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endocrinopatias ● GLÂNDULA ADRENAL: ○ HIPERADRENOCORTICISMO: ■ PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS: ● ↑catabolismo proteico⇒ várias alterações decorrentes... ○ caquexia pela degradação da massa muscular; ○ hepatomegalia pelo aumento do trabalho hepático; ○ nefropatias por sobrecarga glomerular (maior excreção de proteínas). ● imunossupressão⇒ ↑cortisol causa leucopenia, levandoà… ○ otites persistentes/recorrentes; ○ cistites recidivantes ● resistência insulínica⇒ bloqueio da atividade hormonal ○ hiperglicemia ○ diabetes mellitus ● efeitos mineralocorticoides⇒ ↑excreção de cálcioleva à poliúria e polidipsia compensatória ■ ETIOPATOGENIA: ● iatrogênica⇒ por administração inadequada de corticosteróides ● orgânica⇒ por tumores no eixo hipófise-adrenais ○ ADENOMA DE HIPÓFISE: tumor benigno que torna a hipófise não-responsiva aos feedbacks negativos das adrenais, levando à produção constante de ACTH ➔ hiperestimulação das adrenais ⇒ produção aumentada e desregulada de corticóides ➔ a neoplasia primária da hipófise leva à uma hiperplasia secundária bilateral das adrenais (não-neoplásica, mas sim por hiperestimulação!) ➔MAIS COMUM EM CÃES DE PEQUENO PORTE ○ TUMOR NA ADRENAL: geralmente unilateral e com aspecto de malignidade ➔ a adrenal neoplásica torna-se não-responsiva aos feedbacks negativos da hipófise ➔ a hiperprodução unilateral de corticóides e consequente ↓secreção de ACTH pela hipófise induz hipotrofia da adrenal contralateral; ➔MAIS COMUM EM CÃES DE GRANDE PORTE ■ DIAGNÓSTICO: ● sintomas clínicos: problemática ⇒ alterações lentas que muitas vezes passam despercebidas ○ ↑aparente de peso pelo ↑volume de órgãos internos (fígado e baço) + enfraquecimento da musculatura abdominal ○ alopecia, hipotricose e telangiectasia ⇒ perda de pelos e vasos evidentes por adelgaçamento dérmico ○ piodermites repetitivas⇒ imunossupressão. ● achados nos exames laboratoriais: ○ no ultrassom: aumento de volume das glândulas (hipófise/adrenal) e alteração da organização física em casos de neoplasias malignas; ○ leucograma de estresse ○ trombocitose ○ ↑fosfatase alcalina⇒ hepatomegalias pelo aumento do catabolismo proteico ○ hiperglicemia⇒ resistência insulínica ○ iso/hipostenúria⇒ nefropatias ○ ↑colesterol/triglicérides⇒ torna o sangue espesso/viscoso ➔maior predisposição à trombose ➔ animal em maior risco se entrar em cirurgias eletivas! ● testes hormonais: para diagnóstico de hiperadrenoacorticismos endógenos ○ TESTE DE SUPRESSÃO DE DEXAMETASONA EM DOSE BAIXA: ➔ permite diferenciar HAC adrenal x hipofisário⇒ teste do eixo! ➔ usa-se DEXAMETASONA pois, em dose baixa, gera feedback negativo para a hipófise porém não é detectada nos exames como corticosteróide endógeno ➔ procedimento: 1. coletar o soro sanguíneo (“amostras pré-dexa”) e dosar o nível de cortisol; 2. aplicar 0,01mg/Kg de Dexa IV 3. re-coletar o soro (“amostras pós-dexa”) após 4h e 8h da aplicação 4. realizar radioimunoensaio para avaliar a dinâmica hormonal ➔ análise ● PACIENTE NORMAL (n): a aplicação da dexa suprime temporariamente a atividade do eixo hipófise-adrenal, reduzindo a concentração de corticóides no período de 4h; ● PACIENTE COM HAC HIPOFISÁRIO (HCH): a aplicação de dexa reduz muito a concentração de corticosteróides no início devido ao feedback negativo exercido sobre a adrenal pelo aumento da concentração circulante ● PACIENTE COM HAC POR TUMOR NA ADRENAL (tumor): a aplicação de dexa não altera os altos valores de corticosteróides circulantes (se mantém elevados) pois a adrenal não está responsiva à feedbacks negativos ➔ importante não dosar apenas cortisol pois o estresse fisiológico de uma consulta pode alterar naturalmente as concentrações, levando à falsos-positivos ou superestimação ○ TESTE DE ESTIMULAÇÃO COM ACTH: ➔ usado para avaliar a resposta da atividade da adrenal após a administração de ACTH ➔ dosar as concentrações antes e após a administração de ACTH ➔ CORTISOL BAIXO PÓS-ACTH = adrenal pouco responsiva à atividade hipofisária ➔ CORTISOL NORMAL PÓS-ACTH = adrenal sem hipo/hiperfunção ➔ CORTISOL ALTO PÓS-ACTH = adrenal hiper-responsiva à atividade hipofisária ■ TRATAMENTOS: ● deve ser iniciado apenas após a certeza diagnóstica ⇒ tratamento caro e de alto risco! ● para HAC por adenoma de hipófise: ○ radioterapia ⇒ muito indicado porém pouco realizado devido ao alto custo; ○ hipofisectomia; ○ adrenocorticolíticos: ➔MITOTANO: indução de destruição da glândula adrenal, porém causa ↑efeitos colaterais ➔ TRILOSTANO: alternativa mais recente ao uso de mitotano⇒ causa menos efeitos colaterais pois tem ação mais lenta, porém atua sobre toda a cascata de metabolismo do colesterol, interferindo na atividade/produção de aldosterona, E2, etc. (isso pode ser positivo à medida que torna mais fácil a detecção de sinais de superdosagem…) ● para HAC por tumor na adrenal: ↑potencial metastático⇒ pouco responsivo à quimio! ○ ressecção cirúrgica do tumor; ○ necessária a constante reposição de glico/mineralocorticóides. ○ HIPOADRENOCORTICISMO: “Doença de Addison” ■ ETIOPATOGENIAS: ● hipoadreno primário: destruição imunomediada da córtex da adrenal ● hipoadreno secundário: deficiência na produção de ACTH pela hipófise ● hipoadreno iatrogênico: após interrupção de corticoideterapias ■ DIAGNÓSTICO: ● sinais clínicos e exames laboratoriais: ○ “aspecto de doente” ⇒ anorexia, letargia, emagrecimento progressivo (↓ECC) e fraqueza ○ azotemia pode estar presente ○ hipercalemia ⇒ arritmia cardíaca, ↓contratilidade muscular, etc ○ hiponatremia ⇒ relação Na:K <27 ● teste de estimulação com ACTH: ○ Synacthene ⇒ ACTH sintético (usar 1 ampola ou 5-10 mcg/Kg IV) ○ em pacientes normais ⇒ cortisol após 1h = 5,0 - 17,0 mcg/dL de sangue ○ em pacientes com hipoadreno⇒ cortisol após 1h < 2,0 mcg/dL de sangue ■ TRATAMENTO: ● constante: administração de mineralocorticoides e glicocorticoides (Prednisona) + monitoramento regular com testes de estimulação de ACTH ● em crises addisonianas agudas: ○ fluidoterapia para tratar hipercalemia aguda (“diluir o K+”); ○ adm de Dexametasona + ACTH Sintético ○ se após 1h da aplicação cortisol < 1,0 mcg/dL ⇒ aplicar prednisolona! ● GLÂNDULA TIREÓIDE: ○ HIPOTIREOIDISMO CANINO: ■ ETIOPATOGENIAS: ● primário: quando há alteração direta na Tireóide ○ congênito⇒ agenesia glandular ○ adquirido⇒ tireoidite linfocítica imunomediada (maior prevalência!) ● secundário: quando há alguma alteração na hipófise que interfere na atividade da tireóide ● terciário: quando há alguma alteração no hipotálamo que interfere na atividade da tireóide ● outros: interações medicamentosas; deficiência de iodo; anomalias periféricas; etc ⇒ causas inerentes à funcionalidade glandular ■ DIAGNÓSTICO: ● sinais clínicos: sintomatologia gradual e inespecífica ⇒ confusão dos sinais entre hipo x senilidade ○ sonolência, letargia, apatia ○ confusão mental percebida na anamnese ○ bradicardia⇒ ↓metabolismo sistêmico = redução daatividade cardíaca ○ alterações reprodutivas ○ alterações neurológicas (convulsões) ⇒ ↓oxigenação cerebral devido ao acúmulo de gordura no sangue que dificulta o transporte de substâncias (viscosidade) ○ alterações cutâneas⇒ geralmente são as responsáveis pela ida do animal ao veterinário! ■ mixedema facial (“feição tristonha” pelo acúmulo de mucina no subcutâneo) ■ alopecia, seborréia (por atrofia das gl. sebáceas) e piodermites recidivantes ■ pelame seco e “rabo de rato” (hipotricose por atrofias do folículo piloso) ○maior prevalência em cães adultos à idosos, de grande porte, e de raça ● alterações laboratoriais: ○ anemia normocítica normocrômica arregenerativa ⇒ hipoplasia medular decorrente da ↓T4 ○ hipercolesterolemia e trigliceridemia ⇒ acúmulo de gorduras no sangue ● dosagem de T4 e TSH: ○ ↓T4 com ↑TSH ⇒ produção de T4 não está responsiva aos estímulos do TSH (o qual encontra-se aumentado devido à redução da concentração de T4 no sangue) ■ TRATAMENTO: ● reposição de T4 sintético ○ atentar-se à diagnósticos falso-positivos ⇒ suplementação de T4 em animais eutireoideos pode induzir hipotireoidismo iatrogênico!!○ SYNTHROID: 22 mcg/Kg ⇒ melhora progressiva que pode levar até 6 meses para chegar à normalização completa cutânea e reprodutiva ○ HIPERTIREOIDISMO FELINO: ■ ETIOPATOGENIAS: hiperplasia glandular perceptível à palpação! ● carcinoma de tireóide: ● adenoma funcional da tireóide: ■ DIAGNÓSTICO: ● sinais clínicos: ○ emagrecimento progressivo + diarréia ⇒ ↑metabolismo sistêmico implica em ↑peristaltismo = dificulta a absorção de nutrientes e, consequentemente, desnutrição com diarréia!; ○murmúrio cardíaco + taquicardia ⇒ hipertrofia de miocárdio; ○ predisposição à trombose devido à alteração do fluxo sanguíneo; ○ comportamento reativo/agressivo; ○ ↑metabolismo = ↑TFG ⇒ poliúria ● exames complementares: eletrocardiograma e radiografia (↑volume glandular) ● teste de função tireoidiana: T4 total > 8,4 mcg/dL (referência normal: 0,9 - 3,7 mcg/dL) ■ TRATAMENTOS: ● para hipertireoidismo por adenoma: tratamento clínico com METIMAZOL (reversível) ● para hipertireoidismo por carcinoma: ressecção cirúrgica do carcinoma (se não houver metástase) ou radioterapia (se já houver metástase) ● OBS: contraindicação ao tratamento⇒ pacientes doentes renais crônicos! ○ ↑T4 compensa a ↓taxa de filtração glomerular = ↓sintomatologia renal ○ necessário ponderar qual doença está afetando mais a qualidade de vida do paciente ○ se necessário, tratar com Metimazol (reversível) com constante dos efeitos ● DIABETES MELLITUS: ○ CARACTERÍSTICAS EM CÃES: ■ importante predisposição genética/racial; ■ principais causas ⇒ exposição crônica à fatores que levam à resistência insulínica ■ EPIDEMIOLOGIA: afeta principalmente fêmeas inteiras de raça ○ CARACTERÍSTICAS EM FELINOS: ■ desencadeada principalmente por amiloidose das ilhotas de Langerhans ou condições mórbidas que levam à resistência insulínica ■ EPIDEMIOLOGIA: afeta mais machos do que fêmeas, s/ predisposição racial (80% dos casos em SRD) ○ CLASSIFICAÇÕES: ■ TIPO 1: não-produção de insulina ⇒ 100% dos casos em cães e 50% dos casos em felinos ■ TIPO 2: resistência insulínica ⇒ 30% dos casos em felinos ■ TRANSITÓRIA: 20% dos casos em felinos ○ DIAGNÓSTICO: ■ sinais clínicos: “4 P’s” ⇒ poliúria + polidipsia + polifagia + perda de peso ■ exames laboratoriais: ● hiperglicemia persistente ● glicosúria (3+ a 4+) ● cetonúria (negativa à 3+) ● proteínas glicosiladas ⇒ para diferenciar hiperglicemias transitórias de persistentes, portanto principalmente usadas em gatos... ○ dosar: Hemoglobina Glicosilada (HbA1) e Frutosamina ○ TRATAMENTOS: ■ em cães: ● tratamento intensivo p/ cães já cetoacidóticos ● para pacientes não-cetoacidóticos: ○ insulinoterapia com INSULINA NPH (Protamina Neutra de Hagedorn) - 0,5 a 1 U/Kg SID-BID ○ ajustar a insulinoterapia a cada 4 ou 5 dias com base na sintomatologia e curvas glicêmicas ○manejo dietético adequado à condição do paciente (obeso? idoso? sedentário? enfermo?) ● todas as cadelas diabéticas devem ser castradas antes de seu próximo estro!! ⇒ progesterona é uma substância fortemente indutora de resistência insulínica ■ em gatos: ● tratamento intensivo p/ gatos já cetoacidóticos ● para pacientes não-cetoacidóticos: ○ insulinoterapia com INSULINA NPH (Protamina Neutra de Hagedorn) - 1 a 3 U/gato SID-BID ○manejo dietético para obesos ○ substituir progressivamente a insulinoterapia pela adm. de medicamentos hipoglicemiantes (GLIPIZIDE) que estimulam a secreção endógena de insulina ● a avaliação das proteínas glicosiladas e o monitoramento domiciliar da glicosúria são instrumentos valiosos na abordagem do gato diabético! ● caso haja icterícia, êmese, diarréia, perda de peso > 5 %, cetoacidose ou recidiva dos sintomas ⇒ suspender o tratamento com hipoglicemiante e retomar a insulinoterapia. ■ sempre adequar o tratamento de insulina com a alimentação... ● controlar a glicemia ao longo do dia; ● evitar picos glicêmicos, principalmente pós-prandiais; ● realizar a monitorização frequente das concentrações glicêmicas; ● tratar doenças concomitantes ou fatores que predispõem a resistência insulínica. ■ cirurgias eletivas devem ser adiadas até que haja controle da glicemia do paciente (exceção = OSH)
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