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Objetivos: • Estudar o ciclo biológico e a fisiopatologia da Doença de Chagas; • Conhecer as espécies de tripanossoma que causam DC; • Citar quais exames são solicitados para o diagnóstico; • Conhecer o tratamento para a DC; • Discutir como a vigilância epidemiológica atua no controle e prevenção da DC; • Pesquisar sobre a saúde indígena. Referências: Manual MSD, Goldman – Cecil (CAP. 347), Série Zoologia – Guias e Manuais de Identificação (Scielo), Ministério da Saúde – Doença de Chagas, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Chagas (2018). Ciclo biológico da doença de chagas Formas evolutivas: 1. Amastigota: responsável pela infecção; 2. Tripomastigota (sanguícola e metaciclico); 3. Epimastigota • Agente etiológico: Tripanossoma Cruzi (Ordem Kinetoplastida) • Vetor: Barbeiro (Triatominéos) • O Tripanossoma é um parasita heteroxênico: completa o ciclo passando por hospedeiros diferentes; • Ciclo digenético: 2 hospedeiros diferentes (Vertebrado e invertebrado); • Hospedeiro invertebrado (Barbeiro), hospedeiro vertebrado (Humanos, animais domésticos e silvestres); APG O5 Epimastigota: intestino médio e posterioir do inseto. Tripomastigota metaciclico: porção distal do tubo digestivo. Amastigota: intracelulares, fibras musculares estriadas/ lisas, células nervosas e sistema fagocítico mononuclear; Tripomastigota sanguicola: extracelulares, sangue, leite materno, esperma, líquor. Período de incubação da doença de chagas • Período desde a infecção até o surgimento dos primeiros sintomas Fisiopatologia • Alterações histológicas: parasitismo intracelular de músculos e outros tecidos subcutâneos, infiltração linfocitária, edema intersticial e hiperplasia doa gânglios linfáticos; • Miocardite pode se desenvolver; • Cardiomiopatia chagásica o coração apresenta um aumento biventricular e o afinamento das paredes ventriculares; • Aneurisma apical do VE (típico da doença avançada); • Fibrose intersticial difusa e atrofia das células miocárdicas; • Afeta o sistema de condução e causa uma variedade de distúrbios do ritmo cardíaco; • Plexo miontérico reduzido (degeneração parassimpática) – esôfago e/ ou cólon bastante afetados. Evolução da doença • Fase aguda; • Fase indertminada (fase crônica assintomática); • Fase crônica (sintomática). Manifestações clínicas Fase aguda • Pode apresentar chagoma (edema em alguma parte do corpo); • Sinal de Romanan – edema bipalpebral • Febre, dores, cefaleia, mialgia; • Linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia; • Miocardite grave; • Menningocefalites (raro) • Aqui ocorre um aumento da parasitemia (Esfregaço sanguíneo); • Em pacientes não tratrados o quadro agudo se resolve espontaneamente ao longo de 6 – 8 semanas Fase indeterminada • Maioria dos pacientes; • Assintomática; • Parasitemia não evidente; • Anticorpos detectáveis contra o T. cruze. Fase crônica • Somente 10 a 30% das pessoas com infecção crônica manifestam sintomas clínicos; • Distúrbios de ritmo cardíaco, insuficiência cardíaca congestiva, tromboembolismo; • A cardiomiopatia pode levar a falência biventricular e insuficiência cardíaca do lado direito. Fase crônica (gastrointestinal) • O esôfago e o cólon são partes frequentemente afetadas pela fase crônica da DC; • Megaesôfago e megacólon; • Megacólon chagásico: sofrem de dor abdominal intermitente e constipação crônica, e nos casos avançados podem se passar várias semanas entre os movimentos intestinais. • Em ocasiões raras, uma obstrução aguda pode provocar perfuração intestinal, sepse e morte. Diagnóstico Doença de chagas aguda • Identificar se a pessoa está em situação de risco para a infeção: mora em zona endêmica, transfusão de sangue, nascimento de mãe sobre risco associado a transfusão ou localização, acidente laboratorial envolvendo o parasita; • Exame a fresco de sangue anticoagulado ou creme leucocitário, esfregaço com Giemsa. Doença de chagas crônica • Sorológico para idenficar IGg que se ligam especificamente aos antígenos do parasita; • OMS recomenda dois métodos diferentes: ELISA e Abbott (EUA), analisam o sangue doado; • PCR (Cogênica ou aguda com parasitas indetectáveis e em pacientes que receberam um tratamento específico) o RX de tórax AP, ECG. Tratamento • Nifurtimox ✓ Reduz os sintomas e diminui a taxa de mortalidade em pacientes com doença de chagas aguda; ✓ Aproximadamente 70% de cura parasitológica; ✓ Consegue curar uma quantidade substancial de crianças em estágio indeterminado, mas apresenta taxas de cura inferiores a 10% em pacientes crônicos e de longa duração ✓ Desvantagens: efeitos adversos gerais na ordem de 85%, sendo os mais comuns intolerância gastrointestinal, artralgia e acometimento dermatológico. • Benznidazol ✓ Os índices de cura são semelhantes ou um pouco maiores que o Nifurtimax ✓ Redução da parasitemia, reativação da doença, melhora dos sintomas clínicos (O nifurtimax também); ✓ Índice de cura superior a 90% em bebês com infecção congênita; ✓ Desvantagens: parestesias, artralgias, intolerância gastrointestinal, alopecia, dermatites, depressão da medula óssea. Prevenção • Melhoria habitacional; • Pulverização com inseticidas; • Triagem sorológica; • Melhorar a segurança alimentar; • Tratamento das mulheres infectadas antes da gravidez Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCh) • Faz parte da vigilância epidemiológica; • Manutenção e aprimoramento dessa vigilância • Foi institucionalizado em 1950 pelo Serviço Nacional de Malária; • Sistematizado e estruturado na forma de programa de alcance nacional em 1975 pela Superintendência de Capanhas de Saúde Pública (SUCAM), atual Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Cuida Chagas • Trabalha para eliminar a transmissão vertical; • Liderado pelo Instituto de infectologia da FIOCRUZ; • Cofinancinada pelo MS; • Centro de pesquisa, inovação diagnóstica, engajamento comunitário, intervenção no mercado. Vigilância local • Controle químico vetorial; • Medicamentos são disponibilizados gratuitamente pelo SUS • O registro precisa ser feito através da Ficha de Investigação de Doença de Chagas Aguda do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) • Investigação: Logo após a notificação de caso suspeito, deve ser iniciada a investigação epidemiológica, com vistas a adotar medidas de controle e prevenir a ocorrência de novos casos. Todos os campos da Ficha de Notificação e Investigação devem ser preenchidos.
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