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Geovanna Karine P8 
SP 3.4- INTERNADO PARA MELHORAR OU PIORAR DA DOENÇA? 
IATROGENIA 
Iatrogenia é uma palavra que deriva do grego: o 
radical iatro (iatrós), significa médico, remédio, 
medicina; geno (gennáo), aquele que gera, 
produz; e “Ia”, uma qualidade. 
Conceito: síndrome não punível, caracterizada 
por dano inculpável, no corpo ou na saúde do 
paciente, consequente de uma aplicação 
terapêutica isenta de responsabilidade 
profissional. 
São manifestações/consequências decorrentes 
do emprego de medicamentos em geral, atos 
cirúrgicos ou quaisquer processos de tratamento 
feitos pelo médico. 
 
- Na aferição prática da iatrogenia, pode- se dizer 
que a previsibilidade recai sobre as possíveis 
consequências lesivas advindas de uma 
intervenção médica. 
- O grau de previsibilidade do dano deverá ser 
aferido conforme o estágio da medicina no 
momento da prática do ato médico. 
“Para se determinar se o evento era ou não 
previsível, utiliza-se o standard do médico 
diligente. Se, para a generalidade dos médicos, a 
causa do dano, nas circunstâncias consideradas, 
não poderia ser superada, nem ao menos 
cogitada, admitir-se-á o resultado como 
inevitável ou imprevisível. Tal aferição é 
casuística – e levará em conta o aparelhamento 
e meios disponíveis. É necessário que se trate de 
um fato presente, não de hipótese futura – e que 
de modo algum possa se imputar qualquer 
resquício de culpa, identificável no 
comportamento do médico”. 
- Para constatação da iatrogenia são necessários 
três requisitos: 
1. Necessidade de conduta médica: 
necessidade de fazer ponderação a 
respeito dos impactos de determinada 
conduta médica, colocando em cheque 
os benefícios e danos, utilizando os 
princípios da beneficência e não 
maleficência. 
2. Previsibilidade do dano: o médico deve 
sinalizar os possíveis danos que aquela 
conduta pode acarretar para o paciente 
e registrar tudo em prontuário. Tudo deve 
ser previsto antecipadamente. 
3. Cumprimento do dever de informar: é 
necessário que o paciente esteja 
esclarecido e tenha consciência da 
necessidade da conduta. Esclarecer as 
melhoras técnicas da realização do 
tratamento, não tendo como garantir 
qualquer resultado. 
Consentimento Livre e Esclarecido 
(Recomendação CFM nº 01/2016) 
a) O esclarecimento claro, pertinente e suficiente 
sobre justificativas, objetivos esperados, 
benefícios, riscos, efeitos colaterais, 
complicações, duração, cuidados e outros 
aspectos específicos inerentes à execução tem o 
objetivo de obter o consentimento livre e a 
decisão segura do paciente para a realização de 
procedimentos médicos. Portanto, não se 
enquadra na prática da denominada medicina 
defensiva. 
b) A forma verbal é a normalmente utilizada para 
obtenção de consentimento para a maioria dos 
procedimentos realizados, devendo o fato ser 
registrado em prontuário. Contudo, recomenda-
se a elaboração escrita (Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido). 
Geovanna Karine P8 
c) A redação do documento deve ser feita em 
linguagem clara, que permita ao paciente 
entender o procedimento e suas consequências, 
na medida de sua compreensão. Os termos 
científicos, quando necessários, precisam ser 
acompanhados de seu significado, em linguagem 
acessível. 
 
 
 
A responsabilidade profissional, assim como o 
dever de indenizar somente são constatados na 
presença concomitante de três elementos 
essenciais: 1) Conduta (ação ou omissão – com 
análise de culpa); 2) Nexo de causalidade 
(ligação entre a conduta e o possível prejuízo); 3) 
Dano (moral ou patrimonial – necessariamente 
deverá ser efetivo, existente e verificável) 
 
- A iatrogenia, apesar de excluir a 
responsabilidade civil médica, não o faz através 
da ruptura do nexo de causalidade entre a 
conduta e o dano, mas sim pela impossibilidade 
de atribuição de culpa ao médico. 
A situação iatrogênica pode assim ser descrita: 
um médico (agente) submete seu paciente a um 
procedimento (conduta humana voluntária), 
expondo-o a riscos previsíveis, esperados ou não 
de acordo com o seu estado de saúde e 
literatura médica, riscos estes que se 
materializam a despeito do profissional ter agido 
em conformidade com as regras da medicina, 
provocando lesão à saúde do paciente (dano). 
- A responsabilidade civil médica de natureza 
subjetiva, para que o médico seja condenado ao 
dever de indenizar, o juiz deve se convencer da 
existência de: a) conduta humana voluntária; b) 
lesão à saúde do paciente; c) nexo causal entre a 
conduta e o dano; e d) o agir culposo do 
profissional. 
- Ausente o elemento culpa, tem-se que a 
natureza jurídica da iatrogenia é a de excludente 
de responsabilidade civil médica. Sem culpa, resta 
inviável a condenação do profissional a indenizar 
o paciente pela lesão suportada. 
 
 
Geovanna Karine P8 
 
 
IATROGENIA X ERRO 
MÉDICO 
- A lesão iatrogênica seria aquela previsível, 
decorrente de procedimento necessário e 
realizado pelo médico de maneira diligente. Não 
gera responsabilidade em nenhuma de suas 
esferas, aproximando-se de uma imperfeição dos 
conhecimentos científicos. Aqui, o médico adota 
conduta consciente e deliberada, direcionada a 
um determinado resultado, qual seja, a melhoria 
do estado de saúde de seu paciente. 
- As falhas no exercício da profissão -erro médico, 
por sua vez, ingressam no âmbito da ilicitude e da 
responsabilidade civil, na medida em que o 
profissional age com culpa. A falta do dever 
objetivo de cuidado traz efeitos indesejáveis, que 
poderiam ter sido evitados pelo médico. 
 
PREVENÇÃO QUATERNÁRIA 
- Prevenção quaternária é prevenir a 
hipermedicalização do cuidado e evitar 
intervenções desnecessárias, reduzindo danos, 
por meio de técnicas e práticas qualificadas e 
personalizadas de cuidado. 
- Trata-se do exercício simultâneo da não 
maleficência (primun non nocere) e da 
beneficência, agora um tanto mais humildes e 
cuidadosas: cuidado apropriado, ético, acessível, 
humano e amigável, adequado. 
- Dois aspectos do conceito de prevenção 
quaternária podem ser ressaltados para sua 
melhor compreensão: sua relação com a 
conceituação e significação da saúde-doença e 
a necessidade de proteção dos usuários e 
redução de danos iatrogênicos. 
- Às pessoas que se sentem bem e que são assim 
avaliadas pela abordagem médica (quadrante 1) 
cabem ações de promoção da saúde e de 
prevenção primária. Aos que se sentem bem, mas 
cuja abordagem profissional detecta problemas 
ou riscos ainda não perceptíveis pelo doente, 
estão indicadas ações de prevenção secundária, 
como detecção precoce e rastreamentos 
criteriosos. Aos doentes e lesionados (quadrante 3) 
cabem ações de prevenção terciária 
(reabilitação). Aos que não se sentem bem, mas 
cuja abordagem médica não detecta doenças, 
ou que não estão doentes, mas parecem estar (a 
própria prevenção secundária pode colocar a 
pessoa nessa situação), e a todos as outras 
pessoas, doentes ou não, cabem ações de 
prevenção quaternária (quadrante 4), que visa 
Geovanna Karine P8 
proteger as pessoas dos danos potencialmente 
significativos de novas intervenções 
desnecessárias. 
 
 
- Então, a prevenção quaternária, 
especificamente definida e voltada para a 
identificação de indivíduos em risco de 
tratamento excessivo, para protegê-los de novas 
intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes 
alternativas eticamente aceitáveis. 
- Para isso são necessárias várias habilidades e 
conhecimentos pouco comuns nos profissionais: 
habilidades de comunicação e cuidado 
centrado na pessoa, técnicas e saberes 
profissionais qualificados e atualizados, espírito 
crítico e altos índices de ética profissional, de 
modo que se possa oferecer um cuidado com o 
máximo de qualidade técnica e humana com o 
mínimo de intervenção e de dano possível. 
- A necessidade de restrição de danos é ainda 
maior no quetange às ações preventivas, uma 
vez que, nesses casos, a responsabilidade das 
intervenções e seus resultados recaem sobre os 
profissionais e o Sistema de Saúde. 
- Apesar de a avaliação científica desse universo 
incluído nas MAC (Medicinas Alternativas e 
Complementares) ou PIC (Práticas Integrativas e 
Complementares, no jargão governamental 
brasileiro) ser ainda limitada a algumas técnicas e 
recursos, há forte movimento social difuso, há 
algumas décadas, nos países ricos e nas camadas 
médias brasileiras, de procura por terapias 
complementares, entre as quais as mais 
conhecidas são a homeopatia e a acupuntura. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_s
aude/prevencao_quaternaria_humanizacao_ate
ncao_primaria.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_saude/prevencao_quaternaria_humanizacao_atencao_primaria.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_saude/prevencao_quaternaria_humanizacao_atencao_primaria.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_saude/prevencao_quaternaria_humanizacao_atencao_primaria.pdf

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