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XXX – AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO XXIX – RESCISÓRIA XXVII – CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO XXVII – EMBARGOS DE TERCEIRO XXVI – REITEGRAÇÃO DE POSSE XXV – AÇÃO DE ALIMENTOS XXV – RECURSO ESPECIAL XXIV – EMBARGOS DO DEVEDOR XXIII – APELAÇÃO XXII – AGRAVO DE INSTRUMENTO XXI – APELAÇÃO RELAÇÃO DE CONSUMO XX – AÇÃO PAULIANA Joana adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das concessionárias da sociedade empresária Carros S.A., com pagamento parcelado, e a sociedade empresária passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos valores em triplo. Joana tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o funcionário da concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança. Joana então procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação em face da sociedade empresária Carros S.A. com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos causados a Joana. Distribuída a ação para uma das varas cíveis da Comarca de São Paulo, houve contestação pela Carros S.A. apenas informando que havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente. Não houve recurso, e o trânsito em julgado da sentença ocorreu em 19/02/2019. Algumas semanas depois, você e Joana tomaram conhecimento de que o juiz, que prolatou a sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela Carros S.A. no referido processo. Agora, pretendem novamente discutir a questão em juízo, para que haja reanálise dos mesmos pedidos formulados e julgados improcedentes, porque as cobranças ainda estão sendo realizadas, em excesso. Na condição de advogado(a) de Joana, elabore a peça processual cabível para a defesa dos interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos, assim como a data limite para o ajuizamento, nos termos da legislação vigente. (Valor: 5,00) Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; (...) § 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. § 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput , será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso correspondente. § 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. § 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. § 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) § 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação; IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178 , o Ministério Público será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte. Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319 , devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo; II - depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. § 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça. § 2º O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários- mínimos. § 3º Além dos casos previstos no art. 330 , a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo. § 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332 . § 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda: I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2º do art. 966 ; II - tiver sido substituída por decisão posterior. § 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente. Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum. Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que compuserem o órgão competente para o julgamento. Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do julgamento rescindendo. Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos. Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente. Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968 . Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 82 . Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. § 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. 1. ENDEREÇAMENTO: 2.QUALIFICAÇÃO DO POLO ATIVO E ADVOGADO (PROCURAÇÃO): 3. FUNDAMENTO DA AÇÃO + NOME: 4.QUALIFICAÇÃO DO POLO PASSIVO 5. DOS FATOS 6. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 6.1 – ASPECTOS PROCESSUAIS (CABIMENTO DA AÇÃO, COMPETÊNCIA DO JUÍZO E PRAZOS) 6.2 – ASPECTOS MATERIAIS (CONSTITUCIONAIS, INFRA, SÚMULA E JURISPRUDÊNCIA) 6.3 – TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA OU EVIDÊNCIA? 7. PEDIDOS A)TUTELA B) CITAÇÃO DO RÉU (INTIMAÇÃO DO MP OU DA FAZENDA?) C) PEDIDO PRINCIPAL: CONFIRMAÇÃO DA TUTELA EXTINÇÃO, DECRETAÇÃO, CONDENAÇÃO, DECLARAÇÃO D) CONDENAÇÃO DAS CUSTAS, HONORÁRIOS E ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA? E) VALOR DA CAUSA F) PRODUÇÃO DE PROVAS G) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO: 8. FECHAMENTO (LOCAL, DATA E ASSINATURA) 1. Ao Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo 2. Joana, brasileira, estado civil ..., existência de união estável ..., inscrita no CPF ..., com endereço eletrônico ..., residente e domiciliada no endereço ..., vem á presença deste d. Juizo, por meio do seu advogado infrassinado, com instrumento de procuração anexo, ajuizar, 3. com fundamento no artigo 966 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC), Ação Rescisória 4. em face da sentença prolatada nos autos da ação de obrigação de não fazer, ajuizada em face da sociedade empresária carros S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. ..., devidamente representada por ..., com endereço eletrônico ..., e domicílio em ..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 5. Dos Fatos Joana adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em uma das concessionárias da sociedade empresária Carros S.A., com pagamento parcelado, e a sociedade empresária passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos valores em triplo. Joana tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas o funcionário da concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança. Ajuizada a ação em face da sociedade empresária Carros S.A. com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos causados a Joana, e distribuída a ação para uma das varas cíveis da Comarca de São Paulo, houve contestação pela Carros S.A. apenas informando que havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente. Não houve recurso, e o trânsito em julgado da sentença ocorreu em 19/02/2019. Algumas semanas depois, Joana tomou conhecimento de que o juiz que prolatou a sentença, era casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela Carros S.A. no referido processo. Agora, pretende a autora novamente discutir a questão em juízo, para que haja reanálise dos mesmos pedidos formulados e julgados improcedentes, porque as cobranças ainda estão sendo realizadas em excesso. Diante do caso em tela, a rescisão do julgado é a medida que se impõe. 6. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 6.1 O art. 966, inciso II, do CPC afirma que a decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente, como será demonstrado. Além disso, o art. 967 do CPC informa que tem legitimidade para propor a ação rescisória quem foi parte no processo, exatamente como a autora. Também a competência do Tribunal para a ação rescisória está obedecida a partir do que se depreende do artigo 968, §5º e 970 do CPC, pois este último assevera que é o relator quem ordena a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum. Ainda, o prazo decadencial de 2 (dois anos) contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo está rigorosamente obedecido tendo-se em conta que Por fim, em atendimento ao art. 968 do CPC, veja-se que a petição inicial está sendo elaborada e apresentada com estrita observância aos requisitos essenciais do art. 319 , e pedidos de rescisão e de novo julgamento do processo; bem como está depositada e comprovada, em anexo, a importância de cinco por cento sobre o valor da causa. 6.2 Na melhor forma do art. 144, III, do CPC, há impedimento do juiz, sendo- lhe vedado exercer suas funções no processo quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. Ora, se o magistrado é esposo da única advogada da parte requerida, deveria ele ter se afastado da causa, remetido o feito ao seu substituto legal, o que não ocorreu e só foi descoberto pela autora depois do trânsito em julgado da decisão, o que determina a sua imediata rescisão. 6.3 – TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA OU EVIDÊNCIA? É sabido que o art. 969 do CPC reza que a propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. Daí a necessidade de se conceder a tutela provisória que impeça a continuidade da cobrança indevida, preenchidos os requisitos do artigo 300 do CPC, pois os elementos que evidenciam a probabilidade do direito são o fato de que a sentença foi proferida por magistrado impedido que, por conta disso, perpetua a cobrança indevida e, ainda, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, pois se acumula, mês a mês, com o débito dos valores em triplo que causam imenso prejuízo financeiro à autora. 7. PEDIDOS : Isto posto, requer a autora: A)TUTELA Seja concedida a tutela provisória de urgência, em caráter antecipado, na melhor forma do artigo 300 do CPC, pois estão claros os elementos que evidenciam a probabilidade do direito, e o perigo de dano irreparável à situação da autora. B) CITAÇÃO DO RÉU (INTIMAÇÃO DO MP OU DA FAZENDA?) Seja citado a empresa ré para, querendo, contestar a demanda. C) PEDIDO PRINCIPAL: EXTINÇÃO, DECRETAÇÃO, CONDENAÇÃO, DECLARAÇÃO Seja julgada procedente o pedido da autora para confirmar a tutela provisória, bem como condenar a requerida pare de realizar as cobranças em excesso, e seja condenada a devolver em dobro os valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos causados a Joana D) CONDENAÇÃO DAS CUSTAS, HONORÁRIOS E ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA? Seja ainda a requerida condenada nas custas, honorários e ônus da sucumbência E) VALOR DA CAUSA Dá-se á causa o valor de ..., e prova-se, por oportuno, a juntada do comprovante de pagamento de 5% como condição de procedibilidade da demanda. F) PRODUÇÃO DE PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente prova pericial, depoimentos pessoal do réu e prova testemunhal. G) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO: Em atendimento ao artigo 319, incisoVII, a autora manifesta interesse na audiência de tentativa de conciliação. 8. FECHAMENTO (LOCAL, DATA E ASSINATURA) Local, data. Advogado ... OAB n. ...