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PANCITOPENIAS VALORES DE REFERÊNCIA MÉDIOS: ● Plaquetas < 150.000 ● Hemoglobina < 12 ● Leucócitos < 4.500 ● Basófilos: 0 - 1% ● Eosinófilos: 1 - 5% ● Mielócitos: 0% ● Metamielócitos: 0% ● Bastão: 1 - 5% ● Segmentado: 45 - 70% ● Linfócito: 20 - 45% ● Monócito: 4 - 10% Fisiopatologia: ● MUTAÇÃO (deleção, translocação, ganho cromossomal) → EXPRESSÃO DE PROTO-ONCOGENES → MULTIPLICAÇÃO CELULAR → LEUCEMIA (aguda/crônica) ▪ Aguda: multiplicação/acúmulo de células progenitoras (blastos) → células que não tem função ▪ Crônica: multiplicação/acúmulo de células maduras (funcionais) → arrastada, indolente TIPOS DE LEUCEMIA: ● Leucemia mieloide aguda (LMA) o Homem > 60 anos o Aspirado de MO: > 20% de blastos da série mieloide o Morfologia: bastonetes de Auer (patognomônico de LMA) o Citoquímica: Mieloperoxidase ou Sudan Black o Imunofenotipagem: CD 33, 34, 13, 14 o Citogenética: t(8,21) → translocação do cromossomo 8 com 21, t(15,17), inversão do 16 (cromossomo quebra e gira) o Importante: subtipo M3: LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA →Melhor prognóstico (>90% de chance de cura) → tratamento com ATRA (promove maturação - diferenciação dos blastos) ▪ Associado a CIVD ● Leucemia mieloide crônica) (LMC) o Cromossomo Philadélfia t(9,22) → É REGR ▪ Pode aparecer na LLA também, porém não é regra na LLA e quando ocorre confere pior prognóstico ▪ Formação de gene híbrido pela translocação de genes do braço longo do cromossomo 9 e 22(bcr/abl)→ transcrito em Tirosina quinase (clone leucêmico) → estimula a multiplicação → TT: Imatinibe (inibidor da tirosina quinase) ● Leucemia linfocítica aguda (LLA) o Típica da Criança (câncer mais comum na infância) ● Leucemia linfocítica crônica (LLC) o Mais comum em idosos: vem aumentando a incidência devido ao envelhecimento populacional TRATAMENTO DE SUPORTE PARA AS LEUCEMIAS ● Anemia: transfusão de hemácias (1 CH → ↑ hemoglobina em 1g/dL e em média 3% de hematócrito) o Indicação: Hb < 10g/dL nos pacientes instáveis com comorbidades ● Plaquetopenia: transfusão de plaquetas (a transfusão é feita de acordo com o peso do paciente) o 1 U de plaquetas/10kg de peso → cada unidade ↑ plaquetas, em média, em 10.000 o Indicação: ▪ Plaquetas < 10.000 (pelo risco de sangramento espontâneo em SNC), independente dos sintomas ▪ Plaquetas < 30.000 se sangramento Duas situações de plaquetopenia nas quais deve-se evitar a transfusão: PTT e PTI ● Na PTT o paciente apresenta uma patologia grave na qual mediadores inflamatórios causam lesão do endotélio vascular da microcirculação, e os microtrombos consomem plaquetas; caso for feita transfusão de plaquetas, essas plaquetas irão alimentar o processo trombótico, piorando o quadro neurológico do paciente. Para a retirada das proteínas inflamatórias deve ser usada a plasmaférese. ● Na PTI temos uma doença autoimune onde os anticorpos atacam as plaquetas; caso for feita transfusão, essas plaquetas também serão atacadas. O tratamento de escolha é a corticoterapia. ● Neutropenia: neutrófilos são a barreira inicial contra infecção bacteriana); por definição, a neutropenia ocorre quando há < 1.500 neutrófilos; porém, o que nos preocupa é a neutropenia grave (neutrófilos < 500 e febre ≥ 38,5°C) o NEUTROPENIA FEBRIL ▪ Conceito: neutrófilos < 500 e febre ▪ Conduta: exames gerais + culturas (antes do início do ATB) + radiografia de tórax + antibiótico ● Esquema basal → Antibiótico de amplo espectro com ação antipseudomonas (gram negativo entérico): betalactâmico com ação anti pseudomonas - gram negativo (ex.: cefepime, tazocin, ceftazidime, meropenem) ● Adicionar Vancomicina ou Linezonida se: evidência de lesão cutânea, mucosite, cateter infectado, celulite, se positividade para gram positivo na cultura → cavidade oral: streptococcus viridans; pele: strepto epidermidis ou MRSA ● Adicionar antifúngico se: paciente mantiver > 4 - 7 dias com febre após início da antibioticoterapia (anfotericina B, caspofungina ou voriconazol) ● Condições que permitem tratamento domiciliar: o Indicações: paciente deve somar > 21 pontos na escala MASCC ter rápido acesso ao hospital (máximo 1h) → basicamente: ▪ Sintomas leves ▪ Sinais vitais adequados (PAS > 90) ▪ Ausência de DPOC ▪ Ausência de neoplasia hematológica ▪ Ausência de desidratação ▪ Idade entre 16 e 60 anos ▪ Paciente vindo da comunidade o Esquema: Clavulin + ciprofloxacino ● Suspender antibiótico quando paciente atingir 500 de neutrófilos e permanecer sem febre por 2 dias CAUSAS ASPIRADO DE MEDULA (MIELOGRAMA) avaliar celularidade Medula óssea vazia HIPOCELULAR Medula óssea cheia HIPERCELULAR - Aplasia - O restante - Mielofibrose: inicialmente na fibrose, teremos um processo de inflamação intensa (hiperproliferativa) Excesso de blastos na medula: mielodisplasia (< 20%) ou leucemia aguda ( > 20%). Obs: o normal é ter < 5% de blastos FIBROSE DE MEDULA ÓSSEA Pancitopenia + “megalias” (espleno, hepato, linfonodos) ● Causas: o Primária: Metaplasia mieloide agnogênica o Secundária: Mieloftise (infecção, neoplasia, exposição a benzeno) ● Fisiopatologia: o Ocorre uma inflamação crônica na MO, que culmina em fibrose. A célula-tronco percebe que na MO não existe mais espaço para ela, voltando para sítios antigos de produção sanguínea (sistema reticuloendotelial – baço, fígado e linfonodos), onde tenta continuar com a formação das células sanguíneas, que são conhecidas como dacriócitos (eritropoiese extramedular). Isso culmina em crescimento desses órgãos, principalmente do baço (esplenomegalia). ● Diagnóstico: PANCITOPENIA + MEGALIAS (hepatoesplenomegalias + linfadenomegalia) o No sangue periférico: ▪ HEMÁCIAS EM LÁGRIMA (DACRIÓCITOS → eritropoiese extramedular) + LEUCOERITROBLASTOSE (formas jovens circulantes em sangue periférico) ▪ Pancitopenia o Biópsia da medula: medula hipocelular com fibrose → PADRÃO OURO ● Tratamento: o Suporte → não há como reverter a fibrose o Tratamento da doença de base APLASIA DE MEDULA ÓSSEA (ANEMIA APLÁSICA) Lesão da célula tronco + pancitopenia (e mais nada) ● Etiologia: o Idiopática: mais da metade dos casos o Adquirida: benzeno, radiação, drogas citotóxicas, infecções ● Manifestações clínicas: o PANCITOPENIA E MAIS NADA o NÃO há megalias e NÃO há células com morfologia anormal ▪ Neste caso, a célula tronco será atacada em qualquer local (seja na medula, no baço, fígado) – por isso não há recrutamento de outros sítios, e, consequentemente, não há crescimento de vísceras. Temos pancitopenia e mais nada. ● Diagnóstico: o Biópsia de medula → hipocelularidade + gordura → PADRÃO OURO ▪ No caso de fibrose de medula óssea, teríamos a presença de fibrose propriamente dita! Tratamento ● Suporte para anemia, neutropenia febril e sangramento ● < 45 anos: transplante alogênico de medula óssea ● > 45 anos: imunossupressão MIELODISPLASIA ● Etiologia: o Primária: principalmente em idosos o Secundária: benzeno e quimioterapia → pior prognóstico ● Padrão clássico: o Idoso + citopenias + células com morfologia anormal ▪ Morfologias anormais: sideroblastos em anel, plaquetas gigantes, eliptócitos, acantócitos (hemácias dismórficas), anomalia de Pelger-Huet O mais comum é que inicialmente se tenha queda apenas de uma das séries – principalmente anemia (história clássica: idoso com anemia refratária e que não consegue ser esclarecida). O prognóstico da doença é ruim; doença de difícil manejo. O tratamento consiste basicamente em suporte. Em alguns casos pode ser avaliada possibilidade de quimioterapia e, em casos muito selecionados, de transplante de medula óssea. ● Diagnóstico: o Aspirado de medula: 5 - 20% de blastos na MO, > 10% de células displásicas o CITOPENIAS: Hb < 10, Plaqueta < 100000, neutrófilos < 18000 EXCESSO DE BLASTOS NA MEDULA PODE SER: LEUCEMIA AGUDA MIELODISPLASIA ≥ 20% 5 - 20% ● Tratamento: ○ Suporte ○ Quimioterapia ○ Transplante de células tronco LEUCEMIA AGUDA A célula-tronco se divide em dois grandes ramos: linfoide e mieloide; assim, temos dois tipos de leucemias agudas. Tudo se inicia com a proliferação de blastos (clonesleucêmicos), o que leva à liberação de fatores pirogênicos, causando a febre leucêmica. Esta febre é mais frequente na LLA (pois o blasto linfoide prolifera-se mais). Ocorre então uma ocupação da medula óssea, causando pancitopenia. As manifestações sugestivas de penias são a palidez, astenia, fadiga, petéquias, equimoses, infecções oportunistas, dor óssea (pela proliferação tumoral – mais frequente na LLA). Os blastos ganham a corrente sanguínea, ocorrendo a leucemização, caracterizada por uma leucocitose por blastos. Há risco de síndrome de leucostase (aumento da viscosidade sanguínea), que pode levar a manifestações neurológicas, dificultar trocas gasosas, etc. Os blastos fazem infiltração tecidual, causando hepatoesplenomegalia e infiltrando pele, gengivas, órbitas, linfonodos, SNC e testículos. LEUCEMIA AGUDA: TUMOR PRIMÁRIO DA MEDULAR COM BLOQUEIO DE MATURAÇÃO DAS LINHAGENS SANGUÍNEAS Proliferação do clone leucêmico (BLASTO) ⇓ Infiltração da medula - PANCITOPENIA ⇓ “Leucemização” – blastos na circulação (Leucocitose por blastos) ⇓ Infiltração tecidual (hepatoesplenomegalia, gengiva, SNC, linfonodo) LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Homens – idosos LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Homem > 60 anos CLÍNICA ● Sintomas da pancitopenia: o Anemia: astenia o Leucopenia: febre e infecção oportunista o Plaquetopenia: petéquias e equimoses ● Síndrome de Leucostase ● Infiltração ESPECÍFICA ● Infiltração o Típico de subtipo M2: Cloromas (metástase blástica localizada) o Típico de subtipo M3 (promielocítica): CIVD o Típico de subtipo M4 e M5: Hiperplasia gengival DIAGNÓSTICO ≥ 20% de blastos MIELÓIDES na MO ● Características dos blastos: ○ Morfologia: bastonetes de Auer (patognomônico de LMA) ○ Citoquímica: Mieloperoxidase ou Sudan Black ○ Imunofenotipagem: CD 33, 34, 13, 14 ○ Citogenética: t(8,21) → translocação do cromossomo 8 com 21; t(15,17), inversão do 16 (cromossomo quebra e gira) SUBTIPOS ● M0: LMA INDIFERENCIADA → Prognóstico ruim ● M1: LMA COM DIFERENCIAÇÃO MÍNIMA → Prognóstico ruim ● M2: LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA → Subtipo mais comum ○ Cloroma típico com infiltração em órbita ● M3: LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA →Melhor prognóstico (>90% de chance de cura) → tratamento com ATRA (promove maturação - diferenciação dos blastos) ○ Associado a CIVD ● M4: LEUCEMIA MIELOMONOCÍTICA AGUDA → Hiperplasia gengival ● M5: LEUCEMIA MONOCÍTICA AGUDA → Hiperplasia gengival ● M6: ERITROLEUCEMIA AGUDA → Prognóstico ruim ● M7: LEUCEMIA MEGACARIOCÍTICA AGUDA → Prognóstico ruim PIOR PROGNÓSTICO ● Presença de CD 34 ● Proteína MDR (multidroga-resistente) ● Hiperleucocitose ● Idosos ● Subtipos da ponta: M0, M1, M6, M7 TRATAMENTO ● Quimioterapia ● Avaliação de possibilidade de transplante de MO ● M3 (promielocítica) → Ácido Transretinoico (ATRA) → é um medicamento que desbloqueia o bloqueio de maturação, fazendo com que a célula se diferencie normalmente até os granulócitos LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA (LLA) FISIOPATOLOGIA ● CFU → se diferencia em 2 linhagens o PRÉ T → Subtipo T→ LINFÓCITO T (vai para o timo) o PRÉ B →Subtipo L1, L2 , L3→ LINFÓCITO B (vai para linfonodo → linfonodomegalia) → plasmócito → Anticorpo PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Câncer mais comum da infância CLÍNICA ● Sintomas da pancitopenia: anemia - astenia; leucopenia - febre; plaquetopenia - petéquias e equimoses ● Infiltração e leucostase ESPECÍFICA ● Infiltração e leucostase o Infiltração do SNC + testículo + linfonodo (aumento de linfócito) o Dor óssea DIAGNÓSTICO ● Aspirado de medula: ≥ 20% blastos LINFÓIDE na MO ● Características dos blastos: ○ Citoquímica: PAS (ácido periódico de Schiff) positivo ○ Imunofenotipagem: ■ Linhagem B: CD 10, CD 19, CD 20 ■ Linhagem T: CD 2, CD 3, CD 5, CD 7 ○ Citogenética: ■ t(12;21) → bom prognóstico ■ Hiperploidia → bom prognóstico ■ t(9;22) → cromossomo philadelphia → pior prognóstico; essa translocação é mais típica de LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA ■ t(4;11) SUBTIPOS ● L1: VARIANTE INFANTIL → Bom prognóstico (chance de cura de até 85%) ● L2: VARIANTE DO ADULTO → Prognóstico ruim ● L3: BURKITT-LIKE → Mesma célula do Linfoma Burkitt ● T: LEUCEMIA DE CÉLULA T → Linfócitos T BOM PROGNÓSTICO ● Idade entre 1 a 10 anos ● Hiperploidia no cariótipo (> 46 cromossomos → célula morre mais rápido) ● Trissomia 4, 10 e 17 ● t(12;21) ● LLA de Linfócitos B TRATAMENTO ● Quimioterapia de longa duração ○ Profilaxia do SNC → quimioterapia intratecal, devido à possibilidade de infiltração do SNC ● Se não responder pensar em transplante de MO PROLIFERAÇÃO CELULAR NÃO-BLÁSTICA (Aumento de Células maduras) Aumento de Hemácias Policitemia vera Síndrome mieloproliferativa Aumento de Plaquetas Trombocitemia essencial Aumento de células maduras da linhagem mielóide Leucemia mielóide crônica (aumento de granulócitos) Aumento de células maduras da linhagem linfóide Leucemia linfoide crônica Síndrome linfoproliferativa LEUCEMIAS CRÔNICAS Excesso de células maduras Acúmulo de células maduras na MO que ganham a corrente sanguínea (leucemização), o que se demonstra por uma leucocitose por células adultas, havendo risco de leucostase. Ocorre infiltração tecidual em baço, fígado e linfonodos. o Bloqueio TARDIO da maturação celular + proliferação: FORMAS CELULARES ADULTAS EM EXCESSO o Leucometria diferencial: o Basófilo, eosinófilo e neutrófilo (mielócito, metamielócito, bastão, segmentado → na ordem de maturação, sendo que todos já são maduros)→ Granulócitos o Linfócitos, monócitos → Mononucleares ▪ Desvio para esquerda = neutrófilos mais jovens → infecção grave em fase inicial (mielócitos) ▪ Desvio para direita = neutrófilos maduros (segmentados) → infecção grave em fase crônica (desvio para a esquerda evolui para desvio para a direita). o Consequências clínicas e laboratoriais: o Acúmulo de células maduras → rápidamente vai para a corrente sanguínea (leucemização) → leucocitose por células adultas → risco de leucostase → infiltração tecidual: baço, fígado e linfonodo LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA (LMC) FISIOPATOLOGIA ● Acúmulo de linhagem mieloide aguda → Basófilo, eosinófilo e neutrófilo (mielócito, metamielócito, bastão, segmentado → na ordem de maturação, sendo que todos já são maduros) → Granulócitos ● Causa: cromossomo Philadélfia t(9,22) → É REGRA, diferente da LLA, na qual pode ocorrer e quando ocorre confere pior prognóstico o Formação de gene híbrido pela translocação de genes do braço longo do cromossomo 9 e 22(bcr/abl)→ transcrito em Tirosina quinase (clone leucêmico) → estimula a multiplicação ● Importante: a tirosina quinase estimula a produção principalmente de granulócitos, mas também pode estimular a produção de monócitos e plaquetas, apesar de não estimular a produção de hemácias (não se sabe muito bem o motivo) PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Homem em média aos 55 anos CLÍNICA ● Anemia ● Infiltração: hepatomegalia e esplenomegalia de grande monta ● Síndrome de leucostase (hiperviscosidade sanguínea) → LEUCEMIZAÇÃO ● Sem infecção, já que há produção de células maduras, ou seja, já consegue exercer a função de proteção ● Evolui para LMA (crise blástica) – em determinado momento o paciente irá apresentar um bloqueio de maturação DIAGNÓSTICO ● Leucocitose granulocítica acentuada com desvio para a esquerda → o leucograma do paciente com LMC parece muito com o de um paciente com infecção ○ Basofilia (marcante na LMC, por ser rara em outras condições) e eosinofilia ● Eleva granulócitos, plaquetas, monócitos, porém não eleva hemácias, podendo ter anemia ● Fosfatase alcalina leucocitária baixa (em quadros infecciosos, essa enzima estará alta → é importante para fazer diagnóstico diferencial dessa REAÇÃO LEUCEMÓIDE com LMC) ● Diagnóstico diferencial com reação leucemóide: ○ Ambas possuem desvio para a esquerda (aumento de mielócito, metamielócito e bastão) ○ Na LMC não esperamos infecção, já que há neutrofilia, e a fosfatase alcalina leucocitária é baixa ○ Na reação leucemoide: contexto de infecção grave ou pancreatiteaguda ou hepatite alcoólica → fosfatase alcalina leucocitária elevada ○ A LMC possui basofilia marcantes, já a reação leucemóide não ● Diagnóstico definitivo: ○ Clínica + identificação de cromossomo Philadelphia (cuidado, pois não é patognomônico, pode aparecer também na LLA) ou gene BCR/ABL, que codificam tirosina quinase ○ Achados de sangue periférico sugestivos: leucostase com células madura e desvio para esquerda CUIDADO: apesar de ser uma doença inicialmente crônica, arrastada e indolente, as células neoplásicas podem se diferenciar em uma célula blástica e ser sobreposta por uma LMA → CRISE BLÁSTICA → prognóstico muito ruim, mortalidade em poucos meses TRATAMENTO ● Imatinibe (remissão citogenética → inibidor da tirosina quinase) → impedi crise blástica ● Se não responder: transplante de medula óssea ○ Obs: só para entender → os leucócitos são formados por células originadas da: ■ Linhagem mielóide: ● MIELOBLASTO → promielócito, mielócito, metamielócito, bastão → SEGMENTADO ○ Obs: tudo a partir de mielócito (incluindo ele), é denominado de GRANULÓCITO, sendo que o granulócito mais maduro são os segmentados (basófilos, eosinófilos e neutrófilos). A partir de mielócito (incluindo ele), todos são neutrófilos, antes disso, incluindo o promielócito, são células jovens, que causam leucemia mieloide aguda ● MONOBLASTO → MONOCITO/MACRÓFAGO (mononuclear) ■ Linhagem Linfóide: mononucleares ● PRÉ T → LINFÓCITO T ● PRÉ B → LINFÓCITO B → PLASMÓCITO (célula que produz anticorpo) LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA (LLC) FISIOPATOLOGIA Linfócito B que não se diferencia em plasmócito Obs.: pode ocorrer a transformação da LLC em linfoma não Hodgkin agressivo (síndrome de Richter) PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Idoso CLÍNICA ● Adenomegalia → geralmente não apresentam características palpatórias suspeitas ● Esplenomegalia ● Infecções de repetição (principalmente por encapsulados) ● Associação com PTI e anemia hemolítica autoimune (AHAI) DIAGNÓSTICO ● Linfocitose: > 5.000 linfocitos B com característica neoplásica → marcador CD5+, CD19, CD20, CD23 (o linfócito B CD5+ deve estar presente na MO também) → CLONE MUTANTE ● Hipogamaglobulinemia (linfócito B não se diferencia em plasmócito, que portanto, não produz anticorpo) ● Casos graves e avançados: anemia e plaquetopenia, por ocupação da MO TRATAMENTO ● Paliativo com QT (se houver penias) → para tentar diminuir a carga tumoral ● Corticóide se PTI ou Anemia hemolítica auto imune → manifestações paraneoplásicas POLICITEMIA VERA CLÍNICA: ● Síndrome de hiperviscosidade: cefaléia, turvação visual ● Hipervolemia: hipertensão e insuficiência cardíaca ● Prurido aquagênico (elevação de basófilo - histamina) ● Úlcera péptica (aumento de histamina) ● Pletora facial ● Esplenomegalia ● Trombose ou sangramento ● Eritromelalgia (regiões palmo-plantares ficam vermelhas + dor em queimação associada) ● Eritropoetina reduzida, já que como tem excesso de hemácia, há um feedback negativo no rim Policitemia vera e linfoma (principalmente Linfoma de Hodgkin) → associados a prurido crônico DIAGNÓSTICO: 1º passo: estimar a massa eritrocitária (radioisótopo) – estará elevado (afasta hemoconcentração): Hb > 16,0 ou Ht > 49% 2º passo: medir EPO sérica – estará baixa (afasta hipoxemia do paciente com DPOC, que o paciente tem eritropoietina alta - SatO2 < 92%) 3º passo: mutação JAK2 (exame confirmatório) → a célula com essa mutação não precisa mais de hormônio estimulador, como EPO, para se diferenciar em eritrócito, ela já tem vontade própria TRATAMENTO: ● Flebotomia de repetição (retirada de 100 - 500mL de sangue) ● Hidroxiureia - droga mielossupressora (em altas doses bloqueia a formação de células sanguíneas) TROMBOCITEMIA ESSENCIAL CLÍNICA: ● Plaquetas > 500.000 + esplenomegalia ● Trombose, sangramento, eritromelalgia (sensação de queimação em áreas hiperemiadas) ● Anisocitose plaquetária DIAGNÓSTICO: exclusão TRATAMENTO: ● Hidroxiureia / anagrelida (mais plaqueta-específica) ● Eritromelalgia AAS em dose baixa ● Causa mais comum de trombocitose → reativa (infecções, neoplasias...)
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