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- PATOLOGIA - ASPECTOS CONSTITUINTES DAS DOENÇAS Etiologia: origem/causa Patogenia: mecanismo/interação com o organismo Alterações morfológicas: mudanças estruturais devido a estímulos que podem ser macro/microscópicas (é muito realizado no preventivo, para observação da cérvice uterina, e além disso, o estudo histomorfológico é muito utilizado para diagnosticas neoplasias) Ex: HAS Etiologia: hereditária – causa primaria Patogenia: aumento da RVP Alteração morfológica: lesão endotelial/aumento da área cardíaca (aumento do trabalho do coração) Desordem funcional Manifestações clinicas ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULAR: O que é uma célula normal? É uma célula adulta diferenciada, com todas suas estruturas morfológicas preservadas, com suas vias metabólicas funcionando, ou seja, trabalha a todo momento para manter a homeostasia. São células preparadas para responder as demandas internas e externas, desde que essas demandas não sofram variações tão bruscas. Ex: aumento da frequência cardíaca durante uma corrida é um exemplo de uma variação interna para não deixar o coração sofrer um estresse exagerado. Sobre o fluxograma: A célula pode ser exposta a situações de estresse que podem ser de origem fisiológicas ou não. Quando a célula sofre uma alteração fisiológica, que é de origem mais prolongada porque a resposta adaptativa demanda tempo, vai sofrer processo de adaptação. Essas adaptações são de importância para manter o bom funcionamento do organismo, ou seja, a homeostasia. Para ser adaptação, o estimulo tem que ser fisiológico! E o estimulo fisiológico, quando a célula não tem capacidade de se adaptar, vai gerar lesão. Já quando a célula sofre um estimulo nocivo, que é de origem mais rápida e agressiva, não vão dar chance para as células se adaptarem, causando uma lesão que pode ser reversível ou não. A lesão reversível é leve, transitória, ou seja, o dano é temporário. Então a célula consegue recuperar suas funções e suas estruturas, voltando a homeostasia. Quando a lesão é de origem irreversível, que é uma lesão mais brusca e progressiva, ela perde a capacidade de ser utilizada no organismo, e dessa maneira, precisa ser encaminhada para a morte através da necrose ou apoptose. Na necrose a morte é sempre patológica, na lesão irreversível há predomínio dessa via onde extravasa o conteúdo celular gerando inflamação, já a apoptose pode ser patológica ou fisiológica, mas a fisiológica predomina (é uma morte ‘’limpa’’, onde há ativação das caspases). A função celular apresenta uma relação inversamente proporcional ao tempo que aquele estimulo dura. Quanto mais dura um estimulo nocivo, maior será a perda de função. Ao atingir o ‘’ponto de não retorno’’, já se configura uma lesão irreversível e a célula é encaminhada para morte. O coração vai se hipertrofiar para se adaptar devido ao aumento da demanda funcional, por exemplo, em um hipertenso. É uma situação de hipertrofia compensatória. Lembrando que uma célula adaptada não é uma célula normal, é uma célula que vai modificar para manter a homeostasia. O coração sobre o estimulo nocivo, por exemplo, em uma isquemia, vai fazer com que os miocitos percam sua função devido a lesão que sofreu. Há presença de bolhas e fragmentação de membranas. Caso o estimulo permaneça, haverá morte celular, caso cesse o estímulo, poderá ser reversível. Mas antes de sofrer lesão, é valido lembrar que ele tentou se adaptar, mas por persistência do estimulo, gerou uma lesão tecidual. Adaptações celulares: HIPERTROFIA: é o aumento do volume das células, ou seja, aumento do órgão em dimensão. Núcleos afastados. Pode ser fisiológico {acontece sem prejuízo de função} patológico {promove prejuízo de função - excesso de estimulo} Condições: aumento do estímulo de hormônios e fatores de crescimento e aumento da demanda funcional. Mecanismo: os estímulos vão atuar sobre desencadeantes mecânicos (demanda funcional) e sobre receptores tróficos (beta adrenérgicos – hormônios e fatores de crescimento) das células levando ao aumento da síntese proteica, causando a hipertrofia. Hipertrofia fisiológica: aumento do útero no período gestacional Hipertrofia patológica: hipertensão arterial sistêmica compensada é inicialmente fisiológica e depois passa a ser patológica. A hipertensão arterial descompensada já é patológica. Cor Pumonale também é patológico. A obesidade, gerando hipertrofia dos adipócitos também é patológica. HIPERPLASIA: é o aumento do número de células, levando ao aumento do tamanho do órgão. Condições: aumento do estímulo de hormônios e dos fatores de crescimento (FGF...). Mecanismo: Os hormônios e fatores de crescimento vão atuar sobre os receptores extracelulares que ativam as vias de sinalização, que vão atuar sobre os genes que controlam a proliferação celular. Hiperplasia fisiológica: pode ser compensatória ou hormonal. A hormonal acontece para suprir a demanda funcional de um órgão, como o útero durante a gravidez (sofre hiperplasia e hipertrofia) e as mamas durante o período gestacional. Ambos vão se desenvolver por estímulo hormonal. Crescimento dos ossos também é uma hiperplasia por ação do GH. Já a hiperplasia compensatória é para compensar a perda total ou parcial de um órgão, como em uma hepatectomia e nefrectomia. Visto que sobre ação de fatores de crescimento os hepatócitos vão se multiplicar, regenerando o órgão. Hiperplasia patológica: excesso de fatores de crescimento e de hormônios. Hiperplasia endometrial (efeito de progesterona e estrógeno). Hiperplasia prostática benigna – HPB (efeito da testosterona), que leva a compressões de estruturas, gerando dor ao urinar, diminuição do jato e gotejamento. Ambas oferecem risco para neoplasia. HPB ATROFIA: diminuição do volume e metabolismo celular. O conteúdo interno de uma célula atrofiada tem menos proteínas, menos organelas. Mecanismo: é um provável desequilíbrio entre a síntese e degradação dos componentes celulares. Condições: diminuição do estímulo hormonal de fator de crescimento, da carga e da nutrição (sanguínea e nutritiva). Atrofia fisiológica: útero após a gestação, mamas depois da lactação. Linha primitiva, notocorda, luz do esôfago, luz do estomago que sofrem apoptose e depois sofrem atrofia. Atrofia patológica: atrofia por denervação, ou seja, interrupção da inervação fazendo com que haja diminuição da massa muscular. Atrofia cerebral por diminuição do suprimento sanguíneo que pode ser causada por arteriosclerose ou aterosclerose. Mal de Alzhaimer, isso leva a diminuição dos giros e sulcos. METAPLASIA: é um padrão atípico de diferenciação, porque o estimulo será sempre patológico. É a mudança de uma célula adulta e madura em outra célula da mesma linhagem embriológica. É um padrão que pode ser reversível, mas em alguns casos é uma lesão pré-neoplasica. É uma exceção da resposta adaptativa. Metaplasia de traqueia: fumante crônico -> em que há uma troca do epitélio de revestimento psdeudoestratificado prismático ciliado por epitélio de revestimento estratificado prismático. Metaplasia de esôfago: doença do refluxo -> em que o liquido ácido do estômago volta para o esôfago fazendo com que o epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado se transforme em epitélio simples. Lesão celular: Reversível: alterações morfológicas e funcionais que são reversíveis quando se tira um estimulo. Está muito associada a danos rápidos, como funcionamento de vias, bombas, transportes. Numa lesão reversível tem a redução da fosforilação oxidativa, redução de produção e disponibilidade de ATP, edema (devido à redução nos mecanismos de transporte, levando ao acumulo de íons e de agua passivamente causando o edema). Irreversível: a célula não tem capacidade de recuperar seu funcionamentonormal devido a natureza do estimulo. Na maioria das vezes as células são encaminhadas para a necrose. É um tipo de lesão muito comum quando se tem um dano mitocondrial que vai gerar a diminuição de ATP ou alteração na permeabilidade de membranas, principalmente a dos lisossomos que o extravasamento de suas enzimas vai gerar autofagia. Quando um estimulo nocivo cessa sobre uma célula, ela pode voltar a ser normal, mas caso continue, ela é encaminhada para necrose. Na necrose é possível observar rompimento da membrana plasmática, rompimento da membrana dos lisossomos. As enzimas dos lisossomos vão interagir com o núcleo, promovendo sua fragmentação e dissolução nuclear. Além disso a síntese proteica (que é muito importante para o metabolismo) é afetada porque os ribossomos se soltam da cisterna do RER. A inflamação na necrose vem para fagocitar restos celulares e para combater o estimulo em potencial que está gerando essa necrose. Do outro lado, é possível ver uma célula normal sofrendo um processo de apoptose, e diferentemente da necrose, a célula está diminuída. A cromatina esta condensada, e há ativação de genes apoptóticos, C50, que vão ativar as caspases. A membrana fica integra, então não tem processo inflamatório. Mecanismos das lesões celulares: A resposta celular a estímulos nocivos depende do tipo da lesão, sua duração e gravidade. As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e grau de adaptação da célula danificada. Ex: um miócito hipertrofiado está mais propenso a uma hipóxia. A lesão celular resulta de anormalidades funcionais/estruturais e bioquímicas em um ou mais componentes celulares essenciais Principais alvos de lesão dentro das células: 1. Respiração aeróbica – afetada quando há diminuição no suprimento sanguíneo ou de oxigênio. 2. Síntese proteica 3. Material genético 4. Citoesqueleto 5. Membranas celulares 1º MECANISMO: DIMINUIÇÃO DO ATP A isquemia devido a formação de um trombo vai levar a interrupção do fluxo sanguíneo, diminuindo a oferta de sangue para a célula e consequentemente diminui a fosforilação oxidativa que leva a uma redução na disponibilidade do ATP. A diminuição do ATP implica na redução da atividade da bomba de sódio de potássio, levando o influxo de cálcio, agua e sódio para dentro da célula a favor do gradiente e a saída de potássio, também por processo passivo. Esse desequilíbrio vai levar a formação do edema dentro da célula, gerando lesão. A redução no ATP, devido a diminuição da fosforilação oxidativa também vai ser responsável por aumentar a glicólise anaeróbica, que vai levar a uma diminuição na reserva de glicogênio e o aumento do ácido lático que vai gerar uma diminuição no pH (ácido). O pH baixo vai ativar algumas enzimas que vão interagir com estruturas importantes das células, como a agregação da cromatina. Além disso, a diminuição do ATP vai levar ao destacamento dos ribossomos das cisternas do RER, afetando as sínteses de proteínas. 2º MECANISMO: DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL O aumento de cálcio do citosol ou aumento de radicais livres dentro da célula vai levar ao estresse oxidativo, que poderá danificar a mitocôndria. A redução no ATP pode gerar um dano mitocondrial, assim como os radicais livres vão lesar a membrana da mitocôndria No espaço mitocondrial, entre a membrana externa e membrana interna há citocromos C e H+, que é uma proteína pro-apoptótica, e quando há alteração na permeabilidade da membrana devido ao aumento do cálcio ou espécies reativas de oxigênio, então o poro de transição vai se abrir e então ocorre o extravasamento de H+ do meio intra para o meio extracelular. Essa perda desse H+ leva a incapacidade da mitocôndria gerar ATP na CTE levando a célula a necrose. Além disso, ocorre a saída do citocromo C pelo poro de transição que pode ativar apoptose. Dano mitocondrial é irreversível. 3º MECANISMO: FLUXO INTRACELULAR DE CÁLCIO O cálcio está muito mais concentrado no meio extra do que no meio intracelular. Cálcio ativa enzimas presentes no interior das células, como as fosfolipases, endonucleases, proteases e ATPase. A fosfolipase quebra lipídeos e gera lesão de membrana. A protease faz ruptura de membrana e de proteínas do citoesqueleto. Endonuclease leva a lesão nuclear devo a ação dessa enzima que vai fazer a dissociação nuclear. E a ATPase que vai quebrar o ATP, levando a uma redução na reserva do ATP, e o aumento de cálcio altera a permeabilidade da mitocôndria, o que diminui a capacidade da célula de também gerar ATP na CTE. A diminuição de ATP, nesse caso, pode ser tanto a causa quanto a consequência. 4º MECANISMO: LESÃO POR RADICAL LIVRE Formação de radicais livres devido aos mecanismos oxidativos que ocorre na mitocôndria. Ao formar as espécies reativas de oxigênio (superóxido, peroxido de hidrogênio) ocorre a geração de molécula instável (radical hidroxila) que tem um elétron perdido na última orbita. Essa espécie vai interagir com a estrutura da célula causando prejuízo. As células possuem mecanismos de remoção de radicais livres, como a glutationa, catalase e SOD que vão se ligar a essa molécula impedindo a interação com a estrutura celular, mas quando há muita produção desses radicais esses mecanismos não funcionam e aí geram os defeitos. São eles: rompimento de membrana pela oxidação de AG. Quebra de proteínas seu dobramento anormal, e perda de função enzimática. Oxidação do DNA promovendo alterações e mutação. 5ª MECANISMO: DEFEITO NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA Tipos de lesão: Lesão Isquêmica e Hipóxica Isquemia compromete a glicólise – dano é mais rápido Hipóxia compromete a produção de ATP – falha de muitos sistemas celulares dependentes de energia Lesão por reperfusão Nova lesão por produção de ERO Inflamação produz ERO e aumenta reperfusão Lesão química tóxica Conversão a metabólitos tóxicos reativos (CCL4) Ligação direta à estruturas moleculares da célula (Cloreto de Mercúrio) Morte Celular: NECROSE: Dano severo às membranas, com entrada das enzimas lisossômicas no citoplasma provocando digestão e vazamento dos componentes celulares (patológico). Gera processo inflamatório. Alterações histológicas nas células necrosadas: aumento da eosinófilia, e alterações nucleares: picnoses, cariolise e cariorrexe. Morfologia das lesões celulares: alterações da membrana plasmática (formação de bolhas, microvilos, edema). Dilatação do retículo com degradação de polissomos, desprendimento dos ribossomos do RER. Alterações no núcleo: desagregação de elementos granulares e fibrilares, condensação de cromatina, fragmentação. Tipos de necrose: NECROSE COAGULATIVA: É característica de áreas isquêmicas Preservação da arquitetura tecidual (temporário – até os fagócitos chegarem) Remoção das células necrosadas por fagócitos (quando os fagócitos chegam para remover a área necrosada começa a ter substituição do tecido normal por tecido cicatricial ou tecido próprio) Uma característica desse tipo de necrose é a palidez no órgão NECROSE LIQUEFATIVA: É um tipo de necrose que ocorre por lesões bacterianas e fúngicas. Presença de massa viscosa eosinófila (rosada). Obs: no tecido nervoso ao acontecer isquemia, não terá necrose do tipo coagulativa, e sim do tipo liquefativa. Pode ocorrer formação de pus. Acontece em órgãos internos. NECROSE GANGRENOSA: É um tipo de necrose coagulativa, ou seja, não é um padrão diferenciado. Ocorre por isquemia dos membros inferiores. Geralmente está relacionada com insuficiência vascular, diabetes. Apresenta áreas de ulceração, que pode ser úmida ou seca. A gangrena úmida é quando tem uma necrose coagulativa que evolui para umainfeção, e quando ela é seca, não há infecção. NECROSE CASEOSA: É característica de foco de tuberculose (que pode ser extrapulmonar). Aspecto do tecido fica granular (grânulos amorfos). Arquitetura tecidual destruída. Presença de granulomas (associações de macrófagos). Presença de linfócitos. Característica de ‘’queijo ralado’’. NECROSE GORDUROSA: Corresponde a áreas focais de destruição gordurosa. Ocorre devido a liberação de lipases pancreáticas que vão interagir com as células levando a quebra de triglicerídeos. Quando ocorre essa quebra, há liberação de AG que vão interagir com o cálcio formando a área de saponificação. NECROSE FIBRINÓIDE: É um tipo de necrose especial, é rara. Recebe esse nome devido a deposição de fibrinas presente na parede dos vasos. Ocorre em associação de antígeno com anticorpo, ou seja, são reações imunológicas. Há deposição de imunocomplexos nessas áreas. É muito observada nos vasos sanguíneos. A fibrina estimula fibroblasto, então a longo prazo haverá fibrosamento que poderá levar a diminuição da luz dos vasos. Alterações subcelulares: não são consideradas lesão nem adaptação. São alterações que podem provocar lesão e surgimento de doenças. Exemplo: autofagia – célula digerindo suas próprias estruturas. Distúrbios hereditários do Armazenamento lisossômico: ~ Mucopolidoses – Doença de Gaucher -> é uma doença de deposito lisossômico pela deficiência da enzima beta-glicosidase ácida que está evolvida na quebra de fosfolipideos de membrana. Esse acumulo de membranas dentro do lisossomo, levará a disfunções orgânicas como a hepatoesplenomegalia. ~ Mucopolisacaridoses Hipertrofia do REL -> devido ação medicamentosa, como o fenobarbital. Vai gerar hipertrofia do REL e aumento da atividade da p450 (enzima que degrada o medicamento). Por isso é necessário aumentar a dose ao longo do tempo. Anormalidade relacionada ao citoesqueleto: Sindrome de Kartagener (síndrome dos cílios imóveis) Tratamento da gota pode ser utilizado remédios que impedem a polimerização dos micro túbulos (freia a motilidade dos leucócitos diminuindo a dor). Tratamento de câncer também pode ser feito sobre ação do citoesqueleto. APOPTOSE: é uma via de morte celular, induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas (CASPASES) que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. É uma morte ‘’limpa’’ porque não deflagra um processo inflamatório. Apoptose em situações fisiológicas serve para manutenção dos tecidos e órgãos. Mas estímulos patológicos também podem encaminhar a célula para a apoptose causando a mínima lesão tecidual no hospedeiro. Em neoplasias é muito comum a hiperexpressão dos genes anti-apoptóticos e a diminuição dos genes apoptóticos. Apoptose fisiológica: durante a embriogênese (formação da luz dos órgãos, regressão da linha primitiva), formação dos membros superiores fazendo a separação da membrana que une os dedos (se não desunir – sindactilia). Privação hormonal gera apoptose das glândulas dependentes. Morte de células que já tenham cumprido seu papel. Eliminação de linfócitos autorreativos. Apoptose patológica: são estímulos de origem nociva que estão relacionados com a lesão no DNA, acúmulo de proteínas dobradas anormalmente. Morfologia: degradação do núcleo em pequenos fragmentos que são chamados de nucleossomos. Mecanismos da apoptose: existem duas vias – mitocondrial e receptor de morte- que vão culminar com a ativação das caspases (são enzimas responsáveis por digerir o conteúdo interno e levar essa célula a fragmentação) Existem dois grupos das proteínas BCL2, que são as efetoras e as reguladoras. Quando as efetoras forem ativadas levará a apoptose, e quando as reguladoras estão ativas não haverá apoptose. Em condições normais as reguladoras prevalecem ativas. Via mitocondrial: um estimulo vai atuar sobre a BCL2 fazendo com que se ative, e quando isso acontece ocorre a ativação das efetoras (Bax e Bak) que vão atua sobre a mitocôndria alterando sua permeabilidade e fazendo com que estas liberem citocromo C (que são proteínas pró apoptóticas) que vão ser responsável por ativar as caspases desencadeantes (8 e 9), que vão ativar as caspases executoras (3). Essas caspases vão ativar endonucleases e ativação de proteínas que degradam o citoesqueleto -> apoptose. É uma via que depende de lesão previa na maioria das vezes. Via de receptor de morte: depende da interação de um receptor TNF com um ligante do sistema imune, principalmente os linfócitos. Essa interação promove uma cascata que também vão culminar com a ativação de caspases levando a apoptose. Proteinas anormalmente dobradas que vão levar a apoptose: ACÚMULOS CELULARES São substancias que a célula vai acumular e que podem predispor a dano celular. Os acúmulos se localizam frequentemente dentro dos lisossomos. As células podem acumular substancias que são endógenas, substâncias normais, como por exemplo: carboidratos, agua, lipídeos, proteína. Pigmentos. Mecanismo dos acúmulos: metabolismo anormal, defeito no dobramento e transporte de proteína, ausência de enzimas ou a ingestão de materiais que não são digeríveis. ACUMULO DE LIPÍDEOS: DEGENERAÇÃO GORDUROSA – ESTEATOSE: acúmulo de triglicerídeos nos parênquimas dos órgãos: fígado, (é o local mais comum – esse acúmulo é observado na forma de esteatose) rins, coração e musculo. As causas mais comuns são: álcool (ele paralisa o mecanismo internos dos hepatócitos – o que gera o acumulo), diabetes (lentifica o metabolismo) e obesidade (velocidade de síntese dos ácidos graxos e muito maior que da sua degradação). COLESTEROL E ESTER DE COLESTEROL: são utilizados para síntese de membranas Aterosclerose: células da túnica íntima repletas de vacúolos lipídicos, presença de LDL que são fagocitados por macrófagos formando as células espumosas. Xantomas: acontece em casos de hipercolesterolemia familiar em que formam aglomerados de células espumosas (macrófagos) no tecido conjuntivo subepitelial da pele e tendões = massas tumorais (xantomas). Inflamações e Necrose: encontra-se macrófagos espumosos (amarelados). ACÚMULO DE PROTEÍNAS: Quando elas estão acumuladas na célula elas aparecem na forma de gotículas eosinofílica. Esses acúmulos são incapazes de serem metabolizados Proteínuria, doenças autoimunes são encontradas corpúsculos de Hussel. Doença hepática alcoolica: corpúsculo de Mallory - lesão tóxica pelo álcool, hepatócito balonizado (aumento de água, aumento de volume). Acúmulo intenso de grânulos eosinofílicos (alteração hialina). Resquícios de proteínas que não foram totalmente degradadas. Doença de Alzhaimer – proteínas dobradas de forma incorreta (beta-amilóide). Amiloidose – produção de proteína anormal que transforma o glomérulo em uma bola hialina, obstrução do glomérulo, ausência de capilares e muitas células inflamatórias. Pode ser de causa primaria ou secundária. ACÚMULO DE GLICOGÊNIO: Ocorre defeito no metabolismo de glicose (diabetes mellitus 2) e glicogênio. Distúrbios resultam em alterações genéticas em enzimas que metabolizam o glicogênio. Glicogenólise: O glicogênio fica dentro da célula, não é metabolizado, forma vacúolos claros no citoplasma da célula. Locais de acumulo: onde tem reserva de glicogênio – fígado, coração, rim (túbulos proximais e alça de Henle) Gliconenases: Doença de Von Gierke (I): deficiência de glicose 6 fosfatase. Doença de Mc Ardle (V): deficiência de fosforilase muscular. Doenca de Pompe: doença metabólica que acomete o tecido muscular, levandoa um quadro de miopatia debilitante e progressiva, que com frequência leva a risco a vida do paciente. Decorre de uma deficiência da atividade da enzima GAA (alfaglicosidade ácida) ocasionando um acúmulo de glicogênio dentro do lisossomo, acarretando fraqueza muscular, deterioração da função respiratória e morte prematura. É também conhecida também como deficiência de maltase ácida (AMD), doença tipo II de armazenamento de glicogênio (GDS-II) e glicogenose II. ACÚMULO DE PIGMENTOS: EXÓGENOS: Antracose: Carvão. Inalação de sais de carbono, que se acumulam dentro de macrófagos dentro dos pulmões; Parênquima pulmonar com coloração escura; Pode evoluir para fibrose pulmonar (pneumoconiose do trabalhador do carvão). Asbestose: Amianto. Presente em telhas de amianto; Asbestos inalados vão para pulmões; Imagem com cor de ferrugem; Processo inflamatório; Risco de evolução para câncer pulmonar. Plumbose: Chumbo. Acúmulo de chumbo gerando saturnismo; Gengiva azulada, acúmulo nas mucosas, alterações neurológicas, confusão mental, coma; Intoxicação grave. Silicose: Sílica. Siderose: Ferro. ENDÓGENOS Lipofuscina: Lesão por radicais livres e peroxidação lipídica Pigmento de senescência; Coloração castanho avermelhado. Alta quantidade no cérebro com Alzheimer. Melanina: Sardas, cloasmas (escurecimento de mamas e face em gestantes por alteração hormonal). Hemossiderina: Hb libera ferro quando é metabolizada (lise de hemácia). O ferro se acumula em grânulos de ferritina ou hemossiderina. Causado por transfusão sanguínea e hemorragias (hemocromatose) Coloração castanho-dourado, amarronzado. Presente em articulações e mucosas. CALCIFICAÇÕES: São depósitos anormais de sais de cálcio, em combinação com pequenas quantidades de ferro, magnésio e outros minerais. Distrófica Sempre ligada a áreas de dano celular. Quando a lesão envolve peroxidação lipídica, há ligação de cálcio com lipídeo. Quando lesa mitocôndria e RE, libera cálcio. Estenose valvar: disfunção na contratilidade, ocorre por aumento de fluxo sanguíneo passando pelas valvas, necrose e calcificação das células (HAS). Metastática: relacionada com aumento de cálcio no sangue Hipercalcemia: mucosas, cápsulas, fáscias, mucosa gástrica, meninge. Causas: hiperparatireoidismo secundário à insuf. Renal ( paratormônio), excesso vitamina D ( absorção Ca), doença de Paget, osteogênese imperfecta. INFLAMAÇÃO A inflamação sempre vai suceder uma lesão celular irreversível em que a célula foi encaminhada para a necrose. É um conjunto de fenômenos bioquímicos, morfológicos e fisiológicos, que vão envolver a resposta dos tecidos e vasos. É uma resposta local, inespecífica e ativa. Participantes do processo inflamatório: Vasos sanguíneos Células endoteliais Células inflamatórias Leucócitos Macrófagos/monócitos Células tissulares (teciduais, presente nos parênquimas) Fibroblasto Mediadores da inflamação (citocinas, interleucinas, quimiocinas, proteínas de fase aguda) O processo de cicatrização anda junto com a lesão, ou seja, a medida que o tecido está sendo lesado há tentativa de recuperação. Proteínas atuam estimulando a angiogênese. Existem dois padrões de inflamação: aguda ou crônica. Sinais da inflamação (flogísticos): DOR, CALOR, RUBOR, EDEMA E PERDA DE FUNÇÃO. Características gerais da inflamação: É uma resposta protetora do hospedeiro a agentes invasores Os principais componentes são a reação vascular e a resposta celular As etapas da resposta inflamatória são divididas em 5 (5 ERRES): reconhecimento, recrutamento de leucócitos, remoção do agente invasor, regulação da resposta e reparo. INFLAMAÇÃO AGUDA: As causas podem ser endógenas ou exógenas. Fenômenos irritativos vão desencadear essa resposta, gerando alteração nos vasos, transmigração de leucócitos. As células (APC’s) vão reconhecer um antígeno através do seu receptor de reconhecimento de padrão e vão liberar citocinas (IL-1, TNF, histamina, serotonina, oxido nítrico e PAF) que vão culminar com a resposta inflamatória, alterando a permeabilidade vascular. Os vasos sanguíneos vão aumentar seu calibre devido a participação dessas aminas vasoativas, que vão acabar aumentando também o fluxo sanguíneo do local. O que explica o calor e rubor. Além da alteração na permeabilidade (aumento do calibre) há um desequilíbrio nas pressões dos vasos, fazendo com que as células e líquidos migrem para o interstício gerando o EDEMA, que é um efeito colateral da inflamação. O edema inflamatório é composto de células, líquidos e proteínas inflamatórias. Já o transudato é um edema devido ao acumulo de água e ocorre por aumento na pressão hidrostática. É muito comum na insuficiência cardíaca. Toda alteração até o momento é para que aconteça, agora, a estase sanguínea. Então o fluxo sanguíneo naquele lugar vai ficar mais lento para permitir a migração das células (LEUCÓCITOS- segue abaixo). Processo de transmigração (é dividido em etapas): 1ª etapa: marginalização – células começam a migrar para a periferia 2ª etapa: rolagem – os neutrófilos ao chegarem na periferia vão rolar sobre os receptores de SELECTINAS P, E, L até encontrar o ICAM-1, mudando sua conformação de uma célula globosa para uma célula com prolongamento. 3º etapa: adesão estável – encontro do neutrófilo com o ICAN-1 4ª etapa: diapedese - migração dessas células para o interstício através das fendas venulares. Processo de quimiotaxia: é o processo de migração da célula para o sitio infeccioso. Produtos do complemento vão auxiliar, leucotrieno B4. Ativação leucocitária: preparação para a fagocitose Ativação de receptores de superfície. Alterações bioquímicas e metabólicas que ocorrem no leucócito, para preparar para fagocitose. Aumento da síntese de enzimas lisossomais, vesículas de lisossomos ficam maiores. Leucócito ativo é maior do que leucócito não-ativo. Ativação de receptores de superfície: reconhece o agente agressor pelo receptor. Liberação de mediadores para manutenção da resposta inflamatória: prostaglandinas e leucotrienos -> aumento da permeabilidade, calibre, recrutamento de leucócitos. Liberação de mais citocinas e quimiocinas: aumento recrutamento. Além do processo de ativação leucocitária, a opsonização é uma atividade que vai facilitar o processo de fagocitose. Processo de fagocitose: 1- Reconhecimento e ligação 2- Captura 3- Morte e degradação O processo de morte e degradação acontece por duas vias: reações dependentes de oxigênio e reações não dependentes de oxigênio. Reação dependente de oxigênio: Necessidade do oxigênio para geração de radicais livres Surto oxidativo -> O2 NADPH OXIDASE H202 -> OH Parte dos radicais livres produzidos vão estar dentro de vacúolos fagocíticos, que vão culminar com a primeira via de morte do microrganismo. O superóxido atravessa a membrana do vacúolo fagocitário, é oxidado pelo complexo enzimático NADPHoxidase, que é convertido em H2O2 (peróxido de hidrogênio), que por dismutação espontânea, perde oxigênio e hidrogênio e vira OH (hidroxila). Reação dependente de oxigênio: via complementar Microorganismos com cloro: a hidroxila – OH não dá conta de combater então ocorre a liberação de -> Mieloperoxidase (MPO). MPO é pré-fabricada dentro dos grânulos azurófilos. Presença de cloro: grânulo com MPO degranula, libera MPO dentro do vacúolo fagocitário. MPO reage com haloide (cloro) e transforma peróxido de hidrogênio em hipoclorito (HOCl). Hipocloreto é mais potente, direcionado para bactérias mais resistentes. Sistema: Potente sistema bactericida. Reação independentede oxigênio: Enzimas presentes nos grânulos dos leucócitos: Azurófilos (MPO) e específicos. Cada grânulo específico tem um tipo de enzima: BPI, lisozima, lactoferrina, proteína básica principal, defensinas. Essas enzimas também degranulam ao vacúolo fagocitário. Cada uma altera a integridade da membrana dos microorganismos. Promovem peroxidação lipídica, aumento permeabilidade e lise. Degradação Ocorre pelas enzimas lisossomais, hidrolases ácidas dos lisossomos. Se o antígeno não for microorganismo não precisa da etapa de morte, vai direto para degradação. Substâncias importantes: Enzimas lisossomais Intermediários reativos de O2 Produtos do metabolismo Ác. Araquidônico (PTG’s E LEUCOTRIENOS) As células ao terminarem o processo de fagocitose vão sofrer apoptose. Só que antes de acontecer a apoptose o leucócito pode romper sua membrana e extravasar conteúdo levando a toxicidade de células adjacentes. (segue abaixo) Exemplos clínicos de doenças induzidas por leucócitos: SARA (foco de infecção pulmonar que vai levar ao aumento de leucócitos extravasando seu núcleo que vão lesar as células do parênquima pulmonar). Término da inflamação aguda: acontece quando os mediadores cessam sua atividade. Existem interleucinas próprias que vão inibir a atividade dos leucócitos (desativam receptores, selectinas e icams) e como saldo tem a eliminação do agressor. Existem 3 possibilidades para uma inflamação: resolução completa ou cura/ cicatrização e substituição por tecido conjuntivo/ cronicidade. Mediadores da inflamação aguda: IL-1, IL-8, PAF, OXIDO NÍTRICO, PAF (podem vir dos leucócitos, proteínas sanguíneas do complemento ou através das proteínas do sistema de coagulação) Efeitos sistêmicos dos mediadores: Febre (IL-1, TNF e PTG) Aumento do sono Diminuição do apetite Síntese de proteínas de fase aguda (IL-6) – PCR principalmente Padrões morfológicos da inflamação: Inflamação Serosa: Extravasamento de fluido líquido, pobre em células e proteínas. Ocorre em superfícies, pele. Relacionada à lesão dérmica ou por atrito, estímulo mais brando. Aumento da permeabilidade, não exagerado, não sai células e proteínas. Edema exsudato menos concentrado. Diminuiu células, aumenta água. Ex: Bolha de queimadura; Edema seroso de pulmão (SARA). Inflamação Fibrinosa Acúmulo de fibrina nos tecidos. A fibrina vem do fibrinogênio plasmático (sistema de coagulação). Aumento da permeabilidade = aumento da saída fibrinogênio para interstício = convertido em fibrina. Formação de malha (pseudomembrana) que impregna no tecido, em superfície, em cápsulas, fáceas, mucosas, pleura, meninge. Fibrina estimula fibroblasto -> Deposição de colágeno -> Fibrosamento do órgão. Aspecto pão-com-manteiga (superfície rugosa). Exsudato fibrinoso: célula inflamatória e proteína. Ex: Pericardite aguda por endocardite; Tamponamento cardíaco. Inflamação Supurativa / Purulenta Acúmulo de pus no tecido. Quadros de infecção por microorganismos piogênicos (Strepto, Staphilo). Exsudato inflamatório, muito mais concentrado: muito microorganismo, proteínas inflamatórias, mediadores inflamatórios, restos necróticos de células e muitas células inflamatórias. Muito viscoso e amarelado. Ex: Abscesso, furúnculo, pneumonia (fibrinopurulenta). Inflamação Necrótica / Ulcerativa Aguda / Crônica. Úlcera crônica do tecido acometido; Escavação da superfície do órgão; Profundidade. Afeta camadas subsequentes do tecido. Pode evoluir para supurativa se infectar. Ex: Pele ou mucosa (boca, estômago, intestino). INFLAMAÇÃO CRÔNICA: Inflamação ativa Destruição tecidual Tentativa de reparo Processo insidioso e de duração prolongada. Eventos que caracterizam a inflamação: Inflamação ativa: Reações celulares e vasculares (recrutamento de leucócitos, fagócitos). Destruição tecidual: Tem muito mediador inflamatório e radical livre. Tentativa de reparo: Vai depositando colágeno e a longo prazo vai fibrosando. Causas: Infecções persistentes por determinados microorganismos ou infecções repetidas. Exposição prolongada a agentes tóxicos (inalado, digerido, contato com pele). Reações de auto-imunidade. Características Morfológicas Infiltrados de células mononucleares = inflamação crônica (macrófago). Destruição tecidual = área de necrose. Tentativa de cicatrização e reparo = tecido conjuntivo, deposição de colágeno, tecido fibroso. Obs: Muitos macrófagos ativos na área inflamada, extravasa radicais livres para o meio extracelular e vai lesando o tecido. Causas do Acúmulo de Macrófagos Recrutamento persistente de monócitos da circulação pela liberação de mediadores. Proliferação local com população crescente de macrófagos. Imobilização de macrófagos por ação das citocinas. Mecanismo: Extravasamento de monócitos. (na inflamação aguda ocorre o extravasamento de neutrófilo) Monócito adere-se à base e se transforma em macrófago tecidual. Aumento de enzimas lisossomais, aumento do tamanho celular, metabolismo ativo, aumento da capacidade de fagocitar. Macrófago ativado por microorganismos, citocinas e LT; libera espécies reativas de oxigênio, proteases, citocinas, quimiocinas, fatores de coagulação, metabólitos do ac. araquidônico. Libera substâncias que lesam o tecido, com mais estímulo para mais inflamação. Macrófago libera fatores de crescimento e mediadores que estimulam a fibrose: PDGF, FGF, TGFβ (crescimento tecidual, crescimento derivado de plaqueta, fatores de angiogênese). Macrófago libera mediadores que: Sustentam a resposta inflamatória; Iniciam o processo de reparo; Estimulam angiogênese; Estimulam a proliferação de fibroblastos colágeno fibrose CICATRIZAÇÃO Reparo tecidual pode acontecer por regeneração ou cicatrização. Processo cicatricial: 1. Formação de novos vasos (angiogênese): Acontece por duas vias: ramificação e extensão dos vasos preexistentes (é a mais comum) ou recrutamento de células endoteliais progenitoras. Angiogênese dos vasos preexistentes: Formação de novos vasos sanguíneos Migração e proliferação de fibroblastos Deposição de MEC Maturação e reorganização do tecido fibroso - Vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos já preexistentes mediados por VEGF - Degradação da membrana basal dos vasos por metaloproteases, são enzimas liberadas no processo de diapedese da transmigração leucocitária. - Migração de células -> estimulo angiogênico. - Proliferação das células endoteliais. - Recrutamento de células periendoteliais (responsáveis pelo amadurecimento do novo vaso). Essas células são recrutadas pelas angiopoetinas. - Principal fator no processo de cicatrização é o VEGF (estimula a liberação de células endoteliais pela medula óssea e a sua proliferação). 2. Migração e proliferação de fibroblastos VEGF -> aumenta permeabilidade vascular fazendo com que ocorra saída de fibrinogênio e fibronectina plasmática que serão convertido em fibrina -> estroma provisório que estimula o crescimento de fibroblastos e células do endotélio. TGFβ, PDGF, EGF, FGF: Migração e proliferação de fibroblastos no local da lesão. 3. Deposição de MEC: Os fibroblastos depositam grande quantidade de MEC Resultado final: Cicatriz composta por colágeno, fibra reticular, fibroblasto fusiformes, fragmentos de tecido elástico e proteínas da MEC. 4. Maturação e organização do tecido fibroso: remodelamento tecidual Equilíbrio entre aquilo que vai sendo produzido e aquilo que vai sendo degradado. É controlado através das colagenasesque vão delimitar a deposição de MEC. Objetivo: formação de cicatriz apenas no limite da lesão. CICATRIZAÇÃO DE FERIDA CUTÂNEA É dividida em três fases: Inflamação Formação de tecido de granulação e reeptelização Contração da ferida (importante para limitar aquele dano), deposição de MEC e remodelagem A cicatrização cutânea pode ser dividida em primeira intenção – cicatriz pequena (acontece em feridas limpas, não infectadas com margens aproximadas) e segunda intenção – cicatriz grande (acontece quando as margens estão separadas, ou seja, o dano tecidual é maior). A cicatrização de primeira e segunda intenção passam pelas mesmas etapas, o que difere é o tempo de cicatrização na segunda intenção que é maior. 1ª INTENÇÃO: Feridas com margens opostas e aproximadas, limpas e não-infectadas. Ex: Incisão cirúrgica limpa não infectada e aproximada por suturas cirúrgicas. Acontece de forma rápida, menos potencial de complicação, resultado funcional é melhor. Processo inflamatório regride rápido, processo conclui rapidamente, com menos chance de complicar. Precisa-se de menos tecido de granulação. A cicatriz fica menor do que o ferimento inicial. A contração aproxima as bordas para diminuir a área de dano. 2ª INTENÇÃO: Ferimentos com margens separadas Quando há perda excessiva de células O processo reparativo é mais complicado ETAPAS: Imediatamente a lesão: formação da crosta (coagulo) 24h: resumida em reepitelização e inflamação. Surgimento de neutrófilos (processo inflamatório). Estimulação de células epiteliais. Formação de uma fina camada epitelial que fecha a ferida. 3º dia: resumido em granulação Neutrófilos são substituídos por macrófagos que vão remover células necróticas e vão liberar fatores de crescimento para a proliferação celular. Invasão por tecido de granulação (angiogênese). Fibras colágenas dispostas verticalmente. Proliferação celular epitelial. 5º dia: Espaço incisional é preenchido com tecido de granulação. Neovascularização é máxima (cicatriz fica vermelha). Fibras colágenas mais espessas unem a incisão. Epiderme recupera sua espessura normal. 2ª Semana: Acúmulo de fibroblastos e colágeno Desaparecimento do edema e infiltrado leucocitário (regressão da inflamação) Início do empalidecimento com deposição de colágeno e regressão dos canais vasculares (cicatriz vai ficando mais clara, devido a deposição de colágeno) 1º mês: Cicatriz formada por T.C celular, sem inflamação Força tensil aumenta gradativamente (resistência da cicatriz) Obs.: diabético tem glicosilação da fibra de colágeno, ou seja, o colágeno fica mais fino e frágil e a ferida se abre porque não tem adesão suficiente. Além disso apresentam complicações que são: feridas infectam com mais facilidade, tem menos quimiotaxia de leucócitos, tem alteração na adesão de leucócitos no epitélio e a neoangiogenese não é eficaz. A cicatrização por 2ª intenção difere da 1ª intenção por vários aspectos: Formação de um grande coágulo de fibrina (crosta é muito maior). Reação inflamatória é mais intensa Quantidades maiores de tecido de granulação são formados Aspecto mais divergente: fenômeno de contração da ferida que ocorre nas feridas de superfícies grandes. Visto que na primeira intenção as margens já estão próximas e não precisam de tanta contração. Os miofibroblastos são células responsáveis por aproximar as margens.
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