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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA - CAMPUS BARRA CURSO DE DIREITO VICTOR DAU GUEDES VERIFICAR NA DOUTRINA E NA JURISPRUDÊNCIA SE O ENVIO MENSAGENS PELOS GRUPOS DE TRABALHO DE WHATSAPP FORA DO HORÁRIO DE TRABALHO É CONSIDERADO TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR (HORAS EXTRAS), HORAS DE SOBREAVISO OU NÃO GERA QUALQUER DIREITO TRABALHISTA, POR ESTAR DENTRO DAS ATRIBUIÇÕES DO "ATUAL MODELO DE CONTRATO DE TRABALHO" RIO DE JANEIRO 2022. Sem sombra de dúvida, atualmente a tecnologia se faz cada vez mais presente e necessária para as tarefas de trabalho como, por exemplo, falar com seus colegas de trabalho, enviar documentos ou fotos, esclarecer quaisquer dúvidas sobre determinado tema, são alguns pontos e ações que aceleram a rotina e aumentam a produtividade laboral. O aplicativo do “WhatsApp” hoje é um dos mais usados por proporcionar essa conexão cada vez mais rápida e intensa, porém, tal conexão 24 horas por dia pode nos causar transtornos, como por exemplo, quando o chefe envia a seus subordinados uma mensagens fora do horário de trabalho fica o questionamento “Você precisa ou deve responder a ele?”. Essa questão tem sido cada vez mais comum entre funcionários que se sentem pressionados a ficar sempre disponíveis e a responder as mensagens, independente do horário. Momentos de relaxamento e descanso após o horário de expediente ou aos fins de semana se fazem indispensáveis para garantir a saúde mental, algumas pessoas que não conseguem equilibrar esses aspectos chegam a sofrer com transtorno de ansiedade, ou até mesmo a Síndrome de Bournoutt. A Justiça do Trabalho já possui entendimento, que as mensagens enviadas fora do horário do expediente laboral se concretizam em horas extras e sobreavisas do trabalhador, claro que para cada caso será uma análise de um juízo diferente podendo não ter o mesmo entendimento. Em alguns casos tais condenações vão de pagamento de horas extras devido a cobrança por metas e algumas demandas fora da jornada laboral, até mesmo chegando em danos morais por comentários em grupos coorporativos que podem ser ofensivos. A 3ª Vara do Trabalho de Montes Claros, em Minas Gerais, condenou uma determinada empresa a pagar o equivalente à 3 horas extras diárias ao trabalhador, acrescidas de 50% durante todo o período contratual em razão do mesmo receber demandas fora do expediente. O mesmo entendimento teve a 3ª Turma do TST, na decisão a empresa foi condenada por cobrar metas de um determinado funcionário fora do seu horáriio de expediente por meio do WhatsApp, entendendo o tribunal que a conduta da empresa violou os limites, como podemos verificar: RECURSO DE REVISTA DO EMPREGADO. PROCESSO SUBMETIDO À SISTEMÁTICA DA LEI 13.467/2017. DANOS MORAIS. COBRANÇA DE CUMPRIMENTO DE METAS FORA DO HORÁRIO DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. O TRT consignou que “[a] utilização do Whatsapp para a cobrança de metas, até mesmo fora do horário de trabalho, ficou evidenciada” – pág. 478. Condutas como esta extrapolam os limites aceitáveis no exercício do poder potestativo (diretivo do trabalho dos empregados) pelo empregador, gerando ao trabalhador apreensão, insegurança e angústia. Nesse contexto, embora o Tribunal Regional tenha entendido pela ausência de ato ilícito apto a ensejar prejuízo moral ao empregado, sob o fundamento de que não havia punição para aqueles que não respondessem às mensagens de cobrança de metas, é desnecessária a prova do prejuízo imaterial, porquanto o dano moral, na espécie, é presumido (in re ipsa), pressupondo apenas a prova dos fatos, mas não do dano em si. Recurso de revista conhecido por divergência jurisprudencial e provido. Fls. PROCESSO Nº TST-RR- 10377-55.2017.5.03.0186 Firmado por assinatura digital em 17/10/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. (TST – RR: 103775520175030186 Relatores: Alexandre de Souza Agra Belmonte Data de Julgamento: 17/10/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 19/10/2018). O ideal é que ocorram acordos entre o empregador e o funcionário e que tais acordos venham por escritos em contrato, ou anda um acordo coletivo com o sindicato para que se estabeleça assim, desde o início da relação de trabalho com colegas e superiores quais os horários limites para troca de mensagens. Se o expediente funciona das 9h às 18h, por exemplo, esse tempo pode ser usado também para um possível acordo.
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