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Microbiologia - streptococcus pneumoniae e salmonella spp

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Catharina Moura Microbiologia: Caso 08, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. 
streptococcus pneumoniae 
Os pneumococos são a causa mais comum de 
quadros de conjuntivite (especialmente em crianças), 
infecções do trato respiratório superior (otite média, 
mastoidite e sinusite), pneumonia adquirida na 
comunidade, meningite e sepse em indivíduos 
esplenectomizados. 
 
características e patogênese 
Os pneumococos são cocos Gram-positivos em 
forma de lança (ovais), que se organizam em pares 
(diplococos) ou em cadeias curtas. 
Os pneumococos possuem cápsulas 
polissacarídica - principal fator de virulência, 
responsável por interferir na fagocitose e favorecer a 
invasividade. 
A ação de anticorpos específicos contra a cápsula 
é capaz de promover a opsonização do 
microrganismo, facilitando a fagocitose e 
promovendo resistência imunológica – os anticorpos 
podem ser desenvolvidos como resultado de infecção 
assintomática ou clínica, como também pela 
administração da vacina polissacarídica. 
Outro componente importante da superfície dos 
pneumococos é um ácido teicoico presente na parede 
celular, conhecido como substância C (ou 
polissacarídeo C) – ele ativa o sistema complemento e 
induz a produção de citocinas inflamatórias, 
contribuindo para a resposta inflamatória e para a 
síndrome do choque tóxico que pode ocorrer em 
alguns indivíduos imunocomprometidos. 
A pneumolisina, a hemolisina responsável pela 
alfa-hemólise, também pode contribuir para a 
patogênese. 
Os pneumococos produzem proteases de IgA que 
aumentam a capacidade do organismo de colonizar as 
mucosas do trato respiratório superior. 
Os microrganismos se multiplicam nos tecidos e 
causam inflamação. Ao atingir os alvéolos, ocorre 
efusão de fluídos, hemácias e leucócitos, gerando 
consolidação pulmonar. No período de recuperação, 
ocorre a fagocitose desses agentes e regressão da 
consolidação. 
Em ágar-sangue, produzem alfa-hemólise. São 
lisados por bile ou desoxicolato, e seu crescimento é 
inibido por optoquina. 
 
transmissão 
Os seres humanos são os hospedeiros naturais, não 
havendo reservatório animal. De forma geral, 
indivíduos saudáveis carregam o microrganismo na 
região da orofaringe e é por isso que as infecções 
pneumocócicas não são consideradas transmissíveis, 
visto que os quadros patológicos ocorrem, mais 
frequentemente, na vigência de fatores 
predisponentes, sendo eles: 
(1) Intoxicação por álcool ou drogas – ou qualquer 
outro comprometimento cerebral capaz de 
deprimir o reflexo de tosse e aumentar a 
aspiração de secreções; 
(2) Anomalias do trato respiratório (infecções 
virais), acúmulo de muco, obstrução brônquica 
e lesões do TR causada por substâncias 
irritantes (que comprometam a integridade do 
sistema mucociliar); 
(3) Dinâmica circulatória anormal – congestão 
pulmonar e ICC; 
(4) Esplenectomia; 
(5) Doenças crônicas – anemia falciforme* e 
nefrose; 
(6) Traumas cranianos – quando ocorre perda de 
LCR pelo nariz, favorece a meningite 
pneumocócica. 
 
*Indivíduos com anemia falciforme autoinfartam seus 
baços, tornando-o funcionalmente aspênicos e mais 
predispostos a sepse pneumocócica. 
 
achados clínicos 
Na pneumonia, as manifestações iniciais 
consistem em calafrios, febre, tosse, dor pleural, com 
escarro que apresenta coloração ferruginosa vermelha 
ou marrom. A recuperação espontânea inicia-se de 5 a 
10 dias, acompanhada do desenvolvimento de 
anticorpos anticapsulares. 
 
diagnóstico laboratorial 
• Esfregaço de escarro submetido à coloração de 
Gram; 
• Reação de Quellung com antissoro de 
múltiplos tipos; 
• No ágar-sangue, foram-se colônias alfa-
hemolíticas, bile-solúveis e inibidas por 
optoquina; 
• Cultura de LCS na meningite... 
 
tratamento 
A maioria dos pneumococos é suscetível às 
penicilinas e à eritromicina. 
Em infecções pneumocócicas graves a penicilina G 
é o fármaco de escolha, enquanto nas brandas, a 
penicilina V pode ser utilizada. Em indivíduos alérgicos 
a penicilina, eritromicina ou azitromicina podem ser 
utilizados. 
streptococcus pneumoniae & salmonella spp. 
Catharina Moura Microbiologia: Caso 08, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. 
Em quadros de resistência à penicilina, 
vancomicina é o fármaco de escolha. 
 
prevenção 
• Vacina pneumocócica conjugada 13-valente: 
É constituída pelo polissacarídeo pneumocócico de 
13 sorotipos mais prevalentes conjugados a uma 
proteína carreadora. 
 
• Vacina pneumocócica 23-valente não 
conjugada: 
Deve ser administrada em indivíduos saudáveis 
com 50 anos ou mais. 
 
salmonella 
As espécies de Salmonella são responsáveis por 
causar quadros de enterocolite, febres entéricas (como 
a tifóide) e septicemia com infecções metastáticas, 
como a osteomielite. 
 
características 
São bacilos Gram-negativos que não fermentam 
lactose e produzem H2S – características importantes 
para a sua identificação em laboratório. 
Apresenta alguns antígenos, sendo eles: (1) O, de 
parede celular, (2) H, flagelar e (3) Vi (virulência) 
capsular. 
O (1) é um polissacarídeo externo da parede 
celular, utilizado para subdividir as salmonelas nos 
grupos A a I. O (2), por sua vez, se apresenta de duas 
formas: fase 1 e fase 2. O (3), por fim, são 
antifagocitários e constituem um importante fator de 
viruência de S. typhi, agente da febre tifoide. 
De forma geral, as espécies de salmonella são 
classificadas em duas categorias distintas: 
• Espécies tifoides, que causam febre tifoide; 
o S. typhi; 
o S. paratyphi. 
• Espécies não tifoides, que causam diarreia 
(enterocolite) e infecções metastáticas. 
o S. enterica. 
 
patogênese 
Os três tipos de infecções pelo patógeno – 
enterocolite, febre entérica e septicemia, apresentam 
características distintas: 
1. Enterocolite: 
Consiste na invasão do tecido epitelial e 
subepitelial do intestino delgado e grosso. Os 
organismos penetram via células mucosas e entre elas 
e a lâmina própria, resultando em inflamação e diarreia 
- a bacteremia é frequente. 
 
2. Febre tifoide: 
Nela e em outras febres entéricas, a infecção se 
inicia no intestino delgado, mas poucos sintomas 
gastrintestinais ocorrem. 
Os organismos penetram, se multiplicam na placa 
de Peyer e se disseminal para o fígado, vesícula e baço 
– levando a bacteremia, associada a febre e outros 
sintomas causados pelas endotoxinas. 
 
3. Septicemia: 
Representa cerca de 5 a 10% das infecções por 
Salmonella, e é mais comum quando o (1) indivíduo já 
apresenta uma doença crônica subjacente – como a 
anemia falciforme ou câncer, ou quando (2) uma 
crianças apresenta enterocolite. 
A bacteremia resulta na colonização de vários 
órgãos, sendo a osteomielite, pneumonia e meningite 
as sequelas mais comuns. 
*Em crianças com anemia falciforme, a 
osteomielite é uma importante infecção por 
Salmonella. 
 
transmissão 
As infecções por esse agente estão relacionadas à 
ingestão de água e alimentos contaminados por 
excreções humana e de animais. 
A S. typhi, causadora da febre tifoide, é transmitida 
apenas por seres humanos. As outras espécies, no 
entanto, apresentam significativo reservatório animal 
(aves domésticas, ovos, carnes mal cozidas) e humano. 
 
achados clínicos 
Após um período de incubação de 12 a 48 horas, a 
enterocolite se manifesta por náusea, vômito, dor 
abdominal e diarreia, que varia de branda a grave, com 
ou sem sangue – o quadro persiste por alguns dias, é 
autolimitada e não requer cuidados médicos, exceto 
em crianças ou idosos. 
 A febre tifoide, por sua vez, tem surgimento lento 
com febre e constipação. A diarreia pode ocorrer. 
Ocorre febre alta, delirium, abdome sensível, 
esplenomegalia, manchas rosadas. 
Na septicemia, temos febre com enterocolite 
ausente ou disreta, progredindo para sintomas focais 
do órgão afetado – geralmente, ossos, pulmões ou 
meninges. 
 
diagnóstico laboratorial 
• Amostra de fezes; 
• Hemocultura; 
• Culturas de medula óssea; 
• Coproculturas. 
 
As samonellasformam colônias não 
fermentadoras de lactose (incolores) em ágar 
Catharina Moura Microbiologia: Caso 08, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. 
MacConkey. Em ágar TSI, são observadas uma 
superfície alcalina. 
 
tratamento 
De forma geral, a enterocolite é uma doença 
autolimitada, que regride sem tratamento – realizar 
reposição de fluídos e eletrólitos. O uso de antibióticos 
não diminui a duração e nem reduz os sintomas da 
doença, inclusive, pode até prolongar a excreção dos 
organismos, aumentar o estado de portador (excreção 
das bactérias pelas fezes por longos períodos) e 
selecionar mutantes resistentes ao antibiótico. 
Para as febres entéricas, como a febre tifoide e 
septicemia, utiliza-se Ceftriaxona ou Ciprofloxacino.

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