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Leucemia Mieloide Crônica (LMC) • Neoplasia mieloproliferativa, em que existe uma proliferação anormal da linhagem mieloide • Desregulação na proliferação de granulócitos maduros. • Hemograma - Presença de leucocitose as custas de granulócitos com desvio escalonado/ pode ou não apresentar anemia / pode ou não apresentar plaquetose Pode ser visto mieloblastos, promielócito, mielócito, metamielócito, basófilo, bastão e neutrófilos no sangue periférico do paciente. A presença de blastos no sangue periférico ou na medula óssea não é normal, mas para leucemia crônica < 20%, pois acima disso é considerado aguda. Fisiopatologia • Fusão de dois genes (BCR no cromossomo 22 e ABL1 no cromossomo 9), resultando em um gene de fusão (BCR-ABL1) • Translocação recíproca entre os cromossomos → cromossomo 22 anormal – Philadelfia (Ph) A maioria dos pacientes com leucemia mieloide crônica apresenta o cromossomo philadelfia positivo, mas alguns pacientes possuem a doença e não tem esse cromossomo positivo → a ausência desse cromossomo piora o prognóstico do paciente • BCR-ABL1 → Atividade catalítica da tirosina kinase desregulada → maior proliferação da linhagem de granulócitos. Epidemiologia • 15-20% das leucemias nos adultos • < 5% das leucemias na infância • 1-2 casos / 100.000 habitantes/ano • Sexo masculino (mais prevalente) • Não tem predisposição familiar (diferente da linfocítica crônica) • Pode ter relação com radiação ionizante • Mortalidade da doença é baixa Fases da Leucemia mieloide crônica 1 –LCM - fase crônica → é a maioria dos pacientes e estão assintomáticos • 85% ao diagnóstico • Ausência de sinais (blastos, basófilos, plaquetas e citogenética) de doença acelerada ou blástica. 2 – LCM – fase acelerada • Paciente está pior clinicamente • Aumento da proliferação de neutrófilos • 10-19% blastos no sangue periférico ou MO • Basofilia • Plaquetas < 100.000/microL, sem relação com tratamento • Plaquetas > 1.000.000/microL, sem resposta ao tratamento • Progressiva esplenomegalia e aumento dos leucócitos não responsivos ao tratamento • Evolução citogenética (novas anormalidades cromossômicas) 3 – LCM – fase blástica • Maior ou igual a 20% de blastos → considerada uma leucemia mieloide aguda (tratar como leucemia aguda) • Não resposta ao tratamento • Sem fase acelerada anterior • Grandes focos ou agrupamentos de blastos no BMO • Presença de infiltrado blásticos em sítios extramedulares (sarcoma mieloide ou cloroma) Quadro clínico ➔ 20-50% assintomáticos ➔ Fadiga ➔ Astenia ➔ Perda de peso ➔ Sudorese noturna (15%) ➔ Dor esternal → proliferação de células na MO ➔ Plenitude abdominal → devido a compressão do baço (15%) ➔ Esplenomegalia ➔ Sangramento por disfunção plaquetária ➔ Gota ➔ Pele, linfonodos e mucosas (crise blástica) Achados Laboratoriais • Anemia normocítica e normocrômica • Leucocitose > 100.000 microL (50-70%) • Plaquetose > 600.000 microL (30-45%) Hemograma com plaquetas e reticulócitos • Contagem leucocitária com diferencial evidente de mieloblastos até os segmentados • Geralmente sem sinais de displasia na fase crônica • Blastos < 2% nas fases iniciais Citoquímica → fosfatase alcalina leucocitária baixa (PV e leucocitose reacional maior) → não é mais usado Mielograma → hiperplasia granulocítica Biopsia de medula → • Fibrose reticulínica e vascularidade → pior prognóstico quanto mais fibrose • Ilhas eritroide • Megacariócitos pequenos com núcleo hipolobulado Citogenética • Convencional → aspiração de sangue periférico ou medula → montagem do perfil citogenético • FISH → é uma citogenética em que você escolhe a translocação que você quer pesquisar → detecção direta tanto na metástase (maior sensibilidade) como na interfase (dupla coloração) • RT-PCR → usa primers para amplificar o fragmento de DNA do RNA do BCR-ABL, tem baixo custo, sensível, rápida e serva para acompanhar a resposta ao tratamento e detectar doença residual mínima após Transplante de medula óssea. ➔ 15% dos pacientes podem ser Ph negativo ➔ Tipos de Ph: o P210 – Mais comum o P230 - <1% o P190 – Raro (LLA, Ph+) mais comum em crianças com menor resposta ao tratamento Outros exames • USG abdome total • Bioquímica – função renal, eletrólitos, ácido úrico e função hepática • Síndrome de lise tumoral • Sorologias (hepatites virais, HIV, HTLV, CMV, HSV e EBV) o HLTV – paraparesia espástica ou linfoma de células T do adulto • BHCG • RX de tórax • Parecer cardiológico, psicológico e odontologia • Tratamento de parasitoses Prognóstico • Estágio da doença ao diagnóstico • Mutação T315I – resistente ao tratamento • Escore prognóstico sokal ao diagnóstico – idade, tamanho do baço, contagem plaquetária, porcentagem de blastos no sangue periférico < 0,8, baixo risco 0,8-1,2, risco intermediário e alto risco > 1,2 • Escore prognóstico Hasford ou Euro (idade, baço, blastos periféricos, eosinófinos, basófilos, plaquetopenia) Tratamento • Cura potencial com TMO alogênico (transplante de outro individuo para o paciente) → indicado para pacientes que não respondem aos inibidores da tirosina quinase • Tratamento paliativo com agentes citotóxicos • Para gestantes → tratamento com interferon Como definir? ➔ Fase da doença ➔ Viabilidade de doadores para TMO ➔ Idade do paciente ➔ Comorbidades ➔ Resposta ao tratamento com inibidores da tirosina quinase TMO alogênico (não é primeira escolha, mas sim quando não responde ao inibidor) • Considerado a cura • Elevada toxicidade • Mortalidade precoce • Jovens com doadores • Nas fases aceleradas e blásticas Inibidor de tirosina quinase • Pode ser usada em qualquer fase da LMC • Imatinibe, desatinibe, nilotinibe, ponatinibe(único efetivo contra translocação T315I) → inibidores da tirosina quinase • Atualmente é a escolha de início do tratamento Obs – acompanhar o paciente no primeiro mês semanalmente (efeitos colaterais) com hemograma com plaqueta, função renal e ácido úrico. Após o primeiro mês a cada 15 dias. Reavaliação do PCR com três meses (avaliação do BCR-ABL) Resposta avaliadas ➔ Resposta hematológica completa → normalização do hemograma ➔ Resposta citogenética maior → diminuição do cromossomo philadelfia ➔ Resposta citogenética completa ➔ Resposta molecular maior (alvo) → BCR-ABL ZERADO. Para citoredução antes de iniciar o tratamento com inibidor da tirosina quinase → hidroxiuréia, bussulfan e interferon Monitoramento da resposta • Resposta hematológica – hemograma com plaquetas e leitura de lâminas • Resposta citogenética – BMO (citologia convencional ou FISH – mensurar cromossomo Ph) • Resposta molecular – PCR quantitativo Após o diagnóstico → hemograma com plaquetas a cada 2 semanas até valores estáveis A cada 3 meses → hemograma, bioquímica, PCR quantitativo e citogenética Diagnósticos diferenciais • Reação Leucemoide – infecção • Leucemia mielomonocítica juvenil • Leucemia mielomonocítica crônica • LCM atípica • Leucemia eosinofílicas crônica • Leucemia neutrofílica crônica • Doenças mieloproliferativas • Neoplasias com cromossomo ph + (LLA, LMA) Leucemia Linfocítica crônica (LLC) Doença linfoproliferativa crônica caracterizada por acúmulo de linfócitos B de aspecto maduro (sangue periférico, medula óssea e tecidos linfoides) não funcionais • Leucemia mais frequente no ocidente – idosos • Mais prevalente em homem do que mulher • Casos familiares de LLC • Etiopatogenia é desconhecida (multifatorial – alteração genética, atividade do gânglio..) • Small lymphocytic lymphoma =LLC, porém em diferentes níveis de doença • A LLC tem característicabiológica da doença heterógena – manifestações clínicas variáveis • Estado mutacional dos genes da imunoglobulina de cadeia pesada (IGHV) • Presença de alterações genéticas e mutações recorrentes • Genes de supressão tumoral Quadro clínico ➔ Bem variável ➔ 40% assintomáticos ➔ Fadiga, astenia e mal-estar (anemia 15% e 8% AHAI IgG) ➔ 5-10% com sintomas B → perda de peso, febre e sudorese noturna ➔ Perda de peso ➔ Sangramento ➔ Sudorese noturna ➔ Pele (leucemia cútis < 5%) ➔ Infecções de repetição (hipogamaglobulinemia e disfunção imune das células T) ➔ Febre → sinal de urgência hematológica (infecção associada) ➔ Linfonodomegalia ➔ Esplenomegalia ➔ Hepatomegalia ➔ Glomerulonefrite membranoproliferativa (paraneoplásico) ➔ Meningite leucêmica (raro) Atenção pacientes com anemia é importante pensar em hemólise por conta da leucemia linfocítica cronica (anemai hemolítica auto-imune); pode aparecer plaquetopenia (por conta da autoimunidade) Achados laboratoriais • Hemograma com plaquetas e leitura de lâmina ➔ Linfocitose persistente > 5x109 por mais de 3 meses ➔ Anemia e plaquetopenia ➔ Células pequenas, maduras, núcleo denso, cromatina parcialmente agregada, nucléolo não muito evidente e citoplasma basófilico ➔ Pode haver prolinfócitos associados ➔ Manchas de gumprecht • Imunofenotipagem – por citometria de fluxo ➔ Esse exame é chave de ouro para diagnóstico do paciente • Mielograma e biopsia da medula óssea (não são exames para diagnosticar LLC) ➔ Celularidade normal ou aumentada ➔ Linfócitos > 30% outras linhagens com alterações variáveis ➔ BMO – nodular, intersticial (melhores prognósticos) e difuso (doença avançada e pior prognóstico) ou combinação de padrões • Citogenética ➔ Utilizado para prognóstico ➔ FISH – anormalidades, trissomias, e deleão dos cromossomos 13,11 e 17 • Biopsia de linfonodo ➔ Arquitetura nodal com linfócitos pequenos, alguns prolinfócitos (biopsia excisional) ATENÇÃO → diagnostico de LLC é por imunofenotipagem!!!!!!! Outros exames • Coombs direto (anemia hemolítica) • Eletroforese de proteínas (igA, igG, IgM baixos) • DHL • B2 microglobulina • Cálcio • Função hepática • Função renal • Ácido úrico • Rx tórax • Usg abdomina • Tc de pescoço, tórax, abdome e pelve com contraste → usado para estadiar LLC, se tiver característica de linfoma de pequenas células Relembrando – diagnóstico ➔ Contagem de linfócitos absolutas no sp > 5000 microL, de aspecto maduro ➔ Demonstração de clonalidade de linfócitos circulantes (níveis baixíssimos de antígenos de células b cd19, cd20 e cd23) e expressoa de antígeno associado a célula t cd5. → imunofenotipagem Estadiamento clínico binet DIAGNÓSTICO de LLC não é iniciado o tratamento imediatamente, isso será iniciado de acordo com o estadiamento. Em estadiamento inicial não se trata o LLC, mas se acompanha o doente. Prognóstico • Tempo de duplicação linfocitária – numero de meses para duplicação dos linfócitos • Alterações genéticas • Padrão da MO • B2 microglobulina • Gene da imuniglobulina mutada – não mutada é de pior prognostico com menor sobrevida e maior risco de recaída após o tratamento Marcadores de pior prognóstico • TP53 deleção e/ou mutação • Status IGHV mutacional • B2 – microglobulina • Estadiamento clinico • Idade Tratamento • Contagem linfocitária absoluta e hipoglobulinemia não devem ser usadas como indicador inicial do tratamento, mas sim o conjunto do paciente O tratamento pode ser feito com quimioterápicos: Lembrado que TMO é 2 escolha e somente em pacientes jovens Diagnósticos diferenciais
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