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Como podemos trabalhar com grupos de comunidade escolar, famílias, profissionais da educação, movimentos sociais, prevenindo e combatendo o racismo? 
Vive-se em uma sociedade alicerçada sobre estruturas racistas, pois o racismo é reproduzido de forma consciente ou inconsciente, coletiva ou individual, englobando os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais da sociedade; afetando de maneira mais intensa os grupos étnico-raciais vulneráveis historicamente. Combater esse problema estrutural não é uma tarefa fácil e exige esforços conjuntos e individuais. Por isso, é imprescindível a participação da sociedade civil, por meio de mobilizações e manifestações de conscientização sobre o racismo; através de oficinas, atividades de sensibilização, feiras e palestras; pois a conscientização é a forma mais eficaz de combater qualquer tipo de discriminação.
Essas ações buscam chamar a atenção e refletir sobre o aspecto sistêmico, histórico e estrutural das desigualdades raciais; a fim de proporcionar o reconhecimento de situações discriminatórias e desenvolvimento de novos olhares sociais e posturas antirracistas, pois o silêncio contribui para a manutenção do racismo. A conscientização da sociedade civil deve passar por uma mudança nos costumes e nas atitudes cotidianas e pela desconstrução do mito da superioridade branca e da inferioridade negra; pois perpetuando comportamentos que remetem a época da escravização, a sociedade atual mantém a população negra mais passível à pobreza e a todas as formas de violência. Além disso, é preciso que a sociedade lute pela garantia dos direitos e ampliação da presença dos negros em espaços de poder.
Immanuel Kant diz que “o homem não nada, além daquilo que a educação faz dele”. Dessa forma, a educação é fundamental para combater todas às formas de opressão ao povo negro. É papel da escola formar cidadãos críticos e conscientes, que respeitem às diferenças e sejam capazes de transformar sua realidade. Através da prática educativa, os professores podem-se descolonizar os saberes, romper com a lógica eurocêntrica, e descontruir as formas estereotipadas e discriminatórias à população negra; além de promover o reconhecimento e a valorização da cultura negra por meio de conteúdos no planejamento das aulas. 
Nessa perspectiva, a escola em um papel importante para o enfrentamento ao racismo e nas formas de emancipação do povo negro. Para tanto, a comunidade escolar pode realizar conversas, palestras e debates sobre o racismo e suas consequências com os docentes, funcionários, familiares e alunos; reforçando a importância da participação de todos no combate a esse tipo de violência; além de adotar a intervenção psicossocial, possibilitando a escuta e o diálogo a àqueles que vivenciam o racismo. Aos gestores, cabe integrar e garantir a efetivação das legislações sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Projeto Político-Pedagógico da escola. Às famílias, ensinar aos filhos o respeito às diferenças, a compreensão e aceitação do outro. A Psicologia pode ser a ponte de diálogo entre a família e a escola.
A adoção da análise psicossocial do sujeito na escola é fundamental para entender e transformar seu contexto social. Os professores podem levar a diversidade cultural para a sala de aula, adotando como instrumentos pedagógicos leitura e análises de textos, pinturas e desenhos; produções textuais; apresentações teatrais e musicais; brincadeiras; instrumentos e obras de arte; exibições de filmes e vídeos documentários; contação de contos populares e histórias de narrativas que tragam os negros como protagonistas. Além de proporcionar a vivência de ambientes com passeios culturais a museus, restaurantes étnicos, bairros tradicionais, festivais e feiras populares. Essas ações devem ser contínuas e exige dedicação de todos os atores da escola.
Os movimentos sociais podem ofertar atividades, minicursos, seminários, palestras e rodas de conversas nas unidades de movimentos sobre o combate ao racismo; realizar protestos nas ruas e nas redes sociais contra a violência à população negra; mostrando como o racismo transforma diferença em desigualdade para manter o poder e perpetuar privilégios; além de mobilizar as pessoas em busca de igualdade racial, de oportunidades e inclusão social. No Brasil, apesar de algumas conquistas, essa igualdade caminha a passos bem curtos. Como disse Ângela Davis, “não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”. Desse modo, não basta discutir o racismo apenas no mês da Consciência Negra, é preciso combatê-lo todos os dias.

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