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enviar Exercicio avaliativo Intervencao do Estado na propriedade (1)

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CENTRO INTEGRADO DE ENSINO SUPERIOR – CIESA GRADUAÇÃO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II PROFESSORA: PATRÍCIA PETRUCCELLI MARINHO
ALUNA: Caroline Pinheiro Brandão
EXERCÍCIO AVALIATIVO – valor 1,5 ponto
1 – Fale sobre o tombamento, indicando seu conceito, sua classificação quanto à espécie, ao tipo de procedimento e a inicitativa.
É uma forma de intervenção do Estado na propriedade privada, que tem por objetivo a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Pelo tombamento, o Poder Público protege estes bens determinando a sua inscrição nos chamados Livros do Tombo. Assim, o bem, ainda que pertencente a particular passa a ser considerado bem de interesse público e fica sujeito a algumas restrições. O tombamento pode atingir bens de qualquer natureza: móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, públicos ou privados.
Tombamento provisório é aquele decretado no início do processo, e que configura efeitos imediatos equiparados ao tombamento definitivo, exceto no que toca ao registro no cartório imobiliário e ao direito de preferência reservado ao Poder Público, o tombamento provisório não pode ser protelado além do prazo legal, pois se este for excedido, a omissão ou retardamento configuraria abuso de poder, e portanto sujeito a correção judicial. esta modalidade só seria possível em caso de via jurisdicional ou executiva de constituição do tombamento;
- definitivo: esta é uma modalidade possível no tombamento constituído por qualquer modo (seja executivo, legislativo ou jurisdicional). Quando o tombamento é da iniciativa do Poder Executivo terá início quando da inscrição no livro do tombo, quando da iniciativa do Poder Legislativo, iniciar-se-á quando do início da vigência da lei, e quando da iniciativa do Poder Judiciário, quando da a inscrição no livro de tombo estiver protegido pela coisa julgada. Maiores detalhamentos estão tratados abaixo.
Tombamento de ofício: que é o que incide sobre bens públicos e efetua-se por determinação do Presidente do IPHAN (ou o respectivo órgão competente na respectiva esfera governamental), havendo a necessidade da notificação da entidade a que pertencer o bem (art. 5º do DL nº 25/37). Ou seja, depois de manifestação do órgão técnico, a autoridade administrativa determina a inscrição do bem no Livro do Tombo, para que seja efetuada a referida notificação;
b) incidente sobre bens particulares, podendo das seguintes espécies:
b.1. Tombamento voluntário (art. 7º do DL nº25/37) : que é a que ocorre quando:
1) o proprietário pede o tombamento e a coisa revestir-se dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do órgão técnico competente; ou
2) o proprietário anuir, por escrito, à notificação que se lhe fizer para a inscrição da coisa em qualquer dos livros de tombo.
b.2. Tombamento compulsório: que se caracteriza por:
- ser da iniciativa do Poder Público, por despacho da autoridade competente (no caso do nível federal), que é o Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural, ou, o que se dá por "provocação de outrem que não proprietário da coisa".
- recusa do proprietário em concordar com a inscrição do bem, ocasião em que se instaura um processo com as seguintes fases (segundo Odete Medauar e Maria Zanella di Pietro) :
1)manifestação do órgão técnico sobre o valor do bem, para fins de tombamento;
2)o órgão competente notifica o proprietário para este anuir ao tombamento ou impugnar por escrito(com referidas razões), dentro de 15 dias (contados a partir da notificação);
3)não havendo impugnação no prazo, a autoridade competente determina a inscrição do bem no livro de tombo (configura tombamento voluntário);
4)havendo impugnação, o órgão ou interessado, de onde emanou a proposta de tombamento, deverá manifestar-se quanto a suas razões (já que lhe será dada vista). O prazo para a sustentação é de 15 dias;
5)logo após, os autos são remetidos ao Conselho do órgão competente para sua decisão (na esfera federal é o IPHAN, que proferirá decisão a respeito, no prazo de 60 dias a contar do recebimento);
6) " se a decisão for contrária ao proprietário, será determinada a inscrição no Livro de Tombo; se for favorável, o processo será arquivado"
7) o perfazimento definitivo do tombamento na esfera federal se dá com a inscrição em uma das seguintes modalidades de livro de tombo:
2 – O que é servidão administrativa? Quais as suas características? É possível haver indenização de uma servidão.
A servidão administrativa é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse público (ex: colocação de postes de energia; passagem de oleoduto ou caminho; placas de sinalização).
Estabelece-se uma relação jurídica entre a coisa serviente e a coisa dominante. Coisa serviente é a propriedade que possui o encargo real de suportar a servidão administrativa, enquanto a coisa dominante é o serviço público concreto ou o bem afetado a uma utilidade pública.
Para a doutrina majoritária, é possível a incidência de servidão administrativa sobre bens públicos, desde que seja respeitada a "hierarquia federativa", analisando-se analogicamente o art. 2°, §2°, do Decreto-Lei 3.365/41, que trata da desapropriação.
Características:
1) Natureza de direito real na coisa alheia;
2) Situação de sujeição da coisa serviente em relação à coisa (ou serviço) dominante;
3) O conteúdo da servidão é uma utilidade inerente à coisa. Dá ao titular do direito real a possibilidade de usar, gozar ou extrair determinados produtos;
4) Incide sobre imóvel (no caso de bem público, deve ser observado o princípio da hierarquia federativa e deve contar com autorização legislativa).
5) Perpetuidade;
6) Indenização em razão de prejuízos (dano efetivo). A indenização não deve corresponder ao valor total do bem, mas apenas compensar as restrições impostas - para Di Pietro, não cabe indenização se a servidão decorrer de lei, exceto existência de prejuízo maior que os demais afetados.
7) Inexistência de autoexecutoriedade: só se constitui mediante lei, acordo ou sentença judicial.
Não observadas as formalidades necessárias à implementação da servidão administrativa (decreto de declaração de utilidade pública), em atenção ao princípio da eficiência e da continuidade do serviço público, deve ser mantida a servidão, com a indenização correspondente à justa reparação dos prejuízos e das restrições ao uso do imóvel, como ocorre com a desapropriação indireta.

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