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HD WIDENER 5258 45 HW SJFK 2 LIVRARIA PORTUGUEZA. Editora de Joaquim Maria da Costa. 55, Largo dos Loyos, 56-PORTO. 5258.45 3 3 3 5 A.J.Downey sc. MEMEM Rell Harvard CollegeLibrary In Memoryof Aleixo de QueirozRibeiro de Sotomayor Almeida eVasconcellos Count of Santa Eulalia TheGift of JohnB.Stetson Junior oftheClass of1906 LONDON 1992 H Com per fon al ka ya ku t 1 . Compvegion, ei. Eratut be CL C baܝ by. GRAMMATICA LATINA DE 12 13 2. J. N. MADVIG REDUZIDA Å EPITOME POR AUGUSTO EPIPHANIO DA SILVA PIAS TERCEIRA EDIÇÃO Hoes 1887 LIVRARIA PORTUGUEZA. Editora de Joaquim Maria da Costa, 55. Largo dos Loyos, 56- PORTO . LISBOA --- 134 5258.45 HARVARD COLLEGE LIBRARY COUNT OF SANTA EULALIA COLLECTION GIFT OF JOHN B. STETSON, JA JA.. 8 1923 PORTO TYPOGRAPHIA DE MANoel josé PEREIRA 26, Rua de Santa Thereza, 26-b PREFACIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO & Tendo-nos varios professores significado por muitas vezes, mormente depois da publicação do nosso opusculo que se in titula O latim do Snr. Altes de Sousa, que a Grammatica latina de Madvig, se mais compendiosa, encontraria segura -mente muito maior acceitação nas aulas do nosso paiz , e offe recendo-se de boa mente os Snrs. Ferreira Lisboa & C.a para editores de tal obra, resolvemos reduzir agora a epitome o li vro do illustre philólogo dinamarquez , de que em 1872 dé mos á estampa uma versão completa. No resumo que presentemente vê a luz publica, encontra rão os estudantes todas as doutrinas indispensaveis para o co nhecimento geral da lingoa latina no periodo classico , deven do aquelles que desejarem noticias mais particulares , recorrer á obra inteira por nós traduzida . Comquanto as doutrinas de grammatica geral seguidas nos livros escolares de alem-Rheno divirjão em varios respei tos das que em regra se professão em Portugal desde a pu blicação da pseudo Grammatica philosophica de Jeronymo Soares Barbosa , entendemos que não havia mister expô - las nes te epitome, visto que a nossa Grammatica portugueza para uso 1 IV das aulas de instrucção primaria, que vae agora entrar no prélo em terceira edição , as tornou sufficientemente conhecidas. E poisque este novo trabalho é mais um serviço prestado á causa, que temos tanto a peito , da reforma do ensino das lingoas classicas no nosso paiz , pareceu -nos ser de justiça deixar aqui memorados em particular, entre outros , os nomes de tres professores que nos têm coadjuvado poderosamente neste nosso empenho, os dois primeiros pregoando, onde quer que o ensejo se lhes offerece, a excellencia da grammatica por nós trasladada a portuguez, o terceiro tirando a lume tambem, Formato of carme para uso das escolas , o 1.º livro das campanhas de Cesar nas Gallias, enriquecido de optimas annotações com referencias constantes á Grammatica de Madvig. São elles o Sur. Ma noel José Pereira, Louro, professor de latim no Real Colle gio Militar, o seu antecessor o Rev. Conego Thomaz de Al meida Balthazar, e o Snr. Julio Gonçalves Moreira, que no Porto se dedica ao magisterio particular. Ma いだ〜theboting clox of Challe 7 lug Porto, Outubro de 1879 . مکںیمدجسممام e وکیسایئگیئارک Augusto Epiphanioda Silva Días. COR اسان GRAMMATICA LATINA 12 Nesta grammatica a lingoa latina é em geral apresentada tal ↑ como se fallava e escrevia na epoca mais importante da literatura ro mana (pouco mais ou menos desde o tempo de Cesar e Cicero até pou co depois do nascimento de J. C.) , e , quando ha divergencias, é indi cada por melhor a pratica seguida pelos mais notaveis escritores d'esta epoca. (Este periodo da lingoa latina denomina-se ordinariamente ida de de ouro, e o seguinte , pouco mais ou menos até 120 depois de J. C. , idade de prata). PARTE PRIMEIRA DOS SONS CAPITULO I-LETRAS A lingoa latina escreve-se com as mesmas letras que a 2 portugueza, devendo todavia notar-se que os romanos não dis tinguião, na escrita , oj do i nem o v do u. a) As vogaes pronunciavão-se, umas vezes, breves , ou- 3 tras vezes, longas. Esta differença de pronuncia não se as signala na escrita (e não se sente na pronunciação portu gueza). Obs. 1. Nas obras didacticas indica- se ás vezes a vogal longa com o signal , e a breve com o signal , collocados sobre as vogaes . O si gnal quer dizer que a vogal se pronunciava ora longa, ora breve. Obs. 2. O i é consoante (j) no começo das palavras latinas antes de vogal (jacio), excepto no participio iens; e no meio das palavras en tre duas vogaes (major), excepto em tenuia, tenuior, assiduior; (e tam bem nas palavras gregas Achaja, Grajus, Maja, Ajax, Troja) . Antes de vogal no principio de palavras gregas conserva- se vogal (i-ambus). GRAMMATICA LATINA 4 5 b) Os diphthongos usados em latim são ae (que hoje se pronuncia e) , oe (que hoje se pronuncia e), au; eu só se en contra em um escasso numero de palavras; ei só em hei; ui em huic, cui, hui. c) Ácerca da mudança de vogaes occasionada pela flexão, derivação e composição das palavras, havemos de notar o se guinte: Quando a vogal radical se enfraquece em virtude de um acrescen tamento inicial, de passa frequentemente para i (laedo, il - lido) , a para , quando a syllaba é aberta, por outra, quando termina em vogal, para e, quando a syllaba é fechada, por outra, quando termina em consoan te (facio, per-ficio , per -fectus); è em syllabas abertas passa frequente mente para (teneo, con-tineo; antes de r não muda, v. g. gero, con gero) . Nas syllabas fechadas passa para (judex=judecs, do radical judic) . O 8 de syllabas abertas passa frequentemente para em sylla bas fechadas (corpus, corporis) . U substitue muitas vezes outra vogal antes de l (scalpo, ex-sculpo). r Ácerca da pronuncia das consoantes devemos notar o se guinte: Ti seguido de vogal pronuncia- se hoje como ci (natio) , excepto: depois de s out (justior, mixtio=micstio, Attius) , no infinitivo passivo alongado (patier) e nas palavras gregas (Boeotia). R encontra-se em muitas palavras em que originariamente havia s, por isso que, com mui poucas excepções, os romanos mudárão em r todo o s posto entre duas vogaes (gero por geso) . Todavia o s conserva se quando antes d'elle cahiu outra consoante (divisi por divid- si de di vido) ou quando é a letra inicial do segundo elemento de um compos to (de-silio, de salio). O x vale por cs; o z vale por d acompanhado de s brando. Para satisfazer aos fins da euphonia e facilidade da pro nunciação, as consoantes muitas vezes experimentão mudan ças. Neste ponto note-se em particular o seguinte: G antes de s et passa sempre para c (actus de ago , unxi= uncsi de ungo); b antes de te s passa as mais das vezes para p (scriptus, scripsi, de scribo) . Mpassa para n antes da maior parte das consoantes, menos an tes de m, b, p (eun-dem de eum). Muitas vezes dá - se a assimilação completa, v. g. cessi por cedsi de cedo, agellus por agerlus de ager; e ás vezes a dissimilação, v. g. claustrum por claudtrum de claudo. Algumas vezes cae uma consoante antes da que se lhe segue, particularmente t e d antes de s (queda or dinariamente compensada pelo alongamento da vogal precendente), v. g. divisi por divid-si de divido, mons por mont-s. DOS SONS 7 CAPITULO II—QUANTIDADE DAS SYLLABAS E ACCENTUAÇÃO A pronuncia das syllabas varía segundo a duração do 6 som (quantidade das syllabas) e o accento. As syllabas são umas longas outras breves; ás longas at- 7 tribue-se uma duração dupla da das breves; syllabas que se possão pronunciar breves ou longas (syllabas communs) , são mui poucas. Uma syllaba é longa ou por natureza , quando a vogal tem de si o som longo v. g . sōl , ou por po sição da vogal, quando o som da vogal, breve de si, tem por se lhe seguirem duas ou mais consoantes, de ser necessa riamente mais demorado, v. g. a primeira syllaba de ossis (genetivo do os). NO a) Todos os diphthongos são longos. 8 Obs. Ae é breve em prae na composição antes de vogal, v. g. praeacutus. b) Toda avogal posta antes de vogal na mesma palavra (ainda que medeie entre as vogaes um h) é breve (děus, con trăho ). Exceptuão-se: 1) e antes de i, quando precedido de vogal no genetivo e dativo da 5. declinação (diei , mas fidei) ; 2) a no genetivo archaico, não contracto, em aï da 1.ª declinação (mensäi); 3 ) i nos genetivos em ius (alius); 4) a e e antes de i no vocativo dos nomes proprios em jus da 2.ª declinação (Gai , Pompei, de Gajus, Pompējus); 5) a primeira vogal das interjeições eheu, ōhe (mas acha-se tam bem dhe), do adj . dius, as vezes de Diana, e das fórmas do verbo fio, menos fierem (fieres , etc. ) e fieri. 6) as palavras gregas, nas quaes a vogal conserva a quantidade que tem em grego, v. g. herōus. No interior das palavras, as vogaes que resultão de con- 9 tracção ou syncope, são longas (cōgo de coago, junior de ju věnior) . A quantidade das syllabas radicaes dos polysyllabos não 10 póde ser determinada por meio de regras; mas as syllabas radicaes e as suas vogaes conservão a mesma quantidade em todas as flexões da palavra e em todos os derivados e com 8 GRAMMATICA LATINA postos, ainda quando a vogal se muda em outra, v . g. māter, māternus; ămo, ămicus, in- imicus . Esta regra tem algumas excepções . 11 A quantidade das syllabas com que se fórmão os deriva dos, e das penultimas syllabas das desinencias de flexão no tar- se -ha nas secções que tratão da derivação e da flexão . Aqui reunimos as regras pelas quaes se conhece a quan tidade das syllabas finaes. Polysyllabos. Nas syllabas finaes dos polysyllabos terminados em vogal: 1) a é breve nos nomes, excepto no abl. sing. da 1.a decl. (mensă) e no voc. dos nomes cujo nominativo acaba em as (Palla de Pallas) ; mas é longo no imperativo dos verbos (ama) e nas palavras indeclinaveis (extra) , exceptuando ită, quiă, ejă e pută no sentido de : por exemplo . 2) e é breve, excepto no abl . da 5. decl . (speciē), no imperativo da 2.ª conjug. (monē) , nos adverbios em e forma dos de adjectivos em us (docte) , e tambem em ferē, fermē, ohe, hodie, e nas palavras gregas em eta (e longo) (Tempe). Os adverbios bene, male, inferně, superně, têm, comtudo, o e breve. 3) ié longo; só é breve no voc . dos nomes gregos em is (Pari) e em nisi. quasi (e cur, quando disyllabo ) ; e com mum em mihi, tibi, sibi, ubi, (de ubi, formão-se neculi, sicubi, ubivis, ubinam, ubique, ubicunque). a 4) o no nom. e na 1.ª pessoa dos verbos é as mais das vezes longo; é longo nos casos do 2.ª decl. (puerō) , em ambō e nos adverbios (falsõ, ergō) , exceptuando modo (e seus com postos tantummodo, dummodo, quomodo), cito, immo; é breve em duo, octo, ego, cedo (dize) , endo (por in) . Nas palavras gre gas em omega (o longo) é sempre longo (echo) . 5) u é sempre longo; y é breve. 12 Todas as syllabas finaes dos polysyllabos que terminão em consoante (simples) que não seja s , são breves (doněc, il lud, consul, aměm, carměn, aměr, caput, amăt) . Exceptuão-se alec, lien, os compostos de par (dispār), os casos (menos o nom. masc.) e adverbios de illic e istic (illoc, illac) , e as pa lavras gregas com fórma grega, as quaes conservão a quan tidade que têm em grego (aer, que no acc. faz aěra, Sirēn, Aenean); todavia a terminação op abrevia-se em or (Hector) . DOS SONS 9 Nas syllabas finaes terminadas em s: 1) as é longo, excepto em ands (anatis) , nos nominativos. gregos em as com o gen. em ădis (Ilias) e no acc . do pl . gre go da 3. decl. (heroăs) . 2) es é longo, excepto: a ) nos nominativos do sing. da 3. decl . que têm o gen. em etis, itis, ĭdis (segès, milès, obsès); b) nos compostos de es (do verbo sum), v. g. ades, potès; c) na prep. penes; d) nos nominativos do plural dos nomes gre gos da 3. decl . terminados em ε; (Arcades); e) nos neutros gregos em (Hippomanès). Obs .-E', porém, longo o es nos nominativos abies, aries, paries (gen. abietis, arielis, parietis). 3) is é breve, excepto: a) no dat. e abl. pl . mensīs, no bis), e no acc. pl. da 3. decl . (omnes por omnēs); b) em gra tīs (gratiis), forīs; c) na 2.ª pessoa do sing . do pres. da 4.ª conjug. (audis) e nos verbos vis, sīs, (adsīs, pissīs , etc. ) , fis, velis, nolis, malis, e muitas vezes na 2. pessoa do fut. perf. e pret. perf. do conjunctivo (amaveris); d) nos nominativos Quiris, Samnis, Salamis, Eleusis, Simois. 4) os é longo, excepto em compos , impos, e na desinen cia casual grega o (Delos, nom. , Erinnyos, gen.)enclos 5) us é breve, excepto: a) no gen. sing. , nom. , voc . e acc . pl . da 4. decl . (senatus; mas no nom. sing. senatus); b) nos nominativos da 3.ª decl . que têm u longo no gen. (virtus, virtūtis; palūs, palūdis; tellūs , tellūris); c) no gen. grego em us ( u ) da 3.a decl . (Sapphus) e em alguns nomes proprios gregos que no nom. termiuão em (Panthus) . (Comtudo Oedipus, Oedipi.) 6) ys é breve, v. g. Cotys. Monosyllabos a) Todos os monosyllabos acabados em vogal são longos 13 (ā, ē, nē, que não, para que não); são breves unicamente as particulas encliticas (que, ve, e a particula interrogativa ně). b) Ácerca dos monosyllabos terminados em consoante havemos de notar o seguinte: 1 ) Os que se declinão ou conjugão, seguem as regras geraes das ultimas syllabas (dās, fles, scis, dat, quis nom., id, his, quis dat. e abl. , qui, quos, quas, hoc) ; es de sum é breve, de edo é longo . . 2) Os nominativos de substantivos e adjectivos são lon gos (ōs, gen. ōris, ās , sōl, vēr, plūs), ainda quando a syllaba radical é breve nos outros casos (lār, sāl, pēs, mās, bōs, vās , 10 GRAMMATICA LATINA gen. vădis, pār); são todavia, breves vir, cor , fél, lắc, měl, os, gen. ossis. O pronome hic é commum, hoc longo. 3) As palavras invariaveis são breves (ab, per, ăt, něc); são, todavia, longas as palavras ēn, nōn, quîn, sīn, crās, cūr, e os abverbios em c (sic). 4) Os imperativos dic, duc, făc, fer, conservão a quan tidade dos verbos a que pertencem . 14 a) Uma syllaba que tem a vogal breve, torna- se longa por posi ção , 1) quando termina em duas consoantes ou x (amabūnt, fāx); 2 ) quando acaba em consoante e a syllaba immediata começa por consoante (dāntis, passūs dum) ; 3) quando a syllaba immediata da mesma palavra começa ou por duas consoantes que não sejão uma consoante muda (p, b, c, g, t, d) seguida de l ou r, ou por j (rēsto, mājor) . b) Se a syllaba immediata da mesma palavra começa por consoante muda, seguida de lour, neste caso ha somente posição fraca , quer dizer, a syllaba póde ser empregada como longa ou breve (mediõcris), (Mas ōb- repo, sūb- rigo, etc. , quando a muda pertence á primeira parte de um composto e a liquida á segunda. ) Se a vogal é longa por natureza, já se vê que permanece longa independentemente da posição co mo em salubris de salūs Obs. Na prosa, a syllaba que só é alongada em virtude da po - sição fraca , sempre se pronuncia breve ténèbrae) . 15 O accento nos polysyllabos não recáe nunca na ul tima syllaba. Assim nos disyllabos a primeira syllaba é a que se accentúa . Nas palavras de tres ou mais syllabas faz-se o accento na penultima , se é longa: mnas, se é breve, na ante penultima: Románas, carminibus. Obs. 1. Nos compostos de făcio com outras palavras que não se jão preposições, o accento faz -se sempre em facio (calefácit). Obs. 2. Quando se forma uma nova palavra por meio da addição de que, faz- se o accento segundo a regra ordinaria, v. g . itaque (portan to) , uterque (ambos) ; mas quando as particulas que, ne, ve, sendo encli ticas, não fórmão uma só palavra com aquella à que vão unidas, o ac cento faz-se na ultima syllaba d'essa palavra, v. g. itáque (e assim), Musáque tanto no ablativo (Musa) como no nominativo (Musa) . DA FLEXÃO CAPITULO I- PARTES DO DISCURSO 16 As partes do discurso ou da oração em latim são as mes mas que em portuguez, só com a differença de em latim não DA FLEXÃO 11 haver artigo, e existir uma fórma nominal derivada do ver bo, que tem o nome de supino . As partes da oração declinaveis são emlatim as mesmas 17 que em portuguez. Obs. O que resta de uma palavra declinavel depois de supprimi das as desinencias variaveis e as alterações que se derão na pronun cia, chama-se radical ou thema , v. g. amator em amator-is, amator-es: sermon em sermon -is , sermo; da em da-mus, da-tis . Muitas vezes de tal modo estão confundidos o thema e a desinencia, que um dos dois elementos ou ambos elles soffrem alteração. CAPITULO II-GENEROS E DECLINAÇÃO EM GERAL Os substantivos latinos são ou do genero masculino 18 ou do genero feminino ou do genero ne utro . As pala vras adjectivas têm de ordinario fórmas differentes conforme o genero do substantivo a que se referem, v . g. masc. vir ma gnus, fem. femina magna, neutr. folium magnum . Em alguns substantivos o genero conhece- se pela significação; mas a ma xima parte das vezes é necessario inferi-lo da terminação . a) São do genero masculino, seja qual for a sua termi- 19 nação, os nomes de seres do sexo masculino, quer sejão ho mens, quer deoses, quer irracionaes ( vir, homem; consul, con sul; genius, genio; taurus, touro) , e tambem os nomes de ven tos e, com poucas excepções, de rios (Etesiae, Sequăna), e ain da os de mezes (Aprilis, frequentemente mensis Aprilis .) b) São do genero feminino todos os nomes de seres do sexo feminino (uxor, esposa ; dea, deosa) . Os nomes geraes de pessoas, em que não se olha á diffe- 20 rença de sexo, são do genero masculino, v. g. hostis , inimigo ; mas alguns d'elles podem ser empregados como femininos , se sedesigna expressamente uma mulher, e por isso denominão communs de dois , v. g . civis, cidadão ou cidadã . se a) Os nomes appellativos de animaes tem de ordinario 21 um genero fixo, masculino ou feminino, que em regra se co nhece pela terminação, independentemente do sexo do animal, v. g. masc. corvus, corvo; piscis, peixe; fem. avis , ave; vulpes , raposa . Estes nomes chamão -se epicenos . b) Alguns nomes de animaes são communs de dois ; particular mente bos (boi, quando feminino , vaca). 12 GRAMMATICA LATINA 22 24 c) Os nomes de algumas especies de animaes empregão - se, sem referencia ao individuo, tanto na qualidade de masculinos como na de femininos (são incertos ) , v. g. anguis, cobra; canis, cão; dama, gamo; sus (ordinariamente fem . ) , porco; talpa (ordinariamente masc.) , toupeira . Tratando- se expressamente da femea sempre se empregão como femininos. São do genero neutro todos os substantivos indeclinaveis, (fas, o justo); todos as palavras que sem serem nomes nem pronomes se empregão como substantivos (scire tuum, o teu saber); toda a palavra tomada materialmente (arx est mono syllabum, arx é monosyllabo). 23 Em latim ha dois numeros: singular e plural . Para exprimir as relações das ideias, têm os nomes seis casos , a saber: nominativo , que serve de nomear os ob jectos; accusativo , que indica o objecto de uma acção; vocativo , que serve de chamar; genetivo , que designa a quem pertence um objecto; dativo , que designa aquelle a quem uma acção aproveita ou desaproveita; ablativo , que indica o meio, logar, etc. Mas nem todos os substantivos distinguem todos estes casos em ambos os numeros. No plural o dativo e o ablativo são sempre semelhantes. Em todos os nomes neutros o nomi nativo e accusativo são sempre semelhantes . Só em alguns no mes puramente latinos pertencentes á segunda declinação , é que o vocativo differe dò nominativo; no plural e nos nomes neutros nunca differe. Obs. nominativo e vocativo chamão- se casos rectos , os outros casos, casos obliquos . As terminações dos casos constituem cinco systemas ou declinações, como se vê do quadro seguinte 1.a DECL. Nom.a Voc. Acc. am Gen. ae Dat. ae Abl. la 2 i 2.ª DECL. 0 0 0 SINGULAR us, er, neut. um s ou sem desinencia >> e, er, um us, neut. u es Cu s, >> u es >>> em (im); nos nomes um neut. é como o nom. >>> ums >> >>> 3.a DECL. is li le (i) 4.a DECL. 15.a DBCL. ūs ui ន » ulem 2 3 0 5 0 0 DA FLEXÃO 13 1.ª DECL. Nom. ,Voc. ae asAcc..... Gen.. ārum Dat . , Abl . lis • i, OS, ōrum lis 2.a DECL. Nom ., Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. SINGULAR PLURAL 3.a DECL. neut. ales, neut. a 2 a es >> um (ium) Tibus mensă, mesa mensam mensae mensae mensa a (ia) ūs 4.a DECL . (ia) ūs, neut. uales Obs . Alguns substantivos gregos introduzidos na lingoa latina conservárão a fórma e terminação gregas e em varios casos têm em parte as flexões gregas . CAPITULO III-PRIMEIRA DECLINAÇÃO Todos os nomes, latinos de origem, da 1.ª declinação 25 acabão em a no nominativo e declinão -se d'este modo: - Nom. , Voc. Acc . Gen. Dat . , Abl. 5.a DECL. >> uales ērumuum ibus (ubus) ēbus PLURAL Aeneas (nome proprio) Aenea mensae mensas mensārum mensis Assim se declinação tambem os adjectivos e participios acabados em a (fem . ) , v. g. magna, graude; picta, pintada. Obs . O nome familia, quando entra em composição com pater, mater, filius, filia, póde ter no genetivo a terminação archaica as (v. g. nom. paterfamilias , pl . patresfamilias) . No genetivo do plural emprega se em algumas palavras a terminação um em vez de arum (v. g. am phorum por amphorarum). No dativo e ablativo do plural um pequeno numero de palavras podem ter a terminação ābus (v. g . filiabus ou fi liis, de filia). FORMAS GREGAS. Pela 1.ª declinação vão alguns nomes gregos aca- 26 bados em e, as, es, os quaes no singular se desvião algum tanto das fórmas latinas, v. g. Nom. epitome, resumo Voc. >> Acc. epitomen Gen. epitomes Dat . epitomae Abl . epitome Aeneam (Aenean) Aeneae anagnostae Aeneae aaagnostae Aenea anagnostā (anagnostē) GENERO. Todos os substantivos latinos da 1.ª declinação 27 anagnostes, leitor anagnostă anagnosten (anagnostam) 14 GRAMMATICA LATINA (em a) são femininos, quando não são nomes de pessoas do sexo masculino (v. g. nauta, marinheiro) ou de rios (§ 19) . Hadria, o Adriatico , tambem é masculino . (Alguns nomes de animaes tambem podem ser masculinos ; v. § 21 ) . Os nomes (gregos) em e são femininos; os em as e es, masculinos . CAPITULO IV—SEGUNDA DECLINAÇÃO a 28 Os nomes da 2ª declinação terminão ordinariamente em us ou (sendo neutros) um, alguns acabão em er. Declinão- se do modo seguinte: SINGULAR Nom. dominus, senhor domineVoc. Acc . dominum Gen. domini Dat. , Abl . domino Nom. , Voc. domini Acc. dominos Gen. dominōrum Dat , Abl. dominis puer, menino signum, sinal >> >> puĕrum pueri puero PLURAL pueri pueros puerōrum pueris signi signo signa >> signōrum signis Assim se declinão tambem os adjectivos em us ou er (masc.) e um (neutr. ) , v . g . bonus, bonum (bom) , miser, mise rum (infeliz). Como puer declina-se tambem vir, homem (vi rum. viri, etc.) , e seus compostos, e o nome de povo Trevir, e ainda o adjectivo satur, farto (saturum, saturi, etc.) A maior parte dos nomes em er só têm o e no nominati vo e vocativo do singular, v . g. ager, campo, agrum, etc. , no plural agri, etc. Conservão o e os substantivos adulter, socer, gener, Liber, liberi (gen. liberorum), puer, vesper, e os adjectivos asper, gibber , liber , lacer, miser, prosper, tener, os que terminão em fer où ger (v. g. mortifer, mortifero; aliger, alado) . Em dexter (direito) é mais frequente o sup primir-se o r; em Mulciber, epitheto de Vulcano, conserva -se ou sup prime-se o r. Obs. 1. Nos tempos mais antigos os substantivos em ius e ium fa zião o genetivo em i, v. g. Appi de Appius, ingèni (com o accento no e) de ingenium. Obs. 2. Têm o genetivo em ius e o dativo em 1, em todos os gene ! DA FLEXÃO 15 ros, os seguintes adjectivos e pronomes, que no masc. e neut. vão pela 2. decl. e no fem. pela 1 .: Unus, solus, totus, ullus, nullus, alius, alter, uter, neuter, e os compostos de uter (uterque, utercunque, uterlibet, uter vis, alteruter), assim: gen.: unius, solius, totius, ullīus, nullīus, atrus, alterius, utrius, neutrīus; dat.: uni, soli, toti, ulli, nulli , alii, alteri, utri,neutri, em todos os generos. No verso o i do gen. abrevia-se ás vezes; é o que acontece de ordinario com alterius (alterius). Obs . 3. Os nomes em ius (ou jus) fazem o vocativo em i, v. g. fi lius, fili, Pompejus, Pompei . Meus faz no voc. mi . Os adjectivos gre gos, v. g. Cynthius, e os nomes proprios, tambem gregos, em zus (ou eus), v. g. Arius, fazem o voc. em ie . Deus tem o voc. como o nomina tivo . Obs. 4. O genetivo do plural de alguns nomes é ás vezes em um em logar de orum, v. g. talentum por talentorum, ducentum por ducen torum, deum por deorum . Obs. 5. Deus faz no nominativo e dativo do plural dei, deis , se gundo a regra, mas é mais frequente o fazer di, dis, que tambem se escreve dii, diis . FÓRMAS GREGAS. Encontrão- se alguns substantivos com as termi- 29 nações gregas os, on (neut. ) no nominativo, on no accusativo, v. g. De los, Delon; Pelion. GENERO. Os nomes terminados em us e r são masculi- 30 nos, os terminados em um são neutros. Os gregos em os são masculinos, os em on são neutros. 1 ) Dos nomes em us (ou os) são porêm femininos: a) alvus, ventre; carbăsus, pano de linho ; colus, roca ; humus, ter ra; vannus, joeira . b) todos os nomes de arvores e alguns de arbustos, v. g. fagus, faia; buxus, buxo; juniperus, zimbro; nardus, nardo; papyrus, papyro; e tambem alguns nomes gregos de plantas , pela maior parte acabados em os (buglossos ) , e balanus, glande . c) os nomes de cidades e ilhas, v. g . Corinthus , Rhodus, e os se guintes nomes de regiões : Aegyptus, Chersonesus , Epīrus, Peloponnesus. (Os nomes de cidades em i do plural, v. g. Veji, são masculinos con forme a regra). d) alguns nomes de origem grega, v. g. methodus, dialectus, ame thystus, Arctos (a Ursa) . 2) Dos nomes em us são neutros virus, suco fétido; vul gus, vulgo (raramente masc. ) ; pelagus, mar. CAPITULO V—TERCEIRA DECLINAÇÃO Para declinar um nome da terceira declinação é neces- 31 sario conhecer não só o nominativo, mas tambem o thema ou radical. Para os fins praticos do ensino póde considerar-se sempre como thema o que resta quando se tira do genetivo do singular a desinencia is. 16 GRAMMATICA LATINA Os nomes da 3. declinação apresentão os typos seguintes : 1) NOMES MASCULINOS E FEMININOS . a) Palavras em que o nominativo apresenta o thema sem alteração e as desinencias dos restantes casos se juntão sim plesmente ao nominativo: Nom . , Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. SINGULAR consul, consul consulem (consul-em) consulis consuli consule Nom. , Voc. , Acc . consules Gen. consulum Dat., Abl. consulibus SINGULAR Nom., Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. Nom., Voc. Acc . Gen. Dat. Abl. PLURAL b) Palavras em que o thema no nominativo simplesmente recebe a desinencia nominativa s: urbs, cidade urbem urbis urbi urbe dolor, dor dolōrem (dolor -em) doloris dolori dolore dolores dolorum doloribus SINGULAR avis, ave avem avis avi ave ou avi Dat . Abl . Obs-Sobre a terminação ium do gen . pl. , v. § 35, 1. c) Palavras parisyllabas (isto é , que têm no nominativo o mesmo numero de syllabas que nos outros casos do singular) , as quaes terminão no nominativo em es ou is: PLURAL Nom., Voc , Acc . urbes Gen. urbium urbibus caedes, assassinio caedem caedis caedi caede DA FLEXÃO 17 Nom., Voc. , Acc. Gen. Dat. , Abl. , Nom., Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. Nom. , Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. PLURAL aves avium avibus Obs.—Ácerca da terminação i no abl . , v . § 33, 2 . d) Palavras em que no nominativo se junta a desinen- . cia s, ficando o thema ao mesmo tempo alterado pela queda de uma consoante (d out) ou pela mudança de i em e (v . § 3, c), ou por ambas as causas simultaneamente: Nom. , Voc. , Acc. aetates Gen. aetatum Dat. , Abl. aetatibus Nom. , Voc. , Acc . Gen. Dat. , Abl . SINGULAR aetas, idade judex, juiz aetātem judicem aetatis judicis aetati aetate judici judice PLURAL judices judicum judicibus SINGULAR e) Palavras em que o nominativo , comquanto não rece ba desinencia, se desvia, comtudo, do thema em razão da pronuncia: sermones sermonum sermonibus caedes caedium caedibus sermo, conversação pater, pae sermonem patrem sermonis patris sermoni patri sermone patre PLURAL patres patrum patribus milites militum militibus miles , soldado militem militis militi milite mōs, costume mōrem moris mori more mores morum moribus 2 18 GRAMMATICA LATINA Obs.-Em sermo cahiu o n , em pater o e é intercalado; em mos o s pertence ao thema e mudou-se em r no genetivo (§ 4). 2) NOMES NEUTROS. Os nomes d'esta categoria nunca to mão no nominativo a desinencia s; mas ás vezes o thema no nominativo não é o mesmo que nos outros casos em razão da pronuncia. a) Nomes em que o thema não varía : SINGULAR Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat. , Abl . Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat. Abl . Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat. , Abl. animal animālis animali Obs. Sobre a terminação ia no plural, v. § 34, 1. b) Nomes em que o thema não é no nominativo o mes mo que nos outros casos: Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat. , Abl. SINGULAR SINGULAR nomini nomine Nom. , Voc. , Acc. animalia animaliumGen. Dat. , Abl. animalibus nomen, nome corpus, corpo nominis corporis corpori corpore nomina nominum nominibus PLURAL PLURAL mare maris mari corpora corporum corporibus Obs.-Em corpus o s não é desinencia casual, mas pertence ao thema e passa no genetivo para r (§ 4) . c) Nomes parisyllabos acabados em c: (Lac não se usa no plural) lac, leite lactis lacti lacte PLURAL Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat. , Abl . maria marium maribu s Pela 3. declinação vão tambem muitos adjectivos a respeito dos quaes se tratará adiante. DA FLEXÃO 19 GENERO-Observação prévia.-Nas regras seguintes não se con- 32 siderão os nomes cujo genero é determinado pela significação (§ 16 e 20) e os nomes indeclinaveis (§ 22) . 1 ) São masculinos os nomes terminados em o, er, or, os, e tambem os nomes em es imparisyllabos (i . é, que têm no genetivo maior numero de syllabas do que no nominativo) , v. g. sermo sermonis, conversação; vomer voměris, relha do arado; color coloris , côr; fomes fomitis , isca. Excepções: a) Dos nomes em o são femininos: 1) os nomes em io , v. g. oratio orationis , discurso; 2) os nomes em do ou go que têm o genetivo em inis, v. g. hirundo, andorinha; imago, ima gem; Carthago, a cidade de Carthago; 3) caro carnis, carne; 4) alguns nomes de cidades hespanholas, v. g. Barcino, Bar celona . São porém masculinos : dos nomes em io : pugio, pu nhal, scipio, bastão, titio, tição, unio, perola; os nomes que designão o numero dos pontos dos dados, v. g. senio, o seis , a sena; e os nomes de animaes, como papilio, borboleta ; dos nomes em do e go: ordo, ordem, cardo, quicio , ordinariamen te margo, borda (e ás vezes, nos poetas, cupido, desejo) . b) Dos nomes em er são neutros: cadaver, cadaver, iter itineris, caminho, tūber, protuberancia, uber, têta , ver veris, primavera, verber , açoute , e os nomes de arvores e plantas, v. g. acer, bordo, piper, pimenta (mas tuber, especie de maçã, é masculino). E' feminino linter , lintris, canoa. c) Dos nomes em or são neutros: aequor, a superficie do mar, ador, trigo espelta, cor cordis, coração, marmor, marmore. E ' feminino arbor (ou arbos) , arvore. d) Dos nomes em os são femininos (além de arbos): cos cotis , pedra de afiar, dos dotis, dote . São neutros : ōs oris , bôca , os ossis , osso, e os nomes gre gos em os que só têm nominativo e accusativo, v. g. mélos, canto. e) Dos nomes em es imparisyllabos são femininos: abies abietis , abeto, compes (ordinariamente no plural compĕdes), peia, merces mercedis, paga , merges, gavela , quies quiētis, des canso (e seus compostos requis, inquies) , seges, campo de se meadura, teges , esteira. Ales alitis, ave, é masculino ou feminino. Quadrupes, designando um quadrupede em geral , é feminino ou neutro, designando um cavallo, é masculino. E' neutro aesaeris, cobre. 20 GRAMMATICA LATINA 2) São femininos os nomes terminados em as, is, ys , aus, a, s precedido de consoante, e tambem os parisyllabos terminados em es , v. g. aetas aetatis , idade; vallis, valle; chlamys chlamydis, especie de manto; fraus fraudis, engano; salia salicis , salgueiro; trabs, trave; nubes, nuvem . Excepções: a) Dos nomes em as são masculinos: as assis, asse (moe da romana) , e os nomes gregos que têm o genetivo em antis como adămas , diamante. São neutros: vas vasis , vaso, e os nomes gregos em as anis e as atis, v. g. melas, certa doença, erysipelas, erysipela . b) Dos nomes em es, palumbes, pombo trocaz, é mascu lino ou feminino; vepres (que só costuma usar-se no plural ve pres veprium) , espinho, é masculino. (Sobre lemures, manes, pugillares, v. adiante). São neutros os nomes gregos em es que só têm nomina tiva e accusativo, v. g. cacoëthes , ulcera maligna. c) Dos nomes em is são masculinos: 1 ) os nomes termi nados em nis, mis, cis, ollis, alis, v . g. cinis cineris , cinza; cucumis cucumeris, pepino; piscis, peixe; collis , outeiro; cana lis, cano; 2) os seguintes anguis, cobra (menos vezes femini no) , axis, eixo, callis, vereda , cassis (ordinariamente no plu ral casses) , rede de caçador (mas cassis cassidis , capacete, se gue a regra) , caulis , talo, ensis , espada, fustis, varapao, glis gliris, arganaz, lapis lapidis , pedra, Lucretilis, nome de um monte, mensis, mez, molaris , mó, dente queixal, orbis , circu lo, postis, umbreira, pulvis pulveris , pó, sanguis sanguinis, sangue, scrobis, cova, sentis, espinho , torquis (ou torques), col lar (mui raramente feminino), torris, tição , unguis, unha, ve ctis, alavanca, e os compostos de as, v. g. decussis, dez asses . São tambem masculinos os seguintes nomes do plural : manes, almas dos mortos, lemures, espectros, pugillares , taboinhas de escrever . Clunis, nadega, é masculino ou feminino; canis, cão, é mais ve zes masculino do que feminino; finis, fim, tambem é, mas rarissimas vezes, feminino . Corbis, cêsto , é masculino ou feminino . d) Dos nomes em ys, Othrys, nome de um monte é masculino. e) Dos nomes em a são masculinos: 1) os nomes gregos em ax, v. g. thorax thoracis, couraça; 2) os nomes em ex, v. g grex gregis, rebanho, menos alex alēcis, salmoura, carex ca ricis, carriço, faex, fezes, prer (nominativo desudado) , rogo, forfex, tesoura, ilex, azinheira, lex legis , lei, nex, morte vio DA FLEXÃO 21 lenta, supellex supellectilis, alfaia , vitex, agno-casto, que são femininos (como tambem uma vez ou outra cortex, cortiça, silex, pederneira) , e atriplex, a herva armoles, que é neutro; 3) os seguintes: calix , copo, fornix, abobada, phoenix phoeni cis, a ave phenix, tradux traducis , mergulhão da vide; 4) as palavras em unx que exprimem duodecimos do asse , deunx deuncis, 11/19 do asse; 5) os nomes gregos em ya, menos san dyx sandīcis, certa côr vermelha, e ás vezes bombyx, bicho da seda, e sardonyx sardonychis, certa pedra preciosa . São masculinos ou femininos: imbrex, telha , obex, ferro lho, rumex, azedas, varix, variz . Cala, calcanhar, e lynx, lyn ce, raras vezes são masculinos . f) Dos nomes em s precedido de consoante são mascu linos: 1) os nomes em ns com o genetivo em ntis, v. g. pons, ponte, menos bidens, ovelha de dois annos (mas bidens, enxa dão, é masculino), frons , testa , gens , povo, lens , lentilha, mens, pensamento, (ordinariamente) serpens, serpente, que são femininos, e os seguintes termos technicos da philosophia, ra ras vezes empregados : accidens, accidente, consequens, conse quencia, ens, ente, que são do genero neutro; 2) os nomes gre gos em ps como hydrops hydrōpis, hydropisia, e tambem cha libs, aço. Animans, ser vivo, é feminino no singular, é feminino ou neutro no plural; na significação de: ser dotado de razão, é masculino. Conti nens, terra firme, é ordinariamente feminino, raras vezes neutro. Adeps, gordura, e forceps, tenaz, são masculinos ou femininos. Stirps, tronco, rarissimas vezes é masculino . 3) São neutros os nomes terminados em a, e, i, y, c, l, n, t, ar, ur, us , v. g. poëma poëmatis , poema, mare, mar; sinapi, mostarda; misy, vitriolo; lac lactis, leite; mel mellis, mel; lumen, lume; caput capitis, cabeça; calcar calcaris, es pora; fulgur, relampago; Tibur, nome de uma cidade; corpus, corpo. Excepções: a) Dos nomes em I são masculinos sol , sol, sal, sal (no singular tambem ás vezes é neutro), mugil (que tambem tem o nominativo magilis), certo peixe. b) Dos nomes em n são masculinos: 1) pecten pectinis, pente; 2) os que não fazem o genitivo em inis, v. g. attagen attagēnis, francolim, menos alcyon alcyonis, maçarico, aedon, rouxinol, icon, imagem, sindon, cassa, e os nomes de cidades. em on e in, como Babylon Babylonis, Eleusin Eleusinis, e tam bem Troezen Troezenis, que são femininos . 22 GRAMMATICA LATINA 3 3 3 c) Dos nomes em ur são masculinos: furfur, farelo, tur tur, rola, vultur, abutre (todos com o genetivo cm uris) . d) Dos nomes em us são femininos: 1 ) os que fazem o genetivo em ūdis on ūtis , v. g. palus, lagoa, virtus , virtude; 2) pecus pecudis, cabeça de gado, tellus telluris , a terra, como tambem quasi sempre grus , grou , e sus, porco; 3 ) ás vezes al guns nomes de cidades, v. g. Amathus, Amathuntis. São masculinos: 1) lepus leporis , lebre, mus, rato; 2) os nomes gregos em us odis, v. g. tripus, tripode. CAPITULO VI-PARTICULARIDADOS DE ALGUNS CASOS E FÓRMAS GREGAS DA TERCEIRA DECLINAÇÃO 1) Alguns parisyllabos em is fazem o accusativo do singular em im, a saber; amussis , buris, cucumis, ravis, sitis, tussis , vis , e os nomes de cidades e rios, v. g. Hispălis , Tiberis; ordinariamente tambem fe bris, pelvis, puppis, restis, turris, securis; menos vezes clavis, messis, navis . Fazem igualmente o acc. em im (ou, á grega, em in ) muitos no mes gregos em is (v . § 36 ) e os nomes de rios Liger e Arar. 2 ) Em algumas palavras o ablativo acaba em i, em outras acaba em e ou i. Fazem o ablativo em i: a) as palavras que fazem o accusativo só em im, v. g. siti, Tiberi, poësi; b) todos os nomes neutros em e, i , al, ar com o genetivo em āris, v. g. mari, sinapi, animali, calcāri, exceptuando os nomes de cidades arabados em e, v. g. Caere; c) os adjectivos biformes e triformes (v . § 47) , como facilis, abl. facili; acer, abl. acri; juntamente com os substantivos em is que de ori gem são adjectivos, v. g. familiari. Fazem o ablativo em e ou i: a) os nomes que fazem o accusativo em em ou im, v . g. puppi ou puppe (mas restis faz sempre reste, e securis sempre securi); b) os adjectivos uniformes, v. g. prudenti ou prudente , predomi nando, porém, o i (todavia compos, impos, coelebs , deses, pauper, prin ceps, pubes, superstes fazem o abl. só em e , par e memor só em i; os par ticipios em ns empregados completamente como adjectivos fazem -no mais frequentemente em i, nos outros casos, quasi sempre em e, v. g. Tarquinio regnante); c) os adjectivos comparativos, v. g. majore ou majori, predomi nando, porém, o e; d) ás vezes mais alguns substantivos, v. g . avis, ignis, imber, e certos nomes de cidades ña designação do logar onde (p . ex. Cartha gini) . 34 1 ) Fazem o nominativo, accusativo e vocativo do plural em ia (e não em a) os substantivos neutros em e, al, ar (gen . āris) , v. g . anima lia, e os adjectivos e participios neutros no positivo, v . g . elegantia de elegans . Só vetus faz vetera. DA FLEXÃO , 23 2) Nos nomes masculinos e femininos quefazem o genetivo do plu ral em ium, a terminação antiga do accusativo do plural, era, a par de es, is , v. g. classis, omnis (que tambem se escrevia classeis, omneis) . 1) O genetivo do plural acaba em ium e não em um: a) nos parisyllabos em es e is (§ 31, 1 , c .) , v . g. aedium, crinium (com excepção de canis , juvenis, e poucos mais) ; b) em imber, linter, venter, uter, caro (carnis); nas palavras monosyllabas acabadas em s ou x precedidos de consoante, v.g. montium de mons, e em as, glis, mas, mus, os (ossis), vis (gen. pl . virium), faux, nix (gen. nivium), nox; d) nos polysyllabos em ns e rs, v. g. clientium de cliens , cohortium de cohors; e) nos substantivos neutros em e, al, ar (gen. āris) , v . g. marium, animalium, calcarium, de mare, animal, calcar; e nos adjectivos e par ticipios que têm plural neutro, v. g . felicium de felix (exceptuando ve tus, quadrupes, versicolor); f) nos nomes de povos em is e as, v. g. Quiritium, Arpinatium,' de Quiris, Arpinas, e nos dos nomes do plural penates, optimates. 2) Bos, bovis faz no gen. pl . boum , no dat. e abl. bōbus ou būbus. Sus faz no dat. e abl. pl . suibus ou sūbus . FORMAS GREGAS: 36 1) Alguns nomes gregos podem fazer o accusativo do singular em a, v. g. Pana de Pan, aëra de aër; outros terminados em is (où ys) po dem fazê- lo em in, v. g. poësin de poesis; outros acabados em es podem fazê-lo em en, v. g. Mithridaten de Mithridates . 2 ) Em alguns nomes o vocativo forma- se supprimindo o s do no minativo, v. g. Coty de Cotys . 3 ) Os poetas dão ás vezes ao genetivo a desinencia ŏs , v. g. Pal lados de Pallas 4) O accusativo do plural ás vezes póde acabar em as como em grego, v. g. Aethiopas de Aethiops . (Tambem se dá esta desinencia a alguns nomes de povos, que não são latinos nem gregos, v. g. Allo brogas de Allobrox). Nom. , Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. CAPITULO VII-QUARTA DECLINAÇÃO Os nomes da quarta declinação acabão em us ou (sendo 37 neutros) u, e declinão -se do modo seguinte : SINGULAR fructus, fruto fructum fructus fructui fructu 35 cornu, ponta cornu cornūs cornu cornu 24 GRAMMATIÇA LATINA 38 Nom. , Voc . , Acc. Gen. Dat. , Abl . Nom., Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. SINGULAR domus domum Obs. No dativo contrae- se muitas vezes ui em a, v. g. equitatu ou equitatui. Fazem o dat. e abl. do plural em ubus em vez de ibus as palavras acus, arcus, lacus, quercus, specus, pecu, e artus, partus, tribus. Têm am bas as fórmas portus e veru . Domus, casa, declina- se assim: PLURAL fructus fructuum fructibus cornua cornuum cornibus Nom., Voc. Acc. Gen. Dat. Abl. PLURAL Nom. Acc. Gen. Dat. , Abl. domibus domus domos (mais raro domus) domuum , domorum domūs domui (rar. domo) domo (rar. domu) O genetivo domi só se emprega na significação de : em casa . GENERO. Os nomes da 4.ª declinação acabados em us são masculinos , os terminados em u são neutros. Dos nomes em us são porêm femininos, alêm dos nomes de pessoas femini nas, os nomes de arvores (v. g. quercus) e acus , colus, domus, manus, penus, porticus, tribus, e os nomes do plural idus e quinquatrus. CAPITULO VIII-QUINTA DECLINAÇÃO 39 Os nomes d'esta declinação terminão em es e declinão- se do modo seguinte: SINGULAR res, cousa rem rrr rĕi rei re dies, dia diem diei diei die DA FLEXÃO 25 Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat . , Abl. PLURAL res rērum rēbus dies dierum diebus Obs.-Res e dies são as unicas palavras que têm declinação com pleta no plural . Acies, facies, effigies, species e spes (em Vergilio glacies) empregão-se no nom . e acc. pl. , mas não nos outros casos . As restan tes palavras não têm plural. a GENERO. As palavras da 5. declinação são do genero 40 feminino, excepto dies, que no singular é masculino ou femi nino, no plural é só masculino . (Meridies meio-dia , é mascu lino .) CAPITULO IX-PARTICULARIDADES E IRREGULARIDADES NA DECLINAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS Muitas palavras latinas não se empregão no plural (v . g . letum, 41 morte); algumas só se usão no plural (são pluralia tantum, v. g. liberi, filbos; exta, entranhas; castra, acampamento; inimicitiae, inimizade ; nundinae, feira; Athenae, Athenas), outros têm no plural, álém da si gnificação correspondente ao singular, uma nova significação (v . g. aedes, templo, aedes, templos, casa; impedimentum, impedimento , impe dimenta, impedimentos, bagagem) . 42 Quando uma palavra é composta de um substantivo que não ex perimentou alteração, e um adjectivo ou participio, declinão -se ambos os elementos do composto, v. g. jusjurandum, juramento, gen. juris jurandi, etc. (pela 3. e 2.ª decl.) . Um pequeno numero de substantivos são indeclinaveis, v. g. fas, 43 o justo; mane, manhã . Jesus faz Jesum no accusativo, Jesu nos outros casos . Alguns nomes não têm todos os casos, por ex.: vis , força, não se 44 usa no genetivo do singular (no plural é completo : vires, virium, viri bus). Juppiter (nom. e voc.) tem por genetivo Jovis, dativo Jovi, accu sativo Jovem. Alguns nomes vão por differentes declinações (são heterócli- 45 tos ) e alguns d'elles têm generos differentes (são heteroge neos) , v. g.lupīnus (masc.) e lupinum (neut .) , tremoço; jugerum, geira, que no singular vae pela 2. decl. e no plural pela 3. (jugera, jugerum, jugeribus); vas, vaso, que no sing. vae pela 3. (gen. vasis, etc.) e no pl. pela 2. (vasa, vasorum, vasis) . 26 GRAMMATICA LATINA 46 47 Um pequeno numero de nomes mudão no plural, inteira ou par cialmente, o genero que têm no singular, v. g. jocus, gracejo, pl . jocɩ ejoca; caelum, céo, pl. caeli . Dos adjectivos uns vão pela 2. declinação no genero masculino e no neutro e pela 1.a no feminino, outros vão pela 3.a. 1) Os adjectivos pertencentes á 1.ª e 2.ª declinação ter minão em: us (m.) er >> rum . CAPITULO X-DECLINAÇÃO DOS ADJECTIVOS a (f.) , ένα ra 2 um (n . ) , v. g. probus, proba, probum ĕrum, v. g. liber, libera, liberum rum, v. g. niger nigra, nigrum Só um termina em ur no masculino: satur, satura, satu Exemplo da declinação de um adjectivo em us, a, um : SINGULAR Nom. probus probă probum Voc. probe >> >>> >> Acc. probum probam Gen. probi probae probi >>Dat. probo Abl . >> probo probā » Nom., Voc. Acc. Gen. Dat. , Abl. SINGULAR Obs. As irregularidades de alguns adjectivos no genetivo e dativo forão indicadas no § 28. levis levem PLURAL 2) Os adjectivos pertencentes á 3.ª declinação têm ou duas terminações ou tres ou uma só. probi probae >> >> probos probas proborum probarum probis probis >> a) Os adjectivos de duas terminações acabão em is no nominativo masculino e feminino, e em e no neutro; declinão se como avis (§ 31 , 2 , c) e mare (§ 31 , 2 , c) , v. g. levis levi leve leve proba >> >> proborum probis >>> PLURAL Nom. , Voc. , Acc. Gen. Dat. , Abl. leves levium levibus levia DA FLEXÃO 27 + b) Treze adjectivos acabão em er no nominativo mascu lino, em ris no feminino e em re no neutro, v . g. acer, acris, acre; no mais declinão - se como os terminados em is, e , ( Só um conserva o e na flexão: celer, celeris, celere; acc. celerem , celere, etc). Estes adjectivos são : acer, alăcer, campester, celeber, celer, eque ster, paluster, pedester, puter, saluber, silvester, terrester, volucer. Obs. A mesma fórma pertencem os nomes de mezes September, October, November, December , c) Os restantes adjectivos da 3.ª declinação têm só uma terminação no nominativo do singular para todos os tres ge neros , v . g. SINGULAR Nom. , Voc. Acc. sapientem Gen. Dat. Abl. sapiens sapientis sapienti sapienti ou sapiente sapiens PLURAL Dat., Abl. Nom.,Voc., Acc. sapientes sapientia Gen. sapientium sapientibus Obs. 1. O accusativo neutro do singular é sempre como o nomi nativo, seja qual for a terminação d'este caso . Obs. 2. Sobre o abl . do sing . v. § 33 . Obs. 3. Vetus faz no nom. neutro do plural vetera . Obs. 4. Como já foi dito (§ 35 ) o genetivo do plural acaba em ium quando os adjectivos têm plural neutro (excepto em vetus, quadrupes e versicolor; tambem nos adjectivos em ns se encontra de vez em quando um em vez de ium, v. g. sapientum) ; mas, se não têm plural neutro, o genetivo é em um, v. g. inopum de inops, divitum de dives . Obs . 5. Os adjectivos de uma só terminação que têm parte neu tra no plural, são unicamente os acabados em ans ou ens, em as, rs, ax, ix, ox, os numeraes em plex (v . g . simplex) e anceps, praeceps,lo cuples, par, vetus (e nos escritores posteriores tambem hebes, teres, quadrupes, versicolor) . Alguns dos adjectivos que aliás não têm plural neutro, encontrão - se comtudo ligados a substantivos neutros em dat. e abl. , v. g. supplicibus verbis . Ha adjectivos de que não se usa esta ou aquella fórma, v. g. o no- 48 minativo de sons, o gen. pl . de plerique (que de ordinario só se empre ga no plural) . São indeclinaveis frugi e nequam; opus e necesse são tambem invariaveis e empregão - se unicamente ligados ao verbo sum . Os adjectivos latinos têm , além da fórma do positivo 49 v. g. vir clarus, homem illustre, uma fórma comparativa, v. g. vir clarior, homem mais illustre , e uma fórma superlativa , 28 GRAMMATICA LATINA 1 80 51 52 v. g. vir clarissimus, homem muito illustre, ou, o mais illus tre homem. Tambem o participio em ns e o participio do preterito têm grãos de comparação, quando tomão inteiramente a si gnificação de adjectivos. O comparativo fórma-se do positivo supprimindo a ter minação um do acc. dos adjectivos que vão pela 1.ª e 2.ª de clinação, e a terminação em do acc. dos adjectivos que vão pela 3. , e juntando as desinencias ior (masc . e fem . ) , ius (neut.) v. g. probus (acc. probum) , comp . probior, probius; sapiens, (acc sapientem) , comp . sapientior, sapientius: Os com parativos vão pela 3. declinação, v. g. SINGULAR Nom. probior probius Acc. probiorem probius Gen. probioris probiori probiore Dat. Abl . menos frequentemente probiori Nom., Acc. Gen. Dat. , Abl. PLURAL probiores probiora probiorum probioribus O superlativo forma-se do positivo, ordinariamente sup primindo a terminação um do acc. dos adjectivos que vão pela 1.ª e 2.ª declinação, e a terminação em do acc. dos ad jectivos que vão pela 3. declinação, e juntando issimus (a, um), v. g. probissimus, sapientissimus. a Quando os adjectivos acabão em er no nom. masc. (tanto os da 2.ª declinação como os da 3. ) , o superlativo forma- se, juntando rimus ao nom. v. g. liber, liberrimus; acer, acerri mus. Tambem de vetus (gen. veter- is) se forma veterrimus, 8 de prosperus, prosperrimus. Matūrus faz maturissimus e matur rimus. Facilis, difficilis, gracilis, humilis, similis, dissimilis, im bellis , fazem o superlativo supprimindo a terminação is e juntando limus: facillimus, difficillimus, gracillimus, etc. Fórmão irregularmente os gráos de comparação: 1) os adjectivos em dicus, ficus, võlus (de dico, făcio, volo), v. g. maledicus, munificus, benevolus, que fazem o com parativo em entior e o superlativo em entissimus (como se vies sem de participios em ens): maledicentior, munificentior, be DA FLEXÃO 29 nevolentior; maledicentissimus , munificentissimus, benevolentissi mus. Obs.--Em vez dos grãos comparativos de egēnus e providus em pregão-se os dos participios egens e providens. 2) os seguintes adjectivos: bonus, bom, melior, melius; optimus. malus, máo, pejor, pejus; pessimus. magnus, grande, major, majus; maximus. multus, muito, no singular só o nom. e acc. neutro plus com o gen. de preço plūris, no plural nom. e acc. plures, plura, gen. plurium, dat. e abl . pluribus; superl. plurimus. parvus, pequeno, minor, minus; minimus. nequam , máo, nequior; nequissimus. frugi, bom, frugalior; frugalissimus. Do substantivo senex forma - se o comparativo senior, e de juvenis o comparativo junior, ambos os quaes são inteiramente adjectivos ; não têm superlativo . a) Alguns adjectivos , que exprimem relações de tempo ou logar 53 entre dois objectos, só se empregão de ordinario no comparativo e no superlativo (que é irregular), v g. comp . interior, superl . intimus (cor respondente a preposição intra, dentro de). b) Tambem carecem de positivo os comparativos e superlativos seguintes : deterior, peor ocior, mais rapido potior, preferivel deterrimus ocissimus potissimus 54 Muitos adjectivos , em virtude da sua significação (v. g. aureus, de ouro) ou por motivos de euphonia, não têm com parativo nem superlativo. São: a) os que antes da terminação us têm uma vogal, v. g. idoneus (ha todavia excepções) ; b) a maior parte dos adjectivos compostos com verbos ou substantivos, v. g. os acabados em fer ou ger (de fero, gero, p. ex. frugifer), ignivomus (de vomo), inops (de ops); c) a maior parte dos adjectivos claramente derivados (de rivados de palavras latinas usadas) com as terminações šcus, alis ou āris, īlis, ulus, timus, īnus, īvus, ōrus (v . g. civicus, naturalis, hostilis, querulus, legitimus, peregrinus, furtivus, de corus) assim como os derivados de substantivos com as ter minações atus e itus (v. g. barbatus). d) alguns mais que não se podem reduzir a regra certa, v. g. ferus, gnarus, mirus, navus, rudis, trux. 30 GRAMMATICA LATINA 55 56 a) Não têm comparativo mas têm superlativo fulsus, in clitus, novus, sacer, vetus, e varios participios (v. g. meritus, in-victus). b) Não têm superlativo mas têm comparativo muitos adjectivos em ilis ou bilis derivados de verbos. v. g. agilis, docilis, credibilis , probabilis, e , além d'estes varios outros (coecus, longinquus, propinquus, surdus, etc) . (c) Quando um adjectivo não tem comparativo ou super lativo , a ideia comparativa exprime-se acompanhando o adje ctivo de magis, e a ideia superlativa acompanhando-o de ma xime, v. g. magis mirus, mais admiravel, maxime mirus, muito admiravel, ou, o mais admiravel. CAPITULO XI-NOMES NUMERAES Os numeraes cardinaes são os seguintes (vão acompanhados dos algarismos latinos) : I-unus, una, unum. II-duo, duae, duo. III-tres, tria. IV- quattuor. V-quinque. VI=sex. VII-septem. VIII- octo. VIIII ou IX- novem . X-decem. XI-undĕcim. XII-duodecim. XIII-tredecim, ou decem et tres (tres et decem). XIV-quattuordecim. XV-quindecim . XVI-sedecim (sexdecim, decem et sex). XVII-decem et septem, ou septen decim (septem et decem). XVIII-duodeviginti ou (o que é mais raro) decem et octo. XIX-undeviginti, ou (o que é mais raro) decem et novem. XX-viginti. XXI-unus (a, um) et viginti, ou viginti unus (a, um). XXII-duo (duae) et viginti, ou vi ginti duo (duae), e assim por diante, v. g. XXV-quinque et viginti, ou vigin ti quinque. XXVIII-duodetriginta, ou (mais raras vezes) octo et viginti, ou viginti octo. XXIX―undetriginta, ou (mais ra ras vezes) novem et viginti, ou viginti novem. XXX-triginta, e assim por dean te como com viginti, v. g. XXXIX-undequadraginta, ou (o que é mais raro) novem et tri ginta, ou triginta novem. XL-quadraginta. L-quinquaginta. LX-sexaginta. LXX-septuaginta. LXXX- octoginta. XC-nonaginta. XCVIII-nonaginta octo, ou octo et nonaginta. XCIX ou IC-nonaginta novem, no vem et nonaginta, undecentum. C-centum. CI-centum et unus, ou centum unus. CII-centum et duo, centum duo, e assim por diante, v. g. CXXIV-centum et viginti quat tuor, centum viginti quattuor. DA FLEXÃO 31 CC-ducenti, ducentae, ducenta. CCC-trecenti, ae, a. CCCC-quadringenti, ae, a. I ou D-quingenti, ae, a. DC-sexcenti, ae, a. DCC-septingenti, ae, a. DCCC-octingenti, ae, a . DCCCC nongenti, ae, a. CIɔ ou M-mille. CIOCIO ou MM-duo milia, etc. 155-quinque milia IეეClეCIo ou Iეე MM —septem mi lia. CCI -decem milia. 15-quinquaginta milia. CCC1353-centum milia. Obs . 1.-A estes numeros correspondem as palavras pronominaes indeclinaveis tot, tantos , quot, quantos? aliquot, alguns e totidem, ou tros tantos. Nom. , Acc . Gen. Dat. , Abl . Obs. 2.-Um I com um C virado (15 ) representa 500, e cada novo corresponde a um zero da nossa numeração; assim 155=5000, 1 -50000 . Um numero fica dobrado, quando antes do I se põe um C tan tas vezes quantas se acha depois um 3, assim CI = 1000, CCID = 10000. Dos numeraes simples declinão - se os tres primeiros e as 57 centenas de duzentos em diante. Ducenti (ducentae, ducenta) e as centenas seguintes de clinão-se pelo plural da 1.ª e 2.ª declinação . a Unus, una, unum, vae pela 1.ª e 2.a declinação ; mas o genetivo é unius eo dativo uni em todos os generos (§ 28 , obs. 2). Duo declina-se do seguinte modo: duo duae duo, no masc. tambem duos duas duōrum duobus duārum duabus Nom . , Acc. tres (m., f.) tria (0) , Gen. trium tribusDat. Abl . Do mesmo modo se declina ambo, ambae, ambo , ambos. O genetivo de duo tambem é duum. Tres vae pela 3.a declinação: De mille, adjectivo indeclinavel, é plural o substantivo 58 milia (millia), que se declina assim; nom . e acc . milia , gen . milium, dat. e abl . milibus. Diz- se tria milia, sex milia, etc. , ou milia tria , milia sex; o nome do objecto contado põe- se em genetivo, v. g. sex milia peditum, seis mil infantes. Um milhão designa- se em latim pela expressão-dez vezes 100000 59 1 I 1 32 GRAMMATICA LATINA decies centum milia ou (com o distributivo, decies centena milia) e as sim por diante com os numeraes superiores a 10 vezes 100000 : undecies, duodecies centum (ou centena) milia ( 1100000, 1200000), vicies , tricies centum milia (2000000, 3000000), vicies quinquies centena milia (2500000) . A estes juntão - se do seguinte modo os numeros que exprimem simples milhares: decies centena milia tringita sex milia centum nonaginta sex (1036196) . 60 Os numeraes ordinaes são todos os adjectivos em us, a, um, e declinão se regularmente . São: 1-primus. («primeiro de dois»> diz-se prior que é comparativo) . 2-secundus où alter. 3-tertius . 4-quartus. 5-quintus. 6-sextus . 7-septimus. 8-octavus . 9-nonus. 10-decimus . 11- undecimus. 12-duodecimus. 13-tertius decimus, raras vezes decimus tertius , decimus et ter tius, e do mesmo modo nos seguintes). 14-quartus decimus. 15 -quintus decimus . 16-sextus decimus . 17-septimus decimus. 18-duodevicesimus, menos vezes octavus decimus . 19-undevicesimus, menos vezes nonus decimus. 20-vicesimus (vigesimus) . 21-unusetvicesimus (f . unaetvice sima, n. unumetvicesimum) me nos vezes primus et vicesimus, vicesimus primus. 22—alter (rar . secundus) et vicesi mus, vicesimus alter ou duoet vicesimus (f . duoetvicesima, n . duoetricesimum). 23-tertius et vicesimus, vicesimus tertius . 24-quartus et vicesimus, vicesimus quartus, e assim por diante. 28-duodetricesimus , menos vezes octavus et vicesimus, vicesi mus octavus . 29-undetricesimus. menos ve zes nonus et vicesimus, vi cesimus nonus . 30-tricesimus (trigesimus) . 31-unusettricesimus , ou pri mus et tricesimus, tricesimus primus, e assim por diante , como com vicesimus . 38-duodequadragesimus, me nos vezes octavus et tricesi mus, tricesimus octavus . 39-undequadragesimus, menos vezes nonus et tricesimus, tricesimus nonus . 40-quadragesimus . 50-quinquagesimus . 60-sexagesimus . 70-septuagesimus . 80-octogesimus. 90-nonagesimus. 100-centesimus. 101-centesimus primus. 110-centesimus decimus. 124-centesimus vicesimus quar tus, e assim por deante. 200 -ducentesimus. 300-trecentesimus. 400-quadringentesimus . 500-quingentesimus. 600-sexcentesimus . 700-septingentesimus . 800-octingentesimus. 900-nongentesimus . 1000-millesimus , e assim por deante com adverbios, v. g . 10000-decies millesimus . DA FLEXÃO 33 Obs.-A estes numeraes corresponde o interrogativo quŏtus (a, um), qual na ordem numerica? «Um de tres em tres, de quatro em quatro, etc., diz-se tertius quisque, quartus quisque, etc. com o pronome quis que; mas um sim ,outro não» exprime- se frequentemente com o adjecti vo alternus pondo o substantivo no plural, v. g. alternis diebus, um dia sim, outro não, em dias alternados. um Os numeraes distributivos (que exprimem 61 numero tomado uma vez para cada objecto ou caso) são adjectivos de tres terminações que se declinão pelo plural da 1. e 2. declinação. (Fazem o genetivo muitas vezes em um em logar de orum; v . § 28 , obs. 4. ) São: 1-singuli (ae, a). 2-bini. 3-terni (trini) . 4-quaterni. 5-quini. 6-sēni. 7-septēni. 8-octōni . 9-novēni. 10-dēni. 11-undēni . 12-duodēni. 13-terni deni. 14 -quaterni deni, etc. 18- octoni deni ou duodeviceni. 19- noveni deni ou undeviceni. 20-vicēni. 21-viceni singuli. 22-viceni bini, etc. 30- triceni . 40-quadrageni. 50-quinquageni. 60-sexageni. 70-septuageni 80-octogeni. 90-nonageni. 100-centeni. 200-duceni. 300-treceni. 400-quadringeni . 500-quingeni. 600-sexceni. 700-septingeni. SOO-octingeni. 900-nongeni. 1000-- singula milia (ou simples mente milia). 2000-bina milia. 10000-dena milia. Obs . A estes numeraes corresponde o interrogativo quotēni, quantos para cada um? quantos de cada vez? Os distributivos empregão- se: 62 a) quando se quer dizer que um numero (uma cousa em certo numero) se repete com respeito a cada uma das pessoas ou cousas no meadas ou subentendidas, v. g . ambulare bina milia passum, dar um passeio de dois mil passos (cada dia ou de cada vez . ) b) nas multiplicações, v. g . bis bina, duas vezes dois . (Todavia tambem se encontra, v. g. decies centum milia.) c) com os substantivos usados só no plural que designão um todo que como tal se póde repetir, v . g. castra, acampamento, bina castra dois acampamentos. (Ao contrario tres liberi, tres filhos, porque se contão individualmente. ) d) ás vezes com os objectos que se contão aos pares, v . g . bini scyphi , um par de taças . (O's poetas empregão -nos algumas vezes com pletamente como cardinaes.) 34 GRAMMATICA LATINA 64 63 Os pronomes pessoaes (em latim sóme nte da 1.ª e da 2.ª pessoa) declinão -se do modo seguinte : Nom . Acc. Dat. Abl . CAPITULO XII- PRONOMES Nom. , Acc. Gen. (ás vezes) Dat. , Abl . 1.ª PESSOA SINGULAR MASC. FEM. SINGULAR ego, eu me mihi me nos nostrum nōbis PLURAL Obs. 1-0 genetivo dos pronomes pessoaes é supprido ora pelos pronomes possessivos meus e tuus, noster e vester, ora pelo genetivo neutro dos possessivos : mei ( da minha pessoa) , tui, nostri, vestri; no strum e vestrum só em certos casos se usão . NEUT. Obs . 2.-A todos os casos d'estes pronomes, excepto a tu, nos trum, vestrum, se póde juntar a syllaba met ( em port. mes mo) : mui tas vezes acrescenta -se ainda o pronome ipse, v. g. temetipsum . De tu forma-se tutě e tutemet com o mesmo sentido. Obs. 3. Os poetas contraem frequentemente mihi em mi. Nom . hic haec hōc Acc. hunc hanc hoc Gen. hujus hujus hujus Dat. huic huic huic Abl. hōc hāc hōc 2.ª PESSOA C Os pronomes demonstrativos declinão-se assim: 1) Hic, este: tu, tu (tambem é voc . ) te tibi te vos (tambem é voc . ) vestrum vōbis Dat. Abl. PLURAL MASC . FEM. NEUT. Nom . hi hae haec Acc. hos has haec Gen. horum harum horum his his his DA FLEXÃO 35 2) Iate, esse: Nom . Acc. Gen. Dat. Abl . SINGULAR MASC. FEM . Nom . Acc. Gen. Dat. Abl. eo MASC. 28 eum ejus ei iste istum istius isti isto ea eam ejus ei eā Nom. Acc. Gen. Dat. Abl. O plural (isti, istae, ista) vae regularmente pela 2.ª e 1.ª declinação. SINGULAR 3) Ille, illa, illud, aquelle , (elle) , declina-se exactamente do mesmo modo que iste, ista , istud. 4) Ipse, ipsa, ipsum, mesmo, (elle), declina-se como iste, só com a differença de ter na parte neutra m e não d. 5) Is , este, aquelle , ( elle) : id id NEUT. FEM . ejus ei eo ista istam istīus isti istā MASC. alius alium alius alii alio SINGULAR MASC. NEUT. istud istud istius isti isto FEM. alia aliam alius alii alia eas ea Nom. ii (ei) eae Acc . eos Gen. eorum earum eorum Dat. Abl. PLURAL Como is se declina idem (por is-dem) , eadem idem, o mesmo, juntando-se dem aos casos de is (acc . eundem, eandem, gen. pl . eorundem). Alius, outro: FEM. NEUT . is (eis) is (eis) iis (eis) >> }) >> NEUT. ea aliud aliud alius alii alio 65 66 67 36 GRAMMATICA LATINA O plural vae regularmente pela 2.ª e 1.ª declinação. Alter, altera, alterum, o outro, vae pela 2.ª e 1. declina ção, senão que o genetivo do sing. é alterius, o dativo é alte ri (v. § 28, obs. 2). 68 O pronome reflexo da 3.ª pessoa se , se, faz em ambos os numerosno accusativo e ablativo se, ou sese, no dativo sibi, e não tem nominativo nem genetivo. Obs. O genitivo é supprido ora pelo possessivo suus ora pelo ge netivo neutro de suus . Tambem a se e sibi se póde juntar met. Cf. § 63, obs. 1.ª e 2. 69 O pronome relativo declina-se do modo seguinte: SINGULAR Nom. Acc. Gen. Dat. (monosyl . ) cui Abl. quo Nom. Acc . Gen. Dat. MASC. qui quem cujus qui quos FEM. quorum quibus (quis) quae quam cujus cui qua PLURAL quae quas NEUT. quod quod cujus cui quo quae quae quarum quorum quibus (quīs) quibus (quīs) Obs. Como ablativo do sing. encontra-se a forma antiga qui, que os escritores classicos só empregárão ligada á preposição cum (quicum quocum, masc. e neut.) , e com verbos em um pequeno numero de lo cuções, como fórma neutra, determinando um pronome indefinido occul to: vix reliquit, qui efferretur, apenas deixou com que fosse sepultado. 70 Pronomes relativos indefinidos: quicunque, quaecunque, quodcunque, todo aquelle que, de clina - se como qui (conservando-se cunque invariavel) ; quisquis, qualquer que, de ordinario encontra- se só no nominativo masc. quisquis, no nominativo e accusativo neu tro quidquid ou quicquid (subst . ) , no ablativo masc. e neut. quoquo; é raro o acc. masc. quemquem e o abl. pl . quibusqui bus; é da decadencia o abl . fem. quaqua; uter, utra, utrum, qualquer dos dois que, declina -se pela 1. e 2. decl. excepto no genetivo do sing. , que é utrius, e no dativo, que é utri (§ 28, obs. 2) ; DA FLEXÃO 37 utercunque, utracunque, utrumcunque, qualquer dos dois que, declina-se como uter (ficando cunque sempre invariavel) . Os pronomes interrogativos são : masc . quis ou qui, fem. 71 quae, neut. quid ou quod, quem , que, qual? e com reforço quisnam ou quinam, quaenam, quidnam ou quodnam, e (fallan do- se de dois objectos) uter, utra, utrum, qual dos dois? Quis e quisnam declinão-se exactamente como qui, afó ra as duplas fórmas do nominativo masc. e do nominativo e accusativo neutro. Quid e quidnam são substantivos (que cou sa? o que?) , quod e quodnam são adjectivos (que?) . Quis é tanto substantivo como adjectivo; qui as mais das vezes é adjectivo. Obs. A fórma ablativa qui (v . § 69, obs .) só se emprega unida a cum (quicum, com quem?) e na significação de como ? (qui fit? como é que acontece?) Os pronomes indefinidos são : a) quis, alguem , algum, uma pessoa; aliquis, quispiam, alguem, algum; quisquam, alguem , algum, qualquer; ullus, algum; quidam, um certo, um tal; alteruter, um ou outro (de dois). b) quisque, cada um, cada qual; unusquisque, cada um (considerado absolutamente) , cada um por si; uterque, cada um dos dois, um e outro, ambos. c) quivis, quilibet, qualquer que seja (qual quizerdes); utervis , uterlibet, qualquer dos dois que seja . d) nemo, ninguem; nihil, nada; nullus, nenhum; neuter, nenhum dos dois . 1) Quis ou qui, fem . quae ou quă, neut . quid ou quod, 73 declina-se como o pronome relativo, menos no nominativo do sing. e no accusativo neutro do sing . em que as fórmas são duplas, e no nominativo e accusativo da parte neutra do plu ral, que é quae ou (mais frequentemente) quă. Quid é sub stantivo (algo), quod é adjectivo (algum) . Quis emprega-se como substantivo e como adjectivo , e em todas as circumstancias ; qui só depois de si, nisi, ne, num, tanto substantiva como adjectivamente, as mais das vezes porém adjectivamente . De quis formão-se : ecquis ou ecqui, ecqua ou ecquae, ecquid ou ecquod, (porventura alguem?) e, com reforço, ecquisnam (tambem se diz nunquisnam), que se declinão do mesmo modo que quis. 72 · 2) Como quis se declina aliquis, senão que no singular feminino e no plural neutro tem sómente aliqua. Aliquid em prega-se como substantivo, aliquod como adjectivo , aliquis dos dois modos, aliqui como adjectivo. 38 GRAMMATICA LATINA 75 3) Quisquam, neut. quidquam (quicquam) , sem fem. sem pl. , vae por quis (mas não tem as fórmas qui e quod). Obs. Quisquam , emprega-se como substantivo e tambem como ad jectivo com nomes de pessoas (scriptor quisquam, quisquam Gallus); o pronome correspondente ullus emprega-se adjectivamente, comtudo é ás vezes empregado como substantivo (nos melhores escritores só no gen. ullius e no abl . ullo, em alguns tambem no dat . ulli). 74 4) Quidam, quispiam, quivis , quilibet, quisque, declinão se como o pronome relativo, só com a differença de terem na parte neutra a fórma substantiva quid (v. g. quiddam, quid piam, etc. ) e a adjectiva quod (v. g. quoddam, quodpiam, etc.) . Em unusquisque declinão- se ambas as palavras (unusquis que, unaquaeque, unumquidque e unumquodque). Em utervis (utrăvis, utrumvis) , uterlibet (utralibet, utrum libet), uterque, declina-se uter (v . § 70). Em alteruter umas vezes declinão - se ambas as palavras (alterautra, alterumutrum; gen. alteriusutrius, etc. ) , outras ve zes só a ultima (alterutra, alterutrum) . Os pronomes adjectivos ullus, nullus (e nonnullus, algum) , neuter (fem. neutra, neut. neutrum) vão pela 1.ª e 2.ª decli nação excepto no genetivo e dativo (nullius, nulli, etc.; § 28, obs. 2.). 5) Nemo vae pela 3.3 declinação (acc. neminem) . Em vez do genetivo e ablativo os melhores escritores dizem nullius, nullo. Obs. Nemo tambem se emprega adjectivamente com os nomes de pessoas, v . g. nemo scriptor, nemo Gallus . (Tambem se diz scriptor nul lus, mas com nomes de nações sempre se emprega nemo .) Nihil é nominativo e accusativo sem mais nenhum caso . (A fórma nihilum com o gen . nihili e o abl. nihilo só se emprega em certas lo cuções .) Os pronomes possessivos meus, tuus, suus , noster (nostra, nostrum), vester (vestra, vestrum) vão pela 2.ª e 1.ª declinação, excepto no vocativo masc. de meus, que é mi. Obs . Ao abl . sing . d'estes pronomes junta- se ás vezes pte (com o sentido do portuguez « proprio» ), v. g. suopte pondere, pelo seu proprio peso. Ao pronome suus (e raras vezes a mea) tambem se junta met (como a ego, se, etc.), as mais das vezes seguido do pronome ipse . DA FLEXÃO 93 T b Ha ainda outros pronomes adjectivos pertencentes á classe dos 76 demon strativos , dos relativos, dos interrogativos e dos indefinidos , que e chamão correlativos . São: Demonstrativos | Relat . e interrog . | Relat . indefinidos talis, e, tal qualis, (tal) qual (relat ) ; de que qualidade? (in terrog.) totidem(indecl .) outros tantos, 0 mesmo nu mero. aliquantus, as sás grande quantuslibet ou quantusvis, de qualquer gran deza (que vos apraza) . tot,(indlecl.)tan- quot, quantos (re- quotcumque, quot- aliquot, alguns . lat. e interrog.) quot, quantos tos lantus, a, um , tan- quantus , quanto , quantuscumque , to, tãogrande quão grande (re lat. e interrog.) quotus, qual na ordem? 1.a 2.a >> 3. qualiscumque , de qualquer quali dade que (e: dequalquerqua lidade que seja, indef. ) CAPITULO XIII FLEXÃO DOS VERBOS EM GERAL Os verbos transitivos tem duas vozes : activa e passiva . Obs . Os verbos intransitivos podem ser empregados na passiva 77 pessoa em sentido impessoal, v . g . curritur, corre-se . na 3 Os modos dos verbos são (não fallando das fórmas nominaes, v. 78 181 >: indicativo, conjunctivo, imperativo, infinitivo . Os tempos são : presente, preterito imperfeito, preterito perfeito, 79 preterito mais -que - perfeito , simples futuro ou futuro imperfeito, futuroperfeito ; mas nem todos os modos têm todos estes tempos, como se ve rá no quadro das conjugações . SING. por maior que ( e: de qualquer grandeza que se ja, indef.) Os verbos latinos têm, no indicativo e conjunctivo, terminações 80 particulares conforme o sujeito é da 1.ª , da 2.ª ou da 3. pessoa; noim perativo só ha 2 e 3.ª pessoa; tambem têm terminações differentes conforme o sujeito é do singular ou do plural. Obs. As terminações dos verbos no indicativo e conjunctivo são: NA ACTIVA NA PASSIVA pessoa-o, i, m -s, (sti) -t, PLUR. Indefinidos qualislibet, de qualquer quali dade (quevos apraza) mus tis nt SING. 1.ª pessoa-r 2.. » D PLUR. mur -ris oure mini -tur ntur 40 GRAMMATICA LATINA 81 Os verbos têm tambem uma fórma substantiva em um e u (acc. e abl . ) . que se denomina primeiro supino e se gundo supino , e exprime, como o infinitivo, a acção em geral, mas só se usa em certas combinações, v. g. scriptum, para escrever; scriptu , de escrever (como facilis scriptu , facil de escrever) . Ha outrosim tres participios (propriamente ditos) , dois activos e um passivo, a saber: a) participio activo do presente, v . g. scribens (gen . scri bentis, pela 3. decl . ) , escrevendo , que escreve . b) participio activo do futuro, v. g. scripturus (a, um) , ha-de escrever, que está para escrever .que c ) participio passivo do preterito perfeito (em verbos transitivos), v. g. scriptus (a, um) , escrito. Ha ainda uma fórma neutra da 2.ª decl . , mas sem no minativo , que se chama gerundio e se emprega para ex primir a acção em geral (como o infinitivo) , mas em certos casos, v. g. scribendo, com escrever; ad scribendum , para es crever. Do gerundio dos verbos transitivos forma-se (com as ter minações us, a , um) um participio ou adjectivo participial passivo, que em latim se chama gerundivum (1) e exprime que uma pessoa ou cousa é ou deve ser objecto da acção, v. g. in epsitula scribenda , no escrever da carta ; epistula scri benda est, a carta deve ser escrita . Nos verbos intransitivos o participio do preterito e o gerundio ad jectivo (gerundivum) só existem na parte neutra e não se empregão como adjectivos, mas só ligados ao verbo esse para formar uma expressão impessoal: cursum est, correu- se ; currendum est, deve- se correr . 82 Os verbos latinos apresentão quatro systemas de flexão ou quatro conjugações . a) Pertencem á 1.ª conjugação os verbos em que a ca racteristica (i . é, a letra final do thema) é a (vogal que na 1.ª pessoa do indicativo do presente activo se contráe com o o fi nal, v. g. amo por amao, mas que se deixa ver nas outras fór mas excepto no conjunctivo do presente) e o infinitivo do pre sente acaba em āre, v . g amāre, amar. · b) Pertencem á 2.ª conjugação os verbos em que a ca racteristica é e, e o infinitivo do presente acaba em ere, v. g. moneo, admoesto, monere. (1) Menos exactamente, participio do futuro passivo, DA FLEXÃO 41 a c) Pertencem à 3.ª conjugação os verbos em que a ca racteristica é uma consoante ou u, e o infinito do presente acaba em ére, v. g. scribo, escrevo, scribere; minuo, diminuo , minuère . Obs. Pertencem á 3.ª conjugação tambem alguns verbos em que ha um i no indicativo do pres . da activa depois da caracteristica pro priamente dita, v. g. capio (cap-i-o), tómo, capĕre. a) Pertencem á 4.ª conjugação os verbos em que a ca racteristica é i , e o infinito do presente acaba em īre, v . g. audio , ouço, audire. MANEIRA DE OBTER AS FÓRMAS PARTICULARES DOS DIFFE- 83 RENTES TEMPOS E MODOS . ma 1.a Conhecido o indicativo do presente activo, acha-se o the Supprimindo a terminação o da 1.ª pessoa (e juntando na Conjugação o a que se contráe com aquella terminação, v. 182 a) , como ama (1.ª pessoa amo) , mone (moneo), scrib (scrib ), audi (audio) . Do thema forma-se e presente dos ou modos, o imperfeito indicativo e conjunctivo, o futuro indicativo e imperativo, o participio do presente, o gerundio substantivo e o gerundio adjectivo, juntando-se as termina particulares de cada fórma, do modo que se vê nos pa mas das quatro conjugações apresentados no § 89. tros ções radi Obs. 1.-As caracteristicas a, e , i são sempre longas, quando ter minão uma syllaba e não são seguidas de vogal. a Obs . 2. - Em certos verbos da 3. conjug . que têm um i depois da caracteristica (§ 82, c, obs.) deve notar- se que este i desapparece antes de otro i e antes de è seguido de r (assim capis, capere, mas capiet, capiis), como tambem na formação do preterito e supino e das fórmas Se regulão por estas (§ 84 a 87) . que 84 E' de notar em particular a formação do preterito per feito do indicativo da activa . a a) Na 1.ª e na 4.ª conjugação forma - se juntando - se vi 80 thema: amavi, audivi; na 2. conjugação, supprimindo-se a caracteristica e e juntando- se ui: monui (mon-ui). guintes. Obs. As excepções a esta regra são apontadas no cap . xvi e se b) Na 3.ª conjug. alguns verbos têm o preterito simples mente em i, outros em si, e outros em ui . Nos verbos cuja caracteristica é u, forma-se o preterito juntando-se i ao thema, V. g. minuo, minui; em muitos verbos cujas caracteristicas são b, '› p, c (qu, h) , g (gu), d, junta- se si, terminação antes da 42 GRAMMATICA LATINA 35 qual cáe a lettra d (bsi passa para psi, gsi e csi para xi) , v. g. repsi de repo, scripsi de scribo , dixi de dico, laesi de laedo. Mais adiante (cap . XIX) se dirá qual a terminação que se em prega com cada um dos outros verbos. Os verbos que fazem o preterito simplesmente em i e têm uma consoante por caracteristica, alongão e reforção a vogal da syllaba que precede a desinencia, quando é breve e não ha posição , v. g. lēgi de lego (collegi de colligo). Alguns verbos que fazem o preterito em i, têm redobro, isto é, a primeira consoante com a vogal seguinte, quando esta é o ou u (o, u), e nos outros casos com um ě, junta- se ao thema, collocando - se antes d'el le, v. g. curro, cucurri; neste caso a vogal da raiz não se alonga, mas ás vezes modifica - se (enfraquece- se), v. g. cado, cecidi. Nos compostos cáe o redobro, v. g. incidi de incido (composto de in e cado) , excepto em alguns verbos que são citados adiante na lista dos preteritos e supinos. Obs. O alongamento da vogal radical dá - se tambem nos verbos (irregulares) das outras conjugações, que fazem o preterito simples mente em i , v. g. jūvi de júvo (1. ) . Syllaba breve antes do i têm uni camente: bibi, fidi, scidi, tuli, de bibo, findo, scindo , fero . Em alguns verbos o redobro é irregular, v. g. em stěti de sto ( 1. conjug.) , stiti de sisto, spopondi de spondeo (2. conjug.) . Do indicativo do preterito activo formão-se os restantes modos do preterito (conjunctivo e infinitivo) da activa e o mais-que-perfeito e futuro perfeito (indicativo e conjunctivo) da activa, juntando-se as terminações particulares d'estes tem pos ao preterito indicativo depois de supprimida a termina ção i da 1.ª pessoa, v. g. amav-ěram (mais-que-perf. indic . act.) de amav-i. Os supinos formão-se, na 1.ª , 3.ª e 4.ª conjugação , jun tando-se ao thema as terminações tum ( 1.º sup. ) e tu (2.° sup.) (terminações antes das quaes b passa para p, g [qu, h, gù] , para c) : amātum, scriptum (minūtum), audītum; amatu, scriptu (minutu), auditu. Na 3.ª conjugação os verbos cuja caracte ristica é d, têm as terminações sum, su, antes das quaes des apparece o d: laesum, laesu, de laedo. a Na 2. conjugação supprime-se o e do thema e junta-se itum, itu: monitum, monitu. 36 Obs. 1. Sobre as irregularidades que resultão do emprego de sum em lugar de tum ainda em outros verbos, e da alteração do thema, v. cap. xvII e seguintes. Obs . 2.A terminação ĭtum é de regra em todos os verbos que fazem o preterito em ui (ainda na 3. conjug. e nos verbos irregulares da 1. ) , v. g. gemo, pret . gemui, sup . gemitum, excepto quando à cara cteristica é u, v. g. minuo, minūtum. Obs. 3.-I no supino é longo em todos os verbos que fazem o pre DA FLEXÃO 43 ferito em vi, excepto em itum, citum, litum, quitum, situm, de eo, cieo, lino, queo, sino , que se formão irregularmente. Têm a breve unicamen tedăîume,rătum, sătum, de do, reor, sero , que tambem se formão irre gularmente. Tem u breve unicamente rutum de ruo . O participio do preterito passivo e o participio do futuro 87 activo formão - se como o supino; é unicamente necessario pôr em logar de um as terminações us (a, um) e urus (ura, urum): amātus , monitus, scriptus, laesus, auditus; amaturus, monitu scripturus, laesurus, auditurus. Por isso nomeia-se só O primeiro supino para
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