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Anestésicos Inalatórios

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Anestésicos inalatórios 
A anestesia inalatória consiste na administração por via respiratória de vapor 
anestésico. Quando o paciente inspira ele recebe oxigênio e gás anestésico que vai pelo 
sangue até o SNC para produzir inconsciência e acinesia. Quando paramos de administrar 
o anestésico, o mesmo sai do SNC, volta pelo sangue para os pulmões e quando o paciente 
expirar, ele expira CO2 e anestésico. Existem varias proposições sobre o mecanismo de 
ação dos anestésicos inalatórios, eles atuam estimulando neurotransmissores inibitórios 
como o GABA e inibindo neurotransmissores excitatórios como o glutamato. Os 
anestésicos inalatórios servem tanto para manutenção quanto para indução via máscara, 
embora isso seja menos comum. Em Medicina Veterinária, a mistura de gases mais 
utilizada consiste em oxigênio e isoflurano. 
Anestesia inalatória x Anestesia injetável 
Vantagens 
Fácil de controlar a anestesia, se a anestesia estiver profunda diminui o 
fornecimento, caso contrário aumenta. 
A idade não é um fator limitante e baixa taxa de biotransformação. A medida que 
o animal vai envelhecendo há um prejuízo nas funções hepáticas e renais, mas eles não 
dependem do fígado e do rim para produzir seus efeitos e sua excreção. O halotano tem 
20% de seu conteúdo metabolizado pelo fígado e excretado pela urina, mas não é mais 
tão utilizado. 
A eliminação é muito rápida. Só depende da respiração. 
A recuperação tende a ser rápida e suave, embora as vezes os pacientes podem 
excitar e haver náusea e vomito. 
Desvantagens 
Poluição ambiental 
Custo inicial para aquisição do aparelho e pessoal capacitado. 
Menor estabilidade cardiovascular (maior hipotensão). Contudo, estes efeitos 
poderão ser atenuados através da utilização de protocolos balanceados 
Menor estabilidade anestésica (mais difícil manter o paciente no mesmo plano 
durante todo o procedimento). 
Os anestésicos inalatórios podem ser divididos em dois grupos: Anestésicos 
inalatórios gasosos (oxido nitroso em desuso por causa da poluição ambiental) e 
Anestésicos inalatórios voláteis (líquidos que vão ser transformados em gás pelo oxigênio 
dentro do vaporizador). Nesse grupo nós utilizamos três anestésicos: halotano (desuso), 
isoflurano e sevoflurano. Tem também o desflurano (somente pesquisa). 
Um anestésico inalatório para ser considerado ideal deveria ter as seguintes 
propriedades: 
Ser inerte, não ser inflamável e nem explosivo (antigamente a anestesia inalatória 
era com éter e ele não cumpria com essas características); Ter ponto de ebulição baixo 
(para que mais rapidamente o liquido seja transformado em gás); Não reagir com 
substancias alcalinas; Ter baixa solubilidade em borrachas e plásticos (as traqueias do 
sistema anestésico antigamente eram de borracha e elas absorviam anestésicos, hoje são 
de silicone); Ser estável na presença do ar e da luz e em contato com metais (O halotano 
até hoje tem conservante porque ele não é estável na presença da luz e do ar); Ser liquido; 
Odor agradável (outra coisa que não conseguem cumprir. Alguns ainda hoje tem um odor 
desagradável e por isso não se faz muita indução na máscara). Promover rápida indução 
e recuperação; Não ser irritante para os tecidos; Deprimir reversivelmente o SNC; 
Produzir analgesia com relaxamento muscular e mínima depressão respiratória (O único 
que produz analgesia é o oxido nitroso, Relaxamento muscular e depressão respiratória 
todos produzem); Não ser convulsivantes (Todos conseguem); Não ter efeitos 
cardiovasculares, Ou seja, não deprimir o coração (O halotano pode induzir a arritmias, 
todos produzem hipotensão); Não ter efeitos renais nem hepáticos; Não possuir 
toxicidades a qualquer outro tecido; Não produzam metabolitos tóxicos. 
Algumas características eles conseguem ter e outras não, então, até hoje por essa 
definição de anestésico inalatório ideal nós não temos nenhum. Por que? Nenhum dos 
anestésicos voláteis produzem analgesia. 
 
 
TODO ANESTÉSICO VOLÁTIL PRODUZ: DEPRESSÃO DO SNC, 
DEPRESSÃO DO SCV E DEPRESSÃO DO SR DOSE DEPENDENTE. 
 
Características gerais dos anestésicos voláteis: Os anestésicos têm algumas 
características que tem que se levar em consideração no momento em que se escolhe usar: 
- Três coeficientes de solubilidade: coeficiente sangue gás, coeficiente borracha 
gás e coeficiente óleo gás. 
- CAM 
- Pressão parcial ou pressão de vapor: Pressão que o anestésico exerce sobre os 
tecidos, então, quanto maior for a pressão dos anestésicos, mais rápido esse liquido é 
transformado em gás e mais rápido se consegue a anestesia. 
- Eliminação: o ideal é que eles tenham 100% de eliminação por via pulmonar, 
mas isso não acontece com todos. O halotano tem 20% de metabolização hepática e 
excreção renal. 
 
Coeficiente solubilidade sangue gás: significa o quanto o anestésico é solúvel no 
sangue. É interessante que o anestésico tenha uma baixa solubilidade no sangue pois o 
sangue é apenas um local de passagem do anestésico. O anestésico tem que ficar no 
cérebro na hora de agir e no pulmão na hora de excretar. Quanto menos tempo no sangue 
melhor. Então, quanto menor o coeficiente sangue gás mais rápida é a indução anestésica 
e mais rápida é a recuperação. O sevoflurano induz e recupera melhor. 
Sevo = 0,69; Halotano = 2,5; Isoflurano = 1,5 
 
Coeficiente solubilidade borracha gás: Quantidade de anestésico que é absorvida 
pela borracha dos aparelhos. Não tem mais aplicabilidade, pois não há mais partes de 
borracha nos aparelhos, o material das traqueias agora é feito de silicone. 
 
Coeficiente solubilidade óleo gás: solubilidade do anestésico no tecido adiposo 
está relacionado com o tempo de recuperação, é ideal um anestésico que tenha um baixo 
coeficiente óleo gás. Um anestésico que tenha um alto coeficiente óleo gás vai prejudicar 
na recuperação, pois enquanto ele não sair da gordura o animal não vai acordar. Em 
contrapartida quanto mais lipossolúvel mais potente (menor dose). 
CAM: concentração alveolar mínima, quantidade necessária para anestesiar 50% 
de uma população. Cada anestésico tem um valor de CAM para cada espécie. EX: a CAM 
do isoflurano para cães é de 1,3. Então quer dizer que com 1,3 V%, se eu pegar uma 
população de 10 cães, 5 deles vão ser anestesiados com 1,3% e os outros 5 não, porque, 
com o valor da CAM só anestesia 50% da população. É em relação a CAM que se 
determina o quanto de anestésico se vai enviar no vaporizador calibrado. Quando se quer 
uma anestesia superficial libera no vaporizador calibrado o valor da CAM, se eu quero 
uma anestesia cirúrgica eu libero no meu vaporizador calibrado uma CAM e meia, se eu 
quero uma anestesia profunda eu libero no meu vaporizador calibrado 2x a CAM. Esses 
valores são usados como base para iniciar a anestesia, quem vai dizer se essa quantidade 
está adequada ou não é o paciente. Atualmente como associamos protocolos de analgesia 
intravenosa ou técnicas locoregionais, conseguimos manter os pacientes em planos mais 
superficiais. 
A CAM também está relacionada com a potência dos anestésicos, mais potente é 
quem tem a menor CAM. EX: se eu tenho um anestésico com a CAM de 1,4 e outro com 
uma CAM de 0,9. O que tem a CAM de 0,9 é mais potente, ou seja, vou precisar menos 
anestésico para anestesiar o paciente. 
Outros fatores vão interferir na CAM: fatores que vão elevar a CAM e fatores que 
vão diminuir a CAM. EX: se eu tenho um fator que vai elevar a CAM, significa que eu 
vou precisar de mais anestésico para anestesiar o paciente. Se a CAM diminui significa 
que o paciente vai precisar de menos anestésico. 
Que fatores aumentam a CAM? Quando o animal toma algum estimulante para o 
SNC, hipernatremia (aumento de sódio), aumento de temperatura (febre, hipertermia). 
Que fatores diminuem a CAM? Acidose metabólica, hipotermia, hipotensão, 
hiponatremia (diminuição do sódio), gestação, acidose respiratória, pacientes idosos e uso 
de medicaçãoque deprima o SNC. 
Fatores que não interferem na CAM: alcalose metabólica, acidose respiratória 
leve, sexo, excesso de potássio e a duração da anestesia. Depois que o animal entrou em 
plano anestésico ele vai precisar da mesma quantidade de anestesia até o fim. A não ser 
que durante a anestesia aconteça fatores que diminuem a CAM. EX: se ele começar a 
ficar muito hipotenso durante a anestesia, a quantidade de anestésico tem que ser 
diminuída, mas se ficar estável, a quantidade anestésica é a mesma do início ao fim. 
 
 
Quantidade de anestésico enviada pelo vaporizador deve ser a mesma da fração 
inspirada indicada no analisador de gases. Já a CAM dos anestésicos é calculada levando 
em consideração a fração expirada (concentração aproveitada pelo paciente). 
Qualquer fator que altere a respiração do paciente altera a captação do anestésico 
(↑FR - ↑captação do anestésico). Tudo que interfere na troca gasosa interfere na anestesia. 
E da mesma forma no fluxo sanguíneo, qualquer fator que interfira nesse fluxo também 
altera a quantidade de anestésico que chega no SNC. 
• Animais com problemas respiratórios terão menor superfície alveolar exposta ao 
anestésico. 
 
Anestésicos: 
 
OXIDO NITROSO: é o único que já vem na forma de gás em cilindros, e a 
quantidade é controlada pelo fluxometro. Quando se trabalha com esse gás é preciso 
diminuir a quantidade de oxigênio que o paciente vai receber. Como estabelecer essa 
quantidade? Primeiro se faz o cálculo do oxigênio, EX: paciente de 10kg e vamos usar o 
sistema reinalatório (50ml/kg/min), 50 x 10= 500ml de oxigênio, usando óxido nitroso 
essa quantidade vai diminuir. 
Como estabelecer a sua quantidade? Existem duas proporções: 1:1 e 1:2, ou seja, 
uma parte de oxigênio e uma parte de oxido nitroso ou uma parte de oxigênio para duas 
partes de oxido nitroso. EX: esse paciente que precisa de 500ml de oxigênio e estabelecer 
que a relação que se vai usar é de 1:1, ele vai receber 250ml de oxigênio e 250ml de oxido 
nitroso, com relação de 1:2, ele vai receber 167ml de oxigênio e 333ml de oxido nitroso. 
Qual relação devemos usar? Depende do que se deseja, o oxido nitroso é mais barato que 
o oxigênio, mas nunca pode ter menos de 33% de oxigênio. O oxido nitroso sozinho não 
consegue produzir uma boa anestesia, então o oxido nitroso produz o EFEITO DE 
SEGUNDO GÁS, quando for usar o oxido nitroso deve-se usar dois tipos de anestésicos: 
oxido nitroso + volátil. Vamos ter que trabalhar com: OXIGENIO + OXIDO NITROSO 
+ VOLATIL. A vantagem de associar o oxido nitroso a esses anestésicos é que ele é o 
único anestésico inalatório que produz analgesia e é mais barato, reduz a quantidade 
necessária de oxigênio e do anestésico volátil. Detalhe importante: No final do 
procedimento fecha-se o oxido nitroso e abre o oxigênio até a quantidade dos dois juntos 
(500ml usando o exemplo anterior) por 15min, se isso não for feito pode acontecer uma 
hipóxia difusional, pois o oxido nitroso tem uma afinidade maior pelos alvéolos do que o 
oxigênio, se desligar os dois ao mesmo tempo o oxido nitroso vai ocupar todos os alvéolos 
e não deixa o oxigênio passar e o animal morre de hipóxia. O oxido nitroso é um gás e 
ele se acumula em vísceras ocas como estomago, intestino e bexiga, formando gás nessas 
vísceras, se tiver tudo bem com elas esse gás vai ser eliminado, mas se elas estiverem 
obstruídas não se pode usar o oxido nitroso, pois pode causar rompimento de vísceras. 
Também está contra-indicado em pneumotórax. 
 
ANESTESICOS INALATORIOS VOLATEIS 
HALOTANO: é o mais antigo dos anestésicos inalatórios, possui conservantes 
(timol) pois não é estável na presença de luz e de ar, 20% é metabolizado pelo fígado e 
excreção renal e não é bom para o coração, pois ele vai deprimir o miocárdio, pode 
diminuir a FC, pode diminuir PA e ele sensibiliza o miocárdio a ação das catecolaminas 
(adrenalina, noradrenalina e dopamina), ou seja, o halotano deixa o coração mais 
predisposto a ter arritmias, ou seja, é o mais depressor do SCV. Não se deve usar o 
halotano em pacientes hepatopatas e cardiopatas. Relaxamento muscular moderado e 
produz depressão do SNC dose dependente. Todo anestésico volátil produz: depressão do 
SNC, depressão do SCV e depressão do SR dose dependente. 
 
ISOFLURANO: é o mais utilizado, não tem tantos problemas como o halotano e é mais 
barato que o sevoflurano. Não contem conservantes (é estável), não tem metabolização 
em fígado (quantidade insignificante – 0,2%), não produz arritmia. A depressão 
respiratória e a hipotensão do isoflurano pode ser maior que a do halotano, mas são 
problemas fáceis de resolver. A depressão respiratória pode ser resolvida ventilando e 
oxigenando e a hipotensão por vasodilatação pode ser evitada aumentando o volume da 
fluido. Relaxamento muscular melhor que o halotano e pode ser usado em paciente 
cardiopata e hepatopata. Para a indução são necessárias concentrações entre 2,5 e 4,5%. 
Posteriormente para a manutenção da anestesia serão necessárias concentrações entre 1,5 
e 2,5%. Todo anestésico volátil produz: depressão do SNC, depressão do SCV e 
depressão do SR dose dependente. 
 
SEVOFLURANO: é o melhor dos três, mas ainda muito caro e gasta mais por 
conta que sua CAM é maior, ou seja, é menos potente. As vantagens é que a indução e a 
recuperação são muito rápidas e o relaxamento muscular é o maior dos três. É estável 
(sem conservantes), depressão dose dependente, é ideal para ser usado na indução por 
mascaras e sua metabolização é um pouco maior (3%). Pode causar problemas pela sua 
troca de plano rápida, se colocar um pouco mais do que o paciente precisa rapidamente 
ele vai estar muito deprimido. Os efeitos depressores cardiorrespiratórios são similares 
aos induzidos pelo isoflurano. Todo anestésico volátil produz: depressão do SNC, 
depressão do SCV e depressão do SR dose dependente. 
A metabolização do sevoflurano liberta fluoreto, dependendo da relação 
tempo/dose. Adicionalmente, podem ser formados produtos do metabolismo com 
potencial toxicidade renal, quando o sevoflurano é exposto à cal sodada úmida (composto 
A). Por estas razões a sua utilização por longos períodos deve ser evitada. Atualmente 
existe cal sodada com nova composição. 
 
DESFLURANO: não é usado na rotina, mas a indução e recuperação são ainda 
mais rápidas. Só que ainda é uma molécula tão instável que ele precisa de uma 
vaporizador totalmente diferente e é extremamente caro. Ainda está em pesquisa. 
 
Na fase da recuperação, convém recordar que a função cardiorrespiratória do 
paciente se encontra deprimida e o consumo de O2 aumenta em paralelo com o aumento 
do metabolismo que se verifica neste período. Recomenda-se, portanto, o aumento do 
fluxo de O2 nos 5 a 10 minutos que se seguem à interrupção da administração do 
anestésico volátil. Para uma recuperação rápida é aconselhável interromper a 
administração do agente anestésico volátil antes do fim do procedimento cirúrgico, no 
momento em que se realizam as últimas suturas.

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