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Morfofuncional | UC XXI | SP 2 Hipertensão intracraniana → Crânio - Esfera oca de paredes rígidas, inelástica, comunicação com o restante do corpo - forame magno - Ocupação: • Parênquima • Sangue • Líquor - Nas crianças, as suturas, fontanelas não estão totalmente fechadas, por isso a criança pode ter um “aumento da cabeça” - Desequilíbrio no líquor, na quantidade de sangue pode levar ao aumento da pressão dentro do crânio → Circulação Sanguínea Encefálica - – Mecanismo de Auto – regulação • Mecanismos Miogênico – Vasodilatação/ Vasoconstricção - No cérebro temos um mecanismo de defesa, que é como se fosse uma auto regulação; o excesso de sangue não consegue entrar dentro do cérebro; para evitar esse hiperfluxo de sangue, ele começa a fazer vasoconstrição para não entrar esse volume excessivo; - Se eu tenho baixo fluxo no cérebro, ele faz vasodilatação para tentar aumentar a quantidade de sangue ali • Mecanismo químico – Muito CO2 vasoDILATAÇÃO ( Melhorar perfusão) - Também temos mecanismos químicos, com muito CO2, que pode sinalizar estado de má perfusão e isso faz com que ele faça vasodilatação para melhorar a perfusão → Espaço intracraniano é invariável → Aumento do volume, determina o deslocamento dos seus constituintes naturais. - Até a curva é onde eu consigo compensar, ainda tenho mecanismos compensatórios; quando não consigo mais compensar, começo a ter aumento da PIC; - Se chega em um momento sem sangue e líquor, começo a perder massa encefálica (herniação) → extremamente grave e prognóstico péssimo - Quando tenho aumento do volume, tenho o deslocamento;se aumenta o volume dentro do crânio, alguma coisa vai ter que sair para manter a pressão (o líquor ou o sangue saem primeiro; sangue venoso nesse caso) - A partir do momento que já gerou a compensação, já saiu tudo que tinha pra sair de sangue e líquor, eu não tenho mais mecanismos de compensação para tentar consertar isso → isso aumenta a pressão IC e com isso podemos ter mais riscos de herniação - Nessa imagem, o roxo representa uma massa aumentando de tamanho; e um primeiro mecanismo de compensação é perda de líquor e sangue venoso; a partir do momento que não tenho mais o que perder, esse paciente desenvolve uma HIC; - Há várias coisas que podem ser a causa dessa HIC ao invés da massa Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 1 Morfofuncional | UC XXI | SP 2 HIC - Progressiva • Parênquima – Abscesso (continua a crescer, diagnóstico demorado) – Meningite (tem os sintomas associados de rigidez de nuca, vômito em jato, alteração do nível de consciência) – Neoplasia (compressão vai se instalando ao pouco) – TCE • Líquor – Hidrocefalia - se não for tratada, a longo prazo o paciente pode evoluir com HIC - Súbita • Vascular – AVCh – Hemorragia intraparenquimatosa – Hemorragia subaracnóide Se sangrar pouco, vaso terminal, faz o AVC hemorrágico intraparenquimatoso e o paciente pode fazer apenas sinais clínicos; Se faz hemorragia com inundação ventricular, de grande quantidade, o paciente se não tratado corretamente pode evoluir para HIC → Aumento PIC – Edema cerebral • 3 mecanismos ◘ Edema vasogênico (ocorre pelo aumento da permeabilidade vascular) ◘ Edema intersticial ◘ Edema citotóxico - No quadro da meningite, tenho o patógeno que libera algumas citocinas; e essa liberação vai recrutar leucócitos para aquele local - os leucócitos vão liberar mais quimiotóxicos, e eles vão fazer aumentar a permeabilidade vascular e isso pode levar a um edema vasogênico - No nosso cérebro, não temos muito leucócitos; mas quando tem algum microrganismo na meninge, tenho um aumento de leucócitos; eles vão de maneira muito intensa; deixando o meio muito mais viscoso, mais espesso; esses leucócitos começam a se depositar nas granulações de paccini (“ralo” que ajuda fazer circulação liquórica) líquor fica mais espesso, eles se depositam, isso causa dificuldade de excreção - Além disso, pelo fato de já ter esses 2 edemas, o vasogênico e intersticial, consequentemente tenho diminuição de vascularização cerebral; além disso os leucócitos começam a fazer uma infiltração na parede do vaso, isso faz Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 2 Morfofuncional | UC XXI | SP 2 vasoconstrição que leva a uma diminuição da vascularização das células e isso leva isquemia do parênquima, que vai liberar radicais tóxicos e isso vai alterar a bomba de sódio e potássio e isso vai levar a um edema citotóxico - Paciente com meningite mal tratada, mal conduzida, pode fazer uma HIC - No paciente com TCE, tenho perda da autorregulação; e tem hiperfluxo cerebral devido ao trauma; não se sabe explicar a fisiopato desse hiperfluxo - Logo, o paciente tem o hiperfluxo, mas não consegue mais fazer o ajuste → tenho aumento da pressão hidrostática do capilar e o paciente começa fazer extravasamento de líquido do parênquima que vai fazer um edema cerebral vasogênico - A cronicidade do edema vai diminuir a oxigenação do tecido e esse paciente evolui com edema cerebral citotóxico - Quando o paciente tem neoplasia, abscesso ou hematoma, de uma forma geral, → enho aumento do volume cerebral por algum motivo específico → se aumentar demais, tenho bloqueio da drenagem do líquor, e isso pode levar a hidrocefalia → de forma crônica pode fazer HIC - Outro motivo, relacionado as neoplasias; ela libera fator de crescimento tumoral, de endotélio vascular e isso faz um aumento de permeabilidade e isso pode fazer um edema vasogênico; - A própria massa pode prejudicar a drenagem liquórica; - Tenho muitas células que sofreram hipóxia → altera metabolismo intracelular, altera bomba de sódio e potássio → faço edema intracelular → faço edema citotóxico → Muitas doenças podem gerar HIC; qualquer doença que afetar o cérebro pode fazer HIC, aqui temos apenas algumas mais prevalentes • Sinais clínicos da PIC - Alteração do nível de consciência - Papiledema - Tríade de Cushing • Bradicardia • Hipertensão Arterial • Arritmia Respiratória - Anisocoria (paciente pode estar dando indícios de que vai herniar; reglete no olho por afetar o 3º par) • Herniação do uncus → Compressão do III par ipsilateral Se for pra escolher o sinal clínico mais importante, sem dúvida seria: TRÍADE DE CUSHING Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 3 Morfofuncional | UC XXI | SP 2 OBS-EXTRA Sobre HIC - A hipertensão intracraniana (HIC) é uma condição clínica que acomete muitos pacientes, sendo causada por muitas doenças do sistema nervoso central (SNC) ou sistêmicas - A autorregulação cerebral é um mecanismo que permite que, em larga escala, grandes mudanças na pressão arterial sistêmica (PAS) causem pequenas mudanças no fluxo sanguíneo cerebral ( FSC). - A pressão de perfusão cerebral (PPC) é calculada pela diferença entre a pressão arterial média (PAM) e a PIC, sendo considerados valores normais entre 50 e 60 mmHg. - A PIC aumentada diminui a PPC, ocasionando danos ao tecido cerebral. → Tomografia computadorizada (TC) de crânio e HIC: não é possível estimar a PIC por meio de achados na TC de crânio Tratamento - Quanto mais precoce for instituído seu tratamento, menor dano cerebral causará: monitorização da PIC, cateter de DVE, medidas gerais como: cabeceira elevada em 20 a 30°; pescoço alinhado para evitar constrição da jugular; controle da hipertensão, se houver; evitar hipóxia (pO2 > 60 mmHg); evitar hipotensão; ventilar objetivando normocarbia; sedação leve; TC de crânio para investigar causas tratáveis. Se, apesar das medidas gerais, o paciente continua mantendo quadro de HIC, indicam-se sedação profunda (fentanil 1 a 2 ml/h) e/ou bloqueio neuromuscular (vecurônio 8 a 10 mg); drenagem de 3 a 5 ml de LCR se DVE presente, podendo drenar até 20 ml/h; manitol 0,25 a 1 g/kg, podendo repetir bolos conforme a PIC ou até osmolaridade sérica ≤ 320, podendo-se utilizar, também, solução salina hipertônica a 3 e 7,5%; hiperventilação até pCO2 = 30 a 35 mmHg; tiopental 2,5 mg/kg em 10 minutos. Sobre edema cerebral: ● EDEMA CEREBRAL O termo “edema” refere-se a um acúmulo anormal de líquido nos espaços teciduais.O edema cerebral acompanha muitos processos patológicos. Ele causa inchaço do encéfalo e amplia qualquer efeito de massa causado pelo processo patológico subjacente. O edema cerebral, portanto, contribui para um aumento da pressão intracraniana (PIC) e para a possibilidade de herniação encefálica. Ele é classificado como vasogênico, citotóxico ou intersticial. Classificação - Edema cerebral vasogênico – edema extracelular devido à permeabilidade aumentada da barreira hematoencefálica (BHE). A BHE é uma barreira anatômica e fisiológica que ajuda a manter um ambiente extracelular controlado ao redor dos neurônios e das células gliais do SNC. A barreira está localizada ao nível dos capilares encefálicos e regula o movimento de moléculas para dentro do espaço extracelular do encéfalo. A BHE ajuda a prevenir a entrada no encéfalo de toxinas e agentes infecciosos transmitidos pelo sangue, mas também pode impedir a distribuição de antibióticos e agentes quimioterápicos ao SNC. Muitos processos patológicos estão associados à quebra da BHE. A permeabilidade capilar aumentada permite maior passagem de partículas osmóticas para dentro do espaço extracelular encefálico e resulta em acúmulo extracelular de água (edema cerebral vasogênico). O edema vasogênico é encontrado primariamente na substância branca. A integridade da BHE é um marcador útil de doença e pode ser avaliada radiologicamente, por meio da administração de contraste intravenoso antes do exame radiológico. Quando a BHE é comprometida por um processo patológico, o contraste vaza para fora dos capilares e entra no tecido encefálico circundante, podendo ser visto nas imagens radiológicas. - Edema cerebral citotóxico (celular) – edema intracelular (inchaço celular hidrópico) decorrente de desequilíbrio osmótico entre a célula e o líquido extracelular. Não há expansão do espaço extracelular. A célula pode inchar devido à perda do controle da movimentação de íons através da membrana celular (p. ex., quando há́ isquemia cerebral, a célula não tem energia suficiente para suas bombas de íons) ou por causa de um desequilíbrio aumentado entre a osmolaridade intra e extracelular (p. ex., intoxicação aguda com água). O edema celular é encontrado primariamente na substância cinza e está mais comumente associado à lesão cerebral isquêmica. Do ponto de vista radiográfico, o edema citotóxico não está́ associado a um exame com contraste positivo, uma vez que não há ruptura da BHE. - Edema cerebral intersticial (hidrocefálico) – edema extracelular que surge a partir do fluxo transependimário de LCS. O movimento transependimário de LCS é devido ao aumento da PIC que, por sua vez, é causado por uma obstrução das vias de LCS. A obstrução do fluxo normal de LCS também causa dilatação ventricular (hidrocefalia). O edema transependimário está́ localizado na substância branca periventricular que circunda os ventrículos dilatados e pode ser visto radiologicamente. As formas combinadas de edema cerebral são comuns. Exemplificando, o edema cerebral associado com isquemia é uma combinação de edema citotóxico e edema vasogênico. O edema citotóxico desenvolve-se quase imediatamente após o início da isquemia cerebral, enquanto o desenvolvimento de edema vasogênico demora horas a dias. Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 4
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