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POR QUE MUITOS CLÍNICOS NÃO FAZEM CULTURA E TSA? Já possuem protocolo de terapia antimicrobiana pré-estabelecido para cada quadro clínico; Tem receio de esperar pelo resultado da cultura e TSA; Os laboratórios podem demorar para liberar os resultados; Gasto adicional que o tutor pode se negar a pagar. Muitos realizam cultura e TSA apenas quando a terapia convencional não foi efetiva AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS Para o antimicrobiano ser efetivo é preciso: Alcançar os alvos moleculares, que são primariamente intracelulares. Para isso, o antimicrobiano, em quantidades suficientes, precisa ultrapassar a membrana celular bacteriana; Interagir com uma molécula-alvo de modo a desencadear a morte da bactéria; Evitar a ação das bombas de efluxo que jogam os antimicrobianos para fora da célula bacteriana; Evitar a inativação por enzimas capazes de modificar o fármaco no ambiente extracelular ou no interior da célula bacteriana. RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS É a capacidade que as bactérias possuem de sobreviver em um meio ou organismo animal mesmo na presença de antimicrobianos; Resistência intrínseca X adquirida: Resistência adquirida decorre de alterações genéticas, as quais podem ser decorrentes de mutações ao acaso, ou através da aquisição de genes exógenos, pela captura de DNA, plasmídeos, transposons, bacteriófagos ou por transferência entre bactérias (conjugação). Mecanismo de resistência bacteriana: Alteração de permeabilidade. Mecanismo enzimático. Bomba de efluxo. Alteração do sítio de ação. Alteração de permeabilidade: Gram-negativas - alteração em porinas. Altera o tamanho de seus poros para que drogas com peso molecular maior não entrem. Resistência intrínseca dos bacilos Gram-negativos à penicilina, eritromicina, clindamicina e vancomicina e pela resistência de Pseudomonas aeruginosa ao trimetoprim. Resistência adquirida: mutações/genes que levam à alteração da porina Alteração do sítio de ação do antimicrobiano: enzimas inativam alvos ou alteram a ligação dos antimicrobianos. Staphylococcus aureus resistente à oxacilina e estafilococos coagulase-negativos adquirem o gene cromossômico Mec A e produzem uma proteína de ligação da penicilina (PBP ou PLP) que a impede de ligar no sítio alvo e inibir a produção da parede celular. Bomba de efluxo: bombeamento ativo de antimicrobianos do meio intracelular para o extracelular. A resistência às tetraciclinas codificada por plasmídeos em Escherichia coli resulta deste efluxo ativo. Exemplo: enterobactérias. Mecanismo enzimático: degradação do antimicrobiano por enzimas (beta-lactamases). As β-lactamases hidrolisam a ligação amida do anel beta- lactâmico, destruindo, assim, o local onde os antimicrobianos β-lactâmicos ligam-se às PBPs bacterianas e através do qual exercem seu efeito antibacteriano. Associar penicilinas com β-lactâmicos (ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam) capazes de se ligarem irreversivelmente às β-lactamases, inibindo-as. Gene cromossomal ou plasmideal COMO SE TORNAM RESISTENTES? Plasmídeo, bacteriófago (entram no local, replicam gene de resistência e transfere), mutação. Conjugação, transdução, transformação (morre, liberação no meio). PRINCIPAIS FATORES RESPONSÁVEIS PELA RESISTÊNCIA: Uso indiscriminado de antimicrobianos à pressão de seleção. A resistência é um processo natural, mas que pode ser acelerado. Antimicrobiano errado, tratamento por período errado, dose errada, uso em situações que não envolvem infecção bacteriana, etc. Eliminação e transmissão cruzada de microrganismos resistentes aos antimicrobianos entre os seres humanos, entre os animais, e entre os seres humanos e os animais e o ambiente. Uso de antibióticos como promotores de crescimento animal CONSEQUÊNCIAS DO USO INDISCRIMINADO DE ANTIMICROBIANOS: Emergência de cepas resistentes; Reduzida disponibilidade de antimicrobianos; Medicina Humana e Veterinária – sem opção de tratamento; Resíduos: contaminação ambiental; PRUDÊNCIA NA TERAPIA ANTIMICROBIANA: O que isso significa? “Utilizar as drogas antimicrobianas de forma que se possa maximizar os efeitos doa antibióticos, minimizando o desenvolvimento de bactérias resistentes”. Pontos estratégicos em Medicina Veterinária: Instruir os tutores: evitar o uso desnecessário de antimicrobianos. Evitar o uso inadequado Escolher o medicamento correto, conforme a bactéria Monitorar a sensibilidade antimicrobiana Reduzir o uso profilático Reduzir a utilização no pré-operatório Registrar e justificar as mudanças de protocolo Existem alternativas para o uso de antimicrobianos? Biosseguridade Terapia com bacteriófagos Administração de anticorpos Uso de probióticos e óleos essenciais Estimulação do sistema imune (vacina) Busca ativa por novas moléculas 21.09 --------------------------------------------------------------- Diagnóstico bacteriológico: Tipos de diagnóstico bacteriológico Diagnóstico fenotípico Diagnóstico molecular Diagnóstico sorológico Diagnóstico fenotípico: Os testes fenotípicos são, ainda hoje, utilizados pela maioria dos laboratórios em todo o mundo; São métodos de baixo custo; Simples realização; No Brasil, os testes são padronizados pelo Manual Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) e recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nível B2 de biossegurança. Seleção e inoculação do meio de cultura primário – incubação – estudo da morfologia colonial no meio e morfologia celular na coloração de gram de colônias representativas. Obter cultura pura em meio sólido ou líquido – teste de susceptibilidade a antimicrobianos (se urgente). Exame de esfregaços corados pelo gram da cultura pura; teste de catalase, oxidase, etc. Seleção e inoculação de meios diferenciais. Incubação – leitura dos testes diferenciais; identificação sorológica (se indicada) – identificação final dos organismos. Etapas do diagnóstico Bacteriológico 1) Demonstração • Bacterioscopia: colocar na lâmina, corar e ver no microscópio. Normalmente encontramos nos animais: Clostridium e E. coli. É uma flora balanceada entre bactérias negativas e positivas que não causam mal ao hospedeiro. Quando algo prejudica um desses lados, a flora é desbalanceada, tendo proliferação de um só microrganismo, causando sinais clínicos. Exemplo: uso de antimicrobianos. Se na lâmina direta tiver majoritariamente muito clostridium – diagnóstico de clostridiose. Deve-se ter um equilíbrio. 2) Isolamento • Colônia 3) Identificação • Características Demonstração: Bacterioscopia “imprints” Visualizar: arranjos microbianos e características morfológicas. Exemplo: suabes de otite, exame direto de fezes Órgãos – suspeita de Clostridioses. Isolamento: Ágar sangue. Ágar Mac conckey. *Clostridium não cresce nesses meios, requer anaerobiose. *Gram negativas – Mac conkey – enterobactérias. Técnica de esgotamento: Esgotamento inicial, sequencia de estrias. Meios de cultura mais comuns indicados para o diagnóstico bacteriológico; Meios de enriquecimento:
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