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CIRCULAÇÃO FETAL E NEONATAL O sistema circulatório fetal funciona como se fosse duas bombas interligadas funcionando em paralelo, e após o nascimento, o arranjo dos ventrículos faz com que a circulação neonatal funcione como uma conexão em série Durante o período de transição, a circulação fetal necessita sofrer modificações para se tornar uma circulação neonatal. Desde o início do desprendimento materno, com o pinçamento do cordão umbilical, as principais modificações são o desaparecimento da circulação placento-fetal, aumento do fluxo sanguíneo pulmonar e fechamento dos shunts. Quando o cordão umbilical é clampeado e o neonato tem sua primeira respiração, a resistência vascular sistêmica aumenta e o fluxo de sangue através do ducto arterioso declina. A maior parte do débito ventricular direito flui através dos pulmões favorecendo o retorno venoso pulmonar para o átrio esquerdo. Em resposta a um volume sanguíneo aumentado no coração e nos pulmões, a pressão atrial esquerda se eleva. Combinada com a resistência sistêmica elevada, essa elevação de pressão resulta em fechamento funcional do forame oval. Dentro de vários meses, o forame oval sofre fechamento anatômico. A instalação do esforço respiratório e os efeitos do aumento da pressão parcial de oxigênio arterial causam uma constrição do ducto arterioso, que fecha funcionalmente 15 a 24 horas após o nascimento. Em torno da terceira a quarta semana, esse desvio sofre fechamento anatômico. O clampeamento do cordão umbilical para o fluxo sanguíneo através do ducto venoso, fechando funcionalmente essa estrutura. O ducto venoso se fecha anatomicamente em torno da primeira ou segunda semana. Após o nascimento, a veia e as artérias umbilicais não mais transportam o sangue e se obliteram. O fechamento funcional das estruturas cardíacas fetais (forame oval, canal arterial e ducto venoso), acontece progressivamente, e completa-se em torno de um a dois dias de vida, sendo que o fechamento anatômico pode durar semanas. Devido aos shunts fetais se fecharem funcionalmente antes de se fecharem anatomicamente, podem ocorrer aberturas intermitentes dessas estruturas, ocorrendo passagem de sangue não oxigenado do lado direito para o esquerdo do coração, levando o recém-nascido a apresentar uma cianose transitória e com o choro, aumenta a pressão da veia cava e átrio direito, que leva ao aparecimento de sopros. Durante a gravidez, o feto tem seu sangue oxigenado e gás carbônico eliminado através da placenta, uma vez que seus pulmões estão inativos. Logo após a expulsão, o recém-nascido deve estabelecer sua respiração através dos alvéolos, substituindo o líquido pulmonar por ar atmosférico de maneira apropriada no primeiro minuto de vida. No decorrer da 24ª e 30ª semana de gestação, é produzido surfactante pelas células alveolares, que diminui a tensão superficial, evitando o colabamento dos alvéolos ao término da expiração. Por esse processo, o surfactante faz com que as trocas gasosas sejam facilitadas, a pressão para a insuflação necessária para abertura das vias respiratórias diminuída, a complacência pulmonar melhorada e o esforço respiratório reduzido. Antes do evento do nascimento, o pulmão permanece repleto de líquido e recebe de 10 a 15% do débito cardíaco total. O início da função respiratória é estabelecida por estímulos químicos, térmicos, físicos e sensoriais, como dor e luminosidade, sendo que a primeira respiração deve ocorrer dentro de 20 segundos após o parto. Após os primeiros minutos de vida, com a expulsão e reabsorção do líquido presente nos pulmões, este enche-se de ar e o fluxo sanguíneo aumenta consideravelmente, cerca de oito a dez vezes. Com a compressão do tórax ao passar pelo canal vaginal, cerca de um terço do líquido pulmonar, é expelido pela boca e nariz, e os dois terços restantes são absorvidos pela circulação pulmonar e sistema linfático, dentro de 6 a 24 horas após o nascimento. Após o nascimento, com a compressão mecânica do tórax e expulsão do líquido pulmonar, ocorre uma descompressão do tórax, criando-se assim, uma pressão negativa que traz o ar para dentro dos pulmões. A completa expansão pulmonar e distribuição do ar pelos alvéolos ocorre quando o recém-nascido chora, porque o choro cria uma pressão intratorácica positiva, mantendo os alvéolos abertos e forçando o restante do líquido pulmonar para os capilares pulmonares e sistema linfático. Após as primeiras respirações, o recém-nascido assume sua atividade ventilatória e de oxigenação, com a substituição do espaço antes ocupado pelos fluidos pulmonares por ar atmosférico. CONDUTA DO RN NA SALA DE PARTO Importância do atendimento adequado ao RN na sala de parto para a sociedade: OBJETIVO DIMINIUIR A MORTALIDADE INFANTIL Redução da mortalidade neonatal por causas evitáveis: • Pré natal adequado • Boas praticas durante o trabalho de parto e parto • Cuidados adequados aos neonatos no pós parto imediato Fatores que devem ser levados em consideração para uma sala de parto adequada: 1º fator: Promover um pré natal adequado, afinal reduz o indice de morbimortalidade ao nascimento • Prevenção de infecções neonatais • Diminuição do ↓baixo peso ao nascer • Diminuição da taxa de prematuridade • Diminuição da taxa de asfixia neonatal Atenção sobre: toxoplasmose, sífilis, hiv – importância de uma anamnese adequada, para saber o que nos espera dentro dessa sala de parto Classificação do RN e Atenção ao RN em sala de parto Importancia em classificar pois se é pré termo ou pós termo, afinal são os extremos que requer maior cuidado. Quanto ao TEMPO: PRÉ TERMO Menos de 37 semanas completas (menor que 259 dias) de gestação A TERMO ≥ 37 semanas e ‹ 42 semanas PÓS TERMO ≥ 42 semanas Quanto ao PESO: Extremo Baixo Peso < 1000 gramas Muito baixo peso < 1500 gramas PIG (baixo peso) < 2500 gramas AIG (peso adequado) Entre 2500 e 4000 g GIG (peso elevado) Acima de 4000 g Todas estas informações são passíveis de se sabe antes, para que não sejamos surpreendidos, sempre informar a familia. Tipos de Parto • Normal Importância no clearence pulmonar ao nascer, com liberações hormonais que irão facilitar a respiração da criança • Cesariana A OMS conclui após avaliação sistematizada que: 1. A cesárea é uma intervenção efetiva para salvar a vida de mães e bebês, porém apenas quando indicada por motivos médicos. Indicações: como macrossomia; situações transversa; herpes genital ativo; hiv positivo; descolamento prematuro de placenta; desproporção pélvica. Transição da vida uterina para extrauterina ✓ Passagem pelo canal de parto ✓ Interrupção da circulação placentária ✓ Mudança da Circulação fetal para a extra uterina ✓ Início da ventilação pulmonar ✓ Trabalho respiratório ✓ Choque térmico ✓ Fim do suprimento energético Desenvolvimento Pulmonar Fetal Lembrar que o pulmão vai amadurecendo conforme os trimestres gestacionais, o bebe só esta preparado depois da 27 semana onde temos bronquilos, antes disto não temos bronquilos, com isso temos o aprimoramento celular, onde a produção de surfactante para pneumocitos tipo I e tipo II, porem o pulmão esta devidamente preparado para oxigenar somente depois 34 semanas. 1. Estágio embrionário 2. Estagio pseudoglanglionar 3. Estagio canicular 4. Estagio de saco terminal Parto Normal X Parto Cesariano Quando a mãe entra em trabalho de parto inicia a liberação de hormônios como vasopressina, aldosterona, glicorcotides que inibem a produção do liquido pela mucosa pulmonar, com isso preparando a criança para a eliminação do liquido pulmonar e para receber o oxigênio. 35% do liquido pulmonar sai durante dias antes do nascimento; 30% sai durante o trabalho de parto O restante é clareado no pós parto pelo surfactante Preparo para a assistência ao RN na Sala de Parto • Disponibilidade do materialde atendimento • Realização da anamnese materna • Presença de equipe treinada em reanimação neonatal Ambiente em que acontecerá o parto Equipe Treinada Considerando-se a frequência elevada da necessidade de realização de algum procedimento de reanimação no RN e a rapidez com que tais manobras devem ser iniciadas, é fundamental que pelo menos um profissional capaz de iniciar de forma adequada a reanimação neonatal esteja presente durante todo o parto. Quando se antecipa o nascimento de um concepto de alto risco, podem ser necessários dois a três profissionais treinados e capacitados para reanimar o RN de maneira rápida e efetiva. Mas afinal, o que determina a necessidade de reanimação? Respiração e Frequência cardíaca Toda vez que isto não estiver adequado sinal de necessidade de reanimação, o RN deve respirar de maneira regular e suficiente para manter a FC ACIMA DE 100 BMP Saturação nos primeiros minutos de vida ✓ Até 5 minutos → 70 – 80% ✓ 5 minutos – 10 minutos → 80 – 90% ✓ >10 minutos → 85 – 95% 3 Perguntas – Avaliação da Vitalidade Fetal: ✓ Gestação a termo? ✓ Respirando ou chorando? ✓ Tônus muscular bom? se sim para todas as perguntas, RN com boa vitalidade não necessita de reanimação Clampeamento tardio do cordão umbilical 1 a 3 minutos Depois da extração completa da cavidade uterina. O neonato pode ser posicionado no abdome ou tórax materno durante esse período. Escala de Apgar Escala de Apgar não possui a função de estabelecer se existe a necessidade de reanimação, primeiramento é preciso definir a reanimação no PRIMEIRO MINUTO, agora o Apgar é realizado após o 1º minuto de vida! Deve ser aplicado no 1º e no 5º minuto Se o Apgar do 1 e 5 minutos mantiver baixo de 7, continuar realizado a escala durante 10,15 e 20 minutos. Desfecho da Sala de Parto • Identificar o RN • Medidas antropométricas: peso, estatura, perímetro cefálico, perímetro torácico e perímetro abdominal • Realizar Vitamina K • Anotar na carteira de vacina ou no prontuário do RN – ficha de atendimento neonatal • Alojamento Conjunto PRINCIPIOS DO ALOJAMENTO CONJUNTO Trata-se de um sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Tal sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho. A permanência do recém-nascido sadio com sua mãe, com a prática de ações que configuram o sistema conhecido como "Alojamento Conjunto", tem por vantagens: ✓ estimular e motivar o aleitamento materno, de acordo com as necessidades da criança, tornando a amamentação mais fisiológica e natural. A amamentação precoce provoca a contração do útero e de seus vasos, atuando como profilaxia das hemorragias pós-parto; ✓ Favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do aleitamento materno, e sua manutenção por tempo mais prolongado; ✓ Fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, através do relacionamento precoce; ✓ Permitir a observação constante do recém-nato pela mãe, o que a faz conhecer melhor seu filho e possibilitar a comunicação imediata de qualquer anormalidade; ✓ Oferecer condições à enfermagem de promover o treinamento materno, através de demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao recém- nascido e à puérpera; ✓ Manter intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a criança e os demais membros da família; ✓ Diminuir o risco de infecção hospitalar; ✓ Facilitar o encontro da mãe com o pediatra por ocasião das visitas médicas para o exame do recém- nascido, possibilitando troca de informações entre ambos; ✓ Desativar o berçário para recém-nascidos normais, cuja área poderá ser utilizada de acordo com outras necessidades do hospital. Recomenda-se uma equipe multiprofissional treinada, constituída por: a) Enfermagem: ✓ 1 enfermeiro para 30 binômios; ✓ 1 auxiliar para 8 binômios; b) Médicos: ✓ 1 obstetra para 20 mães; ✓ 1 pediatra para 20 crianças. c) Outros Profissionais: ✓ assistente social; ✓ psicólogo; ✓ nutricionista. ASFIXIA NEONATAL Apneia CENTRAL → o esforço respiratório cessa totalmente, sem associação com causas obstrutivas e de fluxo aéreo. ✓ Apneia primaria: o RN sofre um período de falta de oxigênio, inicia um período de respiração rápida e se mantem a asfixia, ocorre para respiratória e bradicardia. ✓ Apneia secundária: se a asfixia persiste vai ocorrer gasping, bradicardia e hipotensão, acidose respiratória. Se a criança sofre qualquer hipoxia dentro do útero, por qualquer razão, estamos realizando o acompanhamento, isso ainda dentro do útero e observa bradicardia sabemos que ela esta em hipoxia. O que acontece? Inicialmente faz uma respiração rápida para conseguir aspirar para reter o máximo de oxigênio. No primeiro momento é considerada primaria, pois ocorre somente bradicardia. Se acaso demora muito, considera secundaria causando acidose, hipotensão, considerada secundaria, sendo mais difícil para reverter, sendo necessário a intervenção MECANISMO DA ICTERICIA FISIOLOGICA FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA: A hemoglobina a partir do sistema reticulo endotelial ocorre a fagocitose e sua dissociação em globina e grupamento heme. Esse heme, através da heme-oxigenase, vai ser convertida em biliverdina. Essa biliverdina pela ação da biliverdina redutase vai converter e biliverdina em bilirrubina não conjugada (lipossolúvel), também chamada de indireta. Essa se liga com a albumina e vai para o plasma. Até o momento temos uma bilirrubina não conjugada andando no plasma. A partir deste momento três etapas importantes para acontecer: captação, conjugação e excreção. Esses três processos tem envolvimento do fígado. Mecanismo da ictericia neonatal A icterícia neonatal é definida como coloração amarela da pele e das escleróticas. Na primeira semana de vida cerca de 60% dos RN de termo ficam ictéricos e nos pré- termo pode chegar aos 80. O RN devido à ausência de enzimas bacterianas no intestino que reduzem a bilirrubina conjugada para estercobilinogéneos e permitem a sua excreção e presença da -glucoronidase que permite a desconjugação da bilirrubina conjugada, apresenta uma circulação entero-hepática. A bilirrubina em níveis baixos (in vitro) é um antioxidante que pode ser benéfico nos RN carentes neste período da vida de outros anti-oxidantes endogenos (vitamina E e outras enzimas anti-oxidantes). Níveis séricos de bilirrubina elevados podem provocar toxicidade no sistema nervoso central (in vivo). A bilirrubina não conjugada, não ionizada, é lipofílica e pode atravessar a barreira hemato-encefálica, provocando lesão das células do sistema nervoso central e morte celular. A neurotoxicidade não se correlaciona diretamente com o valor total da bilirrubina sérica. A maioria da bilirrubina em circulação está ligada à albumina e uma pequena fração circula não ligada à albumina (bilirrubina livre). Acredita-se que os efeitos neurotóxicos da bilirrubina são devidos à bilirrubina livre. A ligação bilirrubina/albumina depende da concentração de ambas e da afinidade da ligação. A fração da bilirrubina não ligada (bilirrubina livre) aumenta significativamente quando se aproxima da capacidade de ligação da bilirrubina à albumina. Esta capacidade de ligação da bilirrubina à albumina também é influenciada por alguns fatores, podendo estar diminuida: acidose, sepsis, hipoxia, hipoalbuminemia, prematuridade, idade pós-natal (< 3 dias) e algumas drogas (ex. cefalosporinas). No RN de termo hiperbilirrubinemia superior a 25-30 mg/dl está associada a um risco aumentado de disfunção neurológica, devido à passagem da bilirrubina através da barreira hemato-encefálicae deposição nas células do cérebro, conduzindo à apoptose e necrose. Não estão descritos casos de Kernicterus para valores de bilirrubina < 20 mg/dl e são raros para valores entre 20 e 25 mg/dl. A hiperbilirrubinemia, na maioria das vezes não traduz patologia subjacente, definindo-se como icterícia fisiológica. As causas de hiperbilirrubinemia no RN de termo e pré-termo são as mesmas: ✓ Aumento da produção de bilirrubina (2-3X maior que no adulto): os RN têm maior número de glóbulos rubros (hematócrito 60-70%) e a sua semivida é menor (aproximadamente 85 dias). ✓ Diminuição da clearance da bilirrubina por imaturidade enzimática (ao 7º dia a actividade da glucoruniltransferase uridino difosfoglucorunato (UGT) é 1% da do adulto). ✓ Aumento da circulação entero-hepática. Estas alterações fisiológicas resultam no aumento ligeiro da bilirrubina não-conjugada em quase todos os RN. No RN de termo de raça caucasiana e afro-americana o pico de bilirrubina ocorre entre as 48 e 96 horas de idade. A icterícia clínica é detectada quando a bilirrubina sérica se aproxima de 5 a 7 mg/dl sendo evidente na face (nariz) e pode haver progressão para o tronco e extremidades. Zona de Krammer As zonas de Kramer estabelecem as zonas dérmicas da progressão da icterícia com os valores de bilirrubina total (BT), porém é importante lembrar que a estimativa visual pode levar erros, principalmente, em crianças pardas ou negras. Sinais de alerta: ✓ Icterícia além da 1ª semana de vida no recém- nascido de termo (RNT) e da 2ª semana de vida no recém nascido pré-termo (RNPT) . ✓ O aumento da bilirrubina direta (BD maior do que 1,5 a 2,0 mg/dl) sugere a colestase neonatal, cujas causas comuns são a atresia das vias biliares e a hepatite neonatal. TESTE DE TRIAGEM NEONATAL TESTE DO OLHINHO É a verificação da coloração naturalmente vermelha do fundo do olho do recém-nascido. É um teste rápido que pode ser realizado pelo pediatra na própria maternidade. Por vezes há necessidade que seja repetido por um especialista em caso de exame duvidoso. A criança não nasce sabendo enxergar, ela vai aprender assim como aprenderá a sorrir, falar, engatinhar e andar. Para isso, as estruturas do olho precisam estar normais, principalmente as que são transparentes. O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. Ele deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê e se trata de uma luz direcionada ao olho da criança a uma distância de 20 centímetros, que deve refletir um tom vermelho semelhante ao observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada. TESTE DO PEZINHO Coleta: Idealmente entre o 3º e 5º dia, não deve ser inferior a 48 horas da amamentação e nunca superior a ↑ 30 dias. Trata-se de ação preventiva que visa facilitar o diagnóstico precoce de certas doenças, reduzindo ou eliminando o risco de sequelas associadas ao atraso no reconhecimento e tratamento dessas condições. Toda criança nascida em território nacional tem o direito à triagem neonatal (Teste do Pezinho). Mas, para que este alcance o seu objetivo primordial de detectar algumas doenças que podem causar sequelas graves ao desenvolvimento e crescimento, o teste deve ser feito no momento e da forma adequados. O momento para a coleta, preferencialmente, não deve ser inferior a 48 horas de alimentação proteica (amamentação) e nunca superior a 30 dias, sendo o ideal entre o 3º e o 5º dia de vida. As gestantes devem ser orientadas, ao final de sua gestação, sobre a importância do teste do pezinho e procurar um posto de coleta ou um laboratório indicado pelo pediatra dentro deste prazo. Os diferentes estados brasileiros encontram-se em distintas fases de implantação. Quanto maior a fase, maior o número de doenças triadas: ✓ Fase I:Hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria; ✓ Fase II:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e hemoglobinopatias; ✓ Fase III:Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística. ✓ Fase IV: Hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias, fibrose cística e hiperplasia adrenal congênita. Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. Um resultado alterado não implica em diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando de exames confirmatórios TESTE DO CORAÇÃOZINHO Através de um equipamento especial, o oxímetro de pulso, de forma indolor é estimada a concentração de oxigênio no sangue, dessa forma sendo capaz de detectar problemas cardíacos congênitos complexos que desde o nascimento afetam a concentração sanguínea de oxigênio. Deve-se realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal. Local de aferição: membro superior direito e em um dos membros inferiores. Para a adequada aferição, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo. Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior. Resultado anormal: Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior, uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes. TESTE DA LINGUINHA É eficaz, rápido e não dói. Língua presa é uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada. Ela está presente desde o nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, que deveria ter 9 desaparecido durante o desenvolvimento do bebê na gravidez, permanece na parte de baixo da língua, limitando seus movimentos. O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa que podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar. O teste da linguinha deve ser realizado por um profissional da área da saúde qualificado, como por exemplo, o fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua do bebê para verificar se a língua está presa, e também observar o bebê chorando e sugando. O exame não tem contraindicações. Recomenda-se que a avaliação do frênulo da língua seja inicialmente realizada na maternidade. LESÕES DE PELE ✓ Fenômeno de Arlequim: presença de uma linha que delimita metade do corpo com eritema (vermelhidão) e outro com coloração normal, geralmente é benigno, tem causa desconhecida mas sugere algum grau de instabilidade na circulação vasomotora. ✓ Milium sebáceo: é caracterizado por pequenos pontos brancos localizados na base do nariz, queixo e testa, devido a presença de glândulas sebáceas obstruídas em função de hormônios maternos, porém não tem importância clínica e desaparece em poucas semanas. ✓ Manchas Mongólicas: são manchas azul- acinzentadas, que se localizam na região próxima aos glúteos e no dorso, devido a imaturidade da pele na migração das células com melanina (responsável pela coloração normal da pele), geralmente está associado a fatores raciais. ✓ Eritema tóxico: geralmente aparece nos primeiros dias de vida, tendo causa desconhecida e regridem espontaneamente, apresentam-se como lesões eritematosas multiformes. ✓ Impetigo: é um tipo de infecção causada por um patógenoconhecido por Staphylococcus aureus, que inicia-se como lesões simples eritematosas, mas que em poucos dias transformam-se em vesículas que podem criar pus ou tornar-se bolhas, que quando se rompem formam crostas amarelo-amarronzadas e podem facilmente contaminar outras crianças. O tratamento pode ser realizado com cremes antibióticos. ✓ Hemangiomas: são formas vasculares mais extensas e elevadas que podem ter algum significado patológico e por isso devem ser investigadas. ✓ Máculas vasculares: são manchas com coloração salmão e que desaparecem à pressão, geralmente desaparecem em alguns meses e não tem importância clínica DERMATITE DE FRALDA Incluem-se nas dermatites de áreas de fraldas: ✓ as erupções causadas pelo contato direto com a fralda, como a dermatite irritativa primária e a dermatite de contato alérgica ao material plástico da fralda; ✓ as dermatites exacerbadas devido ao uso da fralda; ✓ aquelas que ocorrem nessa localização, mas que não estão relacionadas com o uso da fralda. Quanto às fezes e urina, apesar da amônia liberada na degradação bacteriana da ureia urinária, não constituir a causa primária da dermatite da área das fraldas, pode atuar como fator agravante em pele previamente lesionada. A ureia é convertida por bactérias em amônia, que eleva o pH cutâneo. Sabe-se ainda que a exposição prolongada da pele à urina aumenta a permeabilidade a substâncias irritantes. As fezes das crianças contêm quantidades importantes dessas enzimas digestivas proteolíticas e lipolíticas que, quando em contato prolongado com a superfície cutânea coberta pela fralda, causam alterações consideráveis na barreira epidérmica. Uma das situações clínicas que evidencia esse fato é a diarreia, em que o contato com as fezes é prolongado. Já o aumento da temperatura local causado pela dificuldade que a fralda impõe de perspiração da pele subjacente, leva à vasodilatação e, consequentemente, à inflamação Clinicamente a dermatite de fralda é a afecção cutânea mais frequente na primeira infância e caracteriza-se por pápulas salientes e firmes, de coloração vermelho escura ou violácea, que sucedem uma fase vésico erosivoulcerativa. As ulcerações são ovais ou redondas, com fundo raso e de configuração crateriforme. Esse tipo de dermatite pode regredir com atrofia e hiperpigmentação. O tratamento médico da dermatite da área das fraldas irritativa primária consiste em medidas simples, aplicadas de acordo com a gravidade e o tipo de dermatite. A orientação médica principal na dermatite da fralda é a preventiva, que consiste na escolha adequada da fralda, frequência de trocas, limpeza e uso de produtos de barreira (vaselina, lanolina e óxido de zinco) a fim de reduzir o contato da pele com a urina e as fezes. A higienização deve ser frequente, mas não excessiva nem agressiva (fricção), e pode ser feita com sabão de coco ou sabonetes neutros. O mais importante consiste no aumento da frequência de trocas e na utilização de fraldas superabsorventes. Devem-se evitar, também, fraldas de pano que permitem maior contato da urina e fezes com a pele e exigem medidas de eliminação de micro-organismos (lavagem com sabão e fervura). É recomendável, na limpeza da área da fralda, lavar em água corrente para melhor remoção de resíduos e uma possibilidade é o uso até três vezes ao dia de compressas frias com solução de Burow 1:30, que confere efeito calmante, antisséptico e secativo. AMAMENTAÇÃO ANATOMIA DA MAMA A mama é formada por tecido glandular, tecido fibroso de sustentação, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos integrados. Está localizada na tela subcutânea sobre os músculos peitorais maiores e menores. Seu desenvolvimento se dá principalmente durante o período da puberdade por volta dos 8-15 anos e caracteriza pelo aumento glandular, aureolar, papilar e deposição de gordura. Na puberdade o estrogênio irá estimular os ductos lactíferos, brotos terminais e estroma adiposo, enquanto a progesterona será responsável pelo processo apoptóticos de brotos terminais (lactíferos conjunto de alvéolos) a sofrerem processo de apoptose, contribuindo assim para a renovação de brotos antigos por novos. A mama é formada histologicamente por 15-20 lóbulos mamários, cada lóbulo é constituído de alvéolos mamários que se conectam através de um ducto lactífero, estes se encontram formando os seios lactíferos onde é armazenado o leite inicial, até sua ejeção pela papila mamária. A papila mamária se consiste de um esfíncter com fibras musculares dispostas de forma circular, cada alvéolo por sua vez é circundado por células mioepiteliais que ajudaram na ejeção de leite. Durante a lactação o estimula da sucção na mama ou até mesmo o psicológico, como pensar em amamentar estimula a liberação de prolactina por nervos espinhais que vão até o hipotálamo, este estimula a liberação de TRH, Ocitocina e VIP, levando a liberação de PRL pela hipófise, sendo a ocitocina o principal estimulador na liberação de PRL. Já a dopamina atua diretamente inibindo a secreção de PRL, consequentemente de leite. CONCEITOS Aleitamento materno → quando a criança recebe leite materno diretamente da mãe ou ordenhado, independentemente de estar recebendo outro alimento, incluindo outro leites. Aleitamento materno exclusivo → quando a bebê recebe leite materno diretamente da mãe ou ordenhado e nenhum liquido ou solido, à exceção de gotas ou xaropes de vitaminas, suplementos ou medicamentos. Aleitamento materno predominante → quando o lactente recebe além do leite materno, água ou bebidas à base de água, como suco de frutas ou chás, mas não recebe outro leite. BOA AMAMENTAÇÃO Boa posição: • O pescoço do bebê está ereto ou um pouco curvado para trás, sem estar distendido • O corpo da criança está voltado para o corpo da mãe • A barriga do bebê está encostada na barriga da mãe • Todo o corpo do bebê recebe sustentação • O bebê e a mãe devem estar confortáveis Boa pega: • A boca está bem aberta • O queixo está tocando o seio • Lábio inferior virado para fora • Há mais aréola visível acima da boca do que abaixo Ao amamentar, a mãe não sente dor no mamilo LEITE MATERNO A amamentação propicia vários benefícios para a mãe e o pai e o bebê leite materno é um fluido biológico com alto teor nutricional para o recém-nascido e deve ser o único alimento para este durante um certo período de tempo. O leite materno é um alimento exclusivo para o lactente. Assim sendo, contém todos os nutrientes, proteínas, açúcar, gordura e vitaminas que o pequeno necessita por 6 meses para crescer e se desenvolver com saúde. O leite contém equilíbrio dos nutrientes e ajuda o bebê a manter o peso adequado. O leite humano contém todos os nutrientes necessários para uma nutrição adequada do bebê, diminui as chances de alergias, reduz o risco de hipertensão, diabetes, obesidade, além de evitar diarreia e infecções respiratórias. O leite humano apresenta algumas composições químicas que irão possibilitar o fornecimento adequado das necessidades nutricionais do lactente. Este, na sua fase inicial, colostro, é rico em proteínas e anticorpos, que é seguida pela secreção de um leite intermediário, antes de se obter um leite maduro. O leite animal, especialmente o de vaca, deve sofrer alterações para se tornar mais adequado às necessidades do lactente. Em sua composição possui uma quantidade três vezes maior de proteínas e o dobro de caseína que faz com que após a sua ingestão se forme um coágulo de difícil digestão para o bebê. Um dos maiores benefícios que o leite materno oferece são os anticorpos, os quais fortalece o sistema imunológico. Deste modo, diminuem as possibilidades de que o bebê possa contrair algum tipo de infecção do ouvido, respiratória, urinária ou gastrointestinal (diarreia infantil). As possibilidades de morte subida também são reduzidas, assim como apossibilidade que o lactante desenvolva algum tipo de alergia, como a asma. Além disso, o leite materno é o alimento melhor assimilado pelo sistema corporal, o que acaba produzindo menos gases e reduzindo o mal-estar. Outra importante vantagem são os ácidos graxos que contém no leite materno, os quais ajudam no desenvolvimento do sistema nervoso. O leite sofre mudanças e adaptações de acordo com o crescimento do lactante, por exemplo, durante os primeiros dias, logo após o parto, o leite é amarelo, grosso e se chama colostro. Possui uma grande quantidade de proteínas e substâncias para o sistema de imunidade. O leite humano se trata de um fluido nutritivo que atende as necessidades energéticas básicas do recém nascido. Este possui em sua composição proteínas, como a lactoferrina (importante na captação de ferro e inibição bacteriana), caseína, lisozimas (dissacaridases), mucina, seroalbumina, taurina e cistina, todos essenciais para o desenvolvimento corporal e imunológico, auxiliando na formação da microbiota natural do corpo humano. Os principais componentes lipídicos, consistem no ácido linoleico e palmítico, além do colesterol, esses são essenciais para a formação de reserva energética, composição celular (membrana plasmática) e bainha de mielina (mielinização). Os principais fatores imunológicos são a presença de anticorpos IgA, IgM e IgG (principal), sistema complemento, lipases, fagócitos (neutrófilos e macrófagos), linfócitos T e B, além de outros compostos como a Lactoperoxidase (oxidação bacteriana), fator bífidus ( importante para colonização de lactobacillus bífidos), ferro, eletrólitos, cálcio, açucares, vitaminas C, D, K e complexo B. Dentre as vitaminas, a vitamina C apresenta maior biodisponibilidade se comparada com o leite bovino, sendo importante catalizador enzimático que auxilia no processo de digestão proteica. Esta divido em 3 etapas: ✓ Colostro: leite produzido 1º - 5º dia pós-parto, possui uma cor translúcida e caracteriza pela maior concentração proteica e fatores imunológicos para o período inicial do RN, apresenta baixo teor energético. ✓ Transição: Em termos de concentração, ocorre um equilíbrio entre proteínas e lipídeos, já apresenta teor energético razoável, é secretado do 6º - 10º dia em média. ✓ Maduro: > 10º dias, apresenta maior concentração lipídica, consiste no período que o lactante recupera e começa a ganhar peso corporal, acumulando reservas energéticas. PUERICULTURA É a arte de promover e proteger a saúde das crianças, através de uma atenção integral, compreendendo a criança como um ser em desenvolvimento com suas particularidades. Apesar de ser uma especialidade iniciada em princípio na Pediatria, leva em conta a criança, sua família e o entorno, analisando o conjunto bio-psico-sócio-cultural, sendo também fundamental no acompanhamento das crianças as equipes da Estratégia da Saúde da Família. Tem como objetivo acolher a todas as crianças, dando assistência de forma integrada, realizando a vigilância do crescimento e desenvolvimento e monitorando os fatores de risco ao nascer e evolutivos; estimulando o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e complementado com alimentação da família, até os dois anos de vida; garantindo a aplicação das vacinas do esquema básico de imunização e garantindo assim um atendimento de qualidade. ATENDIMENTO DE PUERICULTURA: - Ganho de peso - Ganho de altura - Alimentação e suplementações vitamínicas de rotina - Desenvolvimento: motor, cognitivo e emocional (incluindo relações interpessoais e desempenho escolar) - Imunizações - Funcionamento gastrointestinal e gênito urinário - Qualidade de sono - Atividade física x tempo de telas - Contato com a natureza - Prevenção de acidentes PERIODICIDADE DAS CONSULTAS EXAME FÍSICO Estado geral, ganho de peso, comprimento e perímetro cefálico, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura, pressão arterial (se necessário e a partir de 3 anos de idade de rotina, anualmente); exame da cabeça, palpação das fontanelas e suturas, olhos, implantação das orelhas, otoscopia, exame da orofaringe, pescoço, tórax, abdome, genitália, membros, gânglios, pulsos e perfusão periférica; desenvolvimento neuropsicomotor e realizar as manobras de Ortolani e Barlow nos primeiros 3 meses de vida (avaliar displasia do desenvolvimento do quadril). Depois dos 3 meses, a limitação da abdução dos quadris, assimetria de pregas na pele (nádegas ou região inguinal) e o encurtamento de um dos membros inferiores, indicam a possibilidade de luxação displásica do quadril. MANOBRA DE ORTOLANI Objetivo reduzir o quadril luxado – com a criança despida, em decúbito dorsal horizontal estabiliza-se a pelve com uma das mãos, segura-se o membro inferior com a outra posicionando a ponta do dedo indicador sobre o grande trocanter. Realizam- se a flexão e abdução do quadril. Sente-se um estalido no local do indicador, significando a redução da cabeça do fêmur no acetábulo. Manobra de Barlow: teste provocativo, ou seja, tem a finalidade de luxar um quadril instável – com a criança despida, em decúbito dorsal horizontal, estabiliza-se a pelve com uma das mãos, fletindo e aduzindo o quadril oposto e aplicando uma força posterior. Após a liberação da força, geralmente o quadril volta à posição normal CAPURRO É utilizado para determinar a IG quando as mães desconhecem a data da última menstruação (DUM) e não realizaram a ultrassonografia gestacional precoce (até 14 semanas). Os métodos citados acima (DUM e USG transvaginal precoce) possuem uma precisão maior Realizado após o nascimento da criança, o método ou escore de Capurro avalia o desenvolvimento de cinco fatores para determinar a idade gestacional do recém-nascido, são eles: textura da pele, pregas plantares, glândulas mamárias, formação do mamilo e formação da orelha. Cada um dos itens possui um nível de desenvolvimento de acordo com a IG. A pontuação (P) somada dos fatores deve ser acrescida de 204. O resultado desse cálculo será dividido por 7, obtendo assim o número de semanas da idade gestacional. IG = (P + 204)/7 NEW BALLARD Para obter um resultado com maior precisão, o exame físico do bebê deve ser realizado entre 12 e 20 horas após o nascimento ele avalia seis parâmetros neurológicos e seis físicos. Nesse método, o resultado é obtido com a soma simples da pontuação correspondente a todos os parâmetros avaliados. Na tabela abaixo, nós correlacionamos a idade gestacional (semanas e dias) à somatória encontrada. REFLEXOS PRIMITIVOS Os reflexos primitivos são respostas automáticas e estereotipadas a um determinado estímulo externo. Estão presentes ao nascimento mas devem ser inibidos ao longo dos primeiros meses, quando surgem os reflexos posturais. Sua presença mostra integridade do sistema nervoso central; entretanto, sua persistência mostra disfunção neurológica. REFLEXO DE MORO É desencadeado por queda súbita da cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se extensão e abdução dos membros superiores seguida por choro. SUCÇÃO REFLEXA É desencadeado pela estimulação dos lábios. Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de disfunção neurológica grave. Reflexo de busca É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca. Observa-se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa do mesmo. REFLEXO TÔNICO-CERVICAL ASSIMÉTRICO (REFLEXO DO ESGRIMISTA) É desencadeado por rotação da cabeça enquanto a outra mão do examinador estabiliza o tronco do RN. Observa-se extensão do membro superior ipsilateral à rotação e flexão do membro superior contralateral. A resposta dos membros inferiores obedece ao mesmo padrão, mas é mais sutil. PREENSÃO PALMAR É desencadeado pela pressão da palma da mão. Observa-se flexão dos dedos. PREENSÃO PLANTARÉ desencadeado pela pressão da base dos artelhos. Observa- se flexão dos dedos. MARCHA REFLEXA É desencadeado por inclinação do tronco do RN após obtenção do apoio plantar. Observa-se cruzamento das pernas, uma à frente da outra. REFLEXO DE GALANT É desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral. Observa-se encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Devem ser avaliados em todas as consultas e registrados na carteira da criança. Como forma de descriçao do resultado, considera-se: Os marcos do desenvolvimento variam de acordo com a idade da criança: Como exemplos os prinicipais do primeiro ao 6 mês: ALIMENTAÇÃO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA Importancia dos 1000 dias começar na gravidez é exatamente porque a gestação impacta na saúde física e emocional do feto. Sabe-se, por exemplo, que a alimentação da mãe durante esse período ajuda a determinar o paladar e o olfato do bebê, uma vez que as nuances de sabor passam para o líquido amniótico. Além disso, o desenvolvimento neurológico também é muito intenso na vida intrauterina e pode sofrer a influência de fumo, drogas e medicamentos ingeridos pela mãe. Quando a gestante fuma, por exemplo, o cordão umbilical se estreita para evitar que o bebê seja contaminado pelo cigarro. Só que, assim, o bebê também acaba recebendo menos nutrientes. Alimentação na gestação A alimentação adequada ao longo do período gestacional exerce papel determinante sobre os desfechos relacionados à mãe e bebê. Contribui para prevenção de uma série de ocorrências negativas, assegura reservas biológicas necessárias ao parto e pós-parto, garante substrato para o período da lactação, como também favorece o ganho de peso adequado de acordo com o estado nutricional pré-gestacional. Ressalta-se que a inadequação do ganho de peso durante a gestação tem sido apontada como fator de risco tanto para a mãe quanto para a criança, contribuindo para a elevação da prevalência de uma série de problemas.O ganho de peso na gestação deve ser suficiente para promover o desenvolvimento fetal completo e também para armazenar nutrientes adequados no organismo materno para o aleitamento. Nenhuma mulher deve perder peso durante a gravidez, independente do seu Índice de Massa Corporal (IMC) antes de engravidar. No caso de gestação de feto único, o ganho de peso (Kg) recomendado é: ✓ Gestantes com baixo peso pré-gestacional: 15,0kg (média); ✓ Gestantes com peso adequado pré-gestacional (eutróficas): 12,5Kg (média); ✓ Gestantes com sobrepeso pré-gestacional: 9,0Kg (média); ✓ Gestantes com obesidade pré-gestacional: 7,0Kg (média). ALIMENTAÇÃO ADEQUADA INTRODUÇÃO ALIMENTAR Até o 6 mês, aleitamento materno exclusivo! Aos 6 meses Iniciar a papa de frutas; Horários: 9h e 15 h Oferecer 1 fruta por vez; Observar a aceitação de cada fruta; Dar preferência para frutas da época; Manter o aleitamento materno/formula infantil 6 meses e 15 dias Iniciar a 1º papa de principal e as demais acima; Horário: 11 h; Manter o aleitamento materno/formula infantil 7 e 8 meses Iniciar a 1º papa de principal e as demais acima; Horário: 11 h; Manter o aleitamento materno/formula infantil 9 meses Gradativamente, passar para a refeição da família com ajuste da consistência 12 meses Comida da família Observar adequações INTRODUÇÃO DA FRUTA • Oferecer um tipo de fruta em determinado horário; • Em forma de papa (não bater no liquidificador) • Respeitar as características regionais PAPA PRINCIPAL • Óleo vegetal • NÃO adicionar SAL • NÃO utilizar temperos industrializados • Deve ser amassada • Oferecida em colher adequada • 2-3 colheres rasas até 15-20 colheres cheias Antes de 1 ano não oferecer: sal, açúcar, doces, leite de vaca e derivados, sucos e mel. DOZE PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Crianças menores de 2 anos ✓ PASSO 1. Amamentar até os 2 anos ou mais, oferecendo somente leite materno até os 6 meses. ✓ PASSO 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno a partir dos 6 meses. ✓ PASSO 3. Oferecer água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. ✓ PASSO 4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. ✓ PASSO 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança de até 2 anos de idade. ✓ PASSO 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados. ✓ PASSO 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família. ✓ PASSO 8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família. ✓ PASSO 9. Prestar atenção aos sinais de fome e de saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição. ✓ PASSO 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família. ✓ PASSO 11. Oferecer alimentação adequada e saudável também fora de casa. ✓ PASSO 12. Proteger a criança da publicidade dos alimentos INFECÇÕES DE VIAS AEREAS SUPERIORES NA INFANCIA As IVAS são a causa mais comum de crianças atendidas por infecção respiratória aguda. As dificuldades observadas na prática clínica em relação ao diagnóstico diferencial e etiológico de determinadas IVAS e o uso, muitas vezes abusivo, de antimicrobianos. As infecções virais normalmente são quadros de desenvolvimento progressivo e regresso rápido, já a bacteriana têm-se sintomas súbitos com regressão patológica mais lenta. RINOFARINGITE AGUDA Este termo abrange quadros como o do resfriado comum e ainda outros englobados sob a denominação de rinite viral aguda. É a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais comum da infância. Crianças menores de cinco anos podem ter de cinco a oito episódios por ano. Esta situação é causada quase que exclusivamente por vírus. Entre as centenas deles, os mais freqüentes são rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus e outros mais raros. Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, pode ocorrer obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária, permitindo, por vezes, a instalação de infecção bacteriana secundária (sinusite e otite média aguda). Alguns agentes etiológicos, como o VSR e o adenovírus, podem estar associados à evolução para infecção de vias aéreas inferiores. A rinofaringite pode iniciar com dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, tosse seca e febre de intensidade variável, podendo ser mais alta em menores de cinco anos. Alguns pacientes com essa infecção têm o seu curso sem a presença de febre. Determinados tipos de vírus podem também causar diarréia. Durante a evolução, pode surgir: ✓ Em lactentes: inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e dificuldade respiratória por obstrução nasal em lactentes mais jovens; ✓ Em crianças maiores: cefaléia, mialgias, calafrios. Ao exame físico, percebe-se congestão da mucosa nasal e faríngea e hiperemia das membranas timpânicas. Algumas complicações bacterianas podem ocorrer durante infecções respiratórias virais, Sugerem a ocorrência de alguma delas: ✓ Persistência de febre além de 72 horas, recorrência de hipertermia após este período, ou prostração mais acentuada. ✓ Surgimento de dificuldade respiratória (taquipneia, retrações ou gemência) indicam a possibilidade de bronquiolite aguda, pneumonia ou laringite. As complicações bacterianas mais frequentes são otite média aguda e sinusite. O diagnóstico de rinofaringite é essencialmente clínico. A identificação de vírus é desnecessária. Em algumas situações de importância epidêmica, pode ser conveniente a pesquisa de vírus respiratórios para melhor controle, ou prevenção, por parte da autoridade sanitária. Tratamento feitomediante repouso no período febril, hidratação, dieta conforme aceitação, higiene, desobstrução nasal, umidificação do ambiente, antitérmico e analgésico. RINOSSINUSITE AGUDA A rinossinusite aguda é uma infecção das cavidades nasais e dos seios da face que pode ter origem viral ou bacteriana. Conhecida também como “resfriado”, a rinossinusite viral (resfriado comum) é extremamente frequente até os sete anos de idade, podendo ocorrer de seis a dez vezes ao ano, nesta faixa etária. Menos de 10% das infecções virais evoluem para uma rinossinusite aguda bacteriana. Sinais e Sintomas: ✓ Nos primeiros dois ou três dias da rinossinusite viral aguda, os sintomas são obstrução nasal, dor de garganta, espirros, coriza clara e inapetência (falta de apetite), frequentemente associados com febre. Medicamentos podem ser úteis, nesta fase. ✓ Após o terceiro dia, a febre, a dor de garganta e a inapetência tendem a desaparecer, a secreção nasal fica mais espessa, podendo ficar verde ou amarela; a tosse e a obstrução nasal persistem. Este quadro pode se estender por cerca de dez dias, mas a criança melhora progressivamente. Tratamento: É feito mediante antitérmicos, hidratação e repouso. O uso de antibióticos não é recomendado, somente em casos bacterinos, porque não agem contra os vírus. As lavagens nasais com soro fisiológico auxiliam a diminuir a obstrução nasal e a tosse decorrentes da secreção nasal. OTITE MÉDIA AGUDA A otite média é definida como uma inflamação da orelha média, independente de etiologia ou patogênese específicas. Uma vez que todos os espaços pneumatizados do osso temporal são contíguos, a inflamação da orelha média pode envolver também outros três espaços pneumatizados: mastóide, ápice petroso e células perilabirínticas. Diagnóstico: Considerar o diagnóstico otite média aguda (OMA) em dor de ouvido e otorréia: em bebês e crianças até 4 anos de idade também na presença de sintomas gerais (ver anamnese), mesmo sem (evidências de) dor de ouvido ou otorréia. Anamnese: ✓ Dor de ouvido, otorréia, perda auditiva, uni- ou bilateral. ✓ Sintomas gerais: febre, irritabilidade, agitação noturna, dor abdominal, vômitos, diarréia, diminuição na ingestão de líquidos e alimentos, sonolência ✓ Sintomas de uma infecção respiratória superior: tosse, coriza, dor de garganta. ✓ Gravidade, duração e evolução dos sintomas. ✓ Episódios anteriores de OMA nos últimos doze meses. ✓ Presença de tubo de ventilação na membrana do tímpano ✓ Fatores de risco para complicações :idade < 2 anos, os antibióticos podem encurtar a duração da dor ou febre. Tratamento: ✓ Recomendar em todos os casos analgesia; ✓ Instruir os responsáveis pela criança a entrar em contato se o estado da criança piorar ou se não houver melhora. Tratamento antimicrobiano é indicado quando em criança gravemente doente ou se o estado piorar; o em risco de complicações. SINUSITE AGUDA Pode ser definida como infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração menor de 30 dias, no qual os sintomas desaparecem completamente. Os seios maxilares e etmoidais já estão presentes no recém- nascido, mas são de tamanho muito reduzido durante os primeiros dois anos de vida, o que torna discutível a indicação de estudo radiológico antes desta idade. Os seios frontais e esfenoidais desenvolvem-se após os quatro anos de idade, atingindo seu tamanho adulto somente na puberdade. Os seios mais frequentemente comprometidos são o maxilar e etmoidal. A etmoide costuma aparecer após os seis meses de idade. A infecção maxilar produz manifestações clínicas após o primeiro ano de vida. A sinusite frontal é rara antes dos 10 anos de idade. Os agentes bacterianos mais comuns são: Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não-tipável e a Moraxella catarrhalis. Agentes infecciosos virais podem estar associados a quadros de sinusite. Alguns outros fatores estão associados à sinusite, como: ✓ Outro tipo de obstrução do óstio sinusal (não viral), rinite alérgica, rinofaringite viral, adenoidite, tabagismo (ativo ou passivo), desvio de septo, corpo estranho e tumores nasais, imunodeficiências, asma e fibrose cística, atividades de mergulho. O início pode ser lento ou súbito. Nas formas leves de sinusite, as manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por mais de 10 dias ou, após período de melhora clínica, há persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e secreção nasal purulenta). Esse quadro pode ser acompanhado de halitose. Costuma haver tosse diurna, com piora à noite. Em alguns casos, pode ocorrer febre. Nas formas moderadas a graves, ou em crianças maiores, as manifestações citadas podem ser mais intensas, acompanhando-se, eventualmente, de edema palpebral, cefaleia, prostração, desconforto ou dor, espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) ou nos dentes. Dentre as possíveis complicações, podem ser citadas as seguintes: sinusite crônica, osteíte frontal, osteomielite maxilar, celulite periorbitária, abscesso orbitário e subperiosteal, meningite, trombose de seio cavernoso e sagital superior, abscesso epidural, empiema subdural e abscesso cerebral. Tratamento: ✓ Repouso inicial, umidificação do ar em lugares muito secos. ✓ Analgésico e antitérmico ✓ Descongestionantes tópicos ou sistêmicos: não existem evidências científicas do seu benefício nesta doença ✓ Antimicrobianos: vários antibióticos de amplo espectro podem ser utilizados no tratamento da sinusite aguda. FARINGOAMIGDALITE AGUDA ESTREPTOCÓCICA A faringoamigdalite aguda esptreptocócica (FAE) é uma infecção aguda da orofaringe, na maioria das vezes, produzida por um estreptococo beta-hemolítico, o Streptococcus pyogenes do grupo A. Acompanha-se, em geral, de manifestações sistêmicas. Acomete com maior freqüência crianças após os cinco anos de vida, mas pode ocorrer, não raramente, em menores de três anos. Essa estreptococcia é mais comum no final do outono, inverno e primavera, nos climas temperados. O período de incubação é de dois a cinco dias. O meio mais comum de contágio é pelo contato direto com o doente, por secreções respiratórias. A importância desta doença está no fato de que, além das complicações supurativas provocadas diretamente pela infecção, ela pode desencadear reações não supurativas tardias, como febre reumática (FR) e glomerulonefrite difusa aguda (GNDA), conforme o tipo de cepa. O início é mais ou menos súbito, com febre alta, dor de garganta, prostração, cefaléia calafrios, vômitos e dor abdominal. Exame Físico: Na inspeção da orofaringe, há congestão intensa e aumento de amígdalas, com presença de exsudato purulento e petéquias no palato. Ainda pode estar presente adenite cervical bilateral. A presença de exantema áspero, macular e puntiforme, com sensação de “pele de galinha”, flexuras avermelhadas (sinal de Pastia) e palidez perioral (sinal de Filatov) são características da escarlatina. LARINGITE VIRAL AGUDA É uma inflamação da porção subglótica da laringe, que ocorre durante uma infecção por vírus respiratórios. A congestão e edema dessa região acarretam um grau variável de obstrução da via aérea. Acomete com maior frequência lactentes e pré-escolares, com um pico de incidência aos dois anos de idade. A evolução pode ser um pouco lenta, com início do quadro com coriza, febrícula e tosse. Em 24-48 horas acentua-se o comprometimento da região infraglótica, com obstrução grau leve a grave e proporcional dificuldade respiratória. A evolução natural, na maioria dos casos, é a persistência do quadro obstrutivo da via aérea por 2-3 dias e regressão no final de cinco dias. O vírus parainfuenza I e II e o vírus sincicial respiratório são os agentes causais mais comuns. Adenovírus, influenza A e B e vírus do sarampo também podem estar envolvidos. O micoplasma, com menor frequência, pode estar envolvido em casos agudos de obstruçãode vias aéreas superiores. Sintomas: coriza, obstrução nasal, tosse seca e febre baixa. Já a evolução pode se apresentar como: tosse rouca, disfonia, afonia ou choro rouco e estridor inspiratório. Em casos de obstrução mais grave, surge estridor mais intenso, tiragem supra-esternal, batimentos de asa do nariz, estridor expiratório e agitação. Nos casos extremos, além de intensa dispneia e agitação, surgem palidez, cianose, torpor, convulsões, apneia e morte CALENDÁRIO VACINAL CONCEITOS IMUNIZAÇÃO: Processo mediante o qual se adquire, de forma natural ou artificial, a capacidade de defender-se perante uma determinada agressão bacteriana, viral ou parasitária. TIPOS DE IMUNIDADE: ✓ Natural: produzida a partir de infecções clínicas ou inaparentes, ou transmitida pelo aleitamento materno ou via placentária ✓ Artificial: decorrente da administração de vacinas, soros e imunoglobulinas ✓ Ativa: estimula o sistema imunológico através do contato com microrganismos vivos atenuados, microrganismos mortos, frações antigênicas do agente agressor ou toxinas ✓ Passiva: soros e imunoglobulinas que não depende da reação imune do indivíduo VACINA → é uma substância derivada, ou quimicamente semelhante, a um agente infeccioso particular, causador de doença, esta substância é reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado e suscita da parte deste uma resposta que o protege de uma doença associada ao agente. TIPOS DE VACINAS ✓ Vacinação Combinada: Dois agentes ou mais são administrados na mesma preparação (DPT, dT e anti- pólio) ✓ Vacinação Associada: Misturam-se as vacinas no momento da aplicação (Tetravalente) ✓ Vacinação Simultânea: Duas ou mais vacinas administradas em diferentes vias, em um mesmo atendimento. VIAS DE APLICAÇÃO ✓ Oral ✓ Intradérmica (músculo deltóide) ✓ Subcutânea (músculo deltóide) ✓ Intramuscular: Região deltóide, glútea, face ântero- lateral da coxa CALENDÁRIO VACINAL BCG ✓ Composição: bacilos vivos atenuados do Mycobacterium bovis; ✓ Protege contra as formas graves da tuberculose ✓ Idade de aplicação: ao nascer ✓ Via de administração: ID, na inserção do deltóide direito ✓ Contraindicações: imunossupressão/AIDS, gravidez e peso de nascimento inferior a 2000g ✓ Esquema vacinal: dose única para a população em geral; e dose de reforço para comunicantes de hanseníase ✓ Eventos adversos: abscessos cutâneos frios ou quentes, linfadenopatia regional não supurada, reação quelóide SALK – VIP ✓ Composição: Contém os 3 tipos de poliovírus inativados obtidos em cultura celular; ✓ Apresentação: forma de solução injetável ✓ Idade de aplicação: 2, 4 e 6 meses ✓ Via de administração: Intramuscular, dose de 0,5 ml ✓ Eventos adversos mais comuns: Locais: eritema discreto no local da aplicação; Sistêmicos: febre moderada SABIN – VOP ✓ Composição: vírus vivo atenuado ✓ Via de administração: oral ✓ Esquema básico: 2 doses de reforço • aos 15 meses e 4 anos ✓ Efeitos adversos: déficit motor ✓ Contra-indicações: Adiar na presença de diarréia grave e/ou vômitos intensos. ROTAVÍRUS ✓ Composição: vírus atenuado ✓ Idade de aplicação: 2 meses ✓ Esquema básico: 2 doses (2 e 4m) ✓ Reações adversas: mal-estar, diarréia e febre. ✓ Idade limite para aplicação:1ª dose: 3 meses e 7 dias e 2ª dose: 5 meses e 15 dias ✓ Contra-indicações: Imunodeficiência, uso de medicamentos imunossupressores, alergia, doença do aparelho gastrointestinal crônica ✓ Eventos adversos mais comuns: Vômitos/regurgitação, invaginação intestinal (com a vacina usada anteriormente), dor abdominal, obstrução intestinal, náuseas, vômitos INFLUENZA ✓ Composição: vírus fracionados, ou subunidades, obtidos em cultura de ovos embrionados ✓ Idade de aplicação: 6 meses e 1 reforço na primeira dose. ✓ Via de administração: IM ou SC ✓ Esquema vacinal: dose única anual, preferencialmente no outono, nas regiões de clima temperado ✓ Eventos adversos: dor local, febre, mal-estar e mialgia ✓ Contraindicações: reação anafilática à proteína do ovo ou aos componentes da vacina e doenças febris agudas. FEBRE AMARELA ✓ Composição: vírus vivos atenuados; ✓ Idade de aplicação: em áreas endêmicas, a partir de 6 meses; e em áreas não endêmicas, de 9 a 15 meses de idade com reforço aos 4 anos ✓ Via de administração: SC ✓ Esquema vacinal: dose única ✓ Contra-indicações: anafilaxia após ingestão de ovo de galinha, e as restrições para formulações com vírus vivos ✓ Eventos adversos: no local, ardência, dor, edema e vermelhidão. Podem surgir febre, mialgia e cefaléia. TRÍPLICE/ TETRA VIRAL Protege contra sarampo, rubéola e caxumba/ varicela ✓ Composição: vírus vivos atenuados ✓ Idade de aplicação: Tríplice: 12 meses e tetra: 15 meses ✓ Via de administração: SC ✓ Esquema vacinal: dose única, com reforço entre 4 e 6 anos. Atenção especial às mulheres em idade fértil (SRC) ✓ Contra-indicações: reação anafilática após ingestão de ovo de galinha, gravidez, uso de hemoderivados nos 3 últimos meses ✓ Precauções no uso em imunodeprimidos MENINGO C ✓ Composição: Polissacarídeo do meningococo C conjugado a toxóide tetânico ou CRM197. – ✓ Via de administração: IM profunda ✓ Esquema vacinal: 3, 5 meses e reforço aos 12 meses ✓ Eventos adversos: Locais: eritema, enduração e dor Sistêmicos: febre baixa e irritabilidade PNEUMO 10 VALENTE Imunização ativa de crianças de 2 meses a < de 24 meses de idade contra doença invasiva e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F. ✓ Via de Adminitração: IM ✓ Idade: 2 e 4 meses com reforço aos 12 meses ✓ Reações Adversa: eritema, endurecimento/edema, dor/sensibilidade aumentada no local da injeção, diarreia, vômito, febre, redução do apetite, sonolência; sono agitado, irritabilidade. HEPATITE A ✓ Composição: culturas celulares em fibroblastos humanos e inativadas pela formalina. ✓ Idade de aplicação : 15 meses até 23 meses ✓ Via de administração: IM ✓ Esquema vacinal: 2 doses com intervalo de 6 meses HPV Vacina tetravalente recombinante contra o HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) ✓ Idade: meninas: 9 a 14 anos e meninos: 12, 13 anos. ✓ Esquema vacinal: 2 doses com intervalo de 6 meses. ✓ Efeitos adversos: febre, mialgia, prostração. CONTRAINDICAÇÕES VACINAIS ✓ Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida ✓ Pessoas com neoplasias malignas ✓ Pessoas em tratamento com corticosteróides (em doses imunossupressoras), outros imunosupressores ou radioterapia ✓ Pacientes submetidas a transfusão de sangue ou plasma nos últimos 3 meses ✓ Gravidez (exceto as indicadas. Ex: tétano, influenza) ✓ Doenças agudas febris graves ✓ Recém-nascidos menores de 2.000g DESNUTRIÇÃO No conceito ampliado da desnutrição, entende-se que o estado de deficiência ou excesso tanto de macronutrientes quanto de micronutrientes causa desequilíbrio entre o suprimento de energia, de nutrientes e a demanda do organismo, alterando a garantia na manutenção, no crescimento e nas funções metabólicas. Exemplo: uma criança obesa com deficiência de ferro também apresenta desnutrição por esse conceito. A desnutrição energético-proteica (DEP) pode ser classificada como: primária, quando não há outra doença associada (relacionada à insegurança alimentar), ou secundária, quando há doença relacionada (geralmente por baixa ou inadequada ingestão alimentar; por alteração na absorção ou por necessidades nutricionais aumentadas e/ou perdas aumentadas de nutrientes. FISIOPATOLOGIA A desnutrição energético-proteica grave acarreta depleção nutricional global do paciente. A diminuição dos estoques de glicogênio e gorduras promoverá redução da reserva energética, fazendo com que a massa proteica se torne fonte de energia. Além da escassez de macronutrientes,há deficiência de micronutrientes (vitamina A e E, cobre, magnésio, zinco e selênio), contribuindo para a disfunção do sistema imune, maior quantidade de radicais livres produzidos e redução da síntese de enzimas e proteínas. Dentre as complicações clínico-metabólicas mais frequentes da DEP, destacam-se a hipoglicemia e hiperglicemia, a hipotermia, a desidratação e a doença diarreica. As variações dos níveis glicêmicos ocorrem devido à maior produção de glicose a partir de outras vias metabólicas, redução da síntese de insulina, estímulo à produção do glucagon e aumento da epinefrina circulante. Como os estoques de glicogênio são consumidos rapidamente, o organismo passa a produzir glicose por meio de aminoácidos livres e glicerol proveniente dos ácidos graxos, aumentando a neoglicogênese. Com a intensificação dessas vias alternativas de produção de glicose e a redução crescente dos estoques de macronutrientes, torna-se difícil a manutenção adequada dos níveis séricos de glicose, levando a um quadro de hipoglicemia (glicemia menor que 54mg/dL)(2). Na ausência de medidas antropométricas, a desnutrição grave também pode ser diagnosticada com base na avaliação clínica, verificando-se a presença de emagrecimento intenso visível; alterações dos cabelos; dermatoses (mais observadas no kwashiorkor), hipotrofia muscular (p.ex., na região glútea) e redução do tecido celular subcutâneo. Com base na antropometria, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define desnutrição grave como CB < 11,5 cm, escore Z de peso para estatura (ZPE) abaixo de -3, ou pela presença de edema nos pés bilateral em crianças com kwashiorkor. Quando os recursos estão disponíveis, é preferível avaliar tanto CB quanto ZPE. Contudo, na ausência de recursos, a aferição da CB é simples e confiável para o diagnóstico de desnutrição grave. A desnutrição grave deve ser diferenciada em duas formas clínicas de apresentação com parâmetros bem descritos: KWASHIORKOR É um tipo de desnutrição grave causada por deficiência de proteínas. Caracteriza-se por: ✓ Alterações de pele (lesões hipercrômicas, hipocrômicas ou descamativas) ✓ Acometimento de cabelos (textura, coloração, facilidade de soltar do couro cabeludo) ✓ Hepatomegalia (esteatose) ✓ Ascite ✓ Face de lua ✓ Edema de membros inferiores e/ou anasarca ✓ Apatia. O edema geralmente é bilateral simétrico, começa nos pés, progride para os pés e as mãos baixas e, em casos graves, pode envolver a face. MARASMO É um tipo de desnutrição grave causada por deficiência de energética / calorica Acomete crianças com emagrecimento acentuado, baixa atividade, irritabilidade, atrofia muscular e subcutânea, com desaparecimento da bola de Bichat (último depósito de gordura a ser consumido, localizado na região malar), o que favorece o aspecto envelhecido (fáscies senil ou simiesca), com costelas visíveis e nádegas hipotróficas. O abdome pode ser globoso e raramente com hepatomegalia. TRATAMENTO Na desnutrição energético proteica grave, avalia-se a presença de complicações clínicas e metabólicas que justifiquem a internação hospitalar. Didaticamente, a terapia nutricional pode ser dividida em: ✓ 1ª fase - estabilização: Tratar as morbidades associadas com risco de morte, corrigir as deficiências nutricionais específicas, reverter anormalidades metabólicas, iniciar a alimentação. Após estabilização hemodinâmica, hidreletrolítica e acidobásica (suporte metabólico), inicia-se a alimentação: fornecer no 53 máximo 100 kcal/kg/dia (iniciando com taxa metabólica basal acrescida de fator de estresse que varia de 10 a 30%, fornecendo de 50 a 60 kcal/kg/dia no primeiro dia e aumentando de acordo com a avaliação clínica e laboratorial da criança), 130 mL/kg/dia de oferta hídrica e 1 a 1,5 g de proteína/kg/dia, dieta com baixa osmolaridade (< 280 mOsmol/L) e com baixo teor de lactose (< 13 g/L) e sódio. Se a ingestão inicial for inferior a 60 a 70 kcal/kg/dia, indica-se terapia nutricional por sonda nasogástrica. De acordo com os dias de internação e a situação clínica da criança, são recomendados aumento gradual de volume e diminuição gradativa da frequência. Nessa fase, pode ser utilizado um preparado alimentar artesanal contendo 75 kcal e 0,9 g de proteína/100 mL ou fórmula infantil polimérica isenta de lactose. Em situações de doenças associadas que cursam com má absorção grave, pode ser necessária a utilização de fórmulas extensamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos. Não é prevista recuperação do estado nutricional, e sim sua conservação e a estabilização clínico-metabólica. ✓ 2ª fase - reabilitação: Progredir a dieta de modo mais intensivo, visando a recuperar grande parte do peso perdido, estimular física e emocionalmente, orientar a mãe ou cuidador da criança e preparar para a alta. Devem ser ofertadas 1,5 vez a recomendação de energia para a idade (cerca de 150 kcal/kg/dia), oferta hídrica de 150 a 200 mL/kg/dia e proteica de 3 a 4 g/kg/dia e menor teor de lactose. Pode ser realizado em hospitais dia ou ambulatórios e tem por objetivo prosseguir na orientação, monitoração docrescimento (vigilância dos índices peso por estatura e estatura por idade) e desenvolvimento da criança, especialmente da relação estatura/idade e intensificação do trabalho da equipe multiprofissional. Esse procedimento permite que a dieta oferecida apresente melhor densidade energética, mas compromete o fornecimento de minerais e micronutrientes. É importante o fornecimento de preparados com multivitaminas (1,5 vez a recomendação para crianças saudáveis) e de zinco, cobre e ferro. ✓ 3ª fase - acompanhamento (ambulatorial para prevenir recaída): ENTEROPARASITOSES NA INFANCIA TENÍASE Agente etiológico: Taenia solium e Taenia saginata Fisiopatologia: O homem adquire tênia ao ingerir carne crua ou mal cozida contendo cisticercos. Os cisticercos são liberados durante a digestão da carne e o escólex se desenvagina sob a ação da bile, fixando-se no intestino delgado. No intestino delgado ela vive, e normalmente o hospedeiro alberga apenas um parasita. Quadro clínico: Pode apresentar forma assintomática, mas alguns pacientes podem apresentar alterações no apetite (anorexia ou apetite exagerado), náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, emagrecimento, irritabilidade, fadiga. Tratamento: Praziquantel, mebendazol, albendazol. AMEBÍASE Agente etiológico: Entamoeba hystolitica Fisiopatologia: O ciclo biológico do parasita apresenta dois estágios básicos e bem definidos: Ttofozoítos e cistos. O trofozoíto móvel alimenta-se de bactérias e tecidos, reproduz e coloniza o lúmen e a mucosa do intestino grosso e, as vezes invade tecido e órgãos. Alguns trofozoítos no lúmen do cólon se tornam cistos, que são excretados com as fezes. Os cistos predominam em fezes formadas e são resistentes à destruição no ambiente externo. Podem se disseminar tanto diretamente, de pessoa para pessoa, quanto indiretamente, por alimentos ou água. A amebíase pode ser transmitida sexualmente por contato oral-anal. Trofozoítos de E. histolytica podem se aderir e matar células epiteliais do cólon e polimorfonucleares (PMN), podendo causar disenteria com sangue e muco, mas com poucos PMN nas fezes. Também secretam proteases que degradam a matriz extracelular e permitem a invasão da parede intestinal e além desta. Trofozoítos podem se disseminar via circulação portal e provocar abscessos necróticos no fígado. A infecção pode disseminar-se por extensão direta do fígado ou, raramente, pela corrente sanguínea para pulmões, cérebro e outros órgãos. Quadro clínico: A maioria das pessoas infectadas é assintomática, mas transmite cistos nas fezes cronicamente. Os sintomas que ocorrem com a invasão tecidual incluem diarreia intermitente e constipação intestinal, flatulência e dor abdominal em cólica. Pode haver sensibilidadesobre o fígado ou o cólon ascendente e as fezes podem conter muco e sangue. Tratamento: Inicialmente metronidazol ou tinidazol. GIARDÍASE Descrição: Infecção causada pelo protozoário Giárdia lamblia, que pode se apresentar tanto na forma de cisto quanto na forma de trofozoíto. Causa: Sua forma de infecção se dá pelo contado direto ou indireto com as fezes de pessoas infectadas. Na sua forma de contagio direto a mão é o principal veículo, pois transporta e favorece a ingestão de cistos existentes nos dejetos infectados. A contaminação indireta ocorre através da ingestão de água e alimentos contaminados. Uma vez dentro de seu hospedeiro, este parasita passa por um período de incubação que pode durar de uma a quatro semanas. Após este período, ele pode agir tanto na forma assintomática (que é a mais comum) quanto na sintomática. A complicação mais comum causada pela Giardíase é a Síndrome da má absorção - por conta do atapetamento! Prevenção: O melhor meio de se evitar esta infecção é a adoção de medidas preventivas como a ingestão somente de água filtrada, saneamento básico, lavar bem as mãos após utilizar o banheiro, lavar em água corrente e higienizar frutas, legumes e verduras. Sintomas: Quando apresenta sintomas, estes geralmente são diarréia e dor na região abdominal. Quando a infecção por este protozoário se torna crônica, ela geralmente apresenta sintomas como fezes amolecidas e gordurosas, distenção abdominal, flatulência e anorexia (que pode gerar perda de peso e anemia). ASCARIDÍASE Agente etiológico: Ascaris lumbricoides ''Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares, como broncoespasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a sindrome de loeffer, que cursa com eosonofilia importante" Sintomas: Dor abdominal, flatulência, cólica, diarreia, náuseas, vômito e presença de vermes nas fezes. Algumas reações como alergias, pneumonia e choque anafilático podem ocorrer, embora sejam mais raras. Nas crianças, grandes infestações podem causar oclusão intestinal, o que pode, inclusive, levar a morte. Tratamento: Albendazol, Mebendazol, Ascaridil, Nitozoxanida e Panfugan. OXIURÍASE Agente Etiológico: Enterobius vermiculares Transmissão: ✓ Autoinfecção externa ou direta: Do anus para a cavidade oral, por meio dos dedos, principalmente em crianças e adultos com precárias hábitos de higiene. ✓ Autoinfecção indireta: Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou. ✓ Heteroinfecção: Os ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro ✓ Retro infecção: Migração das larvas da regiao anal para regioes superiores do Intestino grosso, chegando até o ceco, onde se tornam adultas. ✓ Autoinfecção interna: Processo raro no qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e depois migram até o ceco, transformando-se em vermes adultos. Fisiopatologia: Uma vez ingeridos, os ovos do parasito conseguem atravessar incólumes o estômago e eclodem ao chegar ao intestino delgado, liberando as larvas do verme. Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e migram para o intestino grosso, onde irão habitar definitivamente.No intestino grosso, o Trichuris trichiura pode viver por até 5 anos. A fêmea do parasito é capaz de colocar mais de 20 mil ovos por dia, que serão eliminados pelas fezes, dando início a um novo ciclo. Sintomas: o mais comum é a coceira anal. Em alguns casos, a coceira é intensa e deixa o paciente inquieto e com dificuldade de dormir. Os vermes adultos podem migrar para locais além do ânus, como a região vaginal. Nas mulheres pode haver vulvovaginite (inflamação da vulva e da vagina), coceira e corrimento vaginal. Diagnóstico: como a eliminação do Enterobius vermicularis pelas fezes pode ser errática, ou seja, não apresenta um calendário regular ou previsível, o exame parasitológico de fezes comum não costuma ser positivo para o verme ou seus ovos. Com este exame, somente 10% dos pacientes infectados conseguem ser diagnosticados. A oxiuríase é mais facilmente diagnosticada através do método de Graham, no qual se usa uma fita adesiva na pele ao redor do ânus para que os ovos localizados nesta região adiram à fita. Estes ovos, então, são colocados sobre uma lâmina de vidro e visualizados sob um microscópio. Material colhido da unha de crianças infectadas também pode ser útil para avaliação microscópica, pois frequentemente contém ovos de oxiúrus. Tratamento: é simples porem deve ser feito preferencialmente em todas as pessoas que moram na mesma casa. ✓ Albendazol, 10 mg/kg em dose única, até o máximo de 400 mg. Repete-se a dose em duas semanas. ✓ Pamoato de pirantel, 10 mg/kg, dose única DIARREIA Definição: Diarreia é definida como aumento do numero de evacuações e/ou diminuição da consistência das fezes. (mudança do padrão habitual nos lactentes). Aumento do volume: volume fecal acima de 10mL/Kg/dia. Classificação quanto ao tempo: ✓ Diarreia Aguda: Duração de até 14 dias. ✓ Diarreia Persistente: Duração entre 14 e 30 dias. ✓ Diarreia Crônica: Duração de mais de 30 dias (> 14 dias) Disenteria: Presença de sangue e muco, tenesmo e urgência para defecar. Quanto formas clínicas: ✓ Aquosa: Diarreia liquida sem produtos patológicos ✓ Secretora: Presença de toxinas, fluidos e eletrólitos ✓ Osmótica: Alta osmolaridade no lumem intestinal, carreando ‘’água’’ e levando a diarreia. Exemplo: Rotavirus ✓ Inflamatória ou Exsudativa: Decorrente de uma inflamação, normalmente com muco e sangue ✓ Motora: Decorrente de anormalidades na motilidade gastrointestinal QUANTO AO LOCAL DE ORIGEM: ✓ Alta: Ocorre no intestino delgado, a fezes se caracteriza como volumosa, evacuação poucas vezes ao dia e evolução para síndrome disabsortiva. Rotavírus: Recorrente em crianças e lactantes (6 meses- 2 anos), com produção de secreção tóxica que induz a secreção de água, autolimitado em torno de 8 dias, com febre e vômitos seguidos de diarreia aquosa. Pode ser diagnosticado por meio do teste de PCR e ELISA. A ação viral consiste na descamação das microvilosidades e deslocamento de células e criptas, reduzindo a absorção de glicose/água e eletrólitos ✓ Baixa: Ocorre no cólo, caracteriza-se como fezes de pouca quantidade, evacuação várias vezes ao dia, tenismo e urgência fecal. Shigella: Invadem as células M e replicam-se intracelularmente nas células do cólo, causando a clássica diarreia invasiva colônica (disenteria), pode precipitar a síndrome Hemolítica Urêmica. Salmonela: A colonização pode ser assintomática ou levando a quadros de febre entérica (tifoide), enterites e bacteremias. Consiste na ingestão de alimentos contaminados pela bactéria, esta então é fagocitada por macrófagos e replicam-se no citoplasma do enterócito podendo propagar-se para células vizinhas. https://www.mdsaude.com/bulas/albendazol/ Principais etiologias QUADRO CLINICO ✓ Sinais e sintomas: No geral, é dor abdominal, febre, vômito e nauseas, geralmente é autolimitada, duração de 2 a 14 dias. DIAGNÓSTICO ✓ Anamnese: Idade, duração, frequência e volume das fezes, sintomas associados. ✓ Excluir as causas não infecciosas de diarreia aguda: uso recente de medicações (laxativos, antiácidos, antibióticos), ingestão de bebidas alcoólicas, excesso de bebidas lácteas; ✓ Onde o paciente reside, condições sanitárias do local, história de viagem recente a lugares endêmicos ou não endêmicos. ✓ Portador de uma doença que pode estar relacionada com o quadro ou pode interferir no manejo da diarreia (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças cardíacas, doenças hepáticas, doenças
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