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Yahanna Estrela Medicina – UFCG CARDIOLOGIA Tratamento da Síndrome Coronariana Aguda - IAMCSST ABORDAGEM INICIAL ✓ Geralmente, 20% dos pacientes chegam com até 2h de dor; ✓ ECG no local (na hora em que se encontra o paciente na abordagem pré-hospitalar) geralmente cursa com um menor tempo para reperfusão; ✓ A abordagem inicial do paciente com dor torácica na emergência consiste no MOV: o Monitorização: FC, PA, FR e oximetria de pulso; ▪ ECG deve ser feito e avaliado em até 10 minutos; ▪ Se o ECG for inconclusivo: ECG seriado a cada 5-10 minutos. o Oxigenação: fornecer sempre e somente quando for necessário; ▪ Quando a SpO2 < 94% ou congestão pulmonar; ▪ Sob cateter nasal 3-5L/min; ▪ Hipoxemia refratária: suporte ventilatório com pressão positiva ou IOT; o Veia periférica: acesso venoso para caso precise de medicação na veia. ANALGESIA MORFINA ✓ 2 a 4 mg IV a cada 5-15 minutos até a dose máxima de 20-30mg; ✓ Reduz dor e ansiedade; o O tratamento da dor diminui o consumo de oxigênio pelo miocárdio isquêmico, provocado pela ativação do sistema nervoso simpático. ✓ Possui propriedade vasodilatadora (diminui pré- carga e demanda metabólica MVO2); ✓ Caso o paciente tenha hipersensibilidade ou o fármaco não esteja disponível, pode ser substituído pela meperidina, em doses fracionadas; ✓ Cuidado nos casos de hipotensão; ✓ Cuidado com intoxicação por morfina, pode reverter com naloxona. Os AINES não são utilizados durante toda a internação e, caso o paciente faça uso anterior, deve-se suspender. Eles diminuem o efeito antiplaquetário da aspirina e podem aumentar o risco de complicações cardíacas na fase aguda do IAMCST. NITRATOS ✓ O uso de nitratos na fase aguda do IAM está indicado para controle da dor anginosa persistente, e/ou hipertensão arterial sistêmica e/ou insuficiência cardíaca; o Não substitui o uso da morfina para dor; ✓ Eles são vasodilatadores → promovem vasodilatação venosa e arterial, reduzindo pré- carga, pós-carga e aumentando a perfusão miocárdica; ✓ O uso no curto e em longo prazo de nitratos no IAM não mostrou benefício na diminuição da mortalidade em dois grandes estudos desenhados para analisar este objetivo: ISIS-4244 e GISSI-3245. ✓ Pacientes com desconforto torácico isquêmico persistente devem receber dinitrato de isossorbida (isordil) 5 mg ou nitroglicerina 0,4mg SL, a cada 5 min, até um total de 3 doses. Após isto, deve-se avaliar a necessidade de manutenção de nitroglicerina IV. (classe I, nível de evidência C). o Nitroglicerina IV está indicada para aliviar o desconforto torácico isquêmico persistente, controlar HAS ou manejar o tratamento de congestão pulmonar. (classe I, nível de evidência C). ✓ O uso de nitratos não deve ser feito em pacientes com pressão sistêmica < 90 mmHg ou queda > 30 mmHg em comparação ao basal, bradicardia ou taquicardia, infarto do VD ou naqueles que tenham usado inibidores da fosfodiesterase para disfunção erétil nas últimas 24 a 48 horas (classe III). ✓ Para descartar espasmo coronariano faz-se novo ECG minutos após a administração de nitrato: o Supra de ST que melhora completamente com o uso de nitrato sugere a presença de vasoespasmo como etiologia. ANTIPLAQUETÁRIOS AAS ✓ É o único anti-inflamatório indicado rotineiramente para todos os pacientes com suspeita de IAM com supra; ✓ É o antiplaquetário de eleição a ser utilizado no IAM: o 23% de redução de mortalidade de forma isolada; o 42% de redução de mortalidade quando associado a um fibrinolítico; ✓ Dose: 162-325mg (no Brasil: 200mg). Paciente deve mastigar e engolir os comprimidos; ✓ Manutenção: 100mg/dia. ✓ Utilizado em associação com o clopidogrel; ✓ Existem poucas contraindicações à utilização do AAS no cenário do IAM: hipersensibilidade conhecida, úlcera péptica ativa, discrasia sanguínea ou hepatopatia grave. CLOPIDOGREL ✓ Uso associado ao AAS; ✓ Inibição de uma outra via de agregação plaquetária – inibição do receptor P2Y12; ✓ Dose de ataque: 300 mg; o Não fazer dose de ataque em idosos maiores de 75 anos – apenas dose de manutenção; o Angioplastia → Ataque: 300 a 600 mg, via oral, na admissão. ✓ Dose de manutenção: 75 mg/dia. Na prática: o clopidrogrel pode ser utilizado por, no mínimo, 1 mês (alguns usam até 6 meses) e pode ser retirado. O AAS utiliza-se para o resto da vida, como prevenção secundária. Indicado a todos os pacientes com infarto com supra. Único dos inibidores P2Y12 estudado em pacientes submetidos à terapia fibrinolítica. TICAGRELOR ✓ Indicado a todos os pacientes com infarto com supra não submetidos à fibrinólise; o Pacientes que submeterão a ATC (angioplastia) ✓ Inibidor de P2Y12 (reversível) → bloqueio reversível de plaquetas; o Diferente de clopidogrel e prasugrel, que bloqueiam de forma irreversível; ✓ Também pode ser associado à AAS; o Porém, estudos indicam que a associação com clopidrogrel é mais eficaz que com ticagrelor; o Dupla antiagregação apenas em pacientes submetidos a angioplastia (ATC); o NÃO devem ser associados em pacientes que receberão trombólise química → usar AAS + Clopidogrel. ✓ Início de ação mais rápido e maior potência que o Clopidogrel, sem provocar aumento na taxa de sangramentos maiores; ✓ Dose de ataque: 180 mg; ✓ Dose de manutenção: 90 mg/2x dia; ✓ Contraindicações: hemorragia ativa, acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) há qualquer tempo, hepatopatia, hemodiálise e uso de inibidores do CYP3A4 (ritonavir, atazanavir, claritromicina e cetoconazol). PRASUGREL ✓ Atua no receptor P2Y12, mas com efeito irreversível (desvantagem); o Desvantagem em relação a isso, pois contraindica procedimentos cirúrgicos urgentes (ex: ponte de safena), sendo possível sua realização somente após alguns dias (em média 7); o Aumenta a taxa de sangramentos maiores; ✓ Indicado para os pacientes nos quais se planeja uma intervenção coronária percutânea (angioplastia primária); ✓ Maior inibição plaquetária e início de ação mais rápido (30 minutos) quando comparado ao clopidogrel; ✓ Maior benefício nos pacientes diabéticos e no infarto agudo do miocárdio (IAM) com supra; ✓ Contraindicações: > 75 anos, < 60 kg (ajustar dose), passado de AVC/AIT. ✓ Dose de ataque: 60mg; ✓ Dose de manutenção: 10mg/dia; se for <60kg, 5mg/dia; ✓ Dupla agregação somente em pacientes submetidos a angioplastia (ATC); ✓ NÃO devem ser associados em pacientes que receberão trombólise química → usar AAS + Clopidogrel. EXTRA: ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES GLOCOPROTEINAS IIB/IIIA ✓ Indicados a pacientes que serão submetidos à angioplastia primária; ✓ A indicação segundo a American Heart Association (AHA) é para todos os pacientes angioplastados, porém seu uso é guiado pelo aspecto angiográfico, com maior benefício nos pacientes com grande quantidade de trombos; ✓ As evidências são maiores com abciximab nos pacientes com infarto com supra.; ✓ Abciximab: o Dose inicial – 0,25 mg/kg, via endovenosa, em bólus. o Manutenção – 0,125 mcg//kg/min (máximo de 10 mcg/min), via endovenosa, por 12 horas. ✓ Estudo ADMIRAL: abciximab administrado imediatamente antes do implante de stent em pacientes com supra. Houve redução do desfecho composto (óbito, infarto e necessidade de revascularização) em 30 dias e seis meses. BETABLOQUEADORES ✓ Anti-isquêmicos; ✓ Útil para pacientes sem contraindicação e sem fatores de risco para choque cardiogênico, via oral, nas primeiras 24 h; o Reservar o uso intravenoso aos pacientes que apresentem hipertensão arterial ou taquiarritmias, na ausência de disfunção ventricular importante. ✓ Diminui reinfarto, FV, tamanho do infarto; o Redução FC (reduzem o MVO2) ao mesmo tempo que aumenta o fluxo sanguíneo na rede de colaterais e no subendocárdio; ✓ Doses: o Propranolol:▪ Dose inicial: 20 mg, via oral, de 8/8h; ▪ Dose ideal: 40-80mg, via oral, 8/8h; o Atenolol: ▪ Dose inicial: 25 mg, via oral, a cada 24h; ▪ Dose ideal: 50-100mg, via oral, a cada 24h; o Metoprolol: ▪ Dose inicial: 25 mg, via oral, de 12/12h; ▪ Dose ideal: 50-100mg, via oral, de 12/12h; o Carvedilol: ▪ Dose inicial: 3,125 a 6,25 mg, via oral, de 12/12h. ▪ Dose ideal: 25mg, via oral, de 12/12h. ✓ Pode-se administrar qualquer betabloqueador (ação de classe) em dose baixa e vai aumentando gradativamente; ✓ Contraindicações: FC < 60, PAS < 100, PR > 240 ms, bloqueio atrioventricular (BAV) de segundo ou terceiro grau, história de asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC – relativa), doença vascular periférica grave, disfunção ventricular grave, Killip II-IV. EXTRA: BCC ✓ Indicação: pacientes que apresentem contraindicação específica para o betabloqueador (broncospasmo, isquemia crítica de membros); ✓ Doses: o Diltiazem: dose inicial – 30 mg, VO, de 8/8h; o Verapamil: dose inicial – 80 mg, VO, de 8/8h; ✓ Contraindicações: PR > 0,24s, BAV de segundo ou terceiro grau sem marca-passo implantado, FC < 50 bpm, PAS < 90 mmHg, sinais de disfunção de ventrículo esquerdo; ✓ São eficazes no controle dos sintomas anginosos; ✓ Não reduzem mortalidade nem reinfarto IECAS ✓ Uso de rotina em TODOS os pacientes durante a fase aguda do IAMCSST (primeiras 24h), desde que não apresentem contraindicações; o Pacientes com evidência de insuficiência cardíaca, fração de ejeção menor ou igual a 40%, diabetes ou infarto anterior o Após fase inicial do infarto: ▪ Uso de rotina por tempo indeterminado na disfunção ventricular, diabetes ou doença renal crônica; ▪ Uso por pelo menos 5 anos nos pacientes com: idade > 55 anos e pelo menos um dos seguintes fatores de risco: hipertensão arterial, colesterol total elevado, redução do HDL-colesterol, tabagismo ou microalbuminúria; ▪ Uso por pelo menos 5 anos nos pacientes com sintomas e fatores de risco bem controlados pelo tratamento clínico ou procedimento de revascularização miocárdica bem sucedido. ✓ Benefício proporcional ao grau de risco → quanto maios o risco, maior o benefício; ✓ Diminui o remodelamento reverso do coração: não deixa o coração sair da forma elítica para uma circular; ✓ Dose: o Captopril: ▪ Dose inicial: 6,25mg (primeira dose) e duas horas após: 12,5 mg, via oral, 12/12h; ▪ Dose-alvo: 50mg, via oral, 8/8h; o Enalapril: ▪ Dose inicial: 2,5mg, via oral, de 12/12h. ▪ Dose-alvo: 10mg, via oral, de 12/12h; o Ramipril: ▪ Dose inicial: 2,5mg, via oral, de 12/12h; ▪ Dose-alvo: 4mg, via oral, 12h/12h o Lisinopril: ▪ Dose inicial: 5mg, via oral, 1x dia; ▪ Dose-alvo: 10mg, via oral, 1x dia; o Trandolapril: ▪ Dose inicial: 1mg, via oral, 1x dia; ▪ Dose-alvo: 4mg, via oral, 1x dia. ✓ Contraindicações: hipercalemia (> 5,5 mEq/l), estenose de artéria renal bilateral ou unilateral de rim único, gestação, antecedentes de angioedema com uso da medicação, hipotensão arterial sintomática. EXTRA: BRA ✓ Indicação: pacientes com intolerância aos IECAs (tosse seca, angioedema, urticária); ✓ Dose: o Losartana: dose inicial – 25 mg, via oral, uma vez ao dia. o Valsartana: dose inicial – 40 mg, via oral, uma vez ao dia; ✓ Contraindicações são as mesmas dos IECAs. EXTRA: ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA ✓ Indicação: FE < 40% e presença de diabetes ou sintomas de ICC, desde que não haja contraindicações; o Indicada após IAMCSST em associação com IECA ou BRA; ✓ Dose: o Espironolactona: dose inicial – 12,5 a 25 mg, VO, uma vez ao dia; ✓ Contraindicações: creatinina > 2,5 em homens e > 2,0 em mulheres, K > 5,5. o Cuidado em pacientes com insuficiência renal. ESTATINAS ✓ Início precoce é comprovadamente benéfico no IAMCSST, reduzindo a mortalidade independente dos níveis prévios de colesterol do paciente; ✓ Iniciar estatinas potentes em dose máxima em TODOS os casos de IAMCSST nas primeiras 24h do evento, a não ser que haja contraindicações; ✓ Dosagem de perfil lipídico nas primeiras 24h após admissão; ✓ Dose: o Atorvastatina – 10 a 80 mg ao dia. o Sinvastatina – 10 a 40 mg ao dia. o Dose máxima de estatina de alta potência na admissão hospitalar com ajuste posterior para LDL-c < 70mg/dL; ✓ Contraindicações: hepatopatia descompensada, alergia à medicação ✓ Após 30 dias repetir lipidograma e titular a dose de estatina como objetivo de manter o LDL < 70 mg/dl TERAPIA ANTITROMBÓTICA - ANTICOAGULANTES ✓ Evita que o trombo aumente ou gere outro; o Diferente dos trombolíticos que dissolvem/lisam o trombo; ✓ Objetivos: o Manutenção da patência da artéria culpada; o Reduz a formação de trombos intramurais; o Previne TVP e TEP. ✓ Procedimentos: o Enoxaprina como adjuvante ao tratamento fibrinolítico; o Heparina não fracionada como adjuvante ao tratamento fibrinolítico; o Revascularização percutânea ou cirúrgica; ✓ Indicada para todos os pacientes não tratados com fibrinolíticos; ✓ Nos pacientes que não receberam terapia de reperfusão, não há preferência por um tipo específico de anticoagulante. ✓ Pode-se utilizar qualquer um, mas a de baixo peso molecular é preferível pela conveniência. HEPARINA NÃO FRACIONADA ✓ Droga de escolha após angioplastia; ✓ Uso IV – diluído em soro; ✓ É necessário controle da coagulação do paciente; o Fazer TTPa (mede a ação da heparina não fracionada) de 6 em 6h; o Medido em segundos; o Manter TTPa entre 50-70s; ✓ Bolus 60 U/kg (máx. 4000U); ✓ Manutenção = 12 U/kg por 48h (máximo 1000U/h) HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR ✓ Droga de escolha após trombólise química; ✓ Enoxaparina subcutânea; ✓ É mais estável; ✓ Fração da heparina não fracionada; ✓ Não é necessário controle de TTPA de 6/6h; ✓ Bolus de 30 mg IV; ✓ Manutenção = 1 mg/kg de 12/12h; ✓ Não fazer o bolus inicial em paciente > 75 anos e a manutenção é com 0,75mg/Kg. FONDAPARINUX ✓ É um inibidor indireto do Fator Xa; ✓ Menos trombocitopenia; o Principalmente se terapia conservadora; ✓ Bolus 2,5 mg IV; ✓ Manutenção 2,5 mg SC 12/12 h (8 dias). TERAPIA DE REPERFUSÃO – TROMBOLITICOS E ANGIOPLASTIA ✓ Restauração do fluxo em uma coronária ocluída por trombo; ✓ Limita a necrose e reduz a mortalidade; ✓ Trombólise química: administrar trombolítico; ✓ Trombólise física: angioplastia (abrir a artéria e desentupir); ✓ Tempo porta-agulha: paciente chegar, emitir diagnóstico e injetar trombolítico: máximo 30 minutos; ✓ Tempo porta-balão: paciente chegar, emitir diagnóstico e o hemodinamicista abrir o balão na artéria do paciente: máximo 90 minutos; ✓ A redução da mortalidade depende do T (tempo). Supra de ST ou BRE de 3º grau: reperfusão coronariana de emergência com trombólise química ou angioplastia com balão, com ou sem stent. ✓ Alguma estratégia de reperfusão coronariana é indicada se: o Dor sugestiva de IAM > 20 min e < 12h de duração, não responsiva a nitrato + supra de ST em pelo menos duas derivações contíguas, ou BRE novo/presumivelmente novo; o Persistência da dor entre 12h24h, desde que persistam alterações no segmento ST sugestivas de IAMCSST; o Lembrar que não é preciso esperar o resultado da curva de marcadores de necrose para iniciar a reperfusão, pois isso atrasa o início do tratamento e resulta em piores desfechos clínicos. TROMBOLÍTICOS/FIBRINOLÍTICOS ✓ Uma estratégia de reperfusão muito importante, particularmente em situações nas quais a ICP não está disponível em tempo hábil e, no cenário pré- hospitalar, nas primeiras horas dos sintomas; ✓ Quanto mais precoce for sua administração, mais eficaz; o Acima de 12 horas, seu benefício é duvidoso; o Nas primeiras 3h do IAMCSST se observam os maiores benefícios; ▪ até 1h: menos 60 mortes/1000 tratados; ▪ até 3h: menos 30mortes/1000 tratados; ▪ 7-12h: menos 20 mortes/1000tratados. ✓ É indicado em casos de: o Dor compatível com IAM com ΔT < 12h; o Supradesnível de ST característico* em 2 ou mais derivações consecutivas ou BCRE novo; ▪ Em casos de SCA sem supra, não se faz trombolítico; ▪ As características dos trombos são diferentes; ▪ Trombo branco (rico em plaquetas): IAMSSST e AI; ▪ Risco de mortalidade em pacientes com SCASST. o Ausência de contraindicações. ✓ Contraindicações absolutas: o Qualquer sangramento intracraniano; o AVC isquêmico nos últimos 3 meses; o Dano ou neoplasia do SNC; o Trauma significante na cabeça ou rosto nos últimos 3 meses; o Sangramento ativo (exceto menstruação); o Qualquer lesão vascular cerebral conhecida; o Suspeita de dissecção de aorta; o Discrasia sanguínea. ✓ Contraindicações relativas: o Acidente vascular isquêmico há mais de 3 meses; o Gestação; o Uso de anticoagulantes orais; o Sangramento interno no último mês; o Pressão arterial sistólica > 180 mmHg; o Pressão arterial diastólica > 110 mmHg.; o Punções vasculares não compressíveis; o Úlcera péptica ativa; o Ressuscitação cardiopulmonar traumática ou superior a 10 minutos; o Cirurgia nas últimas 3 semanas; o Exposição prévia à estreptoquinase (somente para estreptoquinase). ✓ Efeitos adversos: o Sangramento no sítio de punção; o AVC hemorrágico; o Idade > 65 anos; peso < 70 kg; HAS; o Hemorragia digestiva; o Hipotensão arterial (STK); o Anafilaxia (alergia): uso de STK entre 5 dias e 9 meses; o Arritmias (incluindo FV). ✓ Pacientes já deverão ter recebido AAS e Clopidogrel; o Tempo mínimo para manutenção da dupla antiagregação após trombólise é 2-4 semanas; ✓ Após infusão de trombolíticos, é preciso anticoagular. o HBPM (Enoxparina) → droga de escolha após trombólise química → manter por até 8 dias; o HNF → droga de escolha após angioplastia → manter apenas por 48h ✓ Melhor trombolítico: o Pacientes < 75 anos: TNK; o Pacientes > 75 anos: SK ✓ Fluxo TIMI: o Saber a patência da artéria: o quanto abriu. ▪ TIMI 0: oclusão; ▪ TIMI 1: penetração; ▪ TIMI 2: fluxo lento; ▪ TIMI 3: fluxo normal. ✓ Critérios de reperfusão: como saber se houve abertura da artéria após o fibrinolítico? o Diminuição da dor; o Reduziu supra ST (50%); o Arritmias de reperfusão – o sangue vai chegando de novo, o músculo fica “confuso”, arrítmico → mais sensível; ▪ RIVA (ritmo idioventricular acelerado); • QRS alargado e mais rápido; • Não confundir com taquicardia ventricular – não é tão rápido, FC continua normal no outro caso. o Pico precoce de marcadores de necrose miocárdica (CK-MB) → mais específico; ✓ Fibrinólise pré-hospitalar X angioplastia no hospital: o Menos de 2h de IAM: é melhor fibrinólise por trombolítico do que esperar chegar ao hospital para fazer angioplastia; o Mais de 2h: a angioplastia no hospital se mostra mais eficaz; o Para choque cardiogênico, fibrinólise pré- hospitalar é mais eficaz em menos de 2h. ESTREPTOQUINASE (STK/SK) ✓ Enzima produzida pelo Streptococo B-hemolítico; ✓ Não fibrinoespecífico: ativa o plaminogênio ligado ao trombo e o circulante; ✓ Quase não é mais utilizado. ✓ Dose: 1,5milhões UI em 100mL de SG 5% ou SF 0,9% em 30-60 minutos. ✓ Terapia antitrombótica: HNF ajustada ao peso por 48h ou enoxaparina por até 8 dias. ALTEPLASE (RTPA) ✓ É fibrinoespecífico: liga-se somente ao plasminogênio ligado à rede de fibrina. ✓ Dose: 15mg EV em bolus, seguidos por 0,75mg/kg em 30 minutos e então 0,5mg/kg em 60 minutos. A dose total não deve exceder 100mg; ✓ Terapia antitrombótica: HNF ajustada ao peso por 48h ou enoxaparina por até 8 dias. TENECTEPLASE (TNK) ✓ Feito em bolus; ✓ Útil para fazer na ambulância; ✓ É fibrinoespecífico: liga-se somente ao plasminogênio ligado à rede de fibrina; ✓ Dose: o 30mg se <60kg; o 35mg se entre 60kg e menor que 70kg; o 40mg se entre 70kg e menor que 80kg; o 45mg se entre 80kg e menor que 90kg; o 50mg se maior que 90kg de peso. ✓ Terapia antitrombótica: HNF ajustada ao peso por 48h ou enoxaparina por até 8 dias. CONDUTA NA REOCLUSÃO CORONARIANA APÓS USO DE TROMBOLÍTICOS ✓ Preferencialmente faz-se angioplastia de resgate; ✓ Se não for possível, faz-se novo curso de trombólise: o Se paciente fez uso de SK há mais de 5 dias: aumenta o risco de alergia. o Deve-se usar droga fibrinoespecífica, como alteplase (rtPA) ou tenecteplase (TNK); o Se paciente já usou alteplase (rtPA) ou tenecteplase (TNK), pode-se escolher qualquer droga; ✓ Importante: o O risco de hemorragias aumenta muito em um segundo curso de trombólise; o O trombolítico não deve ser repetido em um período inferior a 24h desde a última administração. ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA ✓ Estratégia de reperfusão mais eficaz em IAMCSST; ✓ Angioplastia primária é o tratamento de escolha quando possível, devendo ser realizada em até 90min após diagnóstico de IAMCSST; o Se não houver condições para angioplastia, faz-se o trombolítico; o É preferencial em pacientes com choque cardiogênico; ✓ Redução das complicações hemorrágicas; ✓ Maior taxa de patência da artéria (90% em 1,5h); ✓ Menos reoclusão em 3 meses; ✓ Deve ser feita em um Δt < 12h; ✓ Via de acesso ideal: cateterismo da artéria radial (menores taxas de complicações hemorrágicas); ✓ Angioplastia primária – feita assim que chega; ✓ Angioplastia de resgate – depois do trombolítico. USO DE STENT ✓ Com apenas balão, a chance de reestenose em curto prazo é grande; ✓ O uso de stent reduz a necessidade de revascularização futura, na medida que mantém a patência do vaso; ✓ Tipos de Stent: o Convencional; o Farmacológico: esse tipo possui substância antiproliferativa na sua superfície interna. ✓ Após implantar qualquer Stent, é necessário realizar dupla antiagregação plaquetária rigorosa; o Convencional: 1 mês; o Farmacológico: 1 ano. EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO Paciente 50 anos, 75 Kg, dor típica há 30 minutos; ECG com Supra de ST de V1-V4. Dispõe de serviço de hemodinâmica. 1. AAS 200 mg VO → antiplaquetário; 2. Ticagrelor 180 mg VO → antiplaquetário (P2Y12); Sala de hemodinâmica (HNF e Abcixcimab → anticoagulantes); 3. Enoxparina 40 mg Sc 1 x ao dia → anticoagulante HBPM; 4. AAS 100 mg VO após o almoço → antiplaquetário (manutenção); 5. Ticagrelor 90 mg 12/12h → antiplaquetário (manutenção) 6. Propranolol 10 mg VO de 12/12h (betabloq.); 7. Captopril 12,5 mg VO de 12/12h (IECA); 8. Atorvastatina 80 mg após o jantar (estatina); 9. Isordil 5 mg SL à critério médico (nitrato); 10. Morfina 2 mg IV á critério médico 11. Cateter de O2 2-4 L/min se Sat < 94 % 12. Repouso no leito e Monitorização contínua. Paciente 65 anos, 60 Kg, dor típica há 60 minutos; ECG com Supra de ST de V1-V4. Não dispõe de serviço de hemodinâmica. 1. AAS 200 mg VO; 2. Tenecteplase 35 mg IV em 5-10 s; 3. Clopidogrel 300 mg VO; 4. Enoxparina 30 mg IV em bolus; 5. Enoxparina 60 mg Sc de 12/12 h-Após 15 min do bolus; 6. Propranolol10 mg VO de 12/12 h; 7. Captopril 12,5 mg VO de 12/12 h; 8. Atorvastatina 80 mg após o jantar; 9. Isordil 5 mg SL à critério médico; 10. Morfina 2 mg IV á critério médico; 11. HGT de 6/6 h e Insulina Simples conforme HGT; 12. Cateter de O2 2-4 L/min se Sat < 94 %; 13. Repouso no leito e monitorização contínua Paciente de 50 anos, sexo masculino, 70 kg, sem antecedentes pessoais, história familiar positiva para DAC precoce (irmão com IAM aos 40 anos), chegou ao pronto-socorro com quadro de dor precordial em aperto, iniciada em repouso há 20 minutos, com melhora parcial após uso de dinitrato de isossorbida. Exame físico mostrou palidez cutânea e diaforese. ECG com supra de ST V1 a V4. O hospital dispõe de serviço de hemodinâmica 24 horas. Na admissão, recebeu AAS 200 mg macerado e Ticagrelor 180 mg e foi encaminhado para a sala de hemodinâmica, onderecebeu HNF e abciximab. Foi realizada angioplastia de artéria descendente anterior com stent, com sucesso. Evoluiu estável hemodinamicamente e sem dor, com LDL=130. Caso clínico fala que já foi feito AAS 200mg e Ticagrelor 180mg, além de HNF e abciximab. 1. AAS 100 mg, VO, no almoço; 2. Ticagrelor 90 mg, VO, de 12/12h; 3. Enoxaparina 40 mg, SC, uma vez ao dia; 4. Propranolol 10 mg, VO, de 12/12h; 5. Captopril 12,5 mg, VO, de 8/8h; 6. Atorvastatina 80 mg, VO, às 22h; 7. Ranitidina 150 mg, VO, de 12/12h*****; 8. Isordil 5 mg de SL a critério médico; 9. Morfina 2 mg, IV, a critério médico; 10. Cateter de O2 2-4 l/min caso saturação < 90%; 11. Repouso absoluto no leito e Monitorização eletrocardiográfica contínua Paciente de 65 anos, sexo feminino, 60 kg, hipertensa, diabética e dislipi dêmica chega ao PS com quadro de desconforto epigástrico em queimação, iniciado após refeição copiosa, há 1 hora. ECG supra ST DII, DIII e AVF. Foram realizados V3R e V4R que também evidenciaram supra. O hospital não dispõe de hemodinâmica e a transferência para um centro que disponha demora 6 horas. Não apresentava contraindicação à trombólise, optando-se por essa terapia. Após término da trombólise e estabilização da PA, iniciar uso de IECA, betabloqueador e estatina. O caso clínico já fala que será usado IECA, betabloqueador e estatina. Paciente sem dor e sem sinal de IC (morfina e nitrato necessário?); 1. AAS 200 mg, VO; 2. Tenecteplase 35 mg, IV, em 5-10 segundos; 3. Clopidogrel 300 mg, VO; 4. Enoxaparina 30 mg, EV, em bólus; 5. Enoxaparina 60 mg, SC, de 12/12h – iniciar após 15 minutos do bólus; 6. Ranitidina 150 mg, VO, de 12/12h****; 7. HGT de 6/6 h e Insulina Simples conforme HGT; 8. Cateter de O2 2-4 l/min se saturação de O2 < 90%. 9. Repouso absoluto no leito e Monitorização eletrocardiográfica contínua. MONABICHIE – SEM TROMBOLÍTICO Morfina O2 Nitrato AAS Betabloqueador Clopidogrel Heparina IECA Estatina 1. Antiplaquetário 2. Antiplaquetário 3. Betabloqueador → qualquer “lol”; 4. IECA → qualquer “pril”; 5. Estatina → qualquer “tatina”; 6. Anticoagulante/Anti-trombótico → geralmente HBPM: enoxaparina; 7. Trombolítico → tenecteplase****; 8. Nitrato → isordil; 9. Morfina; 10. O2 2-4L/min; 11. Repouso no leito e monitorização. Lembrar das doses de manutenção, se não estiverem prescritas ainda. AAS: 100mg/dia; Clopidogrel: 75mg/dia; Ticagrelor: 90mg 12/12h. ✓ Ticagrelor é reversível, por isso usa mais.
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