Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRAUMA DO TÓRAX, TORACOCENTESE E DRENAGEM TORÁCICA - TOCE TRAUMA TORÁCICO: Os tipos de lesão englobam ferimentos penetrantes ou trauma fechado. Os agentes causais mais comuns são ferimento por arma branca, ferimento por arma de fogo, acidentes automobilísticos, quedas ou agressões. ○ Pneumotórax: hipertensivo ou não. ○ Hemotórax. ○ Contusão pulmonar. ○ Tórax Instável. ○ Tamponamento Cardíaco. ○ Pneumomediastino. ○ Ferimento Cardíaco. MECANISMOS DE LESÃO DO TÓRAX TRAUMA FECHADO DIRETO: objeto em movimento x estrutura fixa; a caixa torácica absorve o impacto e transmite à víscera. Inspiração e fechamento da glote, pneumotórax, fratura de arcos costais, esterno, coração e grandes vasos. TRAUMA PENETRANTE: PAF e PAB. armas brancas provocam lesões mais retilíneas e previsíveis, pela baixa energia cinética. Armas de fogo causam lesões mais tortuosas, irregulares, sendo por isso mais graves e de mais difícil tratamento. REGIÃO TORACOABDOMINAL No trauma, a região 1 dedo abaixo do mamilo é considerada toracoabdominal. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ○ Turgência das veias jugulares. ○ Hemoptise pós-trauma. ○ Assimetria da parede do tórax. ○ Enfisema subcutâneo localizado ou disseminado. ○ Instabilidade da parede torácica. ○ Grandes fugas aéreas pelo eventual sistema de drenagem instituído no período de primeiro atendimento. ACHADOS RADIOLÓGICOS DE GRAVIDADE ○ Fratura do 1º e 2º arcos costais. ○ Fratura de 5 ou mais costelas. ○ Fratura do esterno. ○ Alargamento do mediastino (≥8cm). ○ Lesão diafragmática no trauma fechado. ○ Fratura de escápula. RISCO IMEDIATO DE MORTE ○ Obstrução da via aérea. ○ Tórax instável. ○ Pneumotórax: aberto ou hipertensivo. ○ Tamponamento cardíaco. ○ Hemotórax maciço. ○ Embolia aérea. Fratura de esterno ou clavícula é considerada lesão de alta gravidade. SABER PARA A VIDA: Quem chamar: Fratura de arcos costais e esterno: 1° C. torácico 2° C. geral 3° Você Escápula e clavícula: 1° ortopedista FRATURA DE COSTELAS ○ Comum ocorrência, pode estar associada a pneumotórax e hemotórax. ○ Localização: ○ Primeiros arcos costais: ruptura da árvore brônquica, lesão da A. Aorta torácica e das estruturas neurovasculares das extremidades superiores. ○ Últimos arcos costais: lesão de fígado e baço. ○ Sintomas: dor, crepitação, limitação da inspiração. ○ Diagnóstico: Radiografia simples de tórax e tomografia computadorizada. ○ Tratamento da fratura simples: analgesia e fisioterapia. TÓRAX INSTÁVEL Presença de fratura de 3 costelas consecutivas, ou seja, uma fratura da parede torácica grande o suficiente para prejudicar os movimentos respiratórios do paciente. Movimento paradoxal: incoordenação dos movimentos inspiratórios e expiratórios. DIAGNÓSTICO: ○ Exame físico durante a respiração. ○ Fratura de arcos costais nos exames de imagem. Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2 - 13/09/22 TRAUMA DO TÓRAX, TORACOCENTESE E DRENAGEM TORÁCICA - TOCE ○ Dificuldade para respirar perceptível. Tratamento: constatado o tórax instável, paciente deve ser internado e mantido em observação por 24h, analgesia venosa ou bloqueios intercostais podem ser utilizados assim como analgesia peridural contínua; recomenda-se ventilação mecânica até estabilização do quadro para quase todos os pacientes. A abordagem cirúrgica é controversa e consiste na fixação dos arcos costais. INDICAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA: ○ Idade>65 anos. ○ Número de costelas fraturadas > 5. ○ Contusão pulmonar extensa. ○ Pneumopatia prévia. ○ Disfunção respiratória grave: PaO2<60mmHg, PaCO2>55mmHg, com O2 por cateter ou máscara; FR>35irpm. ○ Trauma craniano associado. ○ Anestesia geral, mesmo para outros procedimentos que envolvam tratamento inicial do trauma. FRATURA DO ESTERNO ○ Lesões raras, mas de alta mortalidade devido à ocorrência de lesões associadas (contusão cardíaca, ruptura traqueobrônquica, ferimentos musculares) que devem ser pesquisadas concomitantemente. ○ Mesma orientação terapêutica do tórax instável com a diferença de que a indicação de fixação cirúrgica com fios de aço é mais frequente devido ao movimento paradoxal intenso e doloroso que pode ocorrer. ○ A infiltração analgésica do foco de fratura esternal é conduta auxiliar de grande valor para controle da dor. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO Ocorre quando há entrada de ar para o espaço pleural por um sistema de “válvula unidirecional” (geralmente por fratura de um arco costal), o ar entra sem a possibilidade de sair, colapsando o pulmão afetado. Mediastino e traqueia são deslocados para o lado oposto, diminuindo o retorno venoso e comprimindo o pulmão oposto. Sinais: presença de hipotensão, sem perda volêmica; turgência das veias jugulares; hipertimpanismo à percussão; assimetria torácica com murmúrio vesicular ausente ou diminuído; hipóxia. ○ O pneumotórax hipertensivo pode evoluir para choque obstrutivo. ○ Tamponamento cardíaco - Tríade de Beck: hipofonese de bulhas, hipotensão e turgência jugular ○ Diagnóstico clínico, sendo o exame de imagem dispensável. ○ Radiografia: desvio do mediastino contralateral, abaixamento da cúpula diafragmática, aumento dos espaços intercostais, assimetria na transparência dos pulmões, especialmente quando o Raio X foi obtido com o paciente deitado. ○ Óbito rápido do paciente devido à compressão do parênquima pulmonar contralateral (não pela ○ compressão de veias cavas), que leva à hipóxia. ○ Suspeita: toracocentese descompressiva. ○ Tratamento definitivo: drenagem torácica em selo d’água. PNEUMOTÓRAX ABERTO ○ Comunicação pleuro-parietal corresponde a 2/3 ou mais, do presumível diâmetro da traqueia do traumatizado. (pneumotórax) ○ Solução de continuidade entre a cavidade e o meio externo levando a uma equivalência entre as pressões atmosférica e intratorácica. ○ Tamponamento imediato: a fixação do curativo oclusivo em apenas três lados produz um efeito de válvula; desse modo, na expiração, tem-se a saída de ar que é impedido de retornar na inspiração, evitando, assim, a formação de um pneumotórax hipertensivo. Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2 - 13/09/22 TRAUMA DO TÓRAX, TORACOCENTESE E DRENAGEM TORÁCICA - TOCE ○ Tratamento definitivo: drenagem torácica e cirurgia fechamento cirúrgico da lesão. HEMOTÓRAX MACIÇO ○ Os sangramentos de origem pulmonar são limitados pela baixa pressão na artéria pulmonar e tendem a ser menos volumosos. ○ Os sangramentos de maior volume e de menor tempo de evolução resultam, geralmente, de lesões dos grandes vasos e do coração. Nas fraturas costais (artérias intercostais), com envolvimento das artérias sistêmicas contíguas à parede, o sangramento tende a ser continuado com choque hipovolêmico. TRATAMENTO: Inicial: Drenagem torácica em selo d’água. Nas primeiras 24h do trauma: autotransfusão deve ser utilizada sempre que possível. Indicação de toracotomia se sangramento maior que 1500 ml (20ml/kg) em menos de uma hora após drenagem inicial e que represente próximo da metade da volemia. Sangramento mantendo um ritmo de 500ml/h nas 3 a 4 horas, que se seguiram ao traumatismo. CONTUSÃO PULMONAR ○ É a lesão parenquimatosa mais comumente observada em associação com trauma torácico, ocorrendo em 30 a 75% dos pacientes. ○ Ocorre mais frequentemente em trauma fechado, mas também é observada em traumatismos penetrantes onde a velocidade é o fator determinante. Acontece no alvéolo que se rompe por aumento da pressão intra-alveolar. Hemorragia e infiltrado intersticial são vistos na primeira hora decorrida do trauma. O edema e a proliferação de polimorfonucleares faz com que o espaço aéreo pulmonar fique obliterado originando os achados radiológicos vistos logo após o trauma. ○ Diagnóstico: radiológico → Tomografia computadorizada. Encontra-se infiltrado pulmonar, áreas de atelectasia e consolidação. ○ Dentro de 6 horas normalmente o sangramento intra pulmonar alcançou sua intensidade máxima. ○ A progressão das lesões pulmonares depois de 48 horas pode ser resultado da presença de aspiração, desenvolvimento de pneumonia ou aparecimentoda síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). ○ Quando o espaço aéreo apresentar acima de 30% de área consolidada, poderá ser necessário ventilação mecânica, tomando por base somente a contusão pulmonar. Estima-se que até 50% do espaço consolidado haverá necessidade de ventilação mecânica. ○ Tratamento: Internação hospitalar, monitorização, suplementação de oxigênio, analgesia, quando a ventilação mecânica for instituída dura em média sete dias. A mortalidade varia de 10 a 50%. O barotrauma é frequente na vigência de ventilação mecânica. A utilização de corticosteróides e antibióticos ainda é controversa. TORACOCENTESE A toracocentese, ou punção pleural, é um procedimento que pode ser realizado por qualquer profissional médico desde que conheça a técnica de acesso à cavidade pleural por punção com a finalidade diagnóstica ou terapêutica do derrame pleural pela remoção do acúmulo de líquido anormal ali presente. Em algumas circunstâncias não basta fazer apenas punção, é necessário drenar o conteúdo. INDICAÇÃO: Identificação do tipo de líquido/secreção no interior do tórax; Coleta de amostras para laboratório; Biópsia da pleura parietal; Descompressão torácica em derrames pleurais volumosos (pacientes com dispneia); Descompressão torácica em pneumotórax hipertensivo, procedimento médico. TÉCNICA 1. Assepsia e antissepsia, anestesia local (lidocaína 2%), Paciente acamado: decúbito dorsal, cabeceira 45º (para o derrame acumular na metade inferior do espaço pleural). 2. Paciente sentado: Posterior no 5º espaço intercostal. Pneumotórax hipertensivo: 2º espaço intercostal 3. anterior. Jelco (14 ou 16) 90º graus, conectar no equipo de soro e em um coletor aberto 4. - Sistema de drenagem em selo d’água: Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2 - 13/09/22 TRAUMA DO TÓRAX, TORACOCENTESE E DRENAGEM TORÁCICA - TOCE 5. Frasco coletor fechado acoplado a um tubo. Capacidade de 1000 ou 2000 ml. 6. O tubo acoplado a tampa do frasco deve estar 2 cm mergulhado do líquido 7. Soro fisiológico ou água destilada (250 ou 500 ml) 8. Dreno tubular de silicone fenestrado (tamanhos variados …28, 30, 32, 34, 36) 9. Conector 10. O frasco coletor deve distar mais de 50 cm abaixo da saída do dreno torácico na pele. 11. Técnica de drenagem de tórax em selo d’água: 12. Paciente em decúbito dorsal. 13. Assepsia e antissepsia (máscara, gorro, capote e luva estéril, campos cirúrgicos estéreis) 14. Paciente colocar a mão atrás da cabeça. 15. Anestesia local com lidocaína 2% - no espaço intercostal 16. Incisão transversal entre o 4-5, 5-6 arcos costais na linha axilar média. 17. Divulsionar com a kelly o tecido celular subcutâneo e fazer uma pressão na pleura parietal 18. Divulsão romba (dedo) no interior da cavidade torácica (entre as duas pleuras). 19. Mediada (do dreno) entre o terço médio da clavícula e o local onde irá fazer a incisão. 20. Introdução do dreno fenestrado (todas as fenestras precisam estar no interior do tórax – cuidado) com auxílio de uma pinça longa 21. Conectar o dreno ao frasco coletor. 22. Observar: se vai sair ar (pneumotórax) pedir para o paciente tossir, se a coluna de líquido no interior do tubo vai se mover com a respiração, saída de líquido ou sangue. 23. Fixar o dreno com fio não absorvível zero ou 2 Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2 - 13/09/22
Compartilhar