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P2: DOR TORÁCICA (TRG) 1 P2: DOR TORÁCICA (TRG) 📌 PROBLEMA 2: “UMA DOR INSUPORTÁVEL” 📌 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 1- Caracterizar o mecanismo fisiopatológico da dor torácica / 2- Descrever principais causas cardíacas de dor torácica (qc e dx): SCA, IC, miocardiopatia hipertrófica, estenose aórtica, aneurisma dissecante de aorta e pericardite / 3- Descrever principais causas pulmonares (=): derrame pleural, pneumonia, tuberculose, neoplasia intratorácica, pneumomediastino, TEP, PTX e hipertensão pulmonar / 4- Descrever principais causas gastroesofágicas (=): DRGE, dispepsia funcional, úlcera péptica, espasmo esofágico e esofagite / 5- Descrever principais causas musculoesqueléticas: síndrome de Tietze, fratura de costela, artrite esternoclavicular, osteoartrite de coluna dorsal, herpes-zóster / 6- Descrever principais causas psicogênicas: depressão, transtorno do pânico, transtorno somatoforme, fibromialgia. 📚 REFERÊNCIAS: ACL; Urgências e Emergências USP; Oxford. Anotações Sylvana: Esôfago em quebra nozes; Olhar o que a pcte do caso tem (tipo C/D); precisa saber interpretar ECG P2: DOR TORÁCICA (TRG) 2 1- Caracterizar o mecanismo fisiopatológico da dor torácica (ACL) DEFINIÇÃO DE DOR TORÁCICA � Conforme a Associação Internacional p/ Estudo da Dor (IASP), é uma “experiência sensorial e emocional desagradável que é associada ou descrita em termos de lesões teciduais”. Apesar disso, durante um episódio de dor, as lesões teciduais nem sempre estão presentes, ou, pelo menos, nem sempre são passíveis de detecção pelos métodos diagnósticos disponíveis. FISIOPATOGENIA E CLASSIFICAÇÃO DA DOR TORÁCICA � RECEPTORES: As vísceras torácicas possuem receptores responsáveis pela sensação dolorosa. Esses receptores são neurônios localizadas perifericamente, através dos quais o estímulo nociceptivo se propaga até outras estruturas nervosas mais centrais. A ativação desses neurônios se dá por meio do contato com mediadores inflamatórios (leucotrienos, bradicinina, histamina), oriundos de um processo inflamatório local. � ISQUEMIA: Além dos mediadores inflamatórios, há também produção de ác. lático devido ao metabolismo anaeróbico, que passa a ser realizado pela falta O2 para o tecido lesionado. O ác. lático passa a estimular as terminações nervosas responsáveis pela sensação de dor. � ESPASMO MUSCULAR: Além da estimulação terminações nervosas pelos mediadores inflamatórios, aqui a dor acontece em razão da contração muscular ⇒ provoca compressão receptores para dor sensíveis a estímulos mecânicos + compressão extrínseca de vasos sanguíneos que irrigam a musculatura em questão, provocando sua própria isquemia. Pode se dizer ainda que o espasmo muscular ↑ metabolismo do músculo espástico, provocando maior necessidade de nutrientes, e isso, em um ambiente já comprometido pela ↓ fluxo sanguíneo, agrava ainda mais a condição de isquemia tecidual. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 3 Após ativação, os neurônios periféricos propagam os estímulos através dos axônios, fazendo sinapse com os neurônios presentes no corno posterior da medula espinhal ⇒ Estímulo segue para via trato espinotalâmico ⇒ Tálamo ⇒ Córtex cerebral Estimulação córtex somatossensorial: provoca conscientização aspectos qualitativos da dor (localização, intensidade, duração, irradiação etc) Estimulação áreas relacionadas ao afeto: angústia, medo, insegurança etc. CLASSIFICAÇÃO � QUANTO À FISIOPATOLOGIA: Neuropática: lesão de terminação nervosa ou do SNC. Geralmente é uma sensação de queimação ou parestesia e ocorre em áreas de perda de sensibilidade. Nociceptiva Somática: estimulação de nociceptores do tegumento (superficial) ou músculos, fáscias (profunda). Visceral: por estimulação das vísceras (distensão, inflamação, isquemia) � QUANTO À LOCALIZAÇÃO: Dor superficial: se origina na pele, mucosas, serosas e periósteo. Sua localização pode ser referida com precisão, assim como sua área de abrangência. Dor profunda/visceral: decorrente de lesões das vísceras, mas também pode ocorrer nos agravos dos tecidos muscular, ósseo, articular e tendíneo. Sua localização (ao contrário da dor superficial) é menos precisa, geralmente caracterizada como difusa, o mesmo ocorrendo para sua extensão, frequentemente de limites imprecisos. Dor projetada/ dor referida: localização da dor em determinada região do corpo nem sempre está diretamente relacionada ao comprometimento do órgão presente naquela topografia: Dor retroesternal: nem sempre está relacionada ao esôfago, da mesma forma que nem toda dor precordial está relacionada ao coração. Comprometimento diafragma: dor na região do ombro. E o que é ainda mais curioso é que, na região do próprio diafragma, pode não haver dor. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 4 💡 A DOR PROJETADA ocorre devido ao fato de que, em um mesmo segmento da medula espinhal, podem existir neurônios que recebem estímulos superficiais e profundos oriundos de estruturas localizadas em diferentes regiões do organismo. Assim, quando há acometimento do diafragma, p. ex., estímulos dolorosos provenientes deste se propagam através do neurônio aferente até o segmento medular correspondente, fazendo sinapse com outros neurônios aí presentes, que também recebem sinais superficiais oriundos das estruturas tegumentares do ombro. A convergência desses estímulos pode fazer com que se tenha a conscientização errônea de que a dor se localiza no ombro e não no diafragma. A interpretação equivocada do local da dor ocorre porque o aporte nervoso nociceptivo no tegumento é muito maior do que nas vísceras profundas, fazendo com que a representação cortical para aquela estrutura seja bem maior do que para estas. � QUANTO À CARACTERÍSTICA: Tipo A – Definitivamente anginosa: As características dão certeza do dx SCA independentemente dos resultados de exames complementares Características: Dor/desconforto retroesternal ou precordial geralmente precipitada pelo esforço físico, podendo se irradiar p/ ombro, mandíbula ou face interna do braço (ambos), c/ duração de alguns min. e aliviada pelo repouso ou nitrato em menos de 10min. Tipo B – Provavelmente anginosa: As características fazem a SCA a principal hipótese, porém é necessária a complementação por exames Características: Maioria das características da dor definitivamente anginosa Tipo C – Provavelmente não anginosa: As características não fazem a SCA a principal hipótese, porém precisa de exames complementares para a exclusão Características: Poucas características da dor definitivamente anginosa (dor atípica, sintomas de “equivalente anginoso”, dor epigástrica, dispepsia, sudorese, sincope, náusea e vomitos) Tipo D – Definitivamente não anginosa: As características não incluem a SCA como hipótese diagnóstica P2: DOR TORÁCICA (TRG) 5 Características: Nenhuma característica da dor anginosa, fortemente indicativa de diagnóstico não cardiológico 2- Descrever principais causas cardíacas de dor torácica SÍNDROME CORONARIANA AGUDA (SCA) � SUGERIDO POR: ❓ O que é? É uma situação em que a placa de ateroma nas coronárias se rompe e inicia a formação de um tombo intravascular que leva o tecido miocárdio à isquemia (aterotrombose). Se o trombo ocluir completamente o lúmen arterial ⇒ Supra ST no ECG (isquemia transmural). Se a oclusão for incompleta/parcial ⇒ Supra ST não será percebido, podendo haver outras alterações ECG, como inversão onda T ou infradesnivelamento (isquemia subendocárdica). 💡 Essa fisiopatologia acima é do IAM tipo I (ruptura placa, erosão endotélio e formação trombo). Lembrar que temos outros subtipos de IAM, como IAM tipo II (problema NÃO é ruptura de placa, mas é o ↑ absurdo da demanda, como em quadros de sepse, choque, anemia grave). ❓ Como é um dor torácica típica? Duração: estável (2-3 minutos), instável (até 20 min), IAM (de 20 min a horas) Localização retroesternal ou precordial Irradiação para ombro e face medial do braço esquerdo Caráter: em queimação ou aperto (sinal de Levine)Intensidade: pode ser leve/ moderada/ intensa Fatores agravantes: esforços físicos, trabalho cardíaco, repouso Fatores atenuantes: repouso, vasodilatador (nitroglicerina) P2: DOR TORÁCICA (TRG) 6 Manifestações concomitantes: dispneia, náuseas e vômitos, sudorese, hipotensão e síncope. 💡 Fatores de risco para coronariopatia: HAS, DM, dislipidemia, tabagismo e história familiar de coronariopatia precoce. A dor torácica de origem isquêmica tem 4 dxs de gravidade crescente: Angina estável (SCC), Angina instável, IAMSSST e IAMCSST: SCA sem supra de ST: eletro pode estar normal, mas ela pode se dividir em 2 tipos: Angina Instável (AI): o dx vai ser pela clínica do paciente. O eletro é normal ou com alterações que não seja o desnivelamento da curva ST. Marcadores de necrose miocárdica (-). IAMSSST: marcadores de necrose miocárdica (+). SCA com supra de ST: eletro com supra ST (IAMCSST) 💡 Exame físico: poucos achados na suspeita IAMSSST. Ausculta pode ter sopro sistólico por insuficiência mitral isquêmica ⇒ Mau prognóstico! Se sinais de IC ou instabilidade hemodinâmica ⇒ Dx e tto imediatos! � CONFIRMADO POR: 1) ELETROCARDIOGRAMA: ECG em 10min, pois muda prognóstico e tto (tempo é músculo). ❓ Como é o ECG na isquemia miocárdica? São 3, lembrando que basta uma OU outra: Infra ST ≥ 0,5mm em 2 ou + derivações contíguas (olham a mesma parede do coração. Ex.: D2, D3 e aVF= parede inferior), com morfologia horizontal ou descendente Ondas T invertidas e simétricas em ≥2 derivações contíguas, particularmente se houver mudança em relação ao ECG de base P2: DOR TORÁCICA (TRG) 7 Ondas T de Wellens (também chamadas de Plus Minus) ⇒ isquemia em território extenso (geralmente em descendente anterior proximal), conferindo um risco elevado, com indicação de reperfusão precoce 💡 ECG normal = baixa possibilidade de SCA, mas NÃO exclui, pq isquemia é um processo dinâmico (vai e vem)!!! ❓ Quais são os critérios para supra ST? Exemplos de ECG evidenciando IAMCSST: São derivações contíguas DII , DIII e aVF (parede inferior); VI, V2, V3, V4, VS e V6 sequencialmente (parede anterior) e DI e aVL (parede lateral alta). P2: DOR TORÁCICA (TRG) 8 ❓ Quais os outros padrões que sugerem infarto oclusivo? Ondas T De Winter (derivações de Vl a V6, um infra ST, segmento ST ascendente, onda T alta, larga e simétrica nas derivações anteriores) e os critérios modificados Sgarbossa na presença BRE. 💡 ONDA T DE DE WINTER: precisa de 2 critérios: (1) Infra ponto J (final QRS) + (2) onda T apiculada em derivações precordiais (V1-V6). - Precisa necessariamente ter as 2 alterações na mesma derivação. NÃO precisa estar em 2 derivações contíguas e nem em todas as derivações precordiais. - Quando temos onda T De Winter a artéria acometida é a DESCENDENTE ANTERIOR. - Diferentemente da T hiperaguda, a onda T de De Winter pode persistir por mais tempo no ECG. 💡 CRITÉRIOS DE SGARBOSSA MODIFICADOS: Quando usar? Sempre frente a um BRE ou marcapasso ventricular. (1) SUPRA ST CONCORDANTE (em qqr derivação e basta apenas 1) = 5 pts: no mesmo sentido da polaridade do QRS (o que diferencia da alteração 2ª repolarização ventricular) (2) INFRA CONCORDANTE NAS DERIVAÇÕES V1, V2 E V3 = 3 pts: infra no mesmo sentido do QRS, pois QRS é negativo em V1-V3 quando temos BRE (3) SUPRA ST DISCORDANTE E EXCESSIVO (>25% da amplitude da onda S) = 2 pts. Obs.: NÃO precisa necessariamente ter os 3 critérios (basta 1)! Infarto sem supra (IAMSSST) ou angina instável = não oclusivo! Ondas T altas e apiculadas: isquêmica subendocárdica. Ondas T negativas e simétricas: isquêmica subepicárdica. Infradesnivelamento de ST: lesão subendocárdica. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 9 2) BIOMARCADORES DE ISQUEMIA CARDÍACA: troponina I e T. Troponina T de alta sensibilidade: valor normal de 2-6 ng/L. Detecção no sangue 2h depois da necrose miocárdica. Valor máximo em 24-48h, e volta ao basal em 5-14 dias. IAM = curva com elevação e descendente de seu valor. 💡 OBS 1: Se somente tiver troponina convencional, fazer a dosagem somente após 3h da chegada do paciente. OBS 2: Angina instável NÃO provoca morte de cardiomiócitos, portanto, não altera troponina. Outras condições ↑ troponina, que não SCA: IC, sepse, miocardite, dissecção aorta, dça renal, espasmo de coronária, taquiarritmias, emergências hipertensivas, choque, cardiomiopatia de Takotsubo, TEP, grandes queimados, evento neurológico agudo. OUTROS MARCADORES: A 1ª a ↑ é a mioglobina (pouco específica). A CK-MB ↓ mais rapidamente (bom marcador reinfarto). As troponinas duram mais tempo, sendo importante para sua especificidade. INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR ESQUERDA (ICE) � SUGERIDO POR: Início ao longo de minutos a horas. Sem fôlego, angustiado, pegajoso, batimento apical desviado, presença B3, crepitações inspiratórias finas tardias basais bilaterais. Muitas P2: DOR TORÁCICA (TRG) 10 vezes também sinais de ICD (edema MMII, refluxo hepatojugular, turgência jugular, hepatomegalia etc). � CONFIRMADO POR: RX tórax: opacificação maior ao redor dos hilos, opacidades lineares horizontais perificamente, derrames pleurais bilaterais, cardiomegalia. Ecocardiograma: função VE prejudicada. MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA É uma dça genética autossômica dominante c/ penetração incompleta, resultando em sobrecarga ventricular global ou regional, na ausência de causas secundárias de sobrecarga ventricular (estenose aórtica, HAS). É a causa + frequente de morte súbita cardíaca em jovens. � SUGERIDO POR: Síncope, história familiar de morte súbita ou de cardiomiopatia hipertrófica. Além disso, angina, respiração ofegante, pulso irregular, duplo batimento do ápice, frêmito e múrmurio melhores na borda esternal esquerda. � CONFIRMADO POR: Ecocardiograma: mostra septo hipertrofiado e paredes ventriculares com pequenas cavidades ventriculares, principalmente à esquerda. ESTENOSE AÓRTICA � SUGERIDO POR: Síncope ao exercício. Pulso ascendente lento, ↓ PA e pressão pulso, elevação ápice. Sopro mesossistólico crescendo. ECG: ondas R altas, hipertrofia ventricular esquerda, desvio eixo para E, alterações nas ondas ST/T de ‘strain’. Mesmo mecanismo patogênico da angina estável, que é a isquemia miocárdica. Sopro em diamante (crescendo e decrescendo). P2: DOR TORÁCICA (TRG) 11 � CONFIRMADO POR: Ecocardiograma e cateter cardíaco: valva aórtica estenosada. 💡 Sinais de gravidade: sopro com pico mais tardio, um desdobramento paradoxal B2 e pulso parvus et tardus/anacrótico (pulso que tem baixa amplitude e longa duração). ANEURISMA DISSECANTE DE AORTA TORÁCICA A DAA representa a delaminação das paredes da aorta 2ª a infiltração sanguínea por um espaço “virtual” (falsa luz) entre as camadas adventícia e íntima. Fatores de risco: sexo masculino, idade >50 anos, HAS mal controlada, uso de cocaína e anfetamina, valva aórtica bicúspide ou troca valvar aórtica prévia, dças do tecido conjuntivo (sd Marfan e sd Ehlers-Danlons) e gestação. � SUGERIDO POR: Dor torácica início súbito lacerante, lancinante, rasgando. Pode irradiar para o dorso (se aorta torácica) ou para abd e virilhas (aorta abd e ilíacas), pulsos periféricos anormais ou ausentes, sopro diastólico precoce, ↓ PA e mediastino alargado no RX tórax. � CONFIRMADO POR: TC/RM: perda de lúmen único e claro. Ecocardiograma transtorácico: alterações sugestivas, como dilatação da aorta ascendente, insuficiência da valva aórtica e derrame pericárdico. Ecocardiograma transesofágico: altamente sensível e específico tanto para dissecções do tipo A quanto as do tipo B. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 12 PERICARDITE � SUGERIDO POR: Fadiga, dispneia, ↓ PA, B3, edema periférico e ascite. Dor no peito aliviada ao sentar-se para a frente e piora ao decúbito dorsal. O local mais comum de irradiação é o trapézio. ECG: supra ST côncavo difuso “em forma de sela”, exceto em AVR e V1 e V2, onde temos infra ST. Lembrar que uma das causas mais comuns de tamponamento cardíaco é a pericardite, onde teremos atríade de Beck (Estase jugular, Hipotensão e Abafamento bulhas). � CONFIRMADO POR: Ecocardiograma: mostra pericárdio brilhante, pouca contração. 💡 Causas de pericardite: IAM, infecção, uremia, hipotireoidismo, trauma, DAI, cirurgia cardíaca, radiação, mesotelioma. 3- Descrever principais causas pulmonares DERRAME PLEURAL � SUGERIDO POR: STANFORD: A= aorta ascendente; B= não envolve ascendente. DEBAKEY: I= começa na aorta ascendente e pode se estender; II= apenas aorta ascendente; III= começa na aorta descendente e pode se estender. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 13 Tosse seca, dor torácica pleurítica, dispneia. Palpação: ↓ mobilidade e elasticidade da cx torácica, com ↓ FTV nas áreas do derrame. Percussão: som maciço ou submaciço. Ausculta: ↓ ou ausência do MV na área do derrame. � CONFIRMADO POR: Por meio do exame clínico ou associado a exames de imagem, como RX em PA (apagamento dos seios costofrênicos e aparecimento da parábola de Damoiseau) ou em decúbito lateral com raios horizontais. A USG pode ser utilizada para guiar a punção. PNEUMONIA � SUGERIDO POR: Dor torácica geralmente descrita como aguda, pleurítica e associada com febre, tosse, produção de expectoração e, possivelmente, hipoxemia. Exame físico: taquipneia, taquicardia, hipotensão e síndrome consolidativa (↑ frêmito toracovocal e estertores). Ausculta: ↓ MV, estertores crepitantes ou sons brônquicos no local afetado. Percussão: macicez � CONFIRMADO POR: Clínica + EF +RX tórax e/ou TCAR ⇒ Padrão consolidativo e vidro fosco. TUBERCULOSE � SUGERIDO POR: Dor pleurítica (acometimento pleural, inclusive derrame pleural). Outros sintomas: tosse produtiva, febre vespertina, hemoptise, dispneia associada a extensão acometimento parênquima, perda ponderal, sudorese noturna, ↓ apetite. Relação com imunossupressão (medicamentos ou HIV, p ex). � CONFIRMADO POR: P2: DOR TORÁCICA (TRG) 14 RX (cavitações) e exame do escarro (BAAR), pode ser feita a cultura (demora), teste rápido. NEOPLASIA INTRATORÁCICA � SUGERIDO POR: Adenocarcinoma: periferia contato c/ pleura parietal ⇒ dor pleurítica, tosse, dispneia. Pequenas céls: central e endobrônquico ⇒ Tosse, hemoptise, sibilos, dispneia, PNM repetição. Invasão: mediastino, VCI, sulco superior, plexo braquial, cardíaca. � CONFIRMADO POR: RX tórax PA e perfil; Exame broncoscópico: determina o local da lesão e pos sibilita o dx definitivo pela biópsia. TC tórax. Exame citologia escarro (menos usado). Espirometria e gasometria arterial. PNEUMOMEDIASTINO Principais causas: ruptura alveolar com dissecção do ar no interstício pulmonar com translocação para o mediastino, perfuração esofágica e ruptura esofágica ou intestinal. � SUGERIDO POR: Sintoma principal é dor torácica subesternal, que pode, ocasionalmente, ser grave. Geralmente bem localizada. Exame físico: Enfisema SC, geralmente na fúrcula supraesternal; Ruído de crepitação ou estalido em sincronia com o batimento cardíaco, mais bem auscultado em decúbito lateral esquerdo (sinal de Hamman). � CONFIRMADO POR: RX ou TC tórax (preferencialmente). P2: DOR TORÁCICA (TRG) 15 EMBOLIA PULMONAR � SUGERIDO POR: Os achados mais fortemente sugestivos são o aparecimento, em um paciente com fatores de risco, de um quadro agudo de dispnéia (e/ou taquipnéia), acompanhada ou não de dor torácica ou tosse, acompanhada ou não de sinais de trombose profunda. Obviamente, quanto maior o nº de sintomas compatíveis com TEP presentes, maior a probabilidade diagnóstica. A exclusão clínica de TEP é mais fácil do que sua confirmação. Um paciente que se apresenta sem dispnéia, sem taquipnéia e sem dor torácica, raramente terá um dx confirmado de TEP. Se, associado a isso, ele não apresentar alterações compatíveis no RX tórax, gasometria arterial e o D-dímero (exames complementares relativamente simples), a possibilidade de TEP é virtualmente igual a zero, não havendo necessidade de progressão no dx. � CONFIRMADO POR: O dx é guiado pelo escore de Wells!!! Se ≥4= PROVÁVEL (fazer angio-TC); <4= IMPROVÁVEL (pedir D-dímero, que é nosso teste de exclusão). D-dímero: VPN altíssimo (se vier negativo, não é TEP). Se alterado, pedir angio- TC. Gasometria: ↓ PO2 e PCO2; Biomarcadores cardíacos ECG: taquicardia sinusal (mais comum), alterações inespecíficas segmento ST, sinal S1Q3T3 (mais específica e rara), inversão onda T (isquemia) P2: DOR TORÁCICA (TRG) 16 Ecodoppler venoso → MMII (embolia venosa). Veia precisa colapsar, mas aqui não há colapso, pois há trombo dentro da veia RX tórax: a. pulmonar proeminente, atelectasia, infiltrados parenquimatosos, sinal westermark (marca área do pulmao que recebe pouco sangue= oligoemia focal) e corcova Hampton (corcova lembra corcunda → área triangular com ápice truncado/ponta arredonda voltada pro hilo e base voltada para pleura) Angio-TC tórax com contraste: exame 1ª linha. Me ajuda no dx diferencial e avaliar prognóstico do pcte, pois consigo ver se VD está dilatado (se relação VD/VE>1= prognóstico ruim). Teoricamente, a TC pode dar dx de trombos. O contraste iodado é nefrotóxico Cintilografia pulmonar V/Q: exame 2ª linha. Me mostra melhor os pequenos vasos. Parenquima precisa ser saudavel. Não tem como avaliar relação V/Q se parênquima doente (ex.: DPOC) RM não ajuda na avaliação pulmão (↓S). A não ser que trombos sejam centrais e enormes, mas na maioria das x os trombos não sao centrais Ecocardio: sinal McConnel ⇒ Me fala se VD está desfuncional ou não. Angiografia pulmão: somente quando vc implica que é TEP e angioTC, cintilo, ecocardio todos normais. E D-dímero alterado e alta probabilidade no escore Wells. PNEUMOTÓRAX Fatores de risco p/ PTX espontâneo: tabagismo e dças pulmonares crônicas (asma e DPOC). � SUGERIDO POR: Dor súbita, aguda e intensa/ sensação de punhalada/ associa-se com dispnéia, tosse seca. Ausculta: ↓ ou MV abolido; Percussão: hipertimpanismo no lado ipsilateral. A taquicardia sinusal é o achado mais comum no EF e enfisema SC pode estar presente. 💡 PTX HIPERTENSIVO: o desvio de mediastino contralateralmente pode causar pinçamento das veias cavas e obstruir o RV ao coração (↓ DC e instabilidade hemodinâmica), podendo gerar distensão jugular, desvio de traqueia, desvio de ictus cordis, sinais de choque e de IRA hipoxêmica. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 17 � CONFIRMADO POR: É essencialmente CLÍNICO!!! Não esperar pelo RX para definir tratamento. HIPERTENSÃO PULMONAR Definição: ↑ pressão média da a. pulmonar >25mmHg em repouso ou 30mmHg durante o exercício, aferida por métodos invasivos (cateterização central da a. pulmonar) � SUGERIDO POR: Angina: compressão coronariana pela dilatação tronco a. pulmonar, ICD. Dessaturação ao andar. Dispneia. Pode evoluir para cor pulmonale ⇒ Edema MMII, distensão abd e ascite. ↑ componente P2 na 2ª bulha cardíaca. � CONFIRMADO POR: Ecocardiograma: disfunção de VD (confirmatório). Cateterismo cardíaco direito: ↑ pressão pulmonar; RX tórax: alargamento da a. pulmonar principal em 90% dos casos, vasos hilares aumentados em 80%. ECG: achados sugestivos de hipertrofia de VD. 4- Descrever principais causas gastroesofágicas DRGE � SUGERIDO POR: Dor na região retroesternal, frequentemente de fraca a moderada intensidade, em queimação, ocorrendo cerca de 30-60min após uma refeição copiosa ou rica em alimentos gordurosos ou ainda após a ingestão de alimentos que propiciam o aparecimento do refluxo (cafeína, frutas cítricas, chocolate, bebidas alcoólicas, tomate etc). Irradiação: pescoço ou garganta. Fatores de piora: decúbito dorsal. Fatores de melhora: com antiácidos e leite. Pode ter regurgitação de conteúdo gástrico. Outros sintomas: rouquidão, tosse seca, globus farígeo, broncoespasmo, soluços, halitose. � CONFIRMADO POR: O dx é realizado pela história clínica, testes terapêuticos e EDA para rastreamento de outras alterações gástricas. pHmetria de 24 horas é o exame padrão-ouro. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 18 Manometria. DISPEPSIA FUNCIONAL � SUGERIDOPOR: Desordem gástrica caracterizada pela presença de 1 ou + sintomas (dor epigástrica, plenitude pós-prandial, saciedade precoce, queimação estomacal) durante os últimos 3 meses e que se iniciaram, no mínimo, 6 meses antes. O aparecimento da dispepsia ou sintomas dispépticos pode estar associado a vários distúrbios, como dça ulcerosa péptica, DRGE, gastrites, neoplasias TGI superior, dça trato biliar e a dispepsia funcional. � CONFIRMADO POR: Segue os critérios de ROMA IV. O dx da DF é um diagnóstico de exclusão, ou seja, só pode ser estabelecido após as etiologias mais comuns de dispepsia terem sido descartadas. Sempre exluir a presença de H. pylori (erradicar, caso haja). ÚLCERA PÉPTICA (gástrica e duodenal) � SUGERIDO POR: Dor pós-prandial na região epigástrica. Úlcera duodenal ⇒ aliviada após ingestão de alimentos (dor em 3 tempos). Úlcera gástrica ⇒ exacerbada pela ingestão de alimentos (dor em 4 tempos). � CONFIRMADO POR: EDA e biópsia para pesquisa H. pylori. ESPASMO ESOFÁGICO Distúrbio ondas rítmicas das contrações musculares (movimentos peristálticos) do esôfago. � SUGERIDO POR: Às vezes, o espasmo esofágico não causa nenhum sintoma. Quando eles causam sintomas, os espasmos musculares ao longo do esôfago costumam se manifestar na forma de dor torácica abaixo do esterno acompanhada por disfagia a alimentos líquidos (sobretudo aqueles muito frios ou quentes) e sólidos. O espasmo esofágico também pode provocar dor intensa, mas sem dificuldade em engolir. Essa dor é frequentemente descrita como uma pressão que se manifesta abaixo do esterno, podendo surgir durante o exercício ou esforço físico, o que dificulta P2: DOR TORÁCICA (TRG) 19 diferenciá-la de angina (dor torácica com origem em dça cardíaca). Melhora com nitrato (se confunde muito com IAM). � CONFIRMADO POR: Exames para descartar a hipótese de angina (ECG, p ex) Radiografia com deglutição de bário Manometria (análise mais sensível e detalhada dos espasmos). ESOFAGITE � SUGERIDO POR: Os sintomas mais comuns dessa doença são dificuldade para engolir, dor no peito, náuseas, vômito, dor abdominal, tosse e perda de apetite. Pode ser classificada em 4 tipos diferentes de inflamação: (1) de refluxo; (2) eosinofílica; (3) infecciosa; (4) por medicamento. � CONFIRMADO POR: EDA. 5- Descrever principais causas musculoesqueléticas SÍNDROME DE TIETZE � SUGERIDO POR: A sd Tietze se assemelha à costocondrite (inflamação articulações das costela), mas é muito mais rara. Além disso, Tietze tem a presença de edema como característica marcante e que a diferencia da costocondrite. Dor piora à palpação. Articulações mais comuns ⇒ Esternocostal (entre o osso esterno e as costelas). Sua causa são traumas no tórax, como quedas ou acidentes, esforços físicos por atividade, crises fortes de tosse ou movimentos repetitivos com braços durante a prática esportiva. � CONFIRMADO POR: O dx é clínico e feito por palpação e não há exames que indiquem a dça. A sd é autolimitada. FRATURA DE COSTELA � SUGERIDO POR: P2: DOR TORÁCICA (TRG) 20 Causas: lesão por força contusa, quedas, lesão não acidental, RCP agressiva, tosse intensa, atividades atléticas ou lesões metastáticas e tumores ósseos primários. Fatores de risco: trauma contuso da parede torácica, abuso físico, osteoporose, >45 anos, atividade atléticas, dor, dispneia Pode ter contratilidade paradoxal da parede torácica. � CONFIRMADO POR: RX tórax: ajuda não apenas a detectar a fratura de costela em si, mas PTX, hemotórax e lesão aórtica também podem ser avaliados rapidamente. No entanto, radiografias torácicas podem não detectar até 50% das fraturas de costela. ARTRITE ESTERNOCLAVICULAR � SUGERIDO POR: Articulações: As articulações glenoumeral, esternoclavicular (EC) ou acromioclavicular (AC) podem apresentar alterações patológicas. Quadro: Início insidioso com antecedentes familiares associados, erupções cutâneas, febre ou comprometimento de múltiplas articulações, podem indicar artrite inflamatória. A artropatia infecciosa apresenta-se com início agudo, febre, rubor e calor. � CONFIRMADO POR: Radiografia ⇒ Ajuda a diferenciar o tipo de artropatia. OSTEOARTRITE DE COLUNA DORSAL � SUGERIDO POR: Dor e crepitação ao movimento, com dor nas costas em repouso. Piora com atividade. Instabilidade articular, com uma sensação de perda de força devido à dor. Caráter e intensidade variam de acordo com a fase da doença: episódica no início do quadro, podendo, com o agravamento da lesão, tornar-se intensa, contínua e acordar o paciente durante a noite. Rigidez matinal de curta duração é uma queixa comum. Com a progressão da doença, ocorre limitação de movimento. Os osteófitos podem ainda estreitar os forames ou comprimir raízes nervosas, causando sintomas como dor, fraqueza e parestesias. � CONFIRMADO POR: P2: DOR TORÁCICA (TRG) 21 RX: perda espaço articular, osteófitos, esclerose subarticular e cistos subcondrais. ↑ PCR. HERPES-ZÓSTER � SUGERIDO POR: Localização: acomete dermátomos precordiais (pode simular dor torácica). Segue uma distribuição periférica nos trajetos dos nervos envolvidos, normalmente é unilateral, circunscrita a um dermátomo. Há predominância no tórax e na face. A principal manifestação é a dor, de intensidade moderada a forte, em queimação ou latejante, localizada na região intercostal, acompanhada do aparecimento de lesões vesiculares, inicialmente, tornando-se pustulosas na evolução do quadro e, em seguida, crostosas, num prazo de 7-10 dias. O quadro clínico inicia-se com queimação leve a moderada na pele de um determinado dermátomo, frequentemente acompanhada de febre, calafrios, cefaleia e mal-estar, posteriormente evolui para eritema cutâneo eritematoso maculopapular até um estágio final de crosta. � CONFIRMADO POR: Exame da pele é importante para fazer diagnóstico diferencial. Porém, a dor pré- erupção pode preceder as lesões cutâneas em vários dias, dificultado o diagnóstico. Raramente não há aparecimento algum de lesões de pele no quadro conhecido como zoster sine herpete. Nesses casos, pode ajudar na elucidação a presença de disestesia, prurido e delimitação dos sintomas em dermátomo. 6- Descrever principais causas psicogênicas DEPRESSÃO � SUGERIDO POR: Transtorno mental grave, com evolução por meio de episódios, recorrente ou persistente ao longo do tempo, que traz danos funcionais psicológicos, comportamentais, sociais, familiares e ocupacionais. � CONFIRMADO POR: Clínico, seguindo os critérios da DSM-5. TRANSTORNO DO PÂNICO P2: DOR TORÁCICA (TRG) 22 � SUGERIDO POR: Períodos recorrentes, inesperados de sensação de medo ou desconforto intenso com pelo menos quatro dos seguintes sintomas: dor torácica, dispneia, palpitações, diaforese, náusea, tremores, asfixia, tontura, medo de perder controle ou morte, parestesia, calafrios ou ondas de calor. � CONFIRMADO POR: Clínico, seguindo os critérios da DSM-5. TRANSTORNO SOMATOFORME � SUGERIDO POR: Os transtornos de sintomas somáticos (TSS), anteriormente conhecidos como somatoformes, são caracterizados por 1 ou + sintomas somáticos acompanhados por pensamentos excessivos, sentimentos e atitudes em relação aos sintomas somáticos. � CONFIRMADO POR: Clínico, seguindo os critérios da DSM-5. FIBROMIALGIA � SUGERIDO POR: 11/18 pontos sensíveis. É associada com a tendência de hipersensibilidade à digitopressão. P2: DOR TORÁCICA (TRG) 23 Dor crônica (>3 meses) e difusa (envolve lado direito e esquerdo, acima e abaixo da cintura, e esqueleto axial). Pacientes tem fadiga profunda, sono não reparados e ↑ dor e do cansaço com pequenos esforços físicos. Sensação fadiga, mesmo p/ atividades habituais, e frequentes alterações sono em particular, o sono não reparador. Associação com depressão, ansiedade, cefaleia, parestesias. Pode ter rigidez matinal, parestesia, dor de cabeça, concentração ruim, humor lento, e distúrbios do sono. � CONFIRMADO POR: O dx é clínico!! RESUMINDO A TUTORIA (ACL) 📑 � P2: DOR TORÁCICA(TRG) 24