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Karine Meirelles - Infectologia Pediátrica (2022.2) *IRA: Infecção Respiratória Aguda A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) é uma infecção respiratória aguda do parênquima pulmonar que ocorre em pacientes fora de ambiente hospitalar (ou seja, em crianças não hospitalizadas por germes não hospitalares, e sim por aqueles germes provenientes do meio domiciliar, escolar e comunitário). OBS: A pneumonia Intra-hospitalar é definida como aquela pneumonia que se instala após 48 horas de internação, ou seja, paciente inicia um quadro respiratório ou tem-se uma piora do quadro inicial na admissão do paciente, ou até 72 horas após a alta. O risco para colonização por germes hospitalares aumenta quando há internação por menos de 30 dias. EPIDEMIOLOGIA ● No Brasil, uma parte dos óbitos não receberam atendimento médico (50%); ● O diagnóstico e a intervenção precoce são fundamentais para reduzir a mortalidade; ● OMS e UNICEF: 20% das mortes são abaixo de 5 anos; ● 1-2 milhões de óbitos atribuídos a pneumonias abaixo de 5 anos. 70% em países em desenvolvimento; ● Pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) ➜ 150 mil hospitalizações/ ano nos EUA; ● Brasil 5-9% dos óbitos abaixo de 5 anos; VACINAS ● Vacina do Haemophilus Influenza B e Pneumocócica reduziram o número de casos atribuídos a esses agentes; ● Vacina de pneumococo introduzida no Brasil a VPC10, em 2010, reduziu a incidência de doença invasiva abaixo de 5 anos; ● Abaixo de 5 anos: RSV, metapneumovírus, Boca Vírus, adenovírus; ● O S. pneumoniae é a etiologia bacteriana que predomina em todas as faixas etárias; ● Países desenvolvidos: ⅓ por Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae, principalmente em adolescentes; ● Infecção mista: 30% virus + vírus; pode ocorrer vírus + bactérias; ○ Doença invasiva ➜ doenças que invadem locais estéreis, como o sangue, pulmões, etc. Karine Meirelles - Infectologia Pediátrica (2022.2) ○ Doença não invasiva ➜ doenças que invadem local que já é habitado por bactérias; Ex.: estômago, intestino. FATORES DE RISCO ● Baixa idade; ● Comorbidade (ex. Cardiopatias congênitas); ● Desnutrição; DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO ● Identificação: dificuldade de obter material de Vias Aéreas Inferiores; ● Material de vias aéreas superiores - colonização? ● Últimos 10 anos novos métodos moleculares permitiram identificar patógenos respiratórios: metapneumovírus humano, bocavirus, Influenza e Coronavírus; DIRETRIZES DA OMS E DA ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE ● Sinais clínicos de evidência para o diagnóstico de PAC: ✓ Tosse, Febre e taquipneia; ✓ Dificuldade de RX; ✓ Saturação < 96% sugestivo; ✓ Suspeita: confirmar; ● Diretrizes internacionais: British Thoracic Society (BTS); National Institute for Health, Paediatric Infectious Society ➜ não recomendam a realização de RX para pacientes que estejam bem para serem tratados a nível ambulatorial; Paciente com gravidade é obrigatório a realização de Rx. ANAMNESE ● Recém nascido: ○ Pré-natal, febre materna, ITU materna, tempo de bolsa rota, colonização materna por S. agalactiae, peso de nascimento, prematuridade, tempo de oxigenioterapia, procedimento invasivo? ■ OBS: bebê PIG geralmente é um indicativo que a mãe teve infecção durante a gravidez, como por exemplo sífilis. ● Comorbidades: ○ Cardiopatia congênita, DBP (displasia broncopulmonar), anemia falciforme, imunodeficiência. ● Internação prévia, uso de antibiótico recentemente. Karine Meirelles - Infectologia Pediátrica (2022.2) ● Aceitação de dieta (presença de vômitos?); ● Estado geral; ○ Hidratação (quantas vezes urinou), acianótico; ● Comportamento da febre (alta, baixa, baixa e se tornou alta), contato com casos semelhantes; ● Evolução das queixas respiratórias; EXAME FÍSICO & SINAIS DE GRAVIDADE ✓ Frequência respiratória de acordo com a idade. RN: FR ≥ 60 irpm é sinal de gravidade; ✓ Lactentes: Taquipneia associada a tiragem subcostal (intercostal mantida); ✓ Batimento de asa de nariz; ✓ Saturação: obrigatória na emergência; ✓ Sinais de Toxemia ➜ comuns na estafilococcia; hipoatividade; cor; aspecto toxêmico; ✓ Sibilos associados? ETIOLOGIAS ● Vírus Sinciciais Respiratórios (VSR) ➜ graves em lactentes; ● Covid-19; ● Etiologia Mista (vírus +bactérias)➜ mais comum abaixo de 5 anos; ● Bactérias ➜ faixa etária + clinica + radiologia pode auxiliar; PNEUMONIA EM MENORES DE 2 MESES ● Agentes etiológicos mais comuns: Streptococos B, Bacilos Entéricos Gram Negativos (-); ● Outros agentes etiológicos: Chlamydia trachomatis (principalmente a partir da 2 semana de vida); Ureaplasma; VSR; Influenza; Parainfluenza; Adenovírus; Karine Meirelles - Infectologia Pediátrica (2022.2) ● Sinais de gravidade: ✓ FR ≥ 60 irpm (isoladamente já é critério para internar); ✓ Tiragem; ✓ Recusa do seio materno/ alimentar; ✓ Febre alta; ✓ Alteração sensório; ● Crianças menores de 2 meses, que além de apresentar tosse e dificuldades respiratórias, apresentarem frequência respiratória elevada, com ou sem tiragem subcostal, devem ser consideradas como pacientes graves e devem ser internadas para tratamento hospitalar. TRATAMENTO ○ Primeira escolha: Gentamicina 7,5 mg/kg/dia de 12 em 12 horas (Aminoglicosídeo) + Penicilina Cristalina ou Ampicilina; ○ Tratamento alternativo: Cefalosporina de terceira geração - Cefotaxima. SEPSE NEONATAL ○ Classifica-se a sepse neonatal em sepse precoce, aquela que ocorre nas primeiras 48 a 72 horas de vida e sepse tardia, que ocorre após as primeiras 48 a 72 horas de vida. A sepse precoce está relacionada a fatores pré-natais e do periparto causando uma infecção no recém nato.
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