanas. 
Devido aos shunts fetais se fecharem funcionalmente antes de 
se fecharem anatomicamente, podem ocorrer aberturas 
intermitentes dessas estruturas, ocorrendo passagem de 
sangue não oxigenado do lado direito para o esquerdo do 
coração, levando o recém-nascido a apresentar uma cianose 
 
transitória e com o choro, aumenta a pressão da veia cava e 
átrio direito, que leva ao aparecimento de sopros. 
Durante a gravidez, o feto tem seu sangue oxigenado e gás 
carbônico eliminado através da placenta, uma vez que seus 
pulmões estão inativos. Logo após a expulsão, o recém-nascido 
deve estabelecer sua respiração através dos alvéolos, 
substituindo o líquido pulmonar por ar atmosférico de maneira 
apropriada no primeiro minuto de vida. No decorrer da 24ª e 
30ª semana de gestação, é produzido surfactante pelas células 
alveolares, que diminui a tensão superficial, evitando o 
colabamento dos alvéolos ao término da expiração. Por esse 
processo, o surfactante faz com que as trocas gasosas sejam 
facilitadas, a pressão para a insuflação necessária para 
abertura das vias respiratórias diminuída, a complacência 
pulmonar melhorada e o esforço respiratório reduzido. Antes 
do evento do nascimento, o pulmão permanece repleto de 
líquido e recebe de 10 a 15% do débito cardíaco total. 
O início da função respiratória é estabelecida por estímulos 
químicos, térmicos, físicos e sensoriais, como dor e 
luminosidade, sendo que a primeira respiração deve ocorrer 
dentro de 20 segundos após o parto. 
Após os primeiros minutos de vida, com a expulsão e 
reabsorção do líquido presente nos pulmões, este enche-se 
de ar e o fluxo sanguíneo aumenta consideravelmente, cerca 
de oito a dez vezes. 
Com a compressão do tórax ao passar pelo canal vaginal, cerca 
de um terço do líquido pulmonar, é expelido pela boca e nariz, 
e os dois terços restantes são absorvidos pela circulação 
pulmonar e sistema linfático, dentro de 6 a 24 horas após o 
nascimento. Após o nascimento, com a compressão mecânica 
do tórax e expulsão do líquido pulmonar, ocorre uma 
descompressão do tórax, criando-se assim, uma pressão 
negativa que traz o ar para dentro dos pulmões. A completa 
expansão pulmonar e distribuição do ar pelos alvéolos ocorre 
quando o recém-nascido chora, porque o choro cria uma 
pressão intratorácica positiva, mantendo os alvéolos abertos e 
forçando o restante do líquido pulmonar para os capilares 
pulmonares e sistema linfático. Após as primeiras respirações, 
o recém-nascido assume sua atividade ventilatória e de 
oxigenação, com a substituição do espaço antes ocupado pelos 
fluidos pulmonares por ar atmosférico. 
 
 
CONDUTA DO RN NA SALA DE PARTO 
 
Importância do atendimento adequado ao RN na sala de parto 
para a sociedade: 
OBJETIVO DIMINIUIR A MORTALIDADE INFANTIL 
 
 
 
 
 
Redução da mortalidade neonatal por causas evitáveis: 
• Pré natal adequado 
• Boas praticas durante o trabalho de parto e parto 
• Cuidados adequados aos neonatos no pós parto 
imediato 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores que devem ser levados em consideração para uma 
sala de parto adequada: 
1º fator: Promover um pré natal adequado, afinal reduz o 
indice de morbimortalidade ao nascimento 
• Prevenção de infecções neonatais 
• Diminuição do ↓baixo peso ao nascer 
• Diminuição da taxa de prematuridade 
• Diminuição da taxa de asfixia neonatal 
Atenção sobre: toxoplasmose, sífilis, hiv – importância de uma 
anamnese adequada, para saber o que nos espera dentro 
dessa sala de parto 
 
Classificação do RN e Atenção ao RN em sala de parto 
Importancia em classificar pois se é pré termo ou pós termo, 
afinal são os extremos que requer maior cuidado. 
 
Quanto ao TEMPO: 
PRÉ TERMO Menos de 37 semanas 
completas (menor que 259 
dias) de gestação 
A TERMO ≥ 37 semanas e ‹ 42 semanas 
PÓS TERMO ≥ 42 semanas 
 
Quanto ao PESO: 
Extremo Baixo Peso < 1000 gramas 
Muito baixo peso < 1500 gramas 
PIG (baixo peso) < 2500 gramas 
AIG (peso adequado) Entre 2500 e 4000 g 
GIG (peso elevado) Acima de 4000 g 
 
Todas estas informações são passíveis de se sabe antes, para 
que não sejamos surpreendidos, sempre informar a familia. 
 
Tipos de Parto 
• Normal 
Importância no clearence pulmonar ao nascer, com 
liberações hormonais que irão facilitar a respiração da 
criança 
• Cesariana 
A OMS conclui após avaliação sistematizada que: 
1. A cesárea é uma intervenção efetiva para salvar a vida de 
mães e bebês, porém apenas quando indicada por motivos 
médicos. 
Indicações: como macrossomia; situações transversa; herpes 
genital ativo; hiv positivo; descolamento prematuro de 
placenta; desproporção pélvica. 
 
Transição da vida uterina para extrauterina 
✓ Passagem pelo canal de parto 
✓ Interrupção da circulação placentária 
✓ Mudança da Circulação fetal para a extra uterina 
✓ Início da ventilação pulmonar 
✓ Trabalho respiratório 
✓ Choque térmico 
✓ Fim do suprimento energético 
 
Desenvolvimento Pulmonar Fetal 
Lembrar que o pulmão vai amadurecendo conforme os 
trimestres gestacionais, o bebe só esta preparado depois da 27 
semana onde temos bronquilos, antes disto não temos 
bronquilos, com isso temos o aprimoramento celular, onde a 
produção de surfactante para pneumocitos tipo I e tipo II, 
porem o pulmão esta devidamente preparado para oxigenar 
somente depois 34 semanas. 
1. Estágio embrionário 
2. Estagio pseudoglanglionar 
3. Estagio canicular 
4. Estagio de saco terminal 
Parto Normal X Parto Cesariano 
Quando a mãe entra em trabalho de parto inicia a liberação de 
hormônios como vasopressina, aldosterona, glicorcotides que 
inibem a produção do liquido pela mucosa pulmonar, com isso 
preparando a criança para a eliminação do liquido pulmonar e 
para receber o oxigênio. 
35% do liquido pulmonar sai durante dias antes do nascimento; 
30% sai durante o trabalho de parto 
O restante é clareado no pós parto pelo surfactante 
 
Preparo para a assistência ao RN na Sala de Parto 
• Disponibilidade do materialde atendimento 
• Realização da anamnese materna 
• Presença de equipe treinada em reanimação neonatal 
 
 
Ambiente em que acontecerá o parto 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equipe Treinada 
Considerando-se a frequência elevada da necessidade de 
realização de algum procedimento de reanimação no RN e a 
rapidez com que tais manobras devem ser iniciadas, é 
fundamental que pelo menos um profissional capaz de iniciar 
de forma adequada a reanimação neonatal esteja presente 
durante todo o parto. 
Quando se antecipa o nascimento de um concepto de alto 
risco, podem ser necessários dois a três profissionais 
treinados e capacitados para reanimar o RN de maneira rápida 
e efetiva. 
 
Mas afinal, o que determina a necessidade de reanimação? 
Respiração e Frequência cardíaca 
Toda vez que isto não estiver adequado sinal de necessidade 
de reanimação, o RN deve respirar de maneira regular e 
suficiente para manter a FC ACIMA DE 100 BMP 
 
Saturação nos primeiros minutos de vida 
✓ Até 5 minutos → 70 – 80% 
✓ 5 minutos – 10 minutos → 80 – 90% 
✓ >10 minutos → 85 – 95% 
 
 
3 Perguntas – Avaliação da Vitalidade Fetal: 
✓ Gestação a termo? 
✓ Respirando ou chorando? 
✓ Tônus muscular bom? 
se sim para todas as perguntas, RN com boa vitalidade não 
necessita de reanimação 
 
Clampeamento tardio do cordão umbilical 
1 a 3 minutos 
Depois da extração completa da cavidade uterina. 
O neonato pode ser posicionado no abdome ou tórax materno 
durante esse período. 
 
 
 
 
 
Escala de Apgar 
Escala de Apgar não possui a função de estabelecer se existe a 
necessidade de reanimação, primeiramento é preciso definir a 
reanimação no PRIMEIRO MINUTO, agora o Apgar é realizado 
após o 1º minuto de vida! 
 
Deve ser aplicado no 1º e no 5º minuto 
 
 
 
 
 
 
 
Se o Apgar do 1 e 5 minutos mantiver baixo de 7, continuar 
realizado a escala durante 10,15 e 20 minutos. 
 
Desfecho da Sala de Parto 
• Identificar o RN 
• Medidas antropométricas: peso, estatura, perímetro 
cefálico, perímetro torácico e perímetro abdominal 
• Realizar Vitamina K 
• Anotar na carteira de vacina ou no prontuário do RN 
– ficha de atendimento neonatal 
• Alojamento Conjunto 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPIOS DO ALOJAMENTO CONJUNTO 
Trata-se de um sistema hospitalar em que o recém-nascido 
sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 
horas por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Tal 
sistema possibilita a prestação de todos os cuidados 
assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde do 
binômio mãe e filho. 
A permanência do recém-nascido sadio com sua mãe, com a 
prática de ações que configuram o sistema conhecido como 
"Alojamento Conjunto", tem por vantagens: 
✓ estimular e motivar o aleitamento materno, de 
acordo com as necessidades da criança, tornando a 
amamentação mais fisiológica e natural. A 
amamentação precoce provoca a contração do útero 
e de seus vasos, atuando como profilaxia das 
hemorragias pós-parto; 
✓ Favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do 
aleitamento materno, e sua manutenção por tempo 
mais prolongado; 
✓ Fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, através 
do relacionamento precoce; 
✓ Permitir a observação constante do recém-nato pela 
mãe, o que a faz conhecer melhor seu filho e 
possibilitar a comunicação imediata de qualquer 
anormalidade; 
✓ Oferecer condições à enfermagem de promover o 
treinamento materno, através de demonstrações 
práticas dos cuidados indispensáveis ao recém-
nascido e à puérpera; 
✓ Manter intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a 
criança e os demais membros da família; 
✓ Diminuir o risco de infecção hospitalar; 
✓ Facilitar o encontro da mãe com o pediatra por 
ocasião das visitas médicas para o exame do recém-
nascido, possibilitando troca de informações entre 
ambos; 
✓ Desativar o berçário para recém-nascidos normais, 
cuja área poderá ser utilizada de acordo com outras 
necessidades do hospital. 
Recomenda-se uma equipe multiprofissional treinada, 
constituída por: 
 a) Enfermagem: 
✓ 1 enfermeiro para 30 binômios; 
✓ 1 auxiliar para 8 binômios; 
 b) Médicos: 
✓ 1 obstetra para 20 mães; 
✓ 1 pediatra para 20 crianças. 
c) Outros Profissionais: 
✓ assistente social; 
✓ psicólogo; 
✓ nutricionista. 
 
 
 
ASFIXIA NEONATAL 
 
Apneia CENTRAL → o esforço respiratório cessa totalmente, 
 
 
 
 
sem associação com causas obstrutivas e de fluxo aéreo. 
✓ Apneia primaria: o RN sofre um período de falta de 
oxigênio, inicia um período de respiração rápida e se 
mantem a asfixia, ocorre para respiratória e 
bradicardia. 
✓ Apneia secundária: se a asfixia persiste vai ocorrer 
gasping, bradicardia e hipotensão, acidose 
respiratória. 
Se a criança sofre qualquer hipoxia dentro do útero, por 
qualquer razão, estamos realizando o acompanhamento, isso 
ainda dentro do útero e observa bradicardia sabemos que ela 
esta em hipoxia. 
O que acontece? 
Inicialmente faz uma respiração rápida para conseguir aspirar 
para reter o máximo de oxigênio. 
No primeiro momento é considerada primaria, pois ocorre 
somente bradicardia. 
Se acaso demora muito, considera secundaria causando 
acidose, hipotensão, considerada secundaria, sendo mais difícil 
para reverter, sendo necessário a intervenção 
 
 
MECANISMO DA ICTERICIA FISIOLOGICA 
 
FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA: 
 
A hemoglobina a partir do sistema reticulo endotelial ocorre a 
fagocitose e sua dissociação em globina e grupamento heme. 
Esse heme, através da heme-oxigenase, vai ser convertida em 
biliverdina. Essa biliverdina pela ação da biliverdina redutase 
vai converter e biliverdina em bilirrubina não conjugada 
(lipossolúvel), também chamada de indireta. Essa se liga com 
a albumina e vai para o plasma. Até o momento temos uma 
bilirrubina não conjugada andando no plasma. 
 
 
 
 
A partir deste momento três etapas importantes para 
acontecer: captação, conjugação e excreção. Esses três 
processos tem envolvimento do fígado. 
 
Mecanismo da ictericia neonatal 
A icterícia neonatal é definida como coloração amarela da pele 
e das escleróticas. 
 
Na primeira semana de vida cerca de 60% dos RN de termo 
ficam ictéricos e nos pré- termo pode chegar aos 80. 
 O RN devido à ausência de enzimas bacterianas no intestino 
que reduzem a bilirrubina conjugada para estercobilinogéneos 
e permitem a sua excreção e presença da -glucoronidase que 
permite a desconjugação da bilirrubina conjugada, apresenta 
uma circulação entero-hepática. A bilirrubina em níveis baixos 
(in vitro) é um antioxidante que pode ser benéfico nos RN 
carentes neste período da vida de outros anti-oxidantes 
endogenos (vitamina E e outras enzimas anti-oxidantes). 
Níveis séricos de bilirrubina elevados podem provocar 
toxicidade no sistema nervoso central (in vivo). A bilirrubina 
não conjugada, não ionizada, é lipofílica e pode atravessar a 
barreira hemato-encefálica, provocando lesão das células do 
sistema nervoso central e morte celular. A neurotoxicidade 
não se correlaciona diretamente com o valor total da 
bilirrubina sérica. A maioria da bilirrubina em circulação está 
ligada à albumina e uma pequena fração circula não ligada à 
albumina (bilirrubina livre). Acredita-se que os efeitos 
neurotóxicos da bilirrubina são devidos à bilirrubina livre. A 
ligação bilirrubina/albumina depende da concentração de 
ambas e da afinidade da ligação. A fração da bilirrubina não 
ligada (bilirrubina livre) aumenta significativamente quando se 
aproxima da capacidade de ligação da bilirrubina à albumina. 
Esta capacidade de ligação da bilirrubina à albumina também 
é influenciada por alguns fatores, podendo estar diminuida: 
acidose, sepsis, hipoxia, hipoalbuminemia, prematuridade, 
idade pós-natal (< 3 dias) e algumas drogas (ex. 
cefalosporinas). 
No RN de termo hiperbilirrubinemia superior a 25-30 mg/dl 
está associada a um risco aumentado de disfunção 
neurológica, devido à passagem da bilirrubina através da 
 
 
 
 
barreira hemato-encefálicae deposição nas células do 
cérebro, conduzindo à apoptose e necrose. Não estão 
descritos casos de Kernicterus para valores de bilirrubina < 20 
mg/dl e são raros para valores entre 20 e 25 mg/dl. A 
hiperbilirrubinemia, na maioria das vezes não traduz patologia 
subjacente, definindo-se como icterícia fisiológica. As causas 
de hiperbilirrubinemia no RN de termo e pré-termo são as 
mesmas: 
✓ Aumento da produção de bilirrubina (2-3X maior que 
no adulto): os RN têm maior número de glóbulos 
rubros (hematócrito 60-70%) e a sua semivida é 
menor (aproximadamente 85 dias). 
✓ Diminuição da clearance da bilirrubina por 
imaturidade enzimática (ao 7º dia a actividade da 
glucoruniltransferase uridino difosfoglucorunato 
(UGT) é 1% da do adulto). 
✓ Aumento da circulação entero-hepática. Estas 
alterações fisiológicas resultam no aumento ligeiro 
da bilirrubina não-conjugada em quase todos os RN. 
No RN de termo de raça caucasiana e afro-americana 
o pico de bilirrubina ocorre entre as 48 e 96 horas de 
idade. 
 
A icterícia clínica é detectada quando a bilirrubina sérica se 
aproxima de 5 a 7 mg/dl sendo evidente na face (nariz) e pode 
haver progressão para o tronco e extremidades. 
 
 
Zona de Krammer 
As zonas de Kramer estabelecem as zonas dérmicas da 
progressão da icterícia com os valores de bilirrubina total (BT), 
porém é importante lembrar que a estimativa visual pode levar 
erros, principalmente, em crianças pardas ou negras. 
 
Sinais de alerta: 
✓ Icterícia além da 1ª semana de vida no recém-
nascido de termo (RNT) e da 2ª semana de vida no 
recém nascido pré-termo (RNPT) . 
✓ O aumento da bilirrubina direta (BD maior do que 1,5 
a 2,0 mg/dl) sugere a colestase neonatal, cujas causas 
comuns são a atresia das vias biliares e a hepatite 
neonatal. 
 
 
TESTE DE TRIAGEM NEONATAL 
 
TESTE DO OLHINHO 
É a verificação da coloração naturalmente vermelha do fundo 
do olho do recém-nascido. É um teste rápido que pode ser 
realizado pelo pediatra na própria maternidade. Por vezes há 
necessidade que seja repetido por um especialista em caso de 
exame duvidoso. A criança não nasce sabendo enxergar, ela vai 
aprender assim como aprenderá a sorrir, falar, engatinhar e 
andar. Para isso, as estruturas do olho precisam estar normais, 
principalmente as que são transparentes. 
O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que 
cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma 
congênito e outros problemas cuja identificação precoce 
possibilita o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento 
normal da visão. 
 
 
 
Ele deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê e se 
trata de uma luz direcionada ao olho da criança a uma 
distância de 20 centímetros, que deve refletir um tom 
vermelho semelhante ao observado em fotografias com flash. 
Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o 
recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada. 
 
TESTE DO PEZINHO 
Coleta: Idealmente entre o 3º e 5º dia, não deve ser inferior a 
48 horas da amamentação e nunca superior a ↑ 30 dias. 
Trata-se de ação preventiva que visa facilitar o diagnóstico 
precoce de certas doenças, reduzindo ou eliminando o risco de 
sequelas associadas ao atraso no reconhecimento e 
tratamento dessas condições. Toda criança nascida em 
território nacional tem o direito à triagem neonatal (Teste do 
Pezinho). Mas, para que este alcance o seu objetivo primordial 
de detectar algumas doenças que podem causar sequelas 
graves ao desenvolvimento e crescimento, o teste deve ser 
feito no momento e da forma adequados. O momento para a 
coleta, preferencialmente, não deve ser inferior a 48 horas de 
alimentação proteica (amamentação) e nunca superior a 30 
dias, sendo o ideal entre o 3º e o 5º dia de vida. As gestantes 
devem ser orientadas, ao final de sua gestação, sobre a 
importância do teste do pezinho e procurar um posto de coleta 
ou um laboratório indicado pelo pediatra dentro deste prazo. 
Os diferentes estados brasileiros encontram-se em distintas 
fases de implantação. Quanto maior a fase, maior o número de 
 
 
 
 
doenças triadas: 
✓ Fase I:Hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria; 
✓ Fase II:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e 
hemoglobinopatias; 
✓ Fase III:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, 
hemoglobinopatias e fibrose cística. 
✓ Fase IV: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, 
hemoglobinopatias, fibrose cística e hiperplasia 
adrenal congênita. 
Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. 
Um resultado alterado não implica em diagnóstico definitivo 
de qualquer uma das doenças, necessitando de exames 
confirmatórios 
 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
Através de um equipamento especial, o oxímetro de pulso, de 
forma indolor é estimada a concentração de oxigênio no 
sangue, dessa forma sendo capaz de detectar problemas 
cardíacos congênitos complexos que desde o nascimento 
afetam a concentração sanguínea de oxigênio. Deve-se realizar 
a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido 
aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas, 
antes da alta da Unidade Neonatal. Local de aferição: membro 
superior direito e em um dos membros inferiores. Para a 
adequada aferição, é necessário que o recém-nascido esteja 
com as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma 
onda de traçado homogêneo. Momento da aferição: Entre 24 
e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. Resultado normal: 
Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as 
medidas (membro superior direito e membro inferior) e 
diferença menor que 3% entre as medidas do membro 
superior direito e membro inferior. 
Resultado anormal: Caso qualquer medida da SpO2 seja menor 
que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre 
as medidas do membro superior direito e membro inferior, 
uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. Caso o 
resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser 
realizado dentro das 24 horas seguintes. 
 
TESTE DA LINGUINHA 
É eficaz, rápido e não dói. Língua presa é uma alteração 
comum, mas muitas vezes ignorada. Ela está presente desde o 
nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, 
que deveria ter 9 desaparecido durante o desenvolvimento do 
bebê na gravidez, permanece na parte de baixo da língua, 
limitando seus movimentos. 
O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita 
diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos 
movimentos da língua causadas pela língua presa que podem 
comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, 
mastigar e falar. O teste da linguinha deve ser realizado por um 
profissional da área da saúde qualificado, como por exemplo, 
o fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua do bebê para 
verificar se a língua está presa, e também observar o bebê 
chorando e sugando. O exame não tem contraindicações. 
Recomenda-se que a avaliação do frênulo da língua seja 
inicialmente realizada na maternidade. 
 
 
LESÕES DE PELE 
 
 
✓ Fenômeno de Arlequim: presença de uma linha que 
delimita metade do corpo com eritema (vermelhidão) 
e outro com coloração normal, geralmente é benigno, 
tem causa desconhecida mas sugere algum grau de 
instabilidade na circulação vasomotora. 
✓ Milium sebáceo: é caracterizado por pequenos 
pontos brancos localizados na base do nariz, queixo e 
testa, devido a presença de glândulas sebáceas 
obstruídas em função de hormônios maternos, 
porém não tem importância clínica e desaparece em 
poucas semanas. 
✓ Manchas Mongólicas: são manchas azul-
acinzentadas, que se localizam na região próxima aos 
glúteos e no dorso, devido a imaturidade da pele na 
migração das células com melanina (responsável pela 
coloração normal da pele), geralmente está associado 
a fatores raciais. 
✓ Eritema tóxico: geralmente aparece nos primeiros 
dias de vida, tendo causa desconhecida e regridem 
espontaneamente, apresentam-se como lesões 
eritematosas multiformes. 
✓ Impetigo: é um tipo de infecção causada por um 
patógenoconhecido por Staphylococcus aureus, que 
inicia-se como lesões simples eritematosas, mas que 
em poucos dias transformam-se em vesículas que 
podem criar pus ou tornar-se bolhas, que quando se 
rompem formam crostas amarelo-amarronzadas e 
podem facilmente contaminar outras crianças. O 
tratamento pode ser realizado com cremes 
antibióticos. 
 
 
 
 
✓ Hemangiomas: são formas vasculares mais extensas e 
elevadas que podem ter algum significado patológico 
e por isso devem ser investigadas. 
✓ Máculas vasculares: são manchas com coloração 
salmão e que desaparecem à pressão, geralmente 
desaparecem em alguns meses e não tem 
importância clínica 
 
DERMATITE DE FRALDA 
Incluem-se nas dermatites de áreas de fraldas: 
✓ as erupções causadas pelo contato direto com a 
fralda, como a dermatite irritativa primária e a 
 
 
 
 
dermatite de contato alérgica ao material plástico da 
fralda; 
✓ as dermatites exacerbadas devido ao uso da fralda; 
✓ aquelas que ocorrem nessa localização, mas que não 
estão relacionadas com o uso da fralda. 
Quanto às fezes e urina, apesar da amônia liberada na 
degradação bacteriana da ureia urinária, não constituir a causa 
primária da dermatite da área das fraldas, pode atuar como 
fator agravante em pele previamente lesionada. A ureia é 
convertida por bactérias em amônia, que eleva o pH cutâneo. 
Sabe-se ainda que a exposição prolongada da pele à urina 
aumenta a permeabilidade a substâncias irritantes. 
As fezes das crianças contêm quantidades importantes dessas 
enzimas digestivas proteolíticas e lipolíticas que, quando em 
contato prolongado com a superfície cutânea coberta pela 
fralda, causam alterações consideráveis na barreira 
epidérmica. 
Uma das situações clínicas que evidencia esse fato é a diarreia, 
em que o contato com as fezes é prolongado. Já o aumento da 
temperatura local causado pela dificuldade que a fralda impõe 
de perspiração da pele subjacente, leva à vasodilatação e, 
consequentemente, à inflamação Clinicamente a dermatite de 
fralda é a afecção cutânea mais frequente na primeira infância 
e caracteriza-se por pápulas salientes e firmes, de coloração 
vermelho escura ou violácea, que sucedem uma fase 
vésico erosivoulcerativa. As ulcerações são ovais ou redondas, 
com fundo raso e de configuração crateriforme. Esse tipo de 
dermatite pode regredir com atrofia e hiperpigmentação. 
O tratamento médico da dermatite da área das fraldas 
irritativa primária consiste em medidas simples, aplicadas de 
acordo com a gravidade e o tipo de dermatite. A orientação 
médica principal na dermatite da fralda é a preventiva, que 
consiste na escolha adequada da fralda, frequência de trocas, 
limpeza e uso de produtos de barreira (vaselina, lanolina e 
óxido de zinco) a fim de reduzir o contato da pele com a urina 
e as fezes. 
A higienização deve ser frequente, mas não excessiva nem 
agressiva (fricção), e pode ser feita com sabão de coco ou 
sabonetes neutros. O mais importante consiste no aumento da 
frequência de trocas e na utilização de fraldas 
superabsorventes. 
Devem-se evitar, também, fraldas de pano que permitem 
maior contato da urina e fezes com a pele e exigem medidas 
de eliminação de micro-organismos (lavagem com sabão e 
fervura). 
É recomendável, na limpeza da área da fralda, lavar em água 
corrente para melhor remoção de resíduos e uma 
possibilidade é o uso até três vezes ao dia de compressas frias 
com solução de Burow 1:30, que confere efeito calmante, 
antisséptico e secativo. 
 
 
 
AMAMENTAÇÃO 
 
ANATOMIA DA MAMA 
 
A mama é formada por tecido glandular, tecido fibroso de 
sustentação, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos 
integrados. Está localizada na tela subcutânea sobre os 
músculos peitorais maiores e menores. Seu desenvolvimento 
se dá principalmente durante o período da puberdade por 
volta dos 8-15 anos e caracteriza pelo aumento glandular, 
aureolar, papilar e deposição de gordura. 
Na puberdade o estrogênio irá estimular os ductos lactíferos, 
brotos terminais e estroma adiposo, enquanto a progesterona 
será responsável pelo processo apoptóticos de brotos 
terminais (lactíferos conjunto de alvéolos) a sofrerem processo 
de apoptose, contribuindo assim para a renovação de brotos 
antigos por novos. 
A mama é formada histologicamente por 15-20 lóbulos 
mamários, cada lóbulo é constituído de alvéolos mamários que 
se conectam através de um ducto lactífero, estes se encontram 
formando os seios lactíferos onde é armazenado o leite inicial, 
até sua ejeção pela papila mamária. A papila mamária se 
consiste de um esfíncter com fibras musculares dispostas de 
forma circular, cada alvéolo por sua vez é circundado por 
células mioepiteliais que ajudaram na ejeção de leite. 
Durante a lactação o estimula da sucção na mama ou até 
mesmo o psicológico, como pensar em amamentar estimula a 
liberação de prolactina por nervos espinhais que vão até o 
hipotálamo, este estimula a liberação de TRH, Ocitocina e VIP, 
levando a liberação de PRL pela hipófise, sendo a ocitocina o 
principal estimulador na liberação de PRL. Já a dopamina atua 
diretamente inibindo a secreção de PRL, consequentemente 
de leite. 
 
CONCEITOS 
Aleitamento materno → quando a criança recebe leite 
materno diretamente da mãe ou ordenhado, 
independentemente de estar recebendo outro alimento, 
incluindo outro leites. 
Aleitamento materno exclusivo → quando a bebê recebe leite 
materno diretamente da mãe ou ordenhado e nenhum liquido 
ou solido, à exceção de gotas ou xaropes de vitaminas, 
suplementos ou medicamentos. 
 
 
 
 
Aleitamento materno predominante → quando o lactente 
 
 
 
 
recebe além do leite materno, água ou bebidas à base de água, 
como suco de frutas ou chás, mas não recebe outro leite. 
 
BOA AMAMENTAÇÃO 
Boa posição: 
• O pescoço do bebê está ereto ou um pouco curvado 
para trás, sem estar distendido 
• O corpo da criança está voltado para o corpo da mãe 
• A barriga do bebê está encostada na barriga da mãe 
• Todo o corpo do bebê recebe sustentação 
• O bebê e a mãe devem estar confortáveis 
Boa pega: 
• A boca está bem aberta 
• O queixo está tocando o seio 
• Lábio inferior virado para fora 
• Há mais aréola visível acima da boca do que abaixo 
 
Ao amamentar, a mãe não sente dor no mamilo 
 
LEITE MATERNO 
A amamentação propicia vários benefícios para a mãe e o pai 
e o bebê leite materno é um fluido biológico com alto teor 
nutricional para o recém-nascido e deve ser o único alimento 
para este durante um certo período de tempo. O leite materno 
é um alimento exclusivo para o lactente. Assim sendo, contém 
todos os nutrientes, proteínas, açúcar, gordura e vitaminas 
que o pequeno necessita por 6 meses para crescer e se 
desenvolver com saúde. O leite contém equilíbrio dos 
nutrientes e ajuda o bebê a manter o peso adequado. O leite 
humano contém todos os nutrientes necessários para uma 
nutrição adequada do bebê, diminui as chances de alergias, 
reduz o risco de hipertensão, diabetes, obesidade, além de 
evitar diarreia e infecções respiratórias. O leite humano 
apresenta algumas composições químicas que irão possibilitar 
o fornecimento adequado das necessidades nutricionais do 
lactente. Este, na sua fase inicial, colostro, é rico em proteínas 
e anticorpos, que é seguida pela secreção de um leite 
intermediário, antes de se obter um leite maduro. O leite 
animal, especialmente o de vaca, deve sofrer alterações para 
se tornar mais adequado às necessidades do lactente. Em sua 
composição possui uma quantidade três vezes maior de 
proteínas e o dobro de caseína que faz com que após a sua 
ingestão se forme um coágulo de difícil digestão para o bebê. 
Um dos maiores benefícios que o leite materno oferece são os 
anticorpos, os quais fortalece o sistema imunológico. Deste 
modo, diminuem as possibilidades de que o bebê possa 
contrair algum tipo de infecção do ouvido, respiratória, 
urinária ou gastrointestinal (diarreia infantil). As possibilidades 
de morte subida também são reduzidas, assim como apossibilidade que o lactante desenvolva algum tipo de alergia, 
como a asma. Além disso, o leite materno é o alimento melhor 
assimilado pelo sistema corporal, o que acaba produzindo 
menos gases e reduzindo o mal-estar. Outra importante 
vantagem são os ácidos graxos que contém no leite materno, 
os quais ajudam no desenvolvimento do sistema nervoso. 
O leite sofre mudanças e adaptações de acordo com o 
crescimento do lactante, por exemplo, durante os primeiros 
dias, logo após o parto, o leite é amarelo, grosso e se chama 
colostro. Possui uma grande quantidade de proteínas e 
substâncias para o sistema de imunidade. O leite humano se 
trata de um fluido nutritivo que atende as necessidades 
energéticas básicas do recém nascido. Este possui em sua 
composição proteínas, como a lactoferrina (importante na 
captação de ferro e inibição bacteriana), caseína, lisozimas 
(dissacaridases), mucina, seroalbumina, taurina e cistina, 
todos essenciais para o desenvolvimento corporal e 
imunológico, auxiliando na formação da microbiota natural do 
corpo humano. Os principais componentes lipídicos, consistem 
no ácido linoleico e palmítico, além do colesterol, esses são 
essenciais para a formação de reserva energética, composição 
celular (membrana plasmática) e bainha de mielina 
(mielinização). Os principais fatores imunológicos são a 
presença de anticorpos IgA, IgM e IgG (principal), sistema 
complemento, lipases, fagócitos (neutrófilos e macrófagos), 
linfócitos T e B, além de outros compostos como a 
Lactoperoxidase (oxidação bacteriana), fator bífidus ( 
importante para colonização de lactobacillus bífidos), ferro, 
eletrólitos, cálcio, açucares, vitaminas C, D, K e complexo B. 
Dentre as vitaminas, a vitamina C apresenta maior 
biodisponibilidade se comparada com o leite bovino, sendo 
importante catalizador enzimático que auxilia no processo de 
digestão proteica. 
 
Esta divido em 3 etapas: 
✓ Colostro: leite produzido 1º - 5º dia pós-parto, possui 
uma cor translúcida e caracteriza pela maior 
concentração proteica e fatores imunológicos para o 
período inicial do RN, apresenta baixo teor 
energético. 
✓ Transição: Em termos de concentração, ocorre um 
equilíbrio entre proteínas e lipídeos, já apresenta teor 
energético razoável, é secretado do 6º - 10º dia em 
média. 
✓ Maduro: > 10º dias, apresenta maior concentração 
lipídica, consiste no período que o lactante recupera 
e começa a ganhar peso corporal, acumulando 
reservas energéticas. 
 
 
PUERICULTURA 
 
 
 
 
 
 
É a arte de promover e proteger a saúde das crianças, através 
de uma atenção integral, compreendendo a criança como um 
ser em desenvolvimento com suas particularidades. 
 
 
 
Apesar de ser uma especialidade iniciada em princípio na 
Pediatria, leva em conta a criança, sua família e o entorno, 
analisando o conjunto bio-psico-sócio-cultural, sendo também 
fundamental no acompanhamento das crianças as equipes da 
Estratégia da Saúde da Família. 
Tem como objetivo acolher a todas as crianças, dando 
assistência de forma integrada, realizando a vigilância do 
crescimento e desenvolvimento e monitorando os fatores de 
risco ao nascer e evolutivos; estimulando o aleitamento 
materno exclusivo até o sexto mês de vida e complementado 
com alimentação da família, até os dois anos de vida; 
garantindo a aplicação das vacinas do esquema básico de 
imunização e garantindo assim um atendimento de qualidade. 
 
ATENDIMENTO DE PUERICULTURA: 
- Ganho de peso 
- Ganho de altura 
- Alimentação e suplementações vitamínicas de rotina 
- Desenvolvimento: motor, cognitivo e emocional (incluindo 
relações interpessoais e desempenho escolar) 
- Imunizações 
- Funcionamento gastrointestinal e gênito urinário 
- Qualidade de sono 
- Atividade física x tempo de telas 
- Contato com a natureza 
- Prevenção de acidentes 
 
PERIODICIDADE DAS CONSULTAS 
 
 
 
EXAME FÍSICO 
Estado geral, ganho de peso, comprimento e perímetro 
cefálico, frequência cardíaca, frequência respiratória, 
temperatura, pressão arterial (se necessário e a partir de 3 
anos de idade de rotina, anualmente); exame da cabeça, 
palpação das fontanelas e suturas, olhos, implantação das 
orelhas, otoscopia, exame da orofaringe, pescoço, tórax, 
abdome, genitália, membros, gânglios, pulsos e perfusão 
periférica; desenvolvimento neuropsicomotor e realizar as 
manobras de Ortolani e Barlow nos primeiros 3 meses de vida 
(avaliar displasia do desenvolvimento do quadril). Depois dos 
3 meses, a limitação da abdução dos quadris, assimetria de 
pregas na pele (nádegas ou região inguinal) e o encurtamento 
de um dos membros inferiores, indicam a possibilidade de 
luxação displásica do quadril. 
 
 
 
MANOBRA DE ORTOLANI 
 
Objetivo reduzir o quadril luxado – com a criança despida, em 
decúbito dorsal horizontal estabiliza-se a pelve com uma das 
mãos, segura-se o membro inferior com a outra posicionando 
a ponta do dedo indicador sobre o grande trocanter. Realizam-
se a flexão e abdução do quadril. Sente-se um estalido no local 
do indicador, significando a redução da cabeça do fêmur no 
acetábulo. Manobra de Barlow: teste provocativo, ou seja, 
tem a finalidade de luxar um quadril instável – com a criança 
despida, em decúbito dorsal horizontal, estabiliza-se a pelve 
com uma das mãos, fletindo e aduzindo o quadril oposto e 
aplicando uma força posterior. Após a liberação da força, 
geralmente o quadril volta à posição normal 
 
CAPURRO 
 
 
 
 
 
É utilizado para determinar a IG quando as mães desconhecem 
a data da última menstruação (DUM) e não realizaram a 
ultrassonografia gestacional precoce (até 14 semanas). Os 
métodos citados acima (DUM e USG transvaginal precoce) 
possuem uma precisão maior Realizado após o nascimento da 
criança, o método ou escore de Capurro avalia o 
desenvolvimento de cinco fatores para determinar a idade 
gestacional do recém-nascido, são eles: textura da pele, pregas 
plantares, glândulas mamárias, formação do mamilo e 
formação da orelha. Cada um dos itens possui um nível de 
desenvolvimento de acordo com a IG. A pontuação (P) somada 
dos fatores deve ser acrescida de 204. O resultado desse 
cálculo será dividido por 7, obtendo assim o número de 
semanas da idade gestacional. IG = (P + 204)/7 
 
NEW BALLARD 
Para obter um resultado com maior precisão, o exame físico 
do bebê deve ser realizado entre 12 e 20 horas após o 
nascimento ele avalia seis parâmetros neurológicos e seis 
físicos. Nesse método, o resultado é obtido com a soma 
simples da pontuação correspondente a todos os parâmetros 
avaliados. Na tabela abaixo, nós correlacionamos a idade 
gestacional (semanas e dias) à somatória encontrada. 
 
 
REFLEXOS PRIMITIVOS 
Os reflexos primitivos são respostas automáticas e 
estereotipadas a um determinado estímulo externo. Estão 
presentes ao nascimento mas devem ser inibidos ao longo dos 
primeiros meses, quando surgem os reflexos posturais. Sua 
presença mostra integridade do sistema nervoso central; 
entretanto, sua persistência mostra disfunção neurológica. 
REFLEXO DE MORO 
 
É desencadeado por queda súbita da cabeça, amparada pela 
mão do examinador. Observa-se extensão e abdução dos 
membros superiores seguida por choro. 
 
SUCÇÃO REFLEXA 
É desencadeado pela estimulação dos lábios. Observa-se 
sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de disfunção neurológica 
grave. Reflexo de busca É desencadeado por estimulação da 
face ao redor da boca. Observa-se rotação da cabeça na 
tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa do 
mesmo. 
 
 
 
 
 
REFLEXO TÔNICO-CERVICAL ASSIMÉTRICO (REFLEXO DO 
ESGRIMISTA) 
 
É desencadeado por rotação da cabeça enquanto a outra mão 
do examinador estabiliza o tronco do RN. Observa-se extensão 
do membro superior ipsilateral à rotação e flexão do membro 
superior contralateral. A resposta dos membros inferiores 
obedece ao mesmo padrão, mas é mais sutil. 
 
PREENSÃO PALMAR 
 
É desencadeado pela pressão da palma da mão. Observa-se 
flexão dos dedos. 
 
PREENSÃO PLANTARÉ desencadeado pela pressão da base dos artelhos. Observa-
se flexão dos dedos. 
 
MARCHA REFLEXA 
 
 É desencadeado por inclinação do tronco do RN após 
obtenção do apoio plantar. Observa-se cruzamento das 
pernas, uma à frente da outra. 
 
 
 
REFLEXO DE GALANT 
 
É desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral. 
Observa-se encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo. 
 
 
 
 
 
MARCOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
Devem ser avaliados em todas as consultas e registrados na 
carteira da criança. 
 
Como forma de descriçao do resultado, considera-se: 
 
Os marcos do desenvolvimento variam de acordo com a idade 
da criança: 
 
Como exemplos os prinicipais do primeiro ao 6 mês: 
 
 
 
 
 
 
 
ALIMENTAÇÃO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA 
Importancia dos 1000 dias começar na gravidez é exatamente 
porque a gestação impacta na saúde física e emocional do feto. 
Sabe-se, por exemplo, que a alimentação da mãe durante esse 
período ajuda a determinar o paladar e o olfato do bebê, uma 
vez que as nuances de sabor passam para o líquido amniótico. 
Além disso, o desenvolvimento neurológico também é muito 
intenso na vida intrauterina e pode sofrer a influência de fumo, 
drogas e medicamentos ingeridos pela mãe. Quando a 
gestante fuma, por exemplo, o cordão umbilical se estreita 
para evitar que o bebê seja contaminado pelo cigarro. Só que, 
assim, o bebê também acaba recebendo menos nutrientes. 
 
Alimentação na gestação 
A alimentação adequada ao longo do período gestacional 
exerce papel determinante sobre os desfechos relacionados à 
mãe e bebê. Contribui para prevenção de uma série de 
ocorrências negativas, assegura reservas biológicas 
necessárias ao parto e pós-parto, garante substrato para o 
período da lactação, como também favorece o ganho de peso 
adequado de acordo com o estado nutricional pré-gestacional. 
Ressalta-se que a inadequação do ganho de peso durante a 
gestação tem sido apontada como fator de risco tanto para a 
mãe quanto para a criança, contribuindo para a elevação da 
prevalência de uma série de problemas.O ganho de peso na 
gestação deve ser suficiente para promover o 
desenvolvimento fetal completo e também para armazenar 
nutrientes adequados no organismo materno para o 
aleitamento. Nenhuma mulher deve perder peso durante a 
gravidez, independente do seu Índice de Massa Corporal 
(IMC) antes de engravidar. 
 
 
No caso de gestação de feto único, o ganho de peso (Kg) 
recomendado é: 
✓ Gestantes com baixo peso pré-gestacional: 15,0kg 
(média); 
✓ Gestantes com peso adequado pré-gestacional 
(eutróficas): 12,5Kg (média); 
✓ Gestantes com sobrepeso pré-gestacional: 9,0Kg 
(média); 
✓ Gestantes com obesidade pré-gestacional: 7,0Kg 
(média). 
ALIMENTAÇÃO ADEQUADA 
 
INTRODUÇÃO ALIMENTAR 
Até o 6 mês, aleitamento materno exclusivo! 
Aos 6 meses Iniciar a papa de frutas; 
Horários: 9h e 15 h 
Oferecer 1 fruta por vez; 
Observar a aceitação de cada fruta; 
Dar preferência para frutas da época; 
Manter o aleitamento materno/formula 
infantil 
6 meses e 
15 dias 
Iniciar a 1º papa de principal e as demais 
acima; 
 
 
 
 
Horário: 11 h; 
Manter o aleitamento materno/formula 
infantil 
7 e 8 meses Iniciar a 1º papa de principal e as demais 
acima; 
Horário: 11 h; 
Manter o aleitamento materno/formula 
infantil 
9 meses Gradativamente, passar para a refeição 
da família com ajuste da consistência 
12 meses Comida da família 
Observar adequações 
INTRODUÇÃO DA FRUTA 
• Oferecer um tipo de fruta em determinado horário; 
• Em forma de papa (não bater no liquidificador) 
• Respeitar as características regionais 
 
PAPA PRINCIPAL 
 
• Óleo vegetal 
• NÃO adicionar SAL 
• NÃO utilizar temperos industrializados 
• Deve ser amassada 
• Oferecida em colher adequada 
• 2-3 colheres rasas até 15-20 colheres cheias 
 
Antes de 1 ano não oferecer: sal, açúcar, doces, leite de vaca e 
derivados, sucos e mel. 
 
DOZE PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
Crianças menores de 2 anos 
✓ PASSO 1. Amamentar até os 2 anos ou mais, 
oferecendo somente leite materno até os 6 meses. 
✓ PASSO 2. Oferecer alimentos in natura ou 
minimamente processados, além do leite materno a 
partir dos 6 meses. 
✓ PASSO 3. Oferecer água própria para o consumo em 
vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas 
açucaradas. 
✓ PASSO 4. Oferecer a comida amassada quando a 
criança começar a comer outros alimentos além do 
leite materno. 
✓ PASSO 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou 
produtos que contenham açúcar à criança de até 2 
anos de idade. 
✓ PASSO 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados. 
✓ PASSO 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e 
para a família. 
✓ PASSO 8. Zelar para que a hora da alimentação da 
criança seja um momento de experiências positivas, 
aprendizado e afeto junto da família. 
✓ PASSO 9. Prestar atenção aos sinais de fome e de 
saciedade da criança e conversar com ela durante a 
refeição. 
✓ PASSO 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da 
alimentação da criança e da família. 
✓ PASSO 11. Oferecer alimentação adequada e 
saudável também fora de casa. 
✓ PASSO 12. Proteger a criança da publicidade dos 
alimentos 
 
 
 
INFECÇÕES DE VIAS AEREAS SUPERIORES NA INFANCIA 
As IVAS são a causa mais comum de crianças atendidas por 
infecção respiratória aguda. As dificuldades observadas na 
prática clínica em relação ao diagnóstico diferencial e 
etiológico de determinadas IVAS e o uso, muitas vezes abusivo, 
de antimicrobianos. As infecções virais normalmente são 
quadros de desenvolvimento progressivo e regresso rápido, já 
a bacteriana têm-se sintomas súbitos com regressão 
patológica mais lenta. 
 
RINOFARINGITE AGUDA 
Este termo abrange quadros como o do resfriado comum e 
ainda outros englobados sob a denominação de rinite viral 
aguda. É a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais 
comum da infância. Crianças menores de cinco anos podem ter 
de cinco a oito episódios por ano. Esta situação é causada 
quase que exclusivamente por vírus. Entre as centenas deles, 
os mais freqüentes são rinovírus, coronavírus, vírus sincicial 
respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, coxsackie, 
adenovírus e outros mais raros. 
Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, pode ocorrer 
obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária, 
permitindo, por vezes, a instalação de infecção bacteriana 
secundária (sinusite e otite média aguda). 
 Alguns agentes etiológicos, como o VSR e o adenovírus, 
podem estar associados à evolução para infecção de vias 
aéreas inferiores. 
A rinofaringite pode iniciar com dor de garganta, coriza, 
obstrução nasal, espirros, tosse seca e febre de intensidade 
 
 
 
 
variável, podendo ser mais alta em menores de cinco anos. 
Alguns pacientes com essa infecção têm o seu curso sem a 
presença de febre. Determinados tipos de vírus podem 
também causar diarréia. 
Durante a evolução, pode surgir: 
✓ Em lactentes: inquietação, choro fácil, recusa 
alimentar, vômitos, alteração do sono e dificuldade 
respiratória por obstrução nasal em lactentes mais 
jovens; 
✓ Em crianças maiores: cefaléia, mialgias, calafrios. 
Ao exame físico, percebe-se congestão da mucosa nasal e 
faríngea e hiperemia das membranas timpânicas. 
Algumas complicações bacterianas podem ocorrer durante 
infecções respiratórias virais, Sugerem a ocorrência de alguma 
delas: 
✓ Persistência de febre além de 72 horas, recorrência 
de hipertermia após este período, ou prostração mais 
acentuada. 
✓ Surgimento de dificuldade respiratória (taquipneia, 
retrações ou gemência) indicam a possibilidade de 
bronquiolite aguda, pneumonia ou laringite. 
As complicações bacterianas mais frequentes são otite média 
aguda e sinusite. 
O diagnóstico de rinofaringite é essencialmente clínico. A 
identificação de vírus é desnecessária. Em algumas situações 
de importância epidêmica, pode ser conveniente a pesquisa 
de vírus respiratórios para melhor controle, ou prevenção, por 
parte da autoridade sanitária. 
Tratamento feitomediante repouso no período febril, 
hidratação, dieta conforme aceitação, higiene, desobstrução 
nasal, umidificação do ambiente, antitérmico e analgésico. 
RINOSSINUSITE AGUDA 
A rinossinusite aguda é uma infecção das cavidades nasais e 
dos seios da face que pode ter origem viral ou bacteriana. 
Conhecida também como “resfriado”, a rinossinusite viral 
(resfriado comum) é extremamente frequente até os sete anos 
de idade, podendo ocorrer de seis a dez vezes ao ano, nesta 
faixa etária. Menos de 10% das infecções virais evoluem para 
uma rinossinusite aguda bacteriana. 
Sinais e Sintomas: 
✓ Nos primeiros dois ou três dias da rinossinusite viral 
aguda, os sintomas são obstrução nasal, dor de 
garganta, espirros, coriza clara e inapetência (falta de 
apetite), frequentemente associados com febre. 
Medicamentos podem ser úteis, nesta fase. 
✓ Após o terceiro dia, a febre, a dor de garganta e a 
inapetência tendem a desaparecer, a secreção nasal 
fica mais espessa, podendo ficar verde ou amarela; a 
tosse e a obstrução nasal persistem. Este quadro 
pode se estender por cerca de dez dias, mas a criança 
melhora progressivamente. 
Tratamento: É feito mediante antitérmicos, hidratação e 
repouso. O uso de antibióticos não é recomendado, somente 
em casos bacterinos, porque não agem contra os vírus. As 
lavagens nasais com soro fisiológico auxiliam a diminuir a 
obstrução nasal e a tosse decorrentes da secreção nasal. 
 
OTITE MÉDIA AGUDA 
A otite média é definida como uma inflamação da orelha 
média, independente de etiologia ou patogênese específicas. 
Uma vez que todos os espaços pneumatizados do osso 
temporal são contíguos, a inflamação da orelha média pode 
envolver também outros três espaços pneumatizados: 
mastóide, ápice petroso e células perilabirínticas. 
Diagnóstico: Considerar o diagnóstico otite média aguda 
(OMA) em dor de ouvido e otorréia: em bebês e crianças até 4 
anos de idade também na presença de sintomas gerais (ver 
anamnese), mesmo sem (evidências de) dor de ouvido ou 
otorréia. 
Anamnese: 
✓ Dor de ouvido, otorréia, perda auditiva, uni- ou 
bilateral. 
✓ Sintomas gerais: febre, irritabilidade, agitação 
noturna, dor abdominal, vômitos, diarréia, 
diminuição na ingestão de líquidos e alimentos, 
sonolência 
✓ Sintomas de uma infecção respiratória superior: 
tosse, coriza, dor de garganta. 
✓ Gravidade, duração e evolução dos sintomas. 
✓ Episódios anteriores de OMA nos últimos doze meses. 
✓ Presença de tubo de ventilação na membrana do 
tímpano 
✓ Fatores de risco para complicações :idade < 2 anos, 
os antibióticos podem encurtar a duração da dor ou 
febre. 
Tratamento: 
✓ Recomendar em todos os casos analgesia; 
✓ Instruir os responsáveis pela criança a entrar em 
contato se o estado da criança piorar ou se não 
houver melhora. 
 
 
 
 
Tratamento antimicrobiano é indicado quando em criança 
gravemente doente ou se o estado piorar; o em risco de 
complicações. 
 
SINUSITE AGUDA 
Pode ser definida como infecção bacteriana dos seios 
paranasais, com duração menor de 30 dias, no qual os 
sintomas desaparecem completamente. 
Os seios maxilares e etmoidais já estão presentes no recém-
nascido, mas são de tamanho muito reduzido durante os 
primeiros dois anos de vida, o que torna discutível a indicação 
de estudo radiológico antes desta idade. Os seios frontais e 
esfenoidais desenvolvem-se após os quatro anos de idade, 
atingindo seu tamanho adulto somente na puberdade. Os 
 
 
 
 
seios mais frequentemente comprometidos são o maxilar e 
etmoidal. A etmoide costuma aparecer após os seis meses de 
idade. A infecção maxilar produz manifestações clínicas após o 
primeiro ano de vida. 
A sinusite frontal é rara antes dos 10 anos de idade. 
Os agentes bacterianos mais comuns são: Streptococcus 
pneumoniae, o Haemophilus influenzae não-tipável e a 
Moraxella catarrhalis. 
Agentes infecciosos virais podem estar associados a quadros 
de sinusite. 
Alguns outros fatores estão associados à sinusite, como: 
✓ Outro tipo de obstrução do óstio sinusal (não viral), 
rinite alérgica, rinofaringite viral, adenoidite, 
tabagismo (ativo ou passivo), desvio de septo, corpo 
estranho e tumores nasais, imunodeficiências, asma 
e fibrose cística, atividades de mergulho. 
O início pode ser lento ou súbito. Nas formas leves de sinusite, 
as manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por 
mais de 10 dias ou, após período de melhora clínica, há 
persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e 
secreção nasal purulenta). Esse quadro pode ser 
acompanhado de halitose. 
Costuma haver tosse diurna, com piora à noite. Em alguns 
casos, pode ocorrer febre. Nas formas moderadas a graves, ou 
em crianças maiores, as manifestações citadas podem ser mais 
intensas, acompanhando-se, eventualmente, de edema 
palpebral, cefaleia, prostração, desconforto ou dor, 
espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) 
ou nos dentes. 
Dentre as possíveis complicações, podem ser citadas as 
seguintes: sinusite crônica, osteíte frontal, osteomielite 
maxilar, celulite periorbitária, abscesso orbitário e 
subperiosteal, meningite, trombose de seio cavernoso e sagital 
superior, abscesso epidural, empiema subdural e abscesso 
cerebral. 
Tratamento: 
✓ Repouso inicial, umidificação do ar em lugares muito 
secos. 
✓ Analgésico e antitérmico 
✓ Descongestionantes tópicos ou sistêmicos: não 
existem evidências científicas do seu benefício nesta 
doença 
✓ Antimicrobianos: vários antibióticos de amplo 
espectro podem ser utilizados no tratamento da 
sinusite aguda. 
FARINGOAMIGDALITE AGUDA ESTREPTOCÓCICA 
A faringoamigdalite aguda esptreptocócica (FAE) é uma 
infecção aguda da orofaringe, na maioria das vezes, produzida 
por um estreptococo beta-hemolítico, o Streptococcus 
pyogenes do grupo A. 
Acompanha-se, em geral, de manifestações sistêmicas. 
Acomete com maior freqüência crianças após os cinco anos de 
vida, mas pode ocorrer, não raramente, em menores de três 
anos. Essa estreptococcia é mais comum no final do outono, 
inverno e primavera, nos climas temperados. 
O período de incubação é de dois a cinco dias. 
O meio mais comum de contágio é pelo contato direto com o 
doente, por secreções respiratórias. 
A importância desta doença está no fato de que, além das 
complicações supurativas provocadas diretamente pela 
infecção, ela pode desencadear reações não supurativas 
tardias, como febre reumática (FR) e glomerulonefrite difusa 
aguda (GNDA), conforme o tipo de cepa. 
O início é mais ou menos súbito, com febre alta, dor de 
garganta, prostração, cefaléia calafrios, vômitos e dor 
abdominal. 
Exame Físico: Na inspeção da orofaringe, há congestão intensa 
e aumento de amígdalas, com presença de exsudato purulento 
e petéquias no palato. Ainda pode estar presente adenite 
cervical bilateral. A presença de exantema áspero, macular e 
puntiforme, com sensação de “pele de galinha”, flexuras 
avermelhadas (sinal de Pastia) e palidez perioral (sinal de 
Filatov) são características da escarlatina. 
 
LARINGITE VIRAL AGUDA 
É uma inflamação da porção subglótica da laringe, que ocorre 
durante uma infecção por vírus respiratórios. 
A congestão e edema dessa região acarretam um grau variável 
de obstrução da via aérea. Acomete com maior frequência 
lactentes e pré-escolares, com um pico de incidência aos dois 
anos de idade. 
 A evolução pode ser um pouco lenta, com início do quadro 
com coriza, febrícula e tosse. Em 24-48 horas acentua-se o 
comprometimento da região infraglótica, com obstrução grau 
leve a grave e proporcional dificuldade respiratória. 
A evolução natural, na maioria dos casos, é a persistência do 
quadro obstrutivo da via aérea por 2-3 dias e regressão no final 
de cinco dias. 
O vírus parainfuenza I e II e o vírus sincicial respiratório são 
os agentes causais mais comuns. Adenovírus, influenza A e B 
e vírus do sarampo também podem estar envolvidos. O 
micoplasma, com menor frequência, pode estar envolvido em 
casos agudos de obstruçãode vias aéreas superiores. 
Sintomas: coriza, obstrução nasal, tosse seca e febre baixa. Já 
a evolução pode se apresentar como: tosse rouca, disfonia, 
afonia ou choro rouco e estridor inspiratório. 
 Em casos de obstrução mais grave, surge estridor mais 
intenso, tiragem supra-esternal, batimentos de asa do nariz, 
estridor expiratório e agitação. 
Nos casos extremos, além de intensa dispneia e agitação, 
surgem palidez, cianose, torpor, convulsões, apneia e morte 
 
 
 
 
 
 
CALENDÁRIO VACINAL 
 
 
 
 
CONCEITOS 
IMUNIZAÇÃO: Processo mediante o qual se adquire, de forma 
natural ou artificial, a capacidade de defender-se perante uma 
determinada agressão bacteriana, viral ou parasitária. 
TIPOS DE IMUNIDADE: 
✓ Natural: produzida a partir de infecções clínicas ou 
inaparentes, ou transmitida pelo aleitamento 
materno ou via placentária 
✓ Artificial: decorrente da administração de vacinas, 
soros e imunoglobulinas 
✓ Ativa: estimula o sistema imunológico através do 
contato com microrganismos vivos atenuados, 
microrganismos mortos, frações antigênicas do 
agente agressor ou toxinas 
✓ Passiva: soros e imunoglobulinas que não depende da 
reação imune do indivíduo 
 
VACINA → é uma substância derivada, ou quimicamente 
semelhante, a um agente infeccioso particular, causador de 
doença, esta substância é reconhecida pelo sistema imunitário 
do indivíduo vacinado e suscita da parte deste uma resposta 
que o protege de uma doença associada ao agente. 
TIPOS DE VACINAS 
✓ Vacinação Combinada: Dois agentes ou mais são 
administrados na mesma preparação (DPT, dT e anti-
pólio) 
✓ Vacinação Associada: Misturam-se as vacinas no 
momento da aplicação (Tetravalente) 
✓ Vacinação Simultânea: Duas ou mais vacinas 
administradas em diferentes vias, em um mesmo 
atendimento. 
VIAS DE APLICAÇÃO 
✓ Oral 
✓ Intradérmica (músculo deltóide) 
✓ Subcutânea (músculo deltóide) 
✓ Intramuscular: Região deltóide, glútea, face ântero-
lateral da coxa 
 
 
CALENDÁRIO VACINAL 
 
 
 
 
 
 
BCG 
✓ Composição: bacilos vivos atenuados do 
Mycobacterium bovis; 
✓ Protege contra as formas graves da tuberculose 
✓ Idade de aplicação: ao nascer 
✓ Via de administração: ID, na inserção do deltóide 
direito 
✓ Contraindicações: imunossupressão/AIDS, gravidez e 
peso de nascimento inferior a 2000g 
✓ Esquema vacinal: dose única para a população em 
geral; e dose de reforço para comunicantes de 
hanseníase 
✓ Eventos adversos: abscessos cutâneos frios ou 
quentes, linfadenopatia regional não supurada, 
reação quelóide 
SALK – VIP 
✓ Composição: Contém os 3 tipos de poliovírus 
inativados obtidos em cultura celular; 
✓ Apresentação: forma de solução injetável 
✓ Idade de aplicação: 2, 4 e 6 meses 
✓ Via de administração: Intramuscular, dose de 0,5 ml 
✓ Eventos adversos mais comuns: 
Locais: eritema discreto no local da aplicação; 
Sistêmicos: febre moderada 
SABIN – VOP 
✓ Composição: vírus vivo atenuado 
✓ Via de administração: oral 
✓ Esquema básico: 2 doses de reforço • aos 15 meses e 
4 anos 
✓ Efeitos adversos: déficit motor 
✓ Contra-indicações: Adiar na presença de diarréia 
grave e/ou vômitos intensos. 
 
ROTAVÍRUS 
✓ Composição: vírus atenuado 
✓ Idade de aplicação: 2 meses 
✓ Esquema básico: 2 doses (2 e 4m) 
✓ Reações adversas: mal-estar, diarréia e febre. 
✓ Idade limite para aplicação:1ª dose: 3 meses e 7 dias 
e 2ª dose: 5 meses e 15 dias 
✓ Contra-indicações: Imunodeficiência, uso de 
medicamentos imunossupressores, alergia, doença 
do aparelho gastrointestinal crônica 
✓ Eventos adversos mais comuns: 
Vômitos/regurgitação, invaginação intestinal (com a 
vacina usada anteriormente), dor abdominal, 
obstrução intestinal, náuseas, vômitos 
 
INFLUENZA 
 
 
 
 
✓ Composição: vírus fracionados, ou subunidades, 
obtidos em cultura de ovos embrionados 
✓ Idade de aplicação: 6 meses e 1 reforço na primeira 
dose. 
✓ Via de administração: IM ou SC 
✓ Esquema vacinal: dose única anual, 
preferencialmente no outono, nas regiões de clima 
temperado 
✓ Eventos adversos: dor local, febre, mal-estar e mialgia 
✓ Contraindicações: reação anafilática à proteína do 
ovo ou aos componentes da vacina e doenças febris 
agudas. 
 
FEBRE AMARELA 
✓ Composição: vírus vivos atenuados; 
✓ Idade de aplicação: em áreas endêmicas, a partir de 
6 meses; e em áreas não endêmicas, de 9 a 15 meses 
de idade com reforço aos 4 anos 
✓ Via de administração: SC 
✓ Esquema vacinal: dose única 
✓ Contra-indicações: anafilaxia após ingestão de ovo 
de galinha, e as restrições para formulações com 
vírus vivos 
✓ Eventos adversos: no local, ardência, dor, edema e 
vermelhidão. Podem surgir febre, mialgia e cefaléia. 
 
TRÍPLICE/ TETRA VIRAL 
Protege contra sarampo, rubéola e caxumba/ varicela 
✓ Composição: vírus vivos atenuados 
✓ Idade de aplicação: Tríplice: 12 meses e tetra: 15 
meses 
✓ Via de administração: SC 
✓ Esquema vacinal: dose única, com reforço entre 4 e 6 
anos. 
Atenção especial às mulheres em idade fértil (SRC) 
✓ Contra-indicações: reação anafilática após ingestão 
de ovo de galinha, gravidez, uso de hemoderivados 
nos 3 últimos meses 
✓ Precauções no uso em imunodeprimidos 
 
MENINGO C 
✓ Composição: Polissacarídeo do meningococo C 
conjugado a toxóide tetânico ou CRM197. – 
✓ Via de administração: IM profunda 
✓ Esquema vacinal: 3, 5 meses e reforço aos 12 meses 
✓ Eventos adversos: 
Locais: eritema, enduração e dor 
 Sistêmicos: febre baixa e irritabilidade 
 
PNEUMO 10 VALENTE 
Imunização ativa de crianças de 2 meses a < de 24 meses de 
idade contra doença invasiva e otite média aguda causadas por 
Streptococcus pneumoniae sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 
18C, 19F e 23F. 
✓ Via de Adminitração: IM 
✓ Idade: 2 e 4 meses com reforço aos 12 meses 
✓ Reações Adversa: eritema, endurecimento/edema, 
dor/sensibilidade aumentada no local da injeção, 
diarreia, vômito, febre, redução do apetite, 
sonolência; sono agitado, irritabilidade. 
 
HEPATITE A 
✓ Composição: culturas celulares em fibroblastos 
humanos e inativadas pela formalina. 
✓ Idade de aplicação : 15 meses até 23 meses 
✓ Via de administração: IM 
✓ Esquema vacinal: 2 doses com intervalo de 6 meses 
 
HPV 
Vacina tetravalente recombinante contra o HPV (tipos 6, 11, 
16 e 18) 
✓ Idade: meninas: 9 a 14 anos e meninos: 12, 13 anos. 
✓ Esquema vacinal: 2 doses com intervalo de 6 meses. 
✓ Efeitos adversos: febre, mialgia, prostração. 
 
 
CONTRAINDICAÇÕES VACINAIS 
✓ Pessoas com imunodeficiência congênita ou 
adquirida 
✓ Pessoas com neoplasias malignas 
✓ Pessoas em tratamento com corticosteróides (em 
doses imunossupressoras), outros imunosupressores 
ou radioterapia 
✓ Pacientes submetidas a transfusão de sangue ou 
plasma nos últimos 3 meses 
✓ Gravidez (exceto as indicadas. Ex: tétano, influenza) 
✓ Doenças agudas febris graves 
✓ Recém-nascidos menores de 2.000g 
 
 
DESNUTRIÇÃO 
 
No conceito ampliado da desnutrição, entende-se que o 
estado de deficiência ou excesso tanto de macronutrientes 
quanto de micronutrientes causa desequilíbrio entre o 
suprimento de energia, de nutrientes e a demanda do 
organismo, alterando a garantia na manutenção, no 
crescimento e nas funções metabólicas. Exemplo: uma criança 
obesa com deficiência de ferro também apresenta desnutrição 
por esse conceito. A desnutrição energético-proteica (DEP) 
pode ser classificada como: primária, quando não há outra 
doença associada (relacionada à insegurança alimentar), ou 
secundária, quando há doença relacionada (geralmente por 
baixa ou inadequada ingestão alimentar; por alteração na 
absorção ou por necessidades nutricionais aumentadas e/ou 
perdas aumentadas de nutrientes. 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 
 
 
A desnutrição energético-proteica grave acarreta depleção 
nutricional global do paciente. A diminuição dos estoques de 
glicogênio e gorduras promoverá redução da reserva 
energética, fazendo com que a massa proteica se torne fonte 
de energia. Além da escassez de macronutrientes,há 
deficiência de micronutrientes (vitamina A e E, cobre, 
magnésio, zinco e selênio), contribuindo para a disfunção do 
sistema imune, maior quantidade de radicais livres produzidos 
e redução da síntese de enzimas e proteínas. Dentre as 
complicações clínico-metabólicas mais frequentes da DEP, 
destacam-se a hipoglicemia e hiperglicemia, a hipotermia, a 
desidratação e a doença diarreica. As variações dos níveis 
glicêmicos ocorrem devido à maior produção de glicose a 
partir de outras vias metabólicas, redução da síntese de 
insulina, estímulo à produção do glucagon e aumento da 
epinefrina circulante. Como os estoques de glicogênio são 
consumidos rapidamente, o organismo passa a produzir 
glicose por meio de aminoácidos livres e glicerol proveniente 
dos ácidos graxos, aumentando a neoglicogênese. Com a 
intensificação dessas vias alternativas de produção de glicose 
e a redução crescente dos estoques de macronutrientes, 
torna-se difícil a manutenção adequada dos níveis séricos de 
glicose, levando a um quadro de hipoglicemia (glicemia menor 
que 54mg/dL)(2). 
 
 
 
 
Na ausência de medidas antropométricas, a desnutrição grave 
também pode ser diagnosticada com base na avaliação clínica, 
verificando-se a presença de emagrecimento intenso visível; 
alterações dos cabelos; dermatoses (mais observadas no 
kwashiorkor), hipotrofia muscular (p.ex., na região glútea) e 
redução do tecido celular subcutâneo. 
Com base na antropometria, a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) define desnutrição grave como CB < 11,5 cm, escore Z 
de peso para estatura (ZPE) abaixo de -3, ou pela presença de 
edema nos pés bilateral em crianças com kwashiorkor. Quando 
os recursos estão disponíveis, é preferível avaliar tanto CB 
quanto ZPE. Contudo, na ausência de recursos, a aferição da 
CB é simples e confiável para o diagnóstico de desnutrição 
grave. 
 
A desnutrição grave deve ser diferenciada em duas formas 
clínicas de apresentação com parâmetros bem descritos: 
 
KWASHIORKOR 
 
É um tipo de desnutrição grave causada por deficiência de 
proteínas. 
Caracteriza-se por: 
✓ Alterações de pele (lesões hipercrômicas, 
hipocrômicas ou descamativas) 
✓ Acometimento de cabelos (textura, coloração, 
facilidade de soltar do couro cabeludo) 
✓ Hepatomegalia (esteatose) 
✓ Ascite 
✓ Face de lua 
✓ Edema de membros inferiores e/ou anasarca 
✓ Apatia. 
O edema geralmente é bilateral simétrico, começa nos pés, 
progride para os pés e as mãos baixas e, em casos graves, pode 
envolver a face. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARASMO 
É um tipo de desnutrição grave causada por deficiência de 
energética / calorica 
 
Acomete crianças com emagrecimento acentuado, baixa 
atividade, irritabilidade, atrofia muscular e subcutânea, com 
 
 
 
 
desaparecimento da bola de Bichat (último depósito de 
gordura a ser consumido, localizado na região malar), o que 
favorece o aspecto envelhecido (fáscies senil ou simiesca), com 
costelas visíveis e nádegas hipotróficas. O abdome pode ser 
globoso e raramente com hepatomegalia. 
 
TRATAMENTO 
 
Na desnutrição energético proteica grave, avalia-se a presença 
de complicações clínicas e metabólicas que justifiquem a 
internação hospitalar. 
Didaticamente, a terapia nutricional pode ser dividida em: 
✓ 1ª fase - estabilização: 
Tratar as morbidades associadas com risco de morte, corrigir 
as deficiências nutricionais específicas, reverter 
anormalidades metabólicas, iniciar a alimentação. 
Após estabilização hemodinâmica, hidreletrolítica e 
acidobásica (suporte metabólico), inicia-se a alimentação: 
fornecer no 53 máximo 100 kcal/kg/dia (iniciando com taxa 
metabólica basal acrescida de fator de estresse que varia de 10 
a 30%, fornecendo de 50 a 60 kcal/kg/dia no primeiro dia e 
aumentando de acordo com a avaliação clínica e laboratorial 
da criança), 130 mL/kg/dia de oferta hídrica e 1 a 1,5 g de 
proteína/kg/dia, dieta com baixa osmolaridade (< 280 
mOsmol/L) e com baixo teor de lactose (< 13 g/L) e sódio. 
Se a ingestão inicial for inferior a 60 a 70 kcal/kg/dia, indica-se 
terapia nutricional por sonda nasogástrica. 
De acordo com os dias de internação e a situação clínica da 
criança, são recomendados aumento gradual de volume e 
diminuição gradativa da frequência. 
Nessa fase, pode ser utilizado um preparado alimentar 
artesanal contendo 75 kcal e 0,9 g de proteína/100 mL ou 
fórmula infantil polimérica isenta de lactose. Em situações de 
doenças associadas que cursam com má absorção grave, pode 
ser necessária a utilização de fórmulas extensamente 
hidrolisadas ou à base de aminoácidos. 
Não é prevista recuperação do estado nutricional, e sim sua 
conservação e a estabilização clínico-metabólica. 
 
✓ 2ª fase - reabilitação: 
Progredir a dieta de modo mais intensivo, visando a recuperar 
grande parte do peso perdido, estimular física e 
emocionalmente, orientar a mãe ou cuidador da criança e 
preparar para a alta. Devem ser ofertadas 1,5 vez a 
recomendação de energia para a idade (cerca de 150 
kcal/kg/dia), oferta hídrica de 150 a 200 mL/kg/dia e proteica 
de 3 a 4 g/kg/dia e menor teor de lactose. 
 
Pode ser realizado em hospitais dia ou ambulatórios e tem por 
objetivo prosseguir na orientação, monitoração 
docrescimento (vigilância dos índices peso por estatura e 
estatura por idade) e desenvolvimento da criança, 
especialmente da relação estatura/idade e intensificação do 
trabalho da equipe multiprofissional. 
Esse procedimento permite que a dieta oferecida apresente 
melhor densidade energética, mas compromete o 
fornecimento de minerais e micronutrientes. 
É importante o fornecimento de preparados com 
multivitaminas (1,5 vez a recomendação para crianças 
saudáveis) e de zinco, cobre e ferro. 
 
✓ 3ª fase - acompanhamento (ambulatorial para 
prevenir recaída): 
 
 
 
ENTEROPARASITOSES NA INFANCIA 
 
TENÍASE 
Agente etiológico: Taenia solium e Taenia saginata 
Fisiopatologia: O homem adquire tênia ao ingerir carne crua 
ou mal cozida contendo cisticercos. Os cisticercos são 
liberados durante a digestão da carne e o escólex se 
desenvagina sob a ação da bile, fixando-se no intestino 
delgado. No intestino delgado ela vive, e normalmente o 
hospedeiro alberga apenas um parasita. 
Quadro clínico: Pode apresentar forma assintomática, mas 
alguns pacientes podem apresentar alterações no apetite 
(anorexia ou apetite exagerado), náuseas, vômitos, dor 
abdominal, diarreia, emagrecimento, irritabilidade, fadiga. 
Tratamento: Praziquantel, mebendazol, albendazol. 
 
AMEBÍASE 
Agente etiológico: Entamoeba hystolitica 
Fisiopatologia: O ciclo biológico do parasita apresenta dois 
estágios básicos e bem definidos: Ttofozoítos e cistos. O 
trofozoíto móvel alimenta-se de bactérias e tecidos, reproduz 
e coloniza o lúmen e a mucosa do intestino grosso e, as vezes 
invade tecido e órgãos. Alguns trofozoítos no lúmen do cólon 
se tornam cistos, que são excretados com as fezes. Os cistos 
predominam em fezes formadas e são resistentes à destruição 
no ambiente externo. Podem se disseminar tanto 
diretamente, de pessoa para pessoa, quanto indiretamente, 
por alimentos ou água. A amebíase pode ser transmitida 
sexualmente por contato oral-anal. Trofozoítos de E. 
histolytica podem se aderir e matar células epiteliais do cólon 
e polimorfonucleares (PMN), podendo causar disenteria com 
sangue e muco, mas com poucos PMN nas fezes. Também 
secretam proteases que degradam a matriz extracelular e 
permitem a invasão da parede intestinal e além desta. 
Trofozoítos podem se disseminar via circulação portal e 
provocar abscessos necróticos no fígado. A infecção pode 
disseminar-se por extensão direta do fígado ou, raramente, 
pela corrente sanguínea para pulmões, cérebro e outros 
órgãos. 
Quadro clínico: A maioria das pessoas infectadas é 
assintomática, mas transmite cistos nas fezes cronicamente. 
Os sintomas que ocorrem com a invasão tecidual incluem 
 
 
 
 
diarreia intermitente e constipação intestinal, flatulência e dor 
abdominal em cólica. Pode haver sensibilidadesobre o fígado 
ou o cólon ascendente e as fezes podem conter muco e 
sangue. 
Tratamento: Inicialmente metronidazol ou tinidazol. 
 
GIARDÍASE 
 
 
Descrição: Infecção causada pelo protozoário Giárdia lamblia, 
que pode se apresentar tanto na forma de cisto quanto na 
forma de trofozoíto. 
Causa: Sua forma de infecção se dá pelo contado direto ou 
indireto com as fezes de pessoas infectadas. Na sua forma de 
contagio direto a mão é o principal veículo, pois transporta e 
favorece a ingestão de cistos existentes nos dejetos infectados. 
A contaminação indireta ocorre através da ingestão de água e 
alimentos contaminados. Uma vez dentro de seu hospedeiro, 
este parasita passa por um período de incubação que pode 
durar de uma a quatro semanas. Após este período, ele pode 
agir tanto na forma assintomática (que é a mais comum) 
quanto na sintomática. A complicação mais comum causada 
pela Giardíase é a Síndrome da má absorção - por conta do 
atapetamento! 
Prevenção: O melhor meio de se evitar esta infecção é a 
adoção de medidas preventivas como a ingestão somente de 
água filtrada, saneamento básico, lavar bem as mãos após 
utilizar o banheiro, lavar em água corrente e higienizar frutas, 
legumes e verduras. 
Sintomas: Quando apresenta sintomas, estes geralmente são 
diarréia e dor na região abdominal. Quando a infecção por este 
protozoário se torna crônica, ela geralmente apresenta 
sintomas como fezes amolecidas e gordurosas, distenção 
abdominal, flatulência e anorexia (que pode gerar perda de 
peso e anemia). 
ASCARIDÍASE 
Agente etiológico: Ascaris lumbricoides ''Habitualmente, não 
causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor 
abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Quando há grande 
número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução 
intestinal. Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns 
pacientes apresentam manifestações pulmonares, como 
broncoespasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a 
sindrome de loeffer, que cursa com eosonofilia importante" 
Sintomas: Dor abdominal, flatulência, cólica, diarreia, náuseas, 
vômito e presença de vermes nas fezes. Algumas reações 
como alergias, pneumonia e choque anafilático podem 
ocorrer, embora sejam mais raras. Nas crianças, grandes 
infestações podem causar oclusão intestinal, o que pode, 
inclusive, levar a morte. 
Tratamento: Albendazol, Mebendazol, Ascaridil, Nitozoxanida 
e Panfugan. 
 
OXIURÍASE 
 
Agente Etiológico: Enterobius vermiculares 
Transmissão: 
✓ Autoinfecção externa ou direta: Do anus para a 
cavidade oral, por meio dos dedos, principalmente 
em crianças e adultos com precárias hábitos de 
higiene. 
✓ Autoinfecção indireta: Ovos presentes na poeira ou 
alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os 
eliminou. 
✓ Heteroinfecção: Os ovos presentes na poeira ou 
alimentos atingem um novo hospedeiro 
✓ Retro infecção: Migração das larvas da regiao anal 
para regioes superiores do Intestino grosso, 
chegando até o ceco, onde se tornam adultas. 
✓ Autoinfecção interna: Processo raro no qual as larvas 
eclodem ainda dentro do reto e depois migram até o 
ceco, transformando-se em vermes adultos. 
Fisiopatologia: Uma vez ingeridos, os ovos do parasito 
conseguem atravessar incólumes o estômago e eclodem ao 
chegar ao intestino delgado, liberando as larvas do verme. 
Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e 
migram para o intestino grosso, onde irão habitar 
definitivamente.No intestino grosso, o Trichuris trichiura pode 
viver por até 5 anos. A fêmea do parasito é capaz de colocar 
mais de 20 mil ovos por dia, que serão eliminados pelas fezes, 
dando início a um novo ciclo. 
Sintomas: o mais comum é a coceira anal. Em alguns casos, a 
coceira é intensa e deixa o paciente inquieto e com dificuldade 
de dormir. Os vermes adultos podem migrar para locais além 
do ânus, como a região vaginal. Nas mulheres pode haver 
vulvovaginite (inflamação da vulva e da vagina), coceira e 
corrimento vaginal. 
Diagnóstico: como a eliminação do Enterobius vermicularis 
pelas fezes pode ser errática, ou seja, não apresenta um 
 
 
 
 
calendário regular ou previsível, o exame parasitológico de 
fezes comum não costuma ser positivo para o verme ou seus 
ovos. Com este exame, somente 10% dos pacientes infectados 
conseguem ser diagnosticados. 
A oxiuríase é mais facilmente diagnosticada através do 
método de Graham, no qual se usa uma fita adesiva na pele 
ao redor do ânus para que os ovos localizados nesta região 
adiram à fita. Estes ovos, então, são colocados sobre uma 
lâmina de vidro e visualizados sob um microscópio. 
Material colhido da unha de crianças infectadas também pode 
ser útil para avaliação microscópica, pois frequentemente 
contém ovos de oxiúrus. 
Tratamento: é simples porem deve ser feito 
preferencialmente em todas as pessoas que moram na mesma 
casa. 
✓ Albendazol, 10 mg/kg em dose única, até o máximo 
de 400 mg. Repete-se a dose em duas semanas. 
✓ Pamoato de pirantel, 10 mg/kg, dose única 
 
DIARREIA 
 
Definição: Diarreia é definida como aumento do numero de 
evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes. 
(mudança do padrão habitual nos lactentes). Aumento do 
volume: volume fecal acima de 10mL/Kg/dia. 
 
Classificação quanto ao tempo: 
✓ Diarreia Aguda: Duração de até 14 dias. 
✓ Diarreia Persistente: Duração entre 14 e 30 dias. 
✓ Diarreia Crônica: Duração de mais de 30 dias (> 14 
dias) 
Disenteria: Presença de sangue e muco, tenesmo e urgência 
para defecar. 
 
Quanto formas clínicas: 
✓ Aquosa: Diarreia liquida sem produtos patológicos 
✓ Secretora: Presença de toxinas, fluidos e eletrólitos 
 
✓ Osmótica: Alta osmolaridade no lumem intestinal, 
carreando ‘’água’’ e levando a diarreia. Exemplo: 
Rotavirus 
 
 
 
 
 
 
 
✓ Inflamatória ou Exsudativa: Decorrente de uma 
inflamação, normalmente com muco e sangue 
✓ Motora: Decorrente de anormalidades na motilidade 
gastrointestinal 
 
QUANTO AO LOCAL DE ORIGEM: 
✓ Alta: Ocorre no intestino delgado, a fezes se 
caracteriza como volumosa, evacuação poucas vezes 
ao dia e evolução para síndrome disabsortiva. 
Rotavírus: Recorrente em crianças e lactantes (6 meses- 2 
anos), com produção de secreção tóxica que induz a secreção 
de água, autolimitado em torno de 8 dias, com febre e vômitos 
seguidos de diarreia aquosa. Pode ser diagnosticado por meio 
do teste de PCR e ELISA. A ação viral consiste na descamação 
das microvilosidades e deslocamento de células e criptas, 
reduzindo a absorção de glicose/água e eletrólitos 
✓ Baixa: Ocorre no cólo, caracteriza-se como fezes de 
pouca quantidade, evacuação várias vezes ao dia, 
tenismo e urgência fecal. 
Shigella: Invadem as células M e replicam-se intracelularmente 
nas células do cólo, causando a clássica diarreia invasiva 
colônica (disenteria), pode precipitar a síndrome Hemolítica 
Urêmica. 
Salmonela: A colonização pode ser assintomática ou levando a 
quadros de febre entérica (tifoide), enterites e bacteremias. 
Consiste na ingestão de alimentos contaminados pela bactéria, 
esta então é fagocitada por macrófagos e replicam-se no 
citoplasma do enterócito podendo propagar-se para células 
vizinhas. 
 
https://www.mdsaude.com/bulas/albendazol/
 
 
 
 
Principais etiologias 
 
 
QUADRO CLINICO 
✓ Sinais e sintomas: No geral, é dor abdominal, febre, 
vômito e nauseas, geralmente é autolimitada, 
duração de 2 a 14 dias. 
 
DIAGNÓSTICO 
✓ Anamnese: Idade, duração, frequência e volume das 
fezes, sintomas associados. 
✓ Excluir as causas não infecciosas de diarreia aguda: 
uso recente de medicações (laxativos, antiácidos, 
antibióticos), ingestão de bebidas alcoólicas, excesso 
de bebidas lácteas; 
✓ Onde o paciente reside, condições sanitárias do local, 
história de viagem recente a lugares endêmicos ou 
não endêmicos. 
✓ Portador de uma doença que pode estar relacionada 
com o quadro ou pode interferir no manejo da 
diarreia (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, 
doenças cardíacas, doenças hepáticas, doenças

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