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Enriquecimento Ambiental para Animais Selvagens ▪ O ambiente de cativeiro requer métodos alternativos para estimular comportamentos próximos aos naturais que atendam às necessidades físicas e mentais dos animais; ▪ É o processo no qual são criados ambientes interativos e complexos aos animais selvagens em cativeiro, possibilitando a eles apresentar comportamentos considerados naturais; ▪ Incentivo do comportamento próprio da espécie; ▪ Objetivos: ✓ Promover o bem-estar aos animais; ✓ Aumentar a diversidade de comportamentos; ✓ Reduzir gradativamente ou eliminar comportamentos anormais; ✓ Auxiliar na conservação de espécies ameaçadas melhorando o sucesso da reprodução de cativeiro e dos programas de reintrodução; ✓ Melhoramento da interação entre os membros de grupos sociais -> desenvolvimento psicológico e físico; ▪ Na natureza, o ambiente é interativo: ✓ Busca por alimentos; ✓ Fuga de predadores; ✓ Proteção contra intempéries; ✓ “estresse benéfico” ▪ O EA possibilita a exposição controlada do animal a estímulos mantendo comportamentos naturais; ▪ Conhecer o comportamento e particularidades das espécies trabalhadas; ▪ Estabelecer frequência e intensidade dos estímulos; ▪ As técnicas de EA são divididas em 5 categorias 1. Físicas – introdução de materiais que estimulem os animais ex.: plantas, substratos, plataformas elevadas, poleiros, barreiras visuais, etc. 2. Sociais – convivência com outros animais seja da mesma espécie ou não; 3. Sensoriais – estímulos olfatórios, auditivos, visuais, táteis e gustativos. Geralmente são os mais utilizados. Ex.: fezes de animais de outras espécies ou da sua, sons de outros animais, espelhos, uso de presas para incentivar a caça; 4. Alimentares – a pontualidade do fornecimento de alimento e limpeza dos recintos pode não ser boa para o animal visto que na natureza eles passam a maior parte do tempo à procura de alimentos; 5. Cognitivas – “quebra-cabeças”, ex.: colocar alimentos dentro de caixas fechadas com orifícios. OBS.: os enriquecimentos podem ser intercalados fazendo assim enriquecimentos sensoriais e alimentares em um só, etc. ▪ Programas de treinamento animal também podem ser utilizados ✓ O treinador pode “convencer” o animal a permitir que o médico veterinário faça exames físicos e aplique medicações, evitando contenções físicas e farmacológicas ESTEREOTIPIA – COMPORTAMENTO ANORMAL ▪ Séries de movimentos de todo ou de parte do corpo do animal repetidas vezes que não tem nenhuma função aparente, servindo apenas para aliviar emocionalmente o animal; ▪ Na maioria das vezes são facilmente observados e imediatamente reconhecidos; ▪ Atenção aos sinais: ✓ Coprofagia; ✓ Arrancamento de penas ou pelos; ✓ Presença de trilhas no recinto (indicativo de que o animal fica andando de um lado para o outro). ▪ O mecanismo que desencadeia essas ações não é definido, porém pode estar relacionado com a liberação de opioides no cérebro; ▪ O subestímulo e o superestímulo ambiental também são considerados causas para a estereotipia; ▪ Esses comportamentos são grandes preocupações para as instituições mantedoras de animais selvagens pois indicam que as suas necessidades não estão sendo atendidas; ▪ A intensidade e a gravidade desses comportamentos anormais podem ser mensuradas com métodos adequados de avaliação, observar: ✓ O modo que o animal se comporta -> quanto mais anormal, mais grave é a situação; ✓ Proporção do dia que o animal teve esse comportamento -> mais de 10% do dia gasto com comportamento estereotipado é inaceitável; ✓ Se o animal for distraído facilmente e para de apresentar o comportamento indesejável, este pode ser considerado menos grave; ✓ Se só ocorre em poucos momentos do dia, também é considerado menos grave; ✓ Estereotipias graves são difíceis de serem revertidas ou curadas, portanto a prevenção é a melhor escolha -> EA ▪ É importante avaliar se as técnicas estão fazendo efeito ou se estão causando resultado contrário ao desejado. LIMITAÇÕES PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EA ▪ Segurança do animal, da equipe e do público visitante; ▪ Um EA mal planejado pode ocasionar fugas ou disputas entre animais de um mesmo grupo que acabam em brigas com ferimentos graves em animais de baixo nível hierárquico; ▪ Recursos -> a maioria das instituições trabalha com orçamento limitado; ▪ Poluição visual -> alguns materiais usados no EA não são bem vistos pelo público visitante como garrafas pet, papel picado e gravetos. PLANO DE TRABALHO ▪ Requer estudo sobre o comportamento do animal a ser trabalhado ✓ Ambiente; ✓ Horários. ▪ Montar um roteiro para auxiliar a programação: ✓ Para quem oferecer o enriquecimento? Definir o animal ou grupo prioritário; ✓ O que oferecer para reduzir comportamentos anormais e aumentar a atividade física? ✓ Como fazer? Cuidado com possíveis materiais que oferecem risco à saúde do animal; ✓ Por quanto tempo o EA vai permanecer no recinto? Se deixar por muito tempo, o animal perde o interesse. AVALIAÇÃO DE COMPORTAMENTO ▪ Etologia – estudo dos comportamentos; ▪ Os animais em cativeiro precisam de liberdade para movimentar-se e interagir com o ambiente e com outros animais; ▪ Os animais procuram soluções para atividades diárias: ✓ Achar alimentos; ✓ Evitar predadores; ✓ Descobrir lugares para se abrigar; ✓ Procurar um parceiro reprodutivo. ▪ Cada espécie tem suas exigências próprias; ▪ A avaliação pode ser feita através de: ✓ Medição dos níveis de cortisol em fezes; ✓ Observações informais; ✓ Método qualitativo – anotar qualquer mudança no comportamento antes e depois do EA (comportamento geral, repertórios comportamentais, eficácia do EA); ▪ As coletas de dados devem ser feitas antes, durante e após o oferecimento do EA. MENSURAÇÃO DO COMPORTAMENTO ▪ Definição da espécie: ✓ Conhecimento biológico; ✓ Número de animais; ✓ Determinar o repertório comportamental do grupo; ▪ Habituação ▪ Elaboração de etogramas (lista de categorias comportamentais a serem observadas e a descrição de cada uma) ✓ Eventos de longa duração ex.: descanso, passeios; ✓ Eventos de curta duração ex.: bocejo, coçar; ✓ Outros: comportamentos que não são relevantes. ▪ Período de observação: ▪ Método de amostragem ▪ Regras para os registros de dados