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1 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA Diabetes 4M3 – DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO: O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. A hiperglicemia persistente está associada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumento de morbidade, redução da qualidade de vida e elevação da taxa de mortalidade. CLASSIFICAÇÃO: DM2 tem comprometimento genético, hereditário e é associado a resistência insulínica, deficiência no próprio receptor. DM gestacional – o próprio estado gravídico já leva a uma hiperglicemia, já é um estado diabetogênico, precisa de aumento da secreção de glicose na corrente sanguínea devido ao desenvolvimento do novo ser. DIABETES MELLITUS TIPO 1: • Doença autoimune e poligênica Esse fator genético não é tão preponderando, visto que quando se tem um indivíduo com diabetes, ele é o caso índice da família – não tem associação com pais diabéticos por exemplo. • Destruição das células beta-pancreáticas (ataque autoimune) • Deficiência completa na produção de insulina. A insulina é o principal hormônio que consegue internalizar a glicose a nível periférico. • Por estimativas 88 mil brasileiros tenham DM1 • 3° lugar em prevalência mundial • 5 a 10% de todos os casos de DM • Crianças, adolescentes e adultos jovens (LADA – na segunda década de vida) • Afeta igualmente homens e mulheres Marcadores de autoimunidade (precedem meses ou anos a doença) • Anticorpo anti-ilhota (ICA) • Auto anticorpo anti-insulina (IAA) Na prática clínica não se faz o rastreio com esses anticorpos, que são caros. • 1A – presença de autoanticorpos (ICA e IAA) • 1B – idiopático – não se conhece totalmente as causas desse tipo de diabetes. É tratado da mesma forma que o tipo 1A. • Associação com antígeno leucocitário humano (HLA) DR3 e DR4 • 1/3 dos casos totais abrem com quadro de cetoacidose diabética (complicação da descompensação metabólica ocasionada pelo diabetes) • Não se conhece totalmente a fisiopatologia da doença Fatores ambientais que abrem o quadro da doença: • Infecções virais • Componentes dietéticos • Composição da microbiota intestinal O DM1 é muito associado com critério imune – se é uma complicação autoimune, ou destruição pontual das ilhotas beta pancreáticas. Sabe-se que tem associação com estímulos imunológicos – infecção viral, componente dietético, microbiota intestinal. DIABETES MELLITUS TIPO 2: • 90 a 95% de todos os casos de diabetes – é o mais prevalente • Etiologia complexa e multifatorial – componentes genéticos e ambientais (associado a obesidade, sedentarismo e síndrome metabólica) • Indivíduos na 4ª década de vida – aumento da incidência em crianças e jovens. • Poligênica e com forte herança familiar (a apresentação do gene está muito mais presente no DM2, do que no DM1). Fatores ambientais: • Hábitos dietéticos – obesidade • Inatividade física – sedentarismo Fisiopatologia (resumo): • Hiperglicemia + hiperglucagonemia → resistência dos tecidos periféricos à ação da insulina → aumento da produção hepática de glicose → aumento da lipólise → aumento de ácidos graxos livres circulantes → aumento da reabsorção renal de glicose. 2 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA Glucagon é o hormônio que contrabalanceia a insulina. Quando se tem hiperglicemia, é necessário mandar a glicemia para dentro da célula, só que se tem resistência periférica a insulina, a insulina não consegue agir ocasionando a hiperglicemia prolongada, modificando os receptores de insulina periféricos, o pâncreas vai precisar produzir taxas cada vez maiores de insulina. Associado a isso, vai ter também um defeito funcional do receptor – o receptor que deveria estar funcionando, ele consegue entender o estimulo da insulina e internalizar através dos transportadores de glicose, principalmente o glut4, e aí essa glicose pode ser utilizada. Se isso não ocorre, há aumento progressivo da produção hepática de glicose aumentando ainda mais a glicemia e também há deslocamento do eixo de produção de glicemia – o glucagon vai ter efeito oposto ao da insulina, se tem aumento do glucagon tem aumento da lipólise, aumento das vias metabólicas de obtenção de glicose, aumento dos ácidos livres circulantes para obter energia. Acaba tendo também aumento na reabsorção renal de glicose. • Não ocorre presença de marcadores específicos da doença • 80 a 90% dos casos associada com o excesso de peso é síndrome metabólica DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: • Condição diabetogênica • Placenta produz hormônios hiperglicemiantes – nutrição do feto. • Enzimas placentárias que degradam a insulina – aumento da produção endógena de insulina e resistência periférica à insulina no corpo materno. • Não precisa ter preenchido os critérios diagnósticos de DM. • Diagnosticado no 2° ou 3° trimestre de gestação (24-28 semanas) com TOTG – 92mg/dL em jejum, 180mg/dL na 1ª hora e 153 mg/dL na 2ª hora. Se a gestante tem 98 em jejum, já é DMG – pré-natal de alto risco. Se normal no tempo 0 e na primeira hora normais, mas na segunda elevou, já é DMG. DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS: Maioria dos casos ocorre de forma assintomática. Maior parte dos diagnósticos ocorre através de exames laboratoriais. • Glicemia em jejum: coletada em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo 8 horas Jejum acima de 12h é deletério. • TOTG: previamente à ingestão de 75g de glicose dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga oral. Importante reforçar que a dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos 3 dias anteriores à realização do teste. Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira fase da secreção de insulina. • Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua determinação. Para fechar diagnóstico, é necessário que dois desses testes positivem, tirando a situação da glicose ao acaso – que uma medida isolada, com quadro clínico já fecha diagnóstico. As categorias de pré-diabetes conferem um risco aumentado de eventos/doença cardiovascular. Também conferem um risco maior de desenvolvimento de DM Os critérios diagnósticos de DM1 e DM2 são idênticos, mas os sintomas do DM1 costumam 3 Laís Flauzino | FISIOPATOLOGIA | 6°P MEDICINA chamar mais a atenção – cetoacidose diabética, os polis das diabetes. Diabetes mellitus gestacional: • IADPSG x Antigos critérios • DMG foi 3,5 vezes maior segundos os novos critérios (IADPSG) – 35,5% versus 10,6% Quando a tolerância foi menor à glicemia, os desfechos foram menores. • Melhores desfechos gestacionais e neonatais – tratamento precoce com níveis menores de glicemia. SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS DO DIABETES: Perda de peso, cansaço extremo, polifagia, poliúria, sede excessiva (quando vai glicose embora, vai água também – muito xixi, desidratado). Acontose nigricans: Pé diabético: Vai aparecer a glicose na urina quando for atingido o limite de reabsorção renal da glicose que fica em torno de 150 a 180 mg/dl.
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