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Relatório Marcelo Pereira RA: 4423857807 Nulidades no Processo do Trabalho A Consolidação das Leis Trabalhistas prevê as nulidades no processo do trabalho em seus artigos 794 a 798, conforme demonstrado a seguir. O artigo 794 da CLT fundamenta-se no princípio do prejuízo, pois prevê que só haverá nulidade diante do prejuízo das partes. O prejuízo a que se refere este artigo é o processual, referente a defesa, principalmente de direito material, financeiro ou econômico. Estabelece ainda que a nulidade só decorrerá de "manifesto" prejuízo, sendo que se entende por manifesto aquele prejuízo certo e indiscutível. Por exemplo: a citação é pressuposto para a validade do processo, no entanto, se mesmo assim o reclamado comparece à audiência para apresentar defesa, não deve mais ser discutida a nulidade da citação, uma vez que ela atingiu seu objetivo. Como já visto anteriormente, o artigo 795 da CLT, dispõe que "as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos". Assim sendo, deverá ser convalidada a nulidade quando não arguida pela parte na primeira oportunidade de falar nos autos. O momento oportuno para sua convalidação, portanto, é a audiência, as razões finais ou, ainda, se à parte for dada vista dos autos em cartório. Em segundo momento, deverá ser arguida tal nulidade em preliminar de recurso. O § 1° deste mesmo artigo trata da incompetência absoluta em razão do lugar da propositura da ação e, por isso, determina que serão nulos os atos decisórios em decorrência desta nulidade. O processo do trabalho determina que as partes não poderão escolher o local onde desejam que a ação seja proposta, posto que esta deverá ser intentada no último local da prestação de serviços do empregado. Conforme estabelece o § 2°, também do artigo em questão, sendo a incompetência em razão da matéria ou das pessoas, o juiz ou Tribunal deverá determinar a remessa dos autos à autoridade competente, expondo os motivos de sua decisão. Já o artigo 796, a da CLT dispõe que a nulidade não deverá ser pronunciada se possível a reparação da falta ou a repetição do ato, em virtude da economia processual. Por exemplo, a fim de não ter o processo tido por nulo, sendo extinto sem julgamento de mérito, o menor de 18 anos poderá suprir sua incapacidade trazendo em uma próxima audiência o responsável legal para acompanhá-lo em juízo. A alínea b do artigo 796 da CLT, por sua vez, prescreve que a nulidade não poderá ser pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa. Sendo assim, caso a parte tenha dado origem a uma suspeição, por exemplo, não poderá requerer aplicação de tal nulidade, posto que estaria se beneficiando de sua própria torpeza. O artigo 797 da CLT institui que "o juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende". Desta forma, resta claro que os atos não afetados pela nulidade deverão ser aproveitados, em virtude da economia processual. Sendo assim, cabe ao juiz indicar, no despacho ou na decisão, o número das folhas do processo em que restaram considerados nulos os atos praticados. Por fim, o artigo 798 da CLT decreta que "a nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência". Com isso, fica demonstrado que tal artigo se assenta no princípio da utilidade, pois prevê que os atos válidos praticados depois do ato nulo, desde que com ele não guarde relação, deverão ser considerados.
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