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1 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO PROBLEMA 1: ESPERMATOGÊNESE: - Maturação se inicia na puberdade; - Quando a espermiogênese está completa os espermatozoides vão para os túbulos seminíferos epidídimo ducto deferente uretra ejaculação (200-600 milhões são liberados com PH = 7,5) são incapazes de fecundar ocorre uma capacitação (7h, o muco cervical auxilia, a principal mudança é que a membrana dos sptz ficam mais permeáveis a íons de Ca mudando a atividade do flagelo para movimento chicote). - Fatores hormonais de estimulam a espermatogênese: 2 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO CÉLULAS DE LEYDIG TESTOSTERONA crescimento e divisão das células germinativas; HIPÓFISE ANTERIOR LH estimula células de Leydig secretar testosterona; HIPÓFISE ANTERIOR FSH estimula células de Sertoli (essencial para conversão das espermátides em espermatozoide); GH controla funções metabólicas basais dos testículos promove divisão inicial das espermatogônias; HIPOTÁLAMO testosterona GnRH LH Leydig ADENO-HIPÓFISE FSH Sertoli OBS: espermatogênese excessiva célula de sertoli inibina hipófise anterior diminui GnRH e FSH; - Puberdade: Marcada pelo aumento do volume testicular dos 9-14 anos; Primeira ejaculação: espemarca; Puberdade X adolescência: A adolescência começa com a puberdade e caracteriza-se por uma série de mudanças corporais e psicológicas. Inicia-se mais ou menos aos 12 anos e termina aos 20. A puberdade é o conjunto de transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência. - Testosterona e hormônios sexuais masculinos – androgênios: Na vida fetal: os testículos são estimulados pela gonadotropina coriônica (da placenta) a produzir quantidade moderada de testosterona por todo desenvolvimento fetal e mais 10 semanas após o nascimento não é produzida testosterona durante a infância até a puberdade (10 a 13 anos) estimulo da hipófise anterior hormônios gonadotrópicos aumenta produção de testosterona (início da puberdade) permanece assim até 50 anos começa a cair rapidamente (climatério masculino). Efeitos da testosterona durante o desenvolvimento fetal: responsável pelo desenvolvimento das características corporais masculinas (pênis e bolsa escrotal), determina formação da próstata, vesícula seminal e ductos genitais masculinos. Os testículos descem para bolsa escrotal durante os últimos 2-3 meses de gestação; Efeitos da testosterona sobre o desenvolvimento das características sexuais primarias e secundarias do adulto: o Pelos corporais: induz crescimento de pelos no púbis, para cima ao longo da linha alba do abdômen, face, tórax, algumas vezes nas costas; o Voz: hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe; o Espessura da pele e desenvolvimento de acne: aumenta a textura da pele e aumenta rigidez (resistência) dos tecidos subcutâneos. Aumenta a secreção de glândulas sebáceas do corpo resultando na acne; o Formação de proteínas e desenvolvimento muscular: aumento da quantidade de proteína; 3 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO o Aumento da matriz óssea e retenção de cálcio: ossos crescem consideravelmente mais espessos e depositam grandes quantidades adicionais de sais de cálcio; - Ato sexual masculino: A fonte mais importante é a glande do pênis Contém estágios: o Ereção peniana: nervos parassimpáticos – liberação de oxido nítrico, peptídeo intestinal vasoativo e acetilcolina. Ativa enzima guanil ciclase, relaxa músculos lisos vasculares e aumento fluxo sanguíneo; o Lubrificação: função parassimpáticos – secreção das glândulas bulbouretrais; o Emissão: contração do canal deferente e ampola expulsando sptz para uretra interna; o Ejaculação: aumento rítmico e ondulatório da pressão; Outra divisão, em fases: o Fase do desejo: sistema límbico; o Fase de excitação: vasocongestão, aumenta tensão muscular, batimentos cardíacos, pressão sanguínea, respiração; o Fase de platô; o Fase orgásmica: contração regular; o Fase de resolução: voltam ao nível basal. OOGÊNESE: - Esse processo de maturação inicia-se antes do nascimento e é completado depois da puberdade. Continuando-se até a menopausa, a cessação permanente da menstruação; - Na ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride apenas até a metáfase, quando, então, a divisão é interrompida Se um espermatozoide penetra o ovócito secundário, a segunda divisão meiótica é completada e a maior parte do citoplasma é novamente mantida em uma célula, o ovócito fecundado. A outra célula, o segundo corpo polar, uma célula também pequena e não-funcional, logo degenera. Assim que o segundo corpo polar é degradado, a maturação do ovócito se termina. 4 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Ciclos reprodutivos femininos: 2 CICLOS HIPOTÁLAMO GnRH ADENO-HIPÓFISE LH FSH FSH: folículo estimulante – estimula maturação dos folículos e secreção do estrogênio. LH: luteinizante – disparador da ovulação, estimula o corpo lúteo e células foliculares a produzirem/ secretarem progesterona; CICLO OVARIANO: FSH e LH promovem mudanças cíclicas no ovário; Dividido em fases: o FASE FOLICULAR: ocorre o crescimento e diferenciação do ovócito primário, proliferação das células foliculares, formação da zona pelúcida, desenvolvimento das tecas foliculares. O desenvolvimento inicial dos folículos ovarianos é induzido pelo FSH, mas os estágios finais de maturação requerem também o LH. Os folículos em crescimento produzem estrogênio, um hormônio que regula o desenvolvimento e a função dos órgãos reprodutivos. o OVULAÇÃO: A ovulação é disparada por uma onda de produção de LH, normalmente se segue ao pico de LH por 12 a 24 horas. A onda de LH, induzida pelo alto nível de estrogênio sanguíneo, parece causar a tumefação do estigma, formando uma vesícula. O estigma logo se rompe, expelindo o ovócito secundário com o fluido folicular. o LÚTEA: Logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teca folicular sofrem colapso e se tornam enrugadas, sob a influência do LH, elas se desenvolvem em uma estrutura glandular — o corpo lúteo — que secreta progesterona e alguma quantidade de estrogênio, fazendo as glândulas 5 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO endometriais secretarem e prepararem o endométrio para a implantação do blastocisto. Se ovócito for fecundado: o corpo lúteo aumenta de tamanho e forma o corpo lúteo gravídico, aumentando sua produção hormonal. Quando ocorre a gravidez, a degeneração do corpo lúteo é impedida pela gonadotrofina coriônica humana um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. O corpo lúteo gravídico permanece funcionalmente ativo durante as primeiras 20 semanas de gravidez. Nessa época, a placenta assume a produção de estrogênio e progesterona necessários para a manutenção da gestação. Se não for fecundado: o corpo lúteo involui e degenera 10 a 12 dias após a ovulação, quando é chamado de corpo lúteo da menstruação. Posteriormente, o corpo lúteo é transformado em uma cicatriz branca no ovário — o corpo albicans. CICLO MENSTRUAL: Hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e corpo lúteo – estrógeno e progesterona - causam mudanças no endométrio. Média de 28 dias de ciclo; Dividida em fases: o FASE MENSTRUAL: ocorre a queda dos hormônios estrógeno e progesterona, a camada funcional da parede uterina é desprendida e descartada (4-5 dias). Com a queda da progesterona as artérias espiraladas ficam comprimidas diminuindo a vascularização ocorrendo a necrose e descamação. o FASE PROLIFERATIVA: coincidecom o crescimento dos folículos ovarianos e é controlada pelo estrógeno secretado pelos mesmos. Endométrio se recupera (dura em torno de 9 dias). 6 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO o FASE SECRETÓRIA/ LUTEA: coincide com a formação, crescimento e funcionamento do corpo lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar material rico em glicogênio. Se ocorrer fertilização: Ocorrem a clivagem do zigoto e a blastogênese (formação do blastocisto), blastocisto começa a se implantar no endométrio em torno do sexto dia da fase lútea (dia 20 de um ciclo de 28 dias). A hCG, um hormônio produzido pelo sinciciotrofoblasto, mantém o corpo lúteo secretando estrogênios e progesterona. A fase lútea prossegue, e nao ocorre a menstruação. Se não ocorrer fertilização: O corpo lúteo degenera. Os níveis de estrogênio e progesterona caem e o endométrio secretor entra na fase isquêmica. Ocorre a menstruação. - Função dos estrogênios – seus efeitos sobre características sexuais femininas primarias e secundarias: Útero e órgãos sexuais femininos: modificação do epitélio vaginal do tipo cuboide para estratificado (mais resistentes a infecções e traumas); Tubas: aumento das células epiteliais ciliadas; Mamas: crescimento extenso do sistema de ductulos, deposição de gordura nas mamas; Esqueleto: aumenta atividade osteoblastica do osso – osteoporose na velhice devido deficiência de estrógeno; Aumentam deposito de gordura no tecido subcutâneos; - Função da progesterona: Relacionada com a preparação final do útero para gravidez e mamas para lactação; Útero: promove alteração no endométrio preparando- o para implantação do ovo fertilizado, diminui a frequência das contrações uterinas impedindo a expulsão do ovo fertilizado. - Ato sexual feminino: Divisão: o Estimulação; o Ereção e lubrificação: sinais parassimpáticos; o Orgasmo: análogo a emissão e ejaculação no homem; Outra divisão: o Fase do desejo: sistema límbico; o Fase de excitação: miotomia (tensão muscular), vasocongestão, lubrificação vaginal, aumento do clitóris; o Fase de platô: vasocongestão local máxima e pequenos lábios ingurgitados; o Fase orgásmica: contrações reflexas ritmadas dos músculos perivaginais e perineais; o Fase de resolução: estado basal. - Métodos contraceptivos: 1. Métodos de Comportamento – Ritmo; Billings; Temperatura Basal; Sintotérmico; Coito interrompido. 7 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO Ritmo, Tabela, Calendários ou Ogino Knaus; Temperatura Basal: Após a ovulação ocorre um aumento dos níveis séricos de progesterona, que atua no centro termorregulador no hipotálamo, gerando uma elevação na temperatura basal entre 0,3 e 0,8ºC; fenômeno que denuncia a postura ovular. A mulher deverá manter-se em abstinência durante toda a primeira fase do ciclo até três dias após primeiro dia do aumento da temperatura, o que além da certeza da ovulação, garante que o óvulo não é mais fecundável; Muco Cervical, Billings: Neste método, a mulher tenta prever o período fértil analisando o muco cervical com os dedos. Após a menstruação, normalmente, existe um período de secura vaginal seguido por um progressivo aumento da quantidade do muco, que se torna mais escorregadio e elástico devido à ação estrogênica da fase proliferativa, atingindo o ponto máximo dessas alterações no período da ovulação, e regredindo após este período devido a ação da progesterona. 2. Métodos de Barreira – Mecânicos: condom (camisinha), diafragma\esponja; Químico: espermaticidas 3. Dispositivos Intra-uterinos – Não-medicados; Medicados 4. Contracepção Hormonal – Oral: combinado (monofásico, bifásico e trifásico), minipílula e pílula do dia seguinte; Injetável: mensal e trimestral São constituídos de um estrogênio e uma progesterona (progestogênio) sintéticos. Eventualmente, um progestogênio isolado é utilizado. São confeccionados em formulações oral, vaginal, transdérmica, injetável e na forma de implantes. Mecanismo de Ação: os contraceptivos combinados promovem a anovulação através do bloqueio do eixo hipotálamo-hipófise. Suprimem o LH e o FSH basais e diminuem a capacidade da hipófise de secretar gonadotrofinas, quando estimuladas pelo GnRh, além de possuírem ação hipotalâmica. Com isto, os folículos ovarianos não amadurecem, não produzem estrogênio e não ocorre o pico de LH no meio do ciclo (fundamental para a ovulação). ACO: combinado ou minipílula (Tem uma dose de progestogênio de metade a 1\10 dos ACO combinados. É mais apropriada para a lactação, visto que sua eficácia menor pode ser compensada pelo efeito anticoncepcional da lactação); 5. Contracepção Cirúrgica – Feminina: ligadura tubária; Masculina: vasectomia SEXUALIDADE FEMININA E MASCULINA: 8 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Possíveis DTS’s e agentes causadores: Clamídia: chamydia trachamatis; Tricomoníase: Trichomonas vaginalis Sífilis: Treponema Pallidum; Gonorreia: Neisseria Gonopholae; HIV: vírus HIV; Hepatite B: VHB. ABUSO SEXUAL: -Conduta frente ao abuso: VÍTIMA PONTOS DE ATENCAO A SAUDE ACOLHIMENTO ATENDIMENTO CLINICO ATÉ 72 HORAS APÓS 72 HORAS Anticoncepção de emergência Teste rápidos Exames laboratoriais Exames laboratoriais Profilaxia HIV/DST’s NÃO faz profilaxia HIV 9 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO Notificação compulsória (sempre); Atendimento psicológico (CAPS, NASF); Orientação e encaminhamento sobre denúncia da violência sexual; Se engravidar tem escolha para continuar a gravidez se não desejar tem acompanhamento psicológico e clinico; Menor de 14 anos acionar conselho tutelar; Anticoncepção de emergência (AE): PILULA DO DIA SEGUINTE: o Levonorgestrel 1,5 mg dose única; o Se utilizada na 1° fase do ciclo menstrual: antes do pico de LH – altera desenvolvimento dos folículos impedindo a ovulação ou retardando-a; o 2° fase do ciclo menstrual: altera transporte dos sptz e do ovulo nas trompas, modifica muco cervical (mais espesso e hostil, impedindo migração dos sptz pelo trato genital, interfere na capacitação); o IMPEDE SEMPRE ANTES DA FECUNDAÇÃO – NÃO ABORTA; FECUNDAÇÃO E FORMAÇÃO DO ZIGOTO: Local de fecundação é a ampola da tuba uterina; Fases da fecundação: 1. Passagem dos sptz através da corona radiata do oócito; 2. Penetração da zona pelúcida: enzima acrosina causa lise da zona pelúcida; 3. Fusão das membranas plasmáticas celulares do oócito e sptz: mudança da zona pelúcida (impede que outros sptz entrem). A cabeça e a cauda do sptz entram no citoplasma do oócito; 4. Termino da 2° meiose do oócito: forma o 2° corpo polar (degenera) e o oócito maduro núcleo se torna prónucleo feminino; 5. Formação do pronúcleo masculino: dentro do citoplasma do oócito o sptz aumenta de tamanho e se forma prónucleo masculino; 6. Ruptura das membranas pronucleares: Logo que os pronúcieos se fundem em uma agregação de cromossomos única e diplóide, a oótide torna-se um zigoto (46 cromossomos); 10 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO PROBLEMA 2: GRAVIDEZ: - Sinais de presunção: 4 semanas – Amenorréia. É o sinal mais precoce. Em mulheres jovens, regularmente menstruadas, e com vida sexual, a ausência do catamênio pressupõe a prenhez. 5 semanas – Náuseas. Cercade 50% das mulheres sofrem de náuseas, por via de regra matutinas, durante o primeiro trimestre da gestação, tendo como conseqüência imediata os vômitos e a anorexia. Outras, pelo contrário, têm o apetite aumentado, não sendo raro sua perversão, ou a extravagância alimentar. Congestão mamária. Com 5 semanas, as pacientes relatam que as mamas estão congestas e doloridas. À 8º semana, a aréola primária torna-se mais pigmentada e surgem tubérculos de Montgomery. Em torno de 16 semanas, secreção amarela – colostro – é produzida e pode ser obtida por expressão mamária correta. É contemporâneo o aumento da circulação venosa – rede de Haller. Cerca de 20 semanas, surge a aréola secundária, traduzindo a maior pigmentação, de limites imprecisos, em volta do mamilo 6 semanas – Polaciuria. A micção freqüente, com emissão de quantidade reduzida de urina, é habitual no 2º e no 3º mês, quando o útero, aumentado de volume e em anteflexão acentuada, comprime a bexiga. No 2º trimestre, cessa a sintomatologia, que retorna nas 2 últimas semanas, ao se insinuar a apresentação fetal. - Sinais de probabilidade: 6 semanas – Amenorréia. Após 10-14 dias de atraso menstrual, constitui sinal de probabilidade. Nem sempre gravidez indica, pois ocorrente também em diversas circunstâncias fisiológicas e patológicas. O aleitamento e a menopausa determinam-na. Entretanto, muitas mulheres concebem durante o aleitamento ao se intercalar o ciclo ovulatório. *Perda sanguínea cíclica semelhante à menstruação, conquanto mais escassa, não exclui a prenhez, pois pode aparecer nos primeiros meses. (hemorragia de implantação ovular). Aumento do volume uterino. O toque combinado colige as alterações que a prenhez imprime ao útero. Fora da gestação, o órgão é intrapélvico, locado abaixo do estreito superior. Grávido, expande-se; na prenhez de 6 semanas tem o volume de tangerina; com 10 semanas, o de uma laranja, e com 12 o tamanho da cabeça fetal, sendo palpável logo acima da sínfise púbica. 8 semanas – Alterações da consistência uterina. O útero vazio é firme. Grávido, com 8 semanas, adquire consistência cística, elástico-pastosa, principalmente no istmo. Por vezes tal é o amolecimento dessa região, que se tem a sensação de achar-se o corpo separado do colo. Alteração da forma uterina. Inicialmente cresce o útero de modo assimétrico, desenvolvendo-se mais acentuadamente na zona de implantação. A sensação tátil é de abaulamento e amolecimento aí localizados, percebendo-se, vez por outra, sulco separando as duas regiões (sinal de Piskacek). Na ausência da prenhez, os fundos-de- saco estão normalmente vazios; a partir de 8 semanas, quando a matriz, de piriforme 11 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO assume a forma globosa, o dedo que examina encontra-os ocupados pelo corpo uterino (sinal de Nobile- Budin). Há percepção dos batimentos do pulso vaginal, nos fundos-de- saco (sinal de Osiander), à conta da hipertrofia do sistema vascular. Completar-se- á o toque pelo exame especular, que poderá precedê-lo, consoante a rotina estabelecida. Ao entreabrir-se a vulva, chama à atenção a coloração violácea da sua mucosa (vestíbulo e meato urinário), o que se denomina sinal de Jacquemier ou de Chadwick. A mesma tonalidade da mucosa vaginal constitui o sinal de Kluge. 16 semanas – Aumento do volume abdominal. O útero se torna palpável com 12 semanas, e o aumento do volume abdominal, progressivo, percebe-se em torno de 16 semanas. - Sinais de certeza: BCF: o US transvaginal: 6-7 semanas; o Sonar Doppler: 12° semanas; o Esteto de Pinart: 20° semanas; Percepção de movimento fetais pelo examinador; - Diagnósticos: US: IDADE GESTACIONAL ACHADOS ECOGRÁFICOS Início da 4° semana Espessamento do endométrio; 4-5 semanas Saco gestacional visualizado; 5-6 semanas Saco gestacional + vesícula vitelínica; 6-7 semanas Embrião com 3-9 mm e identificação de BCF; 7-8 semanas Embrião com 10-15mm, diferenciação da cabeça/tronco; 8-9 semanas Embrião com 16-20mm, visualização dos membros superiores e inferiores; 9-10 semanas Visualização dos primeiros movimentos do embrião, pico do BCF (180bpm) o IDADE GESTACIONAL X EMBRIOLÓGICA: 14 dias de diferença. Idade gestacional conta a partir do 1° dia da DUM. Idade embriológica conta a partir da fecundação (14°dia do ciclo). SANGUE: beta- hCG – já se dá positivo 1 semana após a fecundação. Valores de referência: < 5 mUI/ml Negativo 5-25 mUI/ml Indeterminado > 25 mUI/ml Positivo - Alterações na gravidez: Alterações hormonais, circulatórias e metabólicas nutricionais: ao mesmo tempo; ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS: o 1° adaptação: aumento do volume do liquido extra celular (6°semanas); o 2° adaptação: aumento do débito cardíaco (8° semanas) aumenta de 30/50%, com máximo no 2° trimestre; aumenta FC 10-20%, aumenta volume sanguíneo 30% 12 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO o 3° adaptação: diminuição acentuada da resistência vascular periférica; o 4° adaptação: diminuição da reatividade vascular; leve queda PAS, acentuada queda de PAD; o Sintomas gerais: dispneia, diminuição da tolerância a exercícios físicos, taquicardia, alterações na ausculta cardíaca. o Diminuição do retorno venoso: compressão da VCI pelo aumento do volume uterino facilitando a formação de edema nos membros inferiores; o Fatores responsáveis: Baixa resistência criada pela placenta; Diminuição da resistência vascular periférica hormônios vasodilatadores (progesterona); Compressão pelo útero gravídico; ALTERAÇÕES RENAIS: o Rins aumentam de volume intersticial, aumento fluxo sanguíneo aumento do fluxo plasmático renal aumento da taxa de filtração glomerular diminuição da creatinina plasmática; o Dilatação dos ureteres e pelve renal (ação da progesterona); ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS: o Aumento do volume sanguíneo (40-50% maiores do que os valores pré- gravídicos). o Aumentam as necessidades de ferro e de ácido fólico. o Aumento no volume de hemácias, mas a hemodiluição diminui sua concentração final. o Volume plaquetário ligeiramente diminuído. o Eleva-se o fibrinogênio e, de uma forma geral, todos os fatores de coagulação, exceto XI e XIII. o Sistema fibrinolítico está inibido durante a prenhez e o parto. o Diminuição da resposta imunológica. o Leucócitos aumentados por conta de neutrófilos maduros (leucócitos tem a sua função alterada durante a gravidez; evidencia-se uma espécie de supressão da imunidade humoral e celular. Este fenômeno visa evitar a rejeição fetal). APARELHO LOCOMOTOR: o A partir do 3° trimestre: marcha anserina (aumento do volume abdominal desviando o centro de gravidade para frente lordose acentuada com aumento da base dos pés), desconforto ao caminhar devido a relaxina que faz com que os ligamentos da pelve e quadril fiquem distendidos causando o desconforto. METABOLISMO: o Carboidratos – a gravidez normal acompanha-se de uma leve hipoglicemia de jejum, hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia (mais comum no 3º semestre). o Hidrico – retenção de agua devido alteração da osmolalidade plasmática (edema); o Lipídios – as concentrações plasmáticas de lipídios, lipoproteínas e apolipoproteínas aumentam consideravelmente durante a gravidez. LDL, HDL e triglicerídeos elevam-se. SISTEMA DIGESTIVO: o Náuseas e vômitos no primeiro trimestre. 13 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO o Gengivas hiperemiadas e friáveis. o Esvaziamento gástrico retardado e constipação (atonia intestinal). o Pirose o Bilirrubina diminui o Globulinas – aumenta. o Concentração plasmática de albumina – diminui. o Conteúdo total de albumina – aumenta. CUTÂNEAS: o Aumento do estrógeno e progesterona- Hipertrofia do lobo intermédio da hipófise estimulação dos melanócitos aumenta com exposiçãosolar (linha nigrans, cloasma); - VOMITO E HIPERÊMESE GRAVIDICA: HIPEREMESE GRAVIDICA: vômitos contínuos que impedem a alimentação (patológico), administração de antieméticos (metoclopramida, dimenidrato, reidratação hídrica); ACIDO FÓLICO: - Atua na prevenção de anencefalia e outros defeitos abertos do tubo neural (ácido fólico, folacina ou ácido pteroil-L-glutâmico): papel fundamental no processo de multiplicação celular e formação de proteínas estruturais da hemoglobina. O ácido interfere no aumento de eritrócitos, células miometriais do útero gravídico e do crescimento da placenta e ferro, ajuda na divisão celular e síntese proteica a deficiência de folato pode impedir a renovação celular adequada durante um momento crítico no fechamento do tubo neural (formação incompleta); - DATN (defeitos abertos do tubo neural): anencefalia, encefalocele, espinha bífida; - Dosagem: Normalmente: 400 µg/dia = 0,4 miligramas; Com antecedentes familiares de DATN: 4000 µg/dia = 4 miligramas; Recomenda-se a utilização de 30 dias antes de engravidar e continuar tomando durante todo o 1° trimestre; Contraindicação: anemia perniciosa, hipersensibilidade; PROBLEMA 3: ABORTAMENTO: - É abortamento a expulsão do ovo antes de sua vitabilidade. De acordo, porém, com a OMS, abortamento é a expulsão ou a extração de concepto pesando menos de 500g, ou com idade gestacional inferior a 22 semanas (equivalem, aproximadamente, a 20-22 semanas completas – 140-150 dias completos). 14 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Possui formas clinicas: Evitáveis Inevitáveis Ameaça de aborto Abortamento completo, incompleto, infectado, retido, habitual - AMEAÇA DE ABORTAMENTO: complicada por sangramento antes de 22 semanas. Hemorragias traduzindo anomalia decidual e/ou descolamento do ovo, dores e sinal de contração uterina. Metrorragia primeiro a revelar distúrbios na evolução da gravidez, são mais sérios os sangramentos precoces de longa duração e de cor “borra de café”, dores precedem, acompanham e sucedem a hemorragia. Exames: físico e complementar (us transvaginal); Chama-se ovo anembrionado, ao ultra-som, quando estando o saco gestacional > 15 mm não se vê o embrião. Tratamento: repouso relativo, proibição do coito, sintomáticos; - ABORTAMENTO INEVITAVEL: raro após 8 semanas, o sangramento é mais abundante e com sangue de cor viva solicitar antibiótico terapia profilática, imunoglobulina anti-Rh em pacientes Rh- Tratamento: o Até 12 semanas: dilatação seguida de aspiração a vácuo ou curetagem; o Após 12 semanas: ocitocina; - ABORTAMENTO COMPLETO: todo produto da concepção foi eliminado sem a necessidade de intervenção medica ou cirúrgica. Frequente até 8 semanas. Com a expulsão do feto cessam as cólicas e sangramento se reduz. Exames: US - ABORTAMENTO INCOMPLETO: parte da concepção foi eliminado mas podem estar retidos feto, placenta ou membranas. Comum após 8 semanas, quando as vilosidades coriônicas ficam aderidas ao útero. Sangramento não cessa, intermitente, pode ser intenso e ocorro por que os restos ovulares impedem contração uterina, persistem cólicas, revela expulsão de massa carnosa, útero amolecido com volume aumentado, escoamento de L.A. Tratamento: curetagem e aspiração a vácuo; - ABORTAMENTO INFECTADO: ameaça de abortamento seguida de expulsão do ovo, em geral, incompleta, introdução de sondas, hastas de laminas, soluções diversas. Dividida em 3 tipos: I. Mais comum. Hemorragia escassa, dores discretas e continuas, algumas cólicas, pequena elevação térmica (um pouco acima de 38°C); II. Localizada em todo miométrio, paramétrios e anexos e compromete peritônio pélvico. Hemorragia não é relevante, mas o sangue é mesclado com liquido sanioso de odor fecaloide, temperatura em torno de 39°C, taquicardia, desidratação, anemia, dores constantes. 15 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO III. Grave, infecção generalizada. Peritonite, septicemia, choque séptico decorrentes pelo acometimento de GRAM -, febre alta, pulso rápido, hipotensão arterial, abdômen distendido, vômitos, desidratação acentuada; Tratamentos: concomitante ao esvaziamento uterino: terapêutica anti-infecciosa (clindamicina e gentamicina), ocitócitos, sangue. - CONDUTAS FRENTE AO ABORTO: há situações que a mulher pode optar pelo abortamento como: Gestações resultantes de abuso sexual (a gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual e a interrupção for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez); Fetos anencefalos; Risco de morte para mãe. DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL: - Eritroblastose fetal; - Para a ocorrência da DHPN é necessário o preenchimento dos seguintes critérios: 1. Incompatibilidade sanguínea materno-infantil: Para que ocorra DHPN é necessário que o feto possua um antígeno eritrocitário (de herança paterna) ausente no organismo da gestante e capaz de imunizá-la. Mãe Rh- , feto Rh+. 2. Aloimunização materna: aparecimento de anticorpos circulantes anti-D na circulação de gestantes Rh negativo em resposta aos antígenos D provenientes da circulação de fetos Rh positivo, inexistentes nas hemácias maternas. O contato do sangue fetal com o sangue materno e a conseqüente sensibilização da gestante ocorrem a partir de hemorragias feto-maternas que podem ocorrer durante a gestação, como nos casos de sangramento de primeiro trimestre, e principalmente durante o parto, em especial nos do tipo operatório. Inicialmente os antígenos fetais são fagocitados pelos macrófagos maternos, processados e levados aos linfócitos, constituindo-se o que se chama de memória linfocitária, com conseqüente formação de anticorpos do tipo IgM, que têm peso molecular elevado e não atravessam a barreira placentária. A esse processo dá-se o nome de resposta imunológica primária, que é limitada, de baixa intensidade e de curta duração, e, portanto, não é capaz de desencadear a doença. Por isso, postula-se que normalmente em primeiras gestações a gestante pode sofrer apenas sensibilização e raramente desenvolve a doença hemolítica. Em gestações seguintes ou em caso de transfusões incompatíveis, haverá nova passagem de hemácias Rh-positivo para a circulação materna. Porém, devido a memória linfocitária, já haverá um reconhecimento antigênico, com conseqüente produção de anticorpos do tipo IgG, que têm peso molecular baixo e podem atravessar a barreira placentária. Agora, tal processo é passível de acontecer mesmo em casos de hemorragias pequenas e a presença de imunoglobulinas desta classe já pode ser detectada pelo Teste de Coombs Indireto, baseado na detecção do título de antiglobulina humana. 3. Passagem de anticorpos da gestante para o organismo do feto: Os anticorpos do tipo IgG, ao invadirem a circulação fetal, podem fixar-se às hemácias dos conceptos, por uma 16 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO reação antígeno-anticorpo, com posterior hemólise e instalação de hematopoiese extra- medular no fígado e baço. Este processo é responsável pelo desenvolvimento da anemia fetal, que pode ser leve, moderada ou grave, dependendo da intensidade da hemólise e da quantidade de eritroblastos apenas em sua forma jovem. Na DHPN os anticorpos envolvidos são da classe IgG, mais freqüentes na imunização pelo sistema Rh; já a aloimunização pelo sistema ABO dá origem com maior freqüência a anticorpos IgM. Este é um dos motivos para a maior gravidade da aloimunização Rh. 4. Ação dos anticorpos no concepto: Frente à anemia fetal, ocorre diminuição da viscosidade sanguínea, pela menor concentração de hemácias na circulação, conseqüente à hemólise. A anemia leva à hipóxia tissular e posterior vasodilatação periférica. Há estimulação dos quimiorreceptores e aumentoda contratilidade miocárdica. Desta forma, ocorre como conseqüência, um aumento do débito cardíaco, configurando o quadro de hipercinesia. Posteriormente, com o agravamento da anemia, pode ocorrer insuficiência cardíaca e conseqüente falência miocárdica. Além disso, devido à hematopoiese extra-medular, pode haver desenvolvimento de hipertensão porta e hipoproteinemia. Estes fatores, em conjunto, são responsáveis pelo quadro de hidropsia fetal, caracterizado pelo extravasamento de líquido para o terceiro espaço, com formação de derrame pleural, derrame pericárdico, ascite e edema cerebral. Além disso, pode haver desenvolvimento do quadro de kernicterus no recém-nascido, pela impregnação das células cerebrais por bilirrubina, podendo incluir desenvolvimento de letargia, hipertonicidade, perda auditiva, paralisia cerebral e dificuldade de aprendizado. - Diagnostico: ANTEPARTO: US, cordocentese, teste de Coombs; PÓS PARTO NO RN: icterícia grave, hidropsia fetal. - Tratamento: Transfusão intravascular; Transfusão neonatal; Fototerapia (bilirrubina é fotossensível biliverdina); - Prevenção: Rastreamento sorológico; Profilaxia ante-parto: administração de igG anti-D (28 semanas); Profilaxia pós parto: 72h administração de igG anti-D; PROBLEMA 4: PRÉ NATAL: - Segundo a OMS o ideal é 6 consultas ou mais. Calendário das consultas obstétricas: mensais até 32 semanas e quinzenais até 36 semanas e após são semanais até o parto. 17 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Objetivos: orientar hábitos de vida (higiene pré natal), assistir psicologicamente a gestante... - Serviços de apoio a gestante: Rede cegonha: 4 componentes – pré natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral a saúde da criança, sistema logístico; DataSUS- SisPRENATAL; IPED- APAE: Os exames de Triagem Pré-Natal são de extrema importância para uma gestação segura, pois através dele é possível identificar e reduzir muitos problemas de saúde que podem atingir a mãe e o bebê como doenças, infecções ou disfunções que, detectadas precocemente, possibilita um tratamento com maior êxito. A Triagem Pré- Natal é dividida em duas fases, são elas: o Primeira Fase: são coletadas gotas de sangue dos dedos da mão da gestante, esta coleta é feita em papel filtro no próprio IPED ou em qualquer unidade de saúde pública do Estado. A partir daí são realizados 15 exames que detectam as seguintes doenças: Toxoplasmose, Rubéola, Doenças da Inclusão Citomegálica, Sífilis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), Doença de Chagas, Hepatite B e C, Vírus Linfotrópico Humano (HTLV), Hipotireoidismo e Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias. o Segunda Fase: a coleta é feita com o mesmo procedimento realizado na Primeira Fase e deve ser efetuada a partir da 28ª semana de gestação. Nesta fase são feitos os exames para detectar as seguinte patologias: Toxoplasmose, Sífilis e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). - 1° CONSULTA: determinados: DUM para cálculo da idade gestacional e data provável do parto (DPP); Peso e P.A Toque vaginal no 1° trimestre ratifica ou corrige a idade da prenhez pela DUM; Palpação abdominal após o 1° trimestre, medida do fundo de útero avaliando idade gestacional e crescimento do concepto; Ausculta do BCF; Movimentos fetais a partir de 18° semanas (pela mãe); EXAMES LABORATORIAIS: o Tipagem sanguínea, hemogroma completo, VDRL, glicemia em jejum, urina tipo I, HbsAg, rastreio para HIV, IgM e IgG para toxoplasmose, US, doppler; 18 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Resultados: o Glicemia: até 85 mg/Dl; o TOTG (24-28 semanas) >85 pede TOTG; o Hb: 11-16,5 o Ht: 34-37 o Plaquetas: 150.000-400-000 o Leucocitos: 4.500- 20.000 o Bastonetes = 1 tri (1,85) 2 tri (2,70) 3 tri (3,0) o TSH= 1 tri (0,1-2,5) 2 tri (0,2-3,0) 3 tri (0,3-3,0) - PROXIMAS CONSULTAS: Peso e P.A Exame obstétrico para AU e partes fetais a partir do 3° trimestre; BCF; Toque vaginal a partir de 36° semanas para avaliação de modificações próprias do período pré parto. STREPPTOCOCCUS B: Para impedir a infecção neonatal pelo Estreptococos do grupo B é importante que a bactéria seja identificada e tratada antes do trabalho de parto: entre a 35ª e 37ª semanas de gestação os obstetras fazem habitualmente o exame do cotonete, que consiste na obtenção de material da vagina e do ânus com uma espécie de cotonete para pesquisar a presença do Estreptococos do grupo B. - HIGIENE PRÉ-NATAL: Exercícios físicos: mais importante trabalhar a flexibilidade e fortalecimento dos músculos pélvicos. Os mais aconselháveis: caminhada, natação, hidroginástica, ioga. Tabagismo: relacionado a restrição do crescimento fetal; Alcool: álcool etílico é teratogênico que atravessa a barreira placentária alcançando o organismo fetal síndrome alcoólica fetal: retardo mental, anomalias congênitas cardíacas, defeitos articulares, irritabilidade persistente, retardo do desenvolvimento mental e neuromotor. Nutricional: comer proteínas, vitaminas e minerais, evitar açúcar, óleo DIETA HIPERPROTEICA, HIPOLIPIDICA, HIPOGLICIDICA; 19 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Consultas de alto X baixo risco: - ULTRASSOM: Primeiro ultrassom intravaginal: entre 5° e 8° semana o Datação; o Coriocidade; o Gestação tópica ou ectópica; o Vitalidade do feto; o Localização do saco gestacional; Primeiro trimestre: entre 11 e 13° semanas e 6 dias: TRANSLUCÊNCIA NUCAL o Caracterização da vitalidade embrionária, BCF; o Diagnostico de gestação múltipla; o Translucência nucal –anomalia cromossômica (normal <2,5mm); o Osso nasal; o Ducto venoso; Segundo trimestre: 20 e 23° semanas: MORFOLÓGICO o Avaliação do crescimento fetal (RCIU)- peso e altura; o Morfologia; o Rastrear DHEG; o Medir colo via vaginal; Terceiro trimestre: o Verificar função placentária (maturidade) o Desenvolvimento fetal, vitalidade do feto, posição; ANEXOS EMBRIONÁRIOS: - PLACENTA: O ovo humano, fecundado numa das duas trompas que ligam o útero aos ovários, chega ao útero cinco dias depois, já amplamente modificado e com o nome de biastocisto. O blastocisto tem a forma de uma esfera oca, constituída por dois tipos de células. Um deles – o trofoblasto – dá origem à placenta; a partir do outro, desenvolve-se o embrião. Ao chegar ao útero, o blastocisto adere à parede uterina e vai escavando até penetrar 20 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO por completo no endométrio (camada interna da cavidade uterina). A penetração se faz por destruição de células do endométrio, pela ação de enzimas produzidas pelo trofoblasto. O blastocisto cresce depressa e adquire aparência enrugada. Os enrugamentos são pequenos prolongamentos, chamados VILOS, compostos por tecido conjuntivo. São utilizados pelo blastocisto para penetrar a parede uterina. As vilosidades, quando a placenta se desenvolver, constituirão o tecido de arcabouço da placenta. Normalmente, a penetração das vilosidades é detida pelo miométrio, a parede muscular do útero. Enquanto isso, no endométrio, que é a camada interna do útero, forma-se uma cavidade, dentro da qual o blastocisto se desenvolve rapidamente. O trofoblasto se torna liso na parte que acompanha a curvatura da cavidade. Mas na parte que adere ao miométrio, continua cheio de vilos, como uma esponja do mar. No interior da cavidade que se formou na parede do útero, já vão se desenvolvendo o embrião e minúsculos vasos sanguíneos, que acabam por fazer contato com o córion frondoso, por dentro de um tubo que dará origem ao cordão umbilical. A partir do momento em que os vasos do embrião alcançam o córion, na altura do 14° dia de gestação, estabelece-se a circulação placentária,pois logo em seguida o córion frondoso passa a chamar-se placenta. Funções da placenta: o Metabolismo (glicogênio, lipídeos e acido graxos); o Transporte de gases (Difusão simples – H2O, gases como oxigênio, dióxido de carbono, ureia ácido úrico. Pinocitose – proteases. Difusão facilitada – eletrólitos). o Imunização: feto produz pequenas quantidades de anticorpos devido ao seus sistema imune imaturo por isso adquire alguma imunidade passiva pela transferência placentária de anticorpos maternos, IgG são transportados por transcitose; Circulação placentária: o Circulação placentária fetal: sangue pouco oxigenado artérias umbilicais artérias coriônicas entram na vilosidade coriônica forma sistema arterio capilar venoso permite troca mas sem a mistura dos sangues sangue fetal oxigenado veia umbilical feto; o Circulação placentária materna: artérias endometriais espiraladas (80-100) penetram com grande pressão no espaço interviloso forra para placa coriônica formando um “teto” do espaço interviloso flui para vilosidades terminais permite troca de produtos metabólicos retorna das veias endometriais circulação materna; - CORDÃO UMBILICAL: ligação à placenta normalmente fica no centro da superfície feral desse órgão. Tem usualmente 1 a 2 cm de diamentro e 30 a 90 cm de comprimento. Composto de duas artérias e uma veia evolvidos por tecido conjuntivo mucoide (AVA); ARTERIAS levam sangue pouco oxigenado para mãe e VEIA traz sangue oxigenado para feto; - LIQUIDO AMNIÓTICO: É o fluido que preenche a bolsa amniótica e no qual o embrião fica imerso durante a gestação; Função: crescimento e desenvolvimento do bebe, proteção contra choques e traumas mecânicos, ajuda no controle da temperatura, barreira contra infecções. 21 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO Produção: A bolsa amniótica normalmente forma-se a partir da segunda semana de gestação e é ela que coleciona em seu interior o líquido amniótico. Durante os primeiros quatro meses da gravidez, o líquido amniótico é produzido pela placenta e pelas membranas que envolvem a bolsa. Depois disso, é formado também pelas excreções dos rins do bebê, que eliminam sódio e concentram a ureia, modificando assim a sua composição química. O líquido amniótico deglutido pelo feto é reabsorvido no intestino dele e chega até os rins, onde é filtrado e novamente excretado para a bolsa amniótica. O aumento do líquido amniótico durante a gestação não é somente devido à excreção urinária, mas também depende da pele, da placenta, do trato gastrointestinal, do sistema respiratório e do cordão umbilical. O liquido é composto por material não dissolvido que está suspenso como células epiteliais fetais, sais orgânicos (proteínas, carboidratos, hormônios, gorduras, enzimas) e inorgânicos. Quantidades: o volume aumenta lentamente, 10 semanas com 30 mL 20 semanas com 350 mL 37 semanas com 700 a 1000 mL Depois desse tempo, o volume vai diminuindo aos poucos, até o final da gravidez. o Oliodromnia: baixo líquido amniótico. Pode ser por desidratação materna, ruptura da bolsa amniótica com perda de liquido, problemas na placenta, malformações, síndrome da transfusão feto-fetal (gemelar), medicamentos. o Polidrâmnio: maior que 2000mL de liquido no último trimestre. Associado a diabetes mellitus, gemelar, transtornos cromossômicos, anomalias; INFECÇÕES CONGÊNITAS E PERINATAIS: - SÍFILIS: Doença infecto-contagiosa causada pelo Treponema pallidum. Formas congênita ou adquirida com fases de atividade recente (primária ou secundária) ou tardia (terciária). o PRIMARIA: cancro – lesão vermelha única, firme, indolor e elevada (3 a 6 semanas sem terapia); o SECUNDÁRIA: exantema palmar, linfadenopatia e condiloma latum; o TERCIÁRIA: neurosífilis TRATAMENTO: O tratamento da gestante infectada pelo T. pallidum é igual ao de não gestantes e de acordo com o preconizado: penicilina benzatina IM na dose de 2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada glúteo), com uma aplicação na sífilis primária, duas na sífilis secundária e três na sífilis terciária, com intervalos semanais entre as aplicações, além disso o controle mensal de cura com VDRL; VDRL: quanto mais alto o título mais positivo o exame. Após tratamento adequado na sífilis primaria e secundaria devem declinar cerca de 4 vezes após 3 a 6 meses (1:64 1:16) e 8 vezes após 6 a 12 meses (1:16 1:2) SINFILIS CONGÊNITA: o PRECOCE: sinais e sintomas 2 a 4º semana após parto - pênfigo, meningite, rinite, dificuldade respiratória e osteocondrite; o TARDIA: sinais e sintomas após 2 anos de vida - doença multissistêmica, periostite dos ossos frontais e parietais, maxilar curto, arco do palato elevado, anormalidades dentárias, nariz em sela, surdez e tíbia em sabre. 22 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO A transmissão pode ser em qualquer fase da gestação e qualquer estágio da doença. É possível a transmissão pelo canal do parto. Os casos podem evoluir para aborto espontâneo, natimorto e óbito perinatal; - TORCHZ (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e zika); - TOXOPLASMOSE: Causada pelo toxoplasma gondii; Contaminação através da ingestão de oocistos excretados nas fezes do gato ou cisto viáveis na carne mal cozida; Causa no feto: Retinocoriodite, hidrocefalia,microcefalia e calcificações intra-cranianas. TRATAMENTO: o Prevenção da transmissão materno fetal: espiramicina 3g diários em três doses; o Infecção fetal diagnosticada: sulfadiazina 3g diários + pirimetamina 25mg diários; - RUBÉOLA: Doença viral; Após a viremia materna, a invasão do concepto pelo vírus pode resultar em: o Infecção placentária sem infecção fetal o Morte e reabsorção do embrião o Abortamento espontâneo o Natimorto o RN com anomalias congênitas o Infecção subclínica Sinais gerais: prematuridade, retardo de crescimento e desenvolvimento intra-uterinos e pós-natais, aumento da mortalidade, adenopatia e diarréia crônica; Manifestação precoce: Cardiovascular: PCA, Estenose da Artéria Pulmonar e de Valva Aórtica, defeitos de septo, Tetralogia de Fallot, coartação da Aorta e necrose miocárdica. Manifestação tardia: Surdez: periférica e central. Oculares: Glaucoma, catarata. Vasculares: Proliferação da íntima e estenose das artérias, doença coronariana e cerebral secundárias. Vacina: não recomendada na gestação. - CITOMEGALOVIRUS: Membro do grupo Herpesvirus; 23 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO Manifestação clínica: o MATERNA: Frequentemente assintomática. Se sintomas = febre, faringe, mal estar generalizado, linfoadenopatia e outros sintomas inespecíficos. o LACTENTE: maioria assintomático ao nascer. Mais tarde = perda auditiva e retardo mental. Sintomas precoces = CIUR, icterícia, hepatoesplenomegalia, convulsões, alterações gastrointestiais, assim como alterações neurológicas, cardiovasculares, oftalmológicas, pneumológicas. Prevenção: cuidados com secreções; PROBLEMA 5: PREMATURIDADE: - Critérios para prematuridade fetal: ocorrido antes de 37 semanas concomitantemente é RN de baixo peso com <2.500g De acordo com idade gestacional: o Extrema: <28 semanas o Grave: 28-30 semanas o Moderada: 31-33 semanas o Quase termo: 34-36 semanas; Categorias para baixo peso: o Baixo peso: <2.500g o Muito baixo peso: <1.500g o Extremo baixo peso: <1000g - Fatores de risco para prematuridade: historia reprodutiva de PTT anterior e reprodução assistida, hemorragia anteparto, ruptura prematura das membranas, gemelar, infecções, hábitos de vida; - Avaliação da maturidade fetal: Teste de clementes e relação L/E: servem para avaliar a quantidade de lectina exitente no L.A (atividade surfactante); Fosfatidiglicerol (FG): potencializador da acaosurfactante da lectina e quando ausente pode causar a SAR (síndrome da angustia respiratória); 24 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO - Complicações do parto pré- termo: SAR; Anemia; Hipoglicemia; Infecção; Ictericia; - Maturidade pulmonar: avaliando a presença de SURFACTANTE pulmonares (produção inicia por volta da 20° semana) no L.A obtido através da amniocentese transabdominal após 32 semanas. O surfactante são substancias tensoativas produzidas pelos pneumocitos tipos II impedem colabamento dos alvéolos primitivos. SAR (abaixo de 34 semanas): deficiência de material surfactante nos alvéolos (lectina) CORTICOIDE ANTENATAL: estimula síntese e liberação de surfactante nos alvéolos pulmonares); - Avaliação do bem estar fetal: Mobilograma: registro diários da movimentação fetal – 6 movimentos em 2 horas; Cardiotocografia: BCF 110-160bpm Perfil biofísico fetal: US associados a cardiotocografia Dopplervelocimetria: velocidade do fluxo sanguíneo através de 3 leitos vasculares (vasos uterinos - materno, vasos umbilicais – placentário umbilical, aorta, cerebral media e ducto venoso – fetal); RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO INTRAUTERINO (CIUR): Etiologia: o Fetal: anomalias cromossômicas e estruturais, infecções congênitas, gemelar. o Placentária: anormalidades estruturais; o Materna: má nutrição, doenças vasculares, hábitos de vida; Diagnóstico: o VLA aumentada em fetos com a biometria inferior ao percentil 10 para IG é sugestiva de aneuploidia ou infecção fetal; o VLA diminuída na ausência de anomalia do trato urinário e/ou ruptura de membranas é compatível com insuficiência placentária; o A medida da AU em pacientes de BAIXO risco deve ser feita para rastreamento de CIUR; GERA TERMO PEQUENO PARA IG PESO INFEROR A 10 PERCENTIL; o Simétrico – tipo I: hiperplasia celular gera concepto proporcionalmente pequeno. Tem evolução crônica e os principais fatores etiológicos são as infecções maternas (TORCH), as alterações cromossômicas e as malformações congênitas; o Assimétrico – tipo II: hipertrofia celular início do 3° trimestre (devido a fatores extrínsecos como má nutrição) desproporção entre o crescimento do pólo cefálico e do tronco e membros apresenta baixa de gordura subcutânea e órgãos de menor tamanho, C.A menor. o Misto: os dois tipos juntos. Os principais fatores etiológicos são desnutrição materna e consumo de drogas ilícitas, álcool, fumo e cafeína. 25 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO INFERTILIDADE X ESTERILIDADE: - ESTERELIDADE: é a impossibilidade que o homem ou mulher tem de produzir gametas viáveis; - INFERTILIDADE: casal não consegue a gravidez desejada fim de um ano mesmo com vida sexual ativa e sem uso de contracepção; Primária: sem gestação prévia; Secundária: falha se estabelece após 1 gestação ou mais; Causas femininas: doenças no ovário, endometriose, alteração do muco cervical, anomalias no útero, álcool e drogas, hereditariedade, insuficiência lutea; Causas masculinas: insuficiência quantidade de espermatozoides (azoospermia – 0 sptz, oligozoospermia pouco número de sptz, astenozospermia baixa motilidade de sptz, teratozoospermia aumento de formas anormais de stpz, necrozoospermia aumento do número de sptz mortos), ausência, anomalias morfológicas ou distúrbios da motilidade dos sptz, criptorquidia, varicocele; DIAGNOSTICOS: o Masculino: espermograma, teste de aneuploidias, biopsia testicular, exame de urina; o Feminino: ANATOMICO - US transvaginal, histerossalpingografia, histeroscopia; HORMONAL E OVARIANO – dosagem de E, P, LH, FSH; - CONDUTA FRENTE AO CASAL INFERTIL: Tratamentos/ reprodução assistida: o Fertilização in vitro (FIV): reservado para mulheres que já tenha tentado outros métodos. Óvulos são removidos do ovário e artificialmente fecundados em um laboratório com sptz do parcerio ou doador e depois transferidos para útero. 26 MÓDULO DE CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO o Inseminação intrauterina (IIU): indução de sptz purificados na cavidade uterina até 36 horas após indução da ovulação; o Indução de ovulação: caso tenha sido diagnosticada com falta ou distúrbios na ovulação; o Injeção intracelular de espermatozoides (ICSI): Esta técnica é utilizada quando existem alterações na quantidade, na motilidade ou na forma dos espermatozóides, o que poderia impedir sua entrada no óvulo de maneira natural. Também se utiliza esta técnica quando o homem apresenta azoospermia e os espermatozóides devem ser recuperados por coleta alternativa. Também se utiliza esta técnica em pacientes com vasectomia. GESTAÇÃO GEMELAR: - Monozigóticos: 1:250 gestações, monocoriônica ou dicoriônica (depende da época) Até 3 dia: dicoriônica e diamniótica; 4 a 8° dia: monocoriônica e diamniótica; 9 a 12° dia: monocoriônica e monoamniótica; 13 a 15° dia: monocoriônica e monoamniótica; - Dizigóticos: 1:80 gestações, hereditário – duas ovulações, sempre dicoriônicos (duas placentas que podem ou não estra fusionadas). - RISCOS: parto prematuro, DHEG, diabetes, descolamento placentário; TRISSOMIAS: - 13 (Síndrome de Patau): defeitos cardíacos, polidactlia, problemas no SNC; - 18 (Síndrome de Edwards): onfalocele, CIA, microcefalia. - 21 (Sindrome de Down): olhos caídos, cabelos finos e lisos, retardo mental e físico, RCIU, prega simiesca na mão, fontonela maiores; https://fertilidade.org/lexicon/3#Espermatozides https://fertilidade.org/content/azoospermia https://fertilidade.org/lexicon/3#Espermatozides
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