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DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E ENSINO DE LÍNGUA MATERNA

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Acredito que os alunos devem ter contato com a língua materna através de elementos da sua própria vivência assim como obras que abranjam diversos contextos linguísticos. Os professores devem propor atividades que desenvolvam o pensamento crítico a partir da leitura de obras características da cultura brasileira, a fim de potencializar o aprendizado através de signos da sociedade que os alunos estão imersos.
A abordagem de gêneros é também uma proposta interessante para os alunos do terceiro ano do fundamental. Os professores podem trabalhar com unidades didáticas que tratem de temas específicos dos interesses dos alunos. O estímulo de aprendizagem a partir dos interesses dos alunos é essencial para despertar a curiosidade e engajamento nas disciplinas. A interdisciplinaridade é também um recurso que pode ser aplicado, tendo em vista que é preciso envolver a arte e representações dos próprios alunos para o desenvolvimento linguístico. 
	Assim como Silva (1986) trata da importância do professor analisar os aspectos linguísticos a partir das produções dos alunos, é importante que os próprios alunos tomem centro do aprendizado e a partir de estímulos e atividades de investigação, proponham teorias sobre como e porquê utilizamos palavras, signos e estruturas específicas para designar o que desejamos.
Segundo Engeström (2012) em Princípios da Teoria da Atividade em uma perspectiva sócio histórica cultural, pensamos em um sistema de atividade coletivo, mediado por artefatos e orientado a um objeto, o qual é visto em suas relações de rede com outros sistemas de atividades. Os sistemas de atividades tomam forma e são transformados por longos períodos de tempo. Seus problemas e potenciais só podem ser entendidos no âmbito de sua própria história ( história local da atividade e de seus objetos somados a história das ideias e ferramentas teóricas que moldaram a atividade profissional). 
Esses conceitos precisam ser explicados. Talvez seja melhor começar com aqueles que se mantêm ainda um tanto misteriosos. Por objeto em fuga nós podemos mencionar o fato de que o objeto é a base da Teoria da Atividade. Como Leontiev diz, não há atividade sem um objeto, e o objeto significa que ele é um tipo de horizonte, de possibilidades de orientação da atividade, mas não é o mesmo que objetivo específico. Ele é mais amplo e mais difícil de ser definido.
A teoria da atividade foi iniciada por Lev Vygotsky (1978) nas décadas de 1920 e 1930, e, em seguida, desenvolvida pelo seu colega e discípulo Alexei Leont'ev. A teoria da atividade se desenvolveu por meio de três gerações de pesquisa. A primeira, centrada em torno de Vygotsky, criou a ideia de ação mediada por artefatos culturais. A inserção de artefatos culturais nas ações humanas foi revolucionária, uma vez que a unidade básica de análise passou a superar a separação entre o indivíduo cartesiano e a estrutura social intocável. O indivíduo não podia mais ser entendido sem o seu meio cultural; e a sociedade não podia mais ser entendida sem a agência de indivíduos que utilizam e produzem esses artefatos. Os objetos tornaram-se entidades culturais e a ação orientada ao objeto tornou-se a chave para entender a psique humana.
Engestrom posteriormente propõe então a organização da figura abaixo, onde podemos aplicar todos os elementos para o caso apontado da Escola Machado de Assis, que enfrenta o problema com más avaliações e dificuldades de compreensão dos conteúdos pelos alunos. Em particular, com maior gravidade entre os alunos do 3º ano do fundamental. Precisamos transpor todos os agentes e participantes desse contexto na mediação das propostas e atividades desse grupo.

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