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Traumatismo Cranioencefálico Fisiologia do TCE – O cérebro pode ter lesões tardias Contusão = processo inflamatório localizado (lesão por pancada por exemplo) Concussão = várias lesões em várias regiões no cérebro Herniação do cérebro = o cérebro aumenta tanto de tamanho que começa a sair da calota craniana ➜ entra em processo de isquemia cerebral Canais de sódio e cálcio = atuam na transmissão do impulso nervoso Choque vasogênico = diminuição da pressão pois o paciente perdeu a capacidade de fazer vasoconstrição periférica; *TCE sem hemorragia não precisa de prova de carga e sim de vasopressor •Triade de Cushing: mecanismos compensatórios que o paciente tem para manter a perfusão cerebral; • Hipertensão • Bradicardia • Dispneia Se você tem em um paciente hipertensão com bradicardia significa que ele está muito grave; a PIC passou da capacidade do cérebro se autorregular; nesse caso você tenta diminuir a pressão intracraniana usando manitol e hipertônica (diuréticos osmóticos) •Monroe Kelly: “doutrina”; • 80% volume cerebral • 10% volume sanguíneo • 10% líquor Manitol no paciente com TCE = diminuição do líquor; diminui o líquido dentro da calota craniana e consequentemente diminui a pressão; age também nos radicais livres dessa inflamação, podendo diminuir o edema da massa cerebral Avaliação – •ABC – D (o D é de avaliação neurológica) – você precisa de uma classificação inicial para pode acompanhar a evolução do paciente depois •Avaliação Neurológica •NIVEL DE CONSCIÊNCIA o Glasgow > 16 ótimo o Glasgow < 10 aumento PIC •Avalição Perfusão o PPC: PAM - PIC •Avaliação eletrólitos, glicemia e lactato *não é todo paciente com TCE que recebe manitol, só aqueles que tiverem sinais neurológicos e alterações no nível de consciência Existem maneiras de avaliar a pressão intracraniana, mas na veterinária isso ainda não é muito aplicável: (pressão de perfusão cerebral = pressão arterial média – pressão intracraniana) Pressão intracraniana: você coloca um cateter e faz a perfuração na calota craniana e o cateter mensura a pressão de dentro do crânio, porém aparelho e cateter muito caro Sinais clínicos – •Opistótono com hiperextensão de todos quatro membros é sugestivo de rigidez descerebrada ou dano cerebral. •Flexão e extensão variáveis dos membros posteriores é como lesão cerebelar •Resposta adequada a Luz indicam função adequada do tronco cerebral rostral, quiasma óptico, nervos ópticos e retina. •Pupilas mióticas indicam lesão difusa do prosencéfalo •A progressão para a midríase pode indicar hérnia cerebral. Os sinais clínicos sugerem o grau de gravidade e aonde está a lesão Região de tronco encefálico = sai a maior parte dos nervos cranianos Pupilas – Anisocoria: ocorre quando as pupilas assumem tamanhos desiguais (lesão mais leve) Miose: é uma condição que ocorre quando as pupilas permanecem contraídas, não respondendo à quantidade de luz que chega aos olhos (lesão mais central, um pouco mais grave) Midríase: é uma dilatação que a pupila sofre em decorrência de causas não fisiológicas (lesão mais importante) Tratamento – •MANTER PERFUSÃO → IDENTIFICAR HEMORRAGIAS (primeira coisa é identificar uma hemorragia) → REANIMAÇÃO VOLÊMICA se necessário → PAM >65 mmHg PAS > 100 mmHg •PIC → TERAPIA OSMÓTICA → Fluido: •Manitol 0,5 –1g kg em 15 – 20 minutos •Hipertônica 7 ou 3,5%: 4-6ml kg em 2–5 minutos *nunca fazer manitol em pacientes com pressão baixa •OXIGENIOTEPIA (não pode passar sonda nasal, tem que usar máscara ou outro meio) •CONTROLE DE CONVULSÕES → Glasgow abaixo de 8 (tem indicação de intubar para proteger vias aéreas) → Se convulsão: Loading de Fenobarbital (3 doses de fenobarbital em 30min-1h) •HIPOTERMIA → 36 a 37 C → Febre faz com que tenha maior consumação de oxigênio e energia Neuroproteção – ➤Elevação da cabeça 30/45° (inclinar todo o corpo; facilitar o retorno venoso e fluxo cerebral) ➤Controle glicêmico ➤Controle eletrólitos ➢ Sódio ➢ Balanço hídrico (quantidade de líquido/urina que o paciente está produzindo) – não pode deixar o paciente desidratar ➤Mudança de decúbito (a cada 4 horas) ➤Controle temperatura corporal ➤Avaliação CO2 (pode causar vasodilatação e a pressão cair) ➤Avaliação do Glasgow Evitar – •Agitação/Stress •Compressão de jugular (tentar colher sangue da jugular sem garrote ou colher de outro local) •Evitar náusea e tosse •Evitar Aspiração •Rotação de pescoço •Hipotensão •Hipo/Hiperventilação •Posição de trendelemburg (evitar - cabeça abaixo da linha do corpo) E se tiver convulsão?? •Status: Crises epiléticas com + de 5 minutos ou ausência de recuperação entre as crises em 24hs •Cluster: 2 ou + crises em 24hs com recuperação da consciência *medicar e tratar a convulsão Neurológicos - Avaliação constante do CO2: •Alterações relacionadas ao CO2: •Acidose respiratória •Vasodilatação •Aumento PIC •Diminui perfusão Cerebral •Aumenta consumo de O2 cerebral •Taquipneia compensatória •Hipoxemia ATENÇÃO o que NÃO fazer: ➜Uso da furosemida não tem comprovação ➢ Risco de hipovolemia ➜Uso de corticoide está contraindicado ➢ Aumento mortalidade ➢ Hiperglicemia ➢ Imunossupressão ➢ Risco de ulcerações e catabolismo ➜Uso de Manitol está contraindicado em pacientes HIPOVOLÊMICOS ➜Uso de Solução Hipertônica está contraindicado em paciente com hiponatremia