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Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Histerectomia: indicações e técnicas Ginecologia Indicações Leiomiomas o Pacientes sintomáticas e que não desejem mais engravidar o SUA o Dor pélvica o Prole constituída e não desejo de mais filhos o Compressão de órgãos adjacentes o Crescimento uterino pós-menopausa Endometriose o Alívio da dor em pacientes que não desejam manter a fertilidade, podendo-se realizar a salpingo-ooforectomia bilateral também Prolapso uterino o Via vaginal é a de escolha, exceto se houver algum distúrbio associado que exija a via abdominal CA Hiperplasia de endométrio Outros o Displasia cervical o Distúrbios menstruais o Emergência obstétrica Hemorragia pós-parto decorrente de atonia uterina Ruptura uterina Abscesso pélvico Placenta acreta ou increta o Dismenorreia intratável e dor pélvica Considerar histerectomia se o tratamento clínico falhar ou se a paciente não desejar preservar a fertilidade Considerações pré-operatórias Avaliação pré-operatória o Anamnese HPP História obstétrica História familiar Comorbidades associadas Obesidade DM HAS Trombofilias Hábitos de vida Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Etilismo Tabagismo Atividade física Uso de medicamentos o Exame físico Histerectomia total VS subtotal (supracervical) o Tende-se a preservar o colo em razão de a função sexual e a sustentação pélvica se mantêm melhores após a histerectomia supracervical Esses estudos possuem divergências Escolha da via de acesso o Vaginal é o preferido Cesariana previa e nuliparidade não constituem contraindicações Vantagens (da via laparoscópica também em comparação à abdominal) Menor tempo de hospitalização Recuperação pós-operatória mais rápida Menor morbidade febril o Laparoscópica Pode ser necessária quando houver massa anexial, doença de fundo de saco, aderências pélvicas ou em avaliação de dor crônica Histerectomia abdominal Preparo geral o Posicionamento da paciente Decúbito dorsal com pernas estendidas Anestesia Cateter de Foley inserido na bexiga Limpeza da vaginal com solução de iodo o Preparo da pele Soluções de clorexidina ou de iodo Técnica cirúrgica o Incisão Considerações Simplicidade Necessidade de exposição Possível necessidade de ampliar a incisão Resistência da ferida cicatrizada Resultado estético Localização de cicatrizes de cirurgias anteriores Pele é aberta com bisturi e a incisão prossegue através do TCSC e da fáscia Tração da fáscia para sua divisão, bem como do peritônio o Exploração e palpação abdominal das vísceras e linfonodos aórticos laterais o Escolha e colocação do afastador Balfour e o de O’Connor-O’Sullivan são os mais usados o Elevação do útero Ocorre por meio de pinças colocadas no ligamento largo de cada corno, de modo que abranja o ligamento redondo A extremidade da pinça pode ser colocada próxima ao orifício interno Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Essa técnica faz tração uterina e impede sangramento retrógrado o Ligadura ou transecção do ligamento redondo Útero é desviado para o lado esquerdo da paciente, estirando o ligamento redondo direito Parte distal é ligada por sutura ou seccionada por cautério Pode ser apreendida por pinça e o ligamento redondo é seccionado para separar os folhetos anterior e posterior do ligamento largo Incisão do folheto anterior do ligamento largo Tesoura de Metzenbaum ou eletrocautério ao longo da prega vesicouterina o Identificação do ureter Retroperitônio é aberto por extensão em direção cefálica da incisão no folheto posterior do ligamento largo Ureter acompanha a artéria ilíaca externa até a bifurcação da ilíaca comum Ureter deve ser mantido fixo ao folheto medial do ligamento largo para proteger seu suprimento sanguíneo o Ligadura dos vasos útero-ováricos (ligamento infundíbulo pélvico) o Mobilização da bexiga Tesoura de Metzenbaum ou bisturi elétrico para dissecar a bexiga do segmento inferior do útero e do colo o Ligadura dos vasos uterinos o Incisão do peritônio posterior Realizada caso seja necessário mobilizar o reto da face posterior do colo o Ligadura do paramétrio o Retirada do útero Tracionado no sentido cefálico e extremidade do colo é palpada Pinças Heaney curvas são colocadas bilateralmente, incorporando o ligamento uterossacro e o terço superior da vagina logo abaixo do colo CUIDADO PARA EVITAR ENCURTAMENTO DA VAGINA o Fechamento da cúpula da vagina Sutura em 8 com fio absorvível trançando 0 no ângulo da vagina tanto para tração quanto hemostasia Pedículos são suturados com pontos de Heaney, incorporando os ligamentos uterossacros e cardinal no ângulo da vaginal o Irrigação e hemostasia o Fechamento Peritônio Fáscia Pele Complicações o Lesões do ureter o Lesão de bexiga o Lesão de intestino o Hemorragia Conduta pós-operatória o Drenagem vesical o Dieta o Deambulação precoce o Cuidados com a ferida Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Medidas de higiene Ferida deve ser mantida fechada com curativo estéril nas primeiras 24h Histerectomia vaginal Avaliação pré-operatória o Sustentação pélvica Objetivo é determinar a viabilidade do procedimento por meio da demonstração da mobilidade uterina o Avaliação da pelve O ideal é que o ângulo do arco púbico seja >= 90°, o canal vaginal seja amplo e o fórnix posterior da vagina seja amplo e profundo Considerações cirúrgicas o Posicionamento da paciente Litotomia dorsal Acolchoamento adequado, evitar flexão acentuada da coxa e pontos de pressão para não causar lesão do nervo o Preparo vaginal o Instrumentos o Em geral, é feita a raquianestesia e a técnica mais utilizada é a de Kovac Procedimento o Apresentação e circunscrição do colo Pinça-se o lábio posterior e anterior do colo e os traciona descendentemente Faz-se incisão circunferencial no epitélio vaginal ao redor do colo o Dissecção da mucosa vaginal o Abertura do fundo de saco posterior Reflexão peritoneal do fundo de saco de Douglas é identificada tracionando-se a mucosa vaginal e o TC subjacente com pinça o Ligadura do ligamento uterossacro Com a retração da parede lateral da vagina e a tração para o lado contrário do colo, os ligamentos uterossacros são pinçados, com extremidade da pinça incorporando a porção inferior dos paramétrios o Abertura VS não abertura do fundo de saco (espaço vesicovaginal) Colo tracionado para baixo Bexiga empurrada com a tesoura de Mayo, com as pontas voltadas para o útero ou com uma compressa de gaze Se a reflexão peritoneal vesicovaginal for facilmente identificada nesse ponto, pode-se abrir o espaço vesicovaginal Depois de afastada, a bexiga é mantida fora do campo operatório por meio de um afastador de Deaver ou Heaney curvo posto na linha média o Ligadura do paramétrio Mantendo-se tração do colo, os paramétrios são identificados, pinçados e seccionados o Afastamento da bexiga o Ligadura da artéria uterina o Entrada no espaço vesicovaginal Prega peritoneal anterior é identificada logo antes ou depois do pinçamento e ligadura das artérias uterinas Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Cavidade peritoneal não deve ser aberta às cegas sob risco de lesão vesical o Liberação do útero Pinça é colocada no fundo do útero de maneira sucessiva para soltar o fundo posteriormente Dedo indicador é usado para identificar o ligamento útero-ovárico e ajudar no posicionamento da pinça o Ligadura dos ligamentos útero-ovárico e redondo o Hemostasia o Fechamento do peritônio o Fechamento da mucosa vaginal Pode ser reaproximada de modo vertical ou horizontal, com sutura interrompida ou contínuao Drenagem vesical Complicações o Lesão de bexiga o Lesão de intestino o Hemorragia Cuidados pós-operatórios o Drenagem vesical Após a histerectomia vaginal sem outro procedimento complementar, a maioria das pacientes consegue urinar espontaneamente, não havendo necessidade de drenagem por cateter o Dieta Histerectomia laparoscópica Procedimento que se realiza por pequenas incisões na parede abdominal, através das quais é introduzida uma câmera ótica e instrumentos (trocateres) pelos quais o procedimento será realizado Contraindicações o Situação clinica que não permita a realização do pneumoperitonio o Situação clinica que não permite ventilação adequada durante a anestesia o Instabilidade hemodinacmia o Prolapso de órgãos pélvicos – maior Vantagens o Redução significativa da necessidade de analgesia o Menor tempo de internamento o Anexectomia sempre possível Desvantagens o Complicações urinárias mais frequentes o Maior duração de procedimento o Custo do equipamento o Curva de aprendizagem Complicações o Inerentes à laparoscopia Perfuração de vísceras Perfuração vascular o Lesão de bexiga e ureter Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB o Evisceração de vagina o Abscesso e sangramento de cúpula Pré-operatório o Avaliação o Preparo da paciente Passo a passo o Anestesia e posicionamento Anestesia geral Litotomia + toque bimanual para mensurar o tamanho e localização do útero Proteção do estomago e da bexiga o Etapas iniciais 3 ou 4 portais 1 na cicatriz umbilical, dois ou 3 na parede inferior do abdome Se útero muito volumoso (próximo ou acima da cicatriz umbilical) posicionar da melhor forma o trocater umbilical o Avaliação da pelve Inspeção geral Procurar aderências, se presentes, devem ser excisadas Deslocamento intestinal para que se possa visualizar a cavidade pélvica o Identificação dos ureteres Devem ser identificados precocemente Facilmente identificado ou pode ser necessário seccionar o peritônio posterior para acha-lo Observar a peristalse para obter sua confirmação o Transecção do ligamento redondo o Conservação dos ovários ou ooforectomia (+ ressecção do ligamento infundíbulo pélvico) o Incisão do ligamento lardo Permite acesso à anatomia lateral do útero, o que é importante para a subsequente ligadura da artéria uterina o Formação do retalho vesical Afastamento da prega vesicouterina por pinça atraumática Moção da bexiga no sentido caudal e afastada dos segmentos inferiores do útero e superior da vagina. Essa mobilização da bexiga é necessária para a posterior remoção do útero pela vagina o Transecção das artérias uterinas o Histerectomia via vaginal o Inspeção do abdome e pelve o Fechamento Pós-cirúrgico o Recuperação rápida e sem maiores intercorrências o Geralmente, tem alta hospitalar no mesmo dia ou 24h após o Recomedações Deambulação precoce Nutrição individualizada Repouso relativo Descanso pélvico, ausência de relações sexuais e uso de tampões 6 – 8 semanas (histerectomia total) 3 – 4 semanas (histerectomia parcial) Agendar retorno dentro de 3 – 4 semanas Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Retorno de atividades diárias: 15 dias até 6 semanas Complicações pós-cirúrgicas o Incomuns se a técnica for bem feita o Psicológicas Emoções conflitivas, traumáticas, de insegurança, ansiedade, depressão, impotência, etc o Biológicas Iatrogênicas, na maior parte dos casos Lesões de bexiga ITU Lesão de reto Constipação Infecção de cúpula vaginal Hematoma de cúpula vaginal Embolia e infecção pulmonar Anemia Hemorragia Choque hipovolêmico Sepse
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