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Sociologia no brasil

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Século XIX – primeira geração. Pré-científica, explicar o Brasil 
e suas relações pela literatura. Lima Barreto, Euclides da 
Cunha, Machado de Assis. Expedições biológicas. 
Século XX (1925-1950) – segunda geração. Sociologia 
“clássica” brasileira, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de 
Holanda, Caio Prado Jr. 
Segunda metade do Século XX – sociologia contemporânea. 
Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Otávio 
Ianni. 
 
ORIGEM 
* Surge como ciência no século XIX. A sociedade 
urbano-industrial ainda não estava consolidada, em 
razão dos problemas vinculados a escravatura e ao 
incipiente desenvolvimento industrial; 
* As primeiras manifestações da sociologia no Brasil 
refletem as questões do século, principalmente as 
ligadas a preocupação com o entendimento da 
sociedade brasileira de uma perspectiva científica. 
 
Exemplos da visão “sociológica” do final do séc XIX: 
* Sílvio Romero foi um importante membro da elite 
intelectual brasileira (falas racistas); 
* Dizia: “Povo que descendemos de um estragado e 
corrupto ramo da velha raça latina, a que juntavam-se 
o curso de duas das raças mais degradadas do globo, 
os negros da costa e os pele vermelhas da América 
[...] [de que] resultaram o servilismo do negro, a 
preguiça do índio e o gênio autoritário e tacanho do 
português [que] produziram uma nação informe e 
sem qualidades secundárias e originais.” 
 
Euclides da Cunha: 
* O sertanejo é, antes de tudo, um forte; 
* Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços 
neurastênicos do litoral; 
* A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de 
vista, revela o contrário; 
 
 
* Falta-lhe a plástica impecável, a estrutura corretíssima 
das organizações atléticas. 
 
O Surgimento da Sociologia no BR: 
* Teve início a partir das décadas 1920 e 1930; 
* Preocupação inicial: explicar a formação social 
nacional e explicar uma identidade BR; 
* Nas décadas de 1950 e 1960 ampliaram-se as 
temáticas e os referenciais teóricos, propondo novas 
abordagens; 
* O passado colonial aparecia como elemento central 
na formação social do país; 
* 1920 – Populações meridionais do Brasil, de Oliveira 
Viana interpretava a formação nacional como um 
processo marcado pela presença do homem branco; 
* Gilberto Freyre publicou em 1933 Casa-Grande e 
Senzala, rompendo com as interpretações embasadas 
em fatores naturais, com meio e raça. 
 
Principais influências teóricas - positivismo e funcionalismo: 
* Alguns intelectuais brasileiros foram influenciados 
pela primeira linha teórica clássica da sociologia = o 
positivismo: 
- Expoente de Auguste Comte (1798-1857), tinha 
como ideia central a noção de que todos os 
indivíduos tenderiam a viver em sociedades 
cujo princípio de organização seria a 
racionalidade científica. 
* A filosofia de Comte, exerceu influência no Brasil, em 
seu intuito de criar uma nova ordem social. O lema da 
bandeira brasileira, “ordem e progresso”, baseado em 
preceitos morais e no apoio ao desenvolvimento 
material. 
 
Gilberto Freyre: 
* Antropólogo pernambucano formado pela 
Universidade de Columbia, nos EUA, onde foi 
influenciado pelo também antropólogo germano-
americano Franz Boas (1858-1942); 
Sociologia no Brasil 
* Tornou-se bastante conhecido com a publicação, em 
1933, de sua obra clássica, casa-grande e senzala. 
Trata-se de um estudo profundo sobre as relações 
sociais no período colonial e a identidade brasileira, 
no qual o autor evidencia a contribuição das 
populações negra e mestiça, bem como a fusão de 
etnias e culturas para a formação da sociedade 
brasileira; 
* Freyre, considera a cultura de miscigenação racial no 
país, advinda da experiência do colonizador 
português, denominada democracia racial no Brasil; 
* Na visão do autor, se a violência representou a 
imposição dos parâmetros culturais dos portugueses, 
posteriormente foi apagada grande parte das marcas 
de agressão, graças aos processos de miscigenação e 
sincretismo entre os povos e culturas. 
 
Sérgio Buarque de Holanda: 
* Trouxe grandes contribuições para a compreensão 
do Brasil contemporâneo. Além de intelectual e autor 
de uma obra reconhecida internacionalmente, 
participou da vida política brasileira entre o fim dos 
anos 1970 e o começo dos anos 1980; 
* Para ele, o elemento central para a compreensão da 
nova realidade social, política e econômica reside na 
formação oligárquica e autoritária das elites culturais 
e políticas brasileiras; 
* Em 1936, publicou “Raízes do Brasil”, em que 
desenvolve uma das noções mais importantes (a 
interpretação do “homem cordial”). 
 
O Homem Cordial: 
* Sérgio apresenta a cordialidade como um dos traços 
culturais característicos da nova sociedade, herança 
do passado colonial de base patriarcal. O brasileiro é 
chamado “homem cordial” por ter caráter 
hospitaleiro; 
* Sua generosidade e sua prestatividade são heranças 
de nossa sociedade rural, da hospitalidade do senhor 
de engenho e de sua família para com o viajante; 
* Essa cordialidade é ocasional e difusa em suas 
emoções. É usada pelo brasileiro para libertar-se de 
sua individualidade provinciana; 
* Apesar de parecer muito sociável, essa sociabilidade 
não chega ao ponto da solidariedade da coletividade. 
 
O Conceito de Homem Cordial: 
* A ideia de cordialidade não significa um aspecto 
“pacífico”, mas a dificuldade em diferenciar a esfera 
pública da privada sobre a mentalidade patrimonial 
das instituições governamentais; 
* Família e Estado são duas instituições autônomas, 
uma não dá seguimento a outra; entretanto, no Brasil, 
vemos essa noção de continuidade, como na 
corrupção presente na política, no “jeitinho 
brasileiro”, ou em expressões como “aos amigos, 
tudo; aos inimigos, a lei”. 
 
Florestan Fernandes: 
* Além do campo da sociologia, vincula-se as áreas da 
antropologia, ciência política e econômica; 
* Um dos temas mais importantes estudados por ele 
foram os aspectos da realidade étnico-racial no Brasil 
do século XX; 
* Florestan devolve crítica contundente sobre a obra de 
Gilberto Freyre; em especial, critica o que ele 
denomina “mito da democracia racial”. Além disso, 
nega o caráter pacífico e integrador do processo de 
miscigenação de raças defendido por Freyre. 
 
A Integração do Negro na Sociedade de Classes: 
* Passagem de uma sociedade de trabalhadores 
escravizados para uma sociedade de trabalhadores 
assalariados; 
* Crise do escravismo – leis abolicionistas (ventre livre, 
sexagenários, lei áurea); 
* Declínio do escravismo; 
* Pressão externa; 
* Dispensa de escravos; 
* Incompatibilidades do escravismo com o avanço 
capitalista no Brasil; 
* A escravidão como fenômeno de longa duração – 
como a população negra poderá participar dessa nova 
fase da realidade do Brasil; 
* Concorrência desigual – chegada dos imigrantes. 
→ A Revolução Burguesa no Brasil, de 1975: procura, com 
seu método de investigação, desvendar os aspectos cruciais 
das relações, dos processos e das estruturas da espoliação 
econômica e política, que produziram (e reproduzem) a 
estrutura da sociedade burguesa no BR, proveniente do 
capitalismo de natureza industrial.

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