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Patologias da gestação

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Fisiopatologia da gestação 
Anomalias do embrião e feto 
Morte embrionária precoce: antes dos 21 dias de 
gestação, quando começou a implantar 
Morte embrionária tardia: 21 a 45 dias 
• Como o embrião é muito pequeno, não vê a 
expulsão a olho nu, então o principal sinal é 
a repetição do cio 
• Causas infecciosas 
o Vírus, bactérias, fungos e 
protozoários 
• Causas não infecciosas 
o Genéticas (não compatibilidade 
genética), estresse (térmico, 
transporte e etc.), hormonais, 
nutricionais, traumáticas, alérgicas, 
gestação gemelar em espécies que 
deveriam ser apenas um 
Morte fetal (dos 45 dias até o nascimento) 
• Abortamento 
o Aborto: produto do abortamento 
(ato de expulsar feto morto) 
• Mumificação 
• Maceração 
• Putrefação 
 
Abortamento 
Morte e expulsão fetal 
• Agentes infecciosos 
o Brucelose / IBR / BVD / Leptospirose 
/ Neosporose / Toxoplasmose / 
Listeriose / Campilobacteriose 
• Agentes não infecciosos 
o Plantas fitoestrogênicas (soja) e 
tóxicas 
o Anomalias cromossômicas 
o Desequilíbrios endócrinos, 
nutricionais 
o Traumatismos (quedas, cabeçadas) / 
intoxicações / estresse 
o Medicamentos (corticosteróides, 
PFG2α, etc.) 
• Freemartinismo: situação peculiar da 
espécie bovina, acontece quando são 
gêmeos de sexo diferentes. Na espécie 
bovina, é comum ocorrer anastomose entre 
as placentas (cada feto tem sua placenta, 
obvio), e os vasos ficam compartilhados, na 
fase de diferenciação sexual (quando estão 
se formando) hormônios do feto masculino 
passam pro feto feminino, e pode ter 
diferenciação incompleta ou comprometida 
do feto feminino 
o Se essa fêmea nascer ela pode ser 
sub-fértil, ela tem cio, mas não tem 
sua expressão de fertilidade 
máxima 
▪ Vagina em fundo cego 
▪ Ovários com formação 
deficitárias 
▪ Tubas uterinas sem 
comunicação de utero e 
ovário 
o Não que o freemartinismo cause 
abortamento! 
 
 
Mumificação 
• Desidratação de todo tecido fetal 
• Sem proliferação bacteriana (?) 
• Causa comum de mumificação da espécie 
equina: torção do cordão umbilical 
Morte fetal e ausência de abortamento 
• Hemática: feto recoberto por sangue 
metabolizado 
• Papirácea: feto e placenta com aspecto de 
papiro 
• Causas: 
o Comprometimento do fluxo 
sanguíneo 
o Deficiência na placentação 
o Infecções transplacentárias 
(placentite) 
o Toxinas alimentares 
o Traumas 
o Consaguinidade (suínos) 
• Parece que está palpando um salame 
 
Absorção de fluidos placentários, desidratação da 
placenta e feto, involução uterina com contornos 
fetais 
Sinais clínicos 
• Desconforto abdominal 
Não há expulsão do 
feto, fica retido 
• O que mais chama atenção é que a 
distensão abdominal é incompatível com o 
período gestacional 
• Perdas das características da gestação 
• Distocias devido à aderência do feto ao 
útero 
Diagnóstico 
• Depende da fase 
• Palpação retal e ultrassonografia 
Prognóstico reservado a bom para a reprodução 
Tratamento 
• Promover a expulsão do feto (abortamento) 
o 500g de Cloprostenol – análogo de 
prostaglandina (cio, abertura do 
cérvix e feto se aloja na vagina em 
aproximadamente 2 a 3 dias 
o Ésteres de estradiol (usar?) 
• Cesariana 
• Prognóstico da fertilidade futura: reservado 
o Melhor quando há precocidade do 
diagnóstico 
 
 
 
Maceração 
Ampla proliferação bacteriana com lise dos tecidos, 
geralmente só sobra partes ósseas 
Processo séptico com destruição do feto retido no 
útero 
• Esqueletização: só sobra parte óssea 
• Amolecimento e liquefação dos tecidos 
moles fetais, levando a esqueletização 
• Ausência de bactérias putrefativas 
• Causas 
o Mesmas da mumificação, com 
abertura do cérvix e contaminação 
do feto e anexos 
o Sem abertura do cérvix – IA com 
sêmen contaminado (Tricomonose) 
o Secundária a mumificação 
Sinais clínicos 
• Desconforto abdominal 
• Corrimento vaginal fétido 
• Fragmentos de tecidos e ossos fetais 
• Anorexia e emagrecimento 
• Dispneia e hipertermia 
• Diminuição da produção (leite, carne, lã, 
etc.) 
• Peritonites devido a perfuração uterinas 
(pontas ósseas) com toxemia e septicemia 
Diagnóstico 
• Palpação retal: crepitação óssea / ausência 
de frêmito e presença de CL 
• Exame vaginal: corrimento com presença 
de tecidos e ossos 
• Radiologia e ultrassonografia: 
desorganização óssea 
Prognóstico reservado a mau 
 
Tratamento 
• Induzir o aborto – PGF2alfa ou análogos 
(contrações importantes do útero pode 
perfurar) 
o E2 (2 aplicações a cada 48h + 30UI de 
ocitocina) 
o Corticóide e/ou PGF2alfa 
• Cesariana – grande exposição do útero, 
conteúdo contaminado 
• Antibiótico sistêmico 
o Oxitetraciclinas LA 
• Fluidoterapia 
• Lavagens uterinas com soluções 
antissépticas 
• Descarte nos casos mais graves 
 
Indução do aborto 
Dias de 
gestação 
Agente indutor Eficiência 
15 a 100 dias 25 a 30mg de 
PGF2α e 500g 
de Cloprostenol 
90% das vacas 
abortam em até 
3 dias 
100 a 150 dias 25 a 30mg de 
PGF2α e 500g 
de Cloprostenol 
< que 90% das 
vacas abortam 
+ que 150 dias 20 a 10mg de 
dexametasona 
e/ou 25 a 30mg 
de PGF2α e 
500g de 
Cloprostenol 
80 a 90% das 
vacas com 
aborto em 15 
dias 
Fetos a termo 20 a 40mg de 
dexametasona + 
25 a 30mg de 
PGF2α e 500g 
de Cloprostenol 
90% em até 36h 
• Até 150 dias de prenhez o CL é a única fonte 
de P4 
• Após 150 dias a placenta produz P4 
suficiente para manter a prenhez 
• Fazer diagnóstico de prenhez 15 dias depois 
do aborto induzido 
Até os 3 meses a prostaglandina funciona bem, 
mais adiante há redução na resposta de tratamento 
em alguns animais 
Em mais de 5 meses procura mimetizar o parto com 
uso de dexametasona, e a eficiência do processo 
diminui bastante 
Fetos a termo (próximos ao nascimento) o 
protocolo funciona bem. 
 
Putrefação 
Feto morto, retido no útero e com características 
enfisematosas 
• Causas: 
o Morte fetal no final da gestação ou 
durante o parto com contaminação 
de microrganismos anaeróbicos > 
putrefação e produção de gás 
• Sinais clínicos 
o Ausência de corrimento vaginal 
o Cérvix parcialmente dilatada e odor 
fétido/pútrido 
o Partes fetais no canal vaginal 
o Aumento do volume do feto, útero e 
abdômen 
o Hipertermia, toxemia, choque 
endotóxico e morte 
• Diagnóstico 
o Sinais clínicos (odor pútrido, 
distensão abdominal grande e 
comprometimento sistêmico da 
mãe) 
o Palpação retal e exame vaginal 
o Ultrassonografia 
• Prognóstico mau 
• Tratamento 
o Fetotomia 
o Ovariohisterectomia 
o Cesariana 
o Antibioticoterapia / fluidoterapia 
o Lavagens uterinas 
 
Hidropsias do feto 
• Ascite 
o Associada a infecção pela Brucela 
abortus e defeitos de 
desenvolvimento 
• Anasarca 
o Edema generalizado do subcutâneo, 
associado a anomalias hipofisárias e 
presença de genes recessivos 
autossômicos 
• Hidrocefalia 
o Acúmulo de líquido entre o encéfalo 
e a dura-máter 
o Associada a diminuição da vitamina 
A, agentes infecciosos e genéticos 
• Tratamentos > remoção do feto 
o Realizar tração forçada sob 
lubrificação 
o Fetotomia 
o Cesariana 
 
Monstros fetais - deformidades 
• Gêmeos xifópagos – unidos pela região do 
esterno 
• Diplocefalia – cabeça dupla 
• Membros supranumerários 
• Deformações da coluna 
• Schistosomus reflexus 
 
Anomalias dos anexos 
Hidropsia dos envoltórios fetais 
Acúmulo anormal de líquido seroso nos tecidos 
e/ou cavidades no corpo 
• Hidroalantóide: acúmulo de líquido 
alantóide (85 a 90% das hidropsias em 
vacas) 
• Hidroâmnio: acúmulo de líquido amniótico 
(2 a 5% do casos de hidropsias em vacas) 
• Hidroalantóide/hidroâmnio: raro em 
bovinos 
Etiologia 
Geralmente falha no próprio anexo fetal, 
produzindo os líquidos em exageros 
• Hidroalantóide: 
o Disfunções placentárias 
o Anormalidades genéticas 
o Gestação gemelar 
o Diminuição do número de 
carúnculas funcionaiso Poliúria fetal devido a rins 
policísticos e hidronefrose 
o Infecções, torção uterinas e do 
cordão umbilical 
o Incompatibilidade materno-fetal 
o Enfermidades cardíacos e renais da 
mãe 
o Deficiência proteica e de vitamina A 
• Hidroâmnio 
o Anomalias genéticas (hidrocefalia, 
aplasia hipofisária, etc.) 
o Fetos monstros (Schistomosus 
reflexus) 
Sinais clínicos 
Evolução progressiva no terço final da gestação 
• Assintomática: ligeiro aumento do 
abdômen, sem alterações no estado geral e 
funções vitais (40 a 80L) 
• Gravidade média: aumento acentuado do 
abdômen, compressão e deslocamento de 
órgãos abdominais 
• Grave: aumento exagerado do abdômen 
dispneia, taquicardia, anorexia, 
desidratação, dificuldade de urinar / defecar 
e locomover, decúbito e atonia ruminal (80 
a 200L) 
Diagnóstico 
• Aumento abdominal característico 
• Palpação retal (flutuação sem presença de 
feto) 
• Útero em forma de balão com tensão da 
parede e impossibilidade de palpar partes 
do feto ou placentomas 
Diferencial 
• Indigestão ruminal. gestação gemelar / 
múltipla, hidrometra e ascite 
Prognóstico reservado a mau 
Tratamento 
• Indução do parto com corticóide 
(dexametasona ou flumetazona) 
o Associar ou não ocitocina (IV lenta) 
ou PGF2alfa (depende da fase) 
• Drenagem lenta do líquido (prevenir choque 
hipovolêmico) 
• Cesariana 
• Hidroalantóide: sempre acompanhados de 
retenção de placenta, retardo na involução 
uterina e metrite 
Complicações 
• Antes do parto 
o Ruptura do tendão pré-púbico, do 
útero 
o Hérnias ventrais 
o Prolapsos de vagina e reto 
o Distocia / paraplegia 
• Pós parto 
o Atonia do útero e retenção de 
placenta 
o Metrite e agalactia 
 
Afecções inerentes à fêmea 
Edema da gestação 
• Acúmulo anormal de líquido em espaço 
intersticial 
• Fêmeas primíparas 
• Distúrbio fisiológico no final da gestação (8º 
mês) 
• Edema dos órgãos genitais externos, 
períneo, glândula mamária, partes ventrais 
do abdômen e membro 
• Comum na vaca primípara ou de alta 
produção 
• Etiologias: dificuldade na circulação de 
retorno 
• Fatores predisponentes 
o Confinamento, hidropsias, 
gestações gemelares, sobrecarga, 
distúrbios hepatorenais, distúrbios 
cardíacos e hipoproteinemia 
• Sinais clínicos 
o Edema da região perineal e ventral 
do abdômen 
o Perda de contorno da articulação 
tibiometatársica e da porção cranial 
da glândula mamária 
o Dificuldade de locomoção, de 
expulsão do feto e indolor a 
palpação 
Tratamento 
• Alimentação adequada e liberdade do pasto 
(profilático) 
• Duchas locais, exercício leves e diuréticos 
• Indução do parto 
 
Ruptura do tendão pré-púbico 
Tendão se inicia no púbis e se insere na 
musculatura abdominal (reto abdominal) 
• Final da gestação: ruptura do tendão do 
músculo reto abdominal na sua inserção 
• Éguas que trabalham na tração e vacas 
senis 
• Fatores predisponentes 
o Final da gestação 
o Hidropsias 
o Gestação gemelar, múltipla ou 
sobrecarga fetal 
o Traumatismos 
o Processo degenerativo do tendão e 
animais senis com excesso do 
trabalho 
• Aumento do volume cranial e na base do 
úbere 
• Afundamento dos flancos 
• Glândula mamária (edemaciada e desviada 
caudalmente) 
• Dificuldade para andar 
• Diagnóstico diferencial 
o Hérnias 
o Eventrações 
o Edema acentuado 
• Prognóstico 
o Mau para feto e mãe 
• Não há tratamento 
o Induzir o parto ou cesariana quando 
o feto estiver a termo 
o Cinta abdominal > prolongar a 
gestação 
o Descarte 
 
Paralisia obstétrica materna 
Compressão dos nervos ciáticos e obturador 
Parto prolongado ou distocia (+ comum em 
novilhas) > ficam muito tempo deitadas 
Tração com força exagera (tracionar bezerro com 
veículos > comprime desproporcionalmente a pelve 
> lesões nervosas) 
Sinais clínicos 
• Animal lúcido / alerta e com funções vitais 
normais 
• Ataxia, déficits proprioceptivos e abdução 
exagerada dos membros posteriores 
• Tentativas improdutivas de levantar 
Prognóstico reservado a mau 
Tratamento 
• Anti-inflamatórios e vitaminas (B1 – tiamina, 
B6 – piridoxina) 
• Manter em estação (erguida pela anca) 
sobre cama macia 
• Fisioterapia 
Prevenção 
• Ver se parto é viável 
• Cesariana ou fetotomia precoce 
 
Torção uterina 
• Torção sobre o eixo longitudinal obliterando 
o canal vaginal 
o Pós cervicais > frequentes 
o Pré cervicais > raras 
• Final de gestação 
• Vacas e animais senis 
o Predisposição anatômica, devido a 
gestação ocorrer em um dos cornos 
(desequilíbrio) 
• Evolução 
o Até 90º > reversão espontânea 
o Acima de 90º > congestão venosa, 
ruptura uterina e morte 
• Diagnóstico 
o Palpação vaginal 
• Prognóstico reservado a mau 
• Tratamento 
o Pré parto > correção manual, 
rolamento, ou laparotomia 
o No parto > manobras fetais ou 
cesariana 
o Laparotomia 
 
Ruptura de útero 
• Ocorrência esporádica 
• Etiologia 
o Distocia 
o Torção do utero 
o Manobras obstétricas inadequadas 
o Aderências (sequelas cirúrgicas) 
o Hidropsias 
o Sobrecarga uterina 
o Traumatismo 
• Sinais clínicos 
o Anorexia / hipomotilidade ruminal 
o Desconforto abdominal 
o Hemorragia interna 
o Evisceração via vaginal 
o Peritonite / choque hipovolêmico e 
morte 
• Quadro de extrema gravidade 
• Diagnóstico 
o Sinais clínicos + anamnese + 
palpação retal ou vaginal 
• Prognóstico mau 
• Tratamento 
o Fluidoterapia / transfusão / 
antibioticoterapia / cesariana / 
ovariohisterectomia